- Está uma linda noite né? – perguntou sentando-se junto dela.

- Hum… - ela olhou um pouco surpresa – Está sim. Hoje a Lua está linda – sorriu olhando para o céu.

- É verdade… - ele respondeu sentindo-se um pouco assustado por não ter mais assunto de conversa. Ele queria falar com ela…Mas não sabia por onde começar.

Ficaram uns segundos olhando para o céu estrelado, mas depois Luna finalmente falou.

- Sabia que Luna significa Lua? – perguntou Luna ainda encarando o céu – A minha mãe colocou-me este nome porque disse que adorava ficar a olhar a Lua, porque ela é tão linda e sabia que a filha dela seria tão bonita e misteriosa como a Lua.

- Ela tinha razão… - o garoto olhou para a loira.

Luna olhou-me ainda em choque, achando que tinha ouvido mal e corou ao perceber que ele a olhava.

- Porque saíste da festa tão cedo? – perguntou o loiro.

- Não me estava a divertir… Acho que não pertenço àquele lugar… Sinto-me deslocada.

- Eu percebo… Sinto o mesmo.

- Sério? – a garota encarou-o estupefacta. Aquele não era o Draco Malfoy que ela conhecia…

- Sim, eu sei que parece estranho e provavelmente podes não acreditar. Mas eu não sou assim…Os outros fazem-me assim, eles querem que eu seja esse garoto frio, cruel e sem sentimentos que fica com as garotas todas deixando-as de coração despedaçado, que faz tudo o que quer, que humilha os outros, goza dos mais fracos e que se sente o maior… Eu não quero ser assim, eu no fundo não sou assim, mas as pessoas fazem-me assim. Foi esta a educação que recebi…

- Nunca é tarde para mudar – a garota disse com um sorriso sonhador.

- É isso que invejo em você… Para ti tudo é fácil, tu és tu mesma, não mudas pelos outros.

- Draco Malfoy tem inveja de mim? – ela arregalou os olhos não querendo acreditar.

- Não percebes o quanto és perfeita? Tu simplesmente não ligas para o que falam, não mudas pelos outros, tens a tua própria opinião, és tu mesma… Eu não consigo ser assim… Queria ser mais como tu. – sorriu para ela.

Nesse momento Luna percebeu o quanto os seus rosto estavam próximos. O momento era perfeito, o clima era romântico e num momento de impulso, por estupidez ou não, os lábios de Draco tocaram nos da loira. Um simples beijo, á luz do luar, não era um beijo daqueles como vemos nos filmes que fazem o mundo parar de girar e que fazem os dois apaixonados sentirem-se a flutuar. Foi um simples beijo, rápido e lento.

Quando se afastaram Draco não percebia o porquê daquilo ter acontecido. A cabeça de Luna estava a mil, eram muito pensamentos, sentimentos e confusão. Não percebia o porquê daquilo. Não percebia porque o tinha feito, porque não o tinha impedido. E principalmente, ela questionava-se porque tinha dado o seu primeiro beijo com Draco Malfoy

(…)

Luna acordou no dia seguinte sentindo-se estranha. Será que tinha sido um sonho? Será que era real? Ela não tinha bem a certeza. Por um lado era bom ter sido real, porque tinha sido bom, o clima era romântico e perfeito. Mas por outro…ERA DRACO MALFOY, ele com certeza so queria humilha-la, ele não tinha sentimentos… Ele era cruel…Mas…e se ele tivesse mudado?

Pegou um livro debaixo da cama e escreveu:

“Olá amigo secreto, estou tão confusa, ontem eu e um garoto beijamo-nos. Eu odiava-o, e agora… Eu sei que não gosto dele, mas não percebo porque nos beijamos”

Draco estava a acabar de vestir o uniforme quando reparou no seu livro, estava a vibrar, e uma luz saia dele. Pegou-o e leu as palavras.

“ Se se beijaram é por alguma razão…”

“Ele so quer zuar comigo…”

“Se ele te fizer algo, eu quebro a cara dele”

“Ohh que fofo”

“Você é minha amiga, não vou deixar ninguém te magoar”

“Obrigada…”

“De nada, amiga secreta”

(…)

Draco chegou no salão, foi sentar-se na mesa da Sonserina ao lado de Blásio que parecia estar de mau humor naquela manhã.

- Então que se passa? – perguntou o loiro.

- Ainda pergunta? Voce não viu ontem a Pansy com aquele nojento e porco?

- Não, eu sai da festa cedo… O que aconteceu?

- Ela ficou com um garoto bem na minha frente… - lamentou-se irritado – Quero quebrar a cara do desgraçado.

- Calma, ela podia só quer te fazer ciúmes.

- Acha?

- Não sei, não percebo as mulheres – Draco riu – Mas é bem provável…

(…)

Na aula de Defesa contra as artes das Trevas, Caroline conversava baixinho com Luna sobre a festa, a loira não estava a ouvir nada, mas afirmava com a cabeça, fingindo entender.

- Então que acha? – perguntou a ruiva.

- Hum…hum… - respondeu Luna olhando para o tecto.

- Não acredito… Você não estava a ouvir nada do que eu disse – resmungou chateada.

- Desculpa.

- O que se passa?

- Nada… - disse Luna olhando para o professor.

- Eu sei que se passa algo.

- Só que… eu não gostei muito da festa.

- Porque?? FOI UM MAXIMO!

- Para você…

- Desculpa, eu sei que tu não gostas das mesmas coisas que eu mas… eu achei demais…

- Mas eu não achei, não gostei da ideia de me vestires como uma vadia… Parece que não me aceitas como sou – Luna voltou a olhar para o professor enquanto Carol a olhava espantada.

Nenhuma das duas proferiu mais nenhuma palavra até ao final da aula.

(…)

Alguns dias depois Luna estava na biblioteca com o seu livro vermelho aberto enquanto escrevia para o seu amigo.

“Acho que já está na altura de nos encontrarmos não acha?”

“Sim, gostava muito de saber quem você é”

“Onde pudemos nos encontrar?”

“Que tal na sala precisa?”

“Amanha depois do banquete, pode ser?”

“Ok, até lá” Luna fechou o livro sorrindo. Ela ia finalmente conhecê-lo. Estava ansiosa e um pouco nervosa.

Saiu da biblioteca pulando com o livro de baixo do braço e nem reparou que Draco Malfoy acabara de entrar na biblioteca e reparara no livro dela.

“Não pode ser…” pensou Draco para si mesmo ao ver Luna com um livro igual ao seu “Não pode ser ela…”