Naquele dia Luna tinha Herbologia, que para sua tristeza, era com a Sonserina. Depois do café da manhã foi até às estufas, quando chegou lá sozinha, muitos dos alunos já se encontravam lá. Draco já estava lá e olhou-a quando ela chegou mas esta virou a cara.

A professora Sprout chegou e eles entraram na estufa.

A aula correu normalmente, a professora falava mas Luna não estava muito atenta. Olhava algumas vezes para Draco e quando os seus olhares cruzavam-se ela simplesmente virava a cara e fingia ouvir o que a professora dizia.

Quando finalmente a aula acabou, Luna foi a primeira a sair, ela só queria afastar-se dele, estava tão confusa e magoada. Pela primeira vez na sua vida foi para a aula de História da Magia animada. Lá não tinham sonserinos nem Draco Malfoy.

(…)

Draco desceu até às masmorras para a sua próxima aula. Quando chegou lá algo o surpreendeu. Blásio e Pansy beijavam-se loucamente. O garoto não conseguiu deixar de rir e estes afastaram-se encarando-o espantados.

- Draco, meu amor isto não é…

- Estou muito feliz que vocês estam juntos. Fazem um lindo par – o loiro disse sorrindo.

- Quem? EU E ELE? Nunca. Por favor Draco, eu tenho muito melhor gosto – ela revirou os olhos e foi ter com as suas amigas da Sonserina que tinham acabado de chegar às masmorras.

Blásio olhou para Draco um pouco magoado pelo que Pansy havia dito.

- Não ligues, ela não sabe o que diz… Mas se vocês se beijaram, é por alguma razão né?

- Sim, acho que sim. – concordou ele.

(…)

Alguns dias tinham-se passado, era fim de semana e Luna acordara cedo e agora estava deitada na relva fofa de braços abertos olhando para as nuvens e pensando.

- Luna, o que se passa contigo? Eu preciso de saber, estou a ficar preocupada – disse Carol aproximando-se da amiga.

- É uma longa historia – disse a loira ainda olhando para as nuvens.

- Eu tenho tempo – Caroline disse sentando-se ao lado dela.

- Aquela nuvem parece um coelho não parece? – Luna perguntou mudando de assunto e fazendo com que Caroline percebesse que a amiga não queria falar daquele assunto.

Nessa tarde, Luna estava no seu dormitório sozinha. Ela queria falar com alguém sobre aquilo. Mas não sabia quem. Quem era a pessoa em que ela confiava a 100% e que podia ouvi-la naqueles momentos? Claro, a sua mãe. Mas a sua mãe tinha morrido… Como ela tinha saudades dela… Ela era tão parecida com a sua mãe…

Então teve uma ideia, idiota, sem lógica e estúpida. Mas não era a primeira vez que ela fazia aquilo… Já antes quando sentia saudades da sua mãe ela o fazia. Já tinha lido em livros trouxas que eles faziam aquilo. Os trouxas eram umas criaturas interessantes com ideias estranhas.

Luna sentou-se em cima da sua cama, pegou um pergaminho e uma pena e começou a escrever.

“Querida mamãe, como tenho saudades de você. Hoje escrevo-lhe de novo mesmo sabendo que nunca irá receber esta carta. Tenho saudades…

Estou tão confusa… Mãe, tu sabes como os sonserinos adoram zuar comigo e sabes como isso me magoa… Mas agora é diferente. No inicio deste ano, encontrei um livro misterioso. Na verdade eram dois e duas pessoas diferentes possuíam o livro. Eu e mais um garoto. Quando escrevo no meu livro, as palavras aparecem escritas no livro do garoto. Começamos a falar assim e foi assim que nos tornamos amigos. Eu podia confiar nele embora não soubesse quem ele era.

À uns dias atras fui a uma festa, mas não estava a gostar e sai e foi até à beira do lago e fiquei lá a pensar. Draco Malfoy (um dos sonserinos que gozava de mim) aproximou-se, fiquei surpresa, mas começamos a conversa e foi tão bom e fácil conversar com ele, no final, não sei bem porquê, mas beijamo-nos. Foi o meu primeiro beijo e foi especial. Não sei porque aconteceu, mas eu gostei.

Agora descobri que o meu amigo secreto é afinal o Malfoy e acho que ele só fez isto tudo para zuar de mim, para continuar a me humilhar e sinto-me tão mal e confusa.

O que devo fazer? Tenho a cabeça a mil, tantos pensamentos… Tanta confusa…Não sei o que pensar. Será que ele me mentiu? Será que foi sincero? Não consigo encontrar uma resposta.

Queria tanto que estivesse aqui para me ajudar…

                                                                                                                                                             A tua filha L.L. “

Luna leu de novo a carta e dobrou-a. Agora só precisava de encontrar uma garrafa.

Minutos depois a loira estava junto do lago, colocou a carta dentro da garrafa, fechou-a. Suspirou alto e atirou a garrafa para o lago. Provavelmente nunca ninguém leria aquela carta e se lesse não saberia sobre quem era.

Luna ficou junto do lago a ver a lula gigante brincar e o sol a pôr-se ao longe. Depois viu que já era tarde e voltou para o castelo para jantar.

(…)

Dias tinham-se passado e Draco ainda continuava confuso. O que devia fazer? Falar com ela? Falar com alguém? Ele precisava de fazer algo.

Nessa tarde estava no salão comunal da Sonserina encarando o livro misterioso que tinha nas mãos.

Podia escrever-lhe, mas… e se ela não respondesse? E se ela o estivesse a odiar? Ele tinha de tentar…

“Olá Luna, precisamos de falar. Amanhã depois das aulas em frente ao lago? É importante.”

Luna não sabia como reagir ao ler aquelas palavras. Como ele tinha coragem de lhe escrever depois de tudo? Ele queria o quê? Voltar a zuar com ela ou fazê-la acreditar que ela estava a ser precipitada?

Naquela noite ficou andando no seu dormitório de um lado para o outro enquanto as suas colegas de quarto reclamavam para ela as deixar dormir.

Porque estava tão confusa? Ela odiava-o e pronto. Não havia mais nada em que pensar. Mas…e se ele tivesse mudado? E se ele não lhe tivesse mentido?

A sua cabeça doía de tanto pensar. Ela já nem conseguia dormir bem. Ela precisava de se encontrar com ele para ter a certeza. Para saber se ele lhe mentira ou não.

(…)

No dia seguinte depois das aulas, Luna caminhava até ao lago confusa e nervosa. Tinha medo do que esperar lá. A sua cabeça estava uma confusão, tantos sentimentos diferentes.

Quando chegou lá Draco já estava à sua espera e sorriu ao vê-la.

- Ainda bem que vieste…

- O que queres falar comigo? – perguntou a garota.

- Eu sei que estás confusa, eu também estou… Mas acredita em mim. Eu nunca te menti! Eu não quero zuar contigo, eu já não sou essa pessoa, eu mudei por tua causa.

- Porque eu havia de acreditar em ti?

- Porque é a verdade, tu sabes disso. Acredita em mim, tu não és como as outras… Eu não te peço muito. Só quero que sejamos amigos.

- Amigos? – perguntou chocada. Draco não tinha amigas. Tinha ficantes, ex-namoradas e amigos.

- Sim, eu realmente ficaria feliz de ser seu amigo. Nunca tive uma amiga antes, mas depois de falarmos através daquele livro percebi que ter amigos é bom.

- Eu não sei…

- Por favor. Eu não sou um bom amigo, mas eu realmente queria muito ser seu amigo. Eu confio em você e sei que com você posso ser eu mesmo.

- Eu vou tentar… - Luna disse esboçando um pequeno sorriso.

- É so isso que estou pedindo – Draco sorriu e Luna encarou-o chocada. Draco sorrindo? Merlin, isto é um milagre mesmo.