A Coroação Do Sapo escrita por Hibird, Ame No Wonderland


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Sinto que todas nós gostaríamos de ser o Lussúria.
E mais um casal aparece nesse capítulo (^-^)/



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– Uma princesa não pode tocar nesse chão plebeu com seus pés reais.

– Senpai, me põem no chão, isso é constrangedor.

– Não, Ushishishishi.

Fran estava sentado nos ombros de seu príncipe. Os dois estavam voltando para a mansão da Varia, e passavam por um belo e deserto parque para cortar caminho.

– Senpai, eu quero aquilo – o sapo apontou para um carrinho de sorvete.

– Hunm, ok.

Belphegor tirou do bolso uma barra de ouro de tamanho considerável, juntamente com algumas moedas de prata. Os olhos do menor se arregalaram.

– Vou levar tudo – colocou todo o ouro e a prata na mão do sorveteiro, pegou o carrinho de sorvete e foi embora.

– Fique com o troco – disse Fran após ver o cara tentar contar o dinheiro – Nee, senpai, eu só queria um.

– Tudo bem, 'shishi, agora você terá sorvete sempre que quiser.

"O que alguém faz vendendo sorvete num parque deserto a essa hora da noite?" pensou o kouhai.

Os dois se sentaram em um banco para apreciar seu doce. À sua frente, um enorme lago cristalino se estendia até onde sua vista alcançava, refletindo o céu estrelado com a água que ondulava leve e docilmente com os poucos movimentos dos animais que ali estavam.

Os dois se supreenderam ao ouvir um gemido sufocado vindo da direção do lago e resolveram inspecionar, levantando-se do banco e caminhando de encontro ao lugar de onde viera o som.

Bel puxou Fran para trás de uma árvore e pediu que fizesse silêncio ao ver o que estava acontecendo. Ficaram em choque ao ver o Décimo Cavallone que tinha seus lábios contra o pálido pescoço do Décimo Guardião Vongola da Nuvem, que corava levemente.

Ao ver tal cena, ambos pensaram o mesmo: "Estupro" e Fran começou a discar um-nove-zero, porém, Bel o interrompeu ao notar que as mãos do Líder do Comitê de Disciplina puxavam o italiano para mais perto.

– Nee, Kyouya... – Dino sussurrou no ouvido do menor, porém, como o parque estava em silêncio o som chegou aos ouvidos dos dois assassinos – quer voltar para o templo?

Nisso o sapinho ia pegar de novo o telefone para discar para a polícia, mas o príncipe o impediu novamente.

As bochechas de Hibari adiquiriram um corado ainda mais óbvio e intenso e ele murmurou:

– Cale a boca, herbívoro!

– A gente pode fazer aqui mesmo se você preferir – brincou Cavallone, sorrindo de um jeito malicioso que não combinava com ele.

O Guardião da Nuvem acertou uma tonfada na barriga do loiro, que caiu sentado com um gemido.

– Ah, Kyouya – Dino sorriu gentilmente. Esse sim era o tipo de expressão que combinava com sua personalidade – mesmo depois de tantos anos você ainda não perdeu sua vergonha. – puxou o menor para baixo, fazendo-o cair em seu colo, e passou os braços por sua cintura, trazendo-o para perto. Cavallone levantou sua cabeça levando seus lábios até a testa de Kyouya, onde depositou-lhe um beijo carinhoso. Hibari corou ao extremo, abaixou a cabeça e murmurou algo sobre Haneuma ser um herbívoro inútil, afundando seu rosto no peito do amado e sentindo o coração disparado do mesmo.

– Alguém vai ver a gente, poney – murmurou, sua voz abafada pelo peito do loiro.

– Não se preocupe, Kyouya, ninguém vem aqui a essa hora da noite, apenas o sorveteiro pedófilo que coloca boa-noite-cinderela no sorvete das crianças.

Belphegor arrancou o sorvete da boca de seu kouhai e o chutou para longe, juntamente com o carrinho, que por alguma obra de satã, foi cair próximo aos pés de Dino.

Hibari empurrou seu amante e a vermelhidão em suas bochechas se intensificou, se é que isso ainda era possível, e levantou-se de um salto.

– Haneuma! Vou te morder até a morte! Eu falei que alguém iria nos ver! – e correu puxando o Cavallone, que aparentava estar realmente apavorado, pelo braço.

O príncipe e o sapo ficaram congelados no mesmo lugar durante um bom tempo, processando todas as informações até entenderem o que havia acontecido. Bel sentiu Fran puxar a manga de sua blusa levemente, porém com toda a força que ainda lhe restava.

– Bel-senpai, eu estou... meio... tonto... – e caiu nos braços de Belphegor, inconsiente.

– Eh? Froggy! – Belphegor deitou seu sapinho na grama macia, levemente preocupado. "Deve ser a droga do sorvete" pensou.

– Froggyyyy? – cutucou a pálida bochecha do kouhai, que permaneceu desacordado.

– Froggyyyy?!!! – repetiu, um pouco menos calmo, puxando a pálpebra do sapo revelando seus olhos esverdeados, porém não obteve resposta.

Belphegor sentou-se ao lado do corpo inerte de Fran, sentindo-se pateticamente derrotado.

– Fran...

– – –

Quando despertou, Fran sentiu um peso contra seu peito. Levantou sua cabeça, ainda tonto, tentando perceber onde estava e lembrar o que havia acontecido. Seu corpo estava parcialmente coberto por um casaco do uniforme da Varia. O mesmo modelo que o sapinho possuía, porém duas vezes maior. Em cima do espesso cobertor improvisado, dormia uma fuinha branca cujos olhos eram cobertos por seu pêlo comprido como se fosse uma longa franja.

– Bel-senpai? – virou sua cabeça, procurando o maior, sendo cauteloso para não acordar o animalzinho, mas não obteve resposta.

Ainda não havia amanheçido. Fran ainda estava no parque, no mesmo lugar onde desmaiara na noite anterior. Agora, com a mente mais clara, ele se lembrava como viera parar ali.

– Bel-senpai? – repetiu, levantando-se um pouco mais, cuidadosamente. Porém seus esforços foram inúteis, e a Visone Tempesta de seu senpai acordou um pouco assustada com o movimento brusco do sapo.

– Ushishishishi – o loiro apareceu de algum lugar que o kouhai não reparou, fechando a braquilha de sua calça – minha maravilhosa presença é mesmo tão requsitada pelo meu sapinho de estimação? Bom saber...

Fran revirou os olhos e Belphegor riu novamente, sentando-se na grama ao lado dele, que sem se importar mais com a fuinha, deitou sua cabeça no colo do loiro.

– Kawaii kouhai – Bel cantarolava enquanto brincava com a franja bagunçada do menor – meu kouhai é tão kawaii...

O garoto de cabelo verde encarou o assassino de baixo, sua posição permitindo-lhe ver algo que com certeza nenhuma outra criatura viva na face da Terra teria a honra de ver: seus olhos vermelho-cor-de-sangue e brilhantes como prata.

– É a primeira vez que vejo seus olhos, senpai – ele apreciou a visão com gosto.

Bel inclinou sua cabeça e puxou Fran pela gola felpuda do casaco para que seus lábios de encontrassem. A boca de Fran estava quente e seca, e o príncipe se perguntou se teria uma febre. No mesmo momento, sentiu-se um idiota por tê-lo deixado dormir ao relento, de madrugada, naquele parque frio. Deveria tê-lo levado de volta para a mansão da Varia onde poderia passar a noite numa cama quentinha e confortável.

Fran se afastou e se endireitou, derrubando a fuinha que guinchou indignada, e sentou-se na frente de Belphegor. O kouhai entrelaçou seus dedos atrás da cabeça do maior e o puxou para outro beijo. Belphegor colocou suas mãos no quadril do outro.

O beijo era mais intenso dessa vez, também mais rápido, ambos pareciam estar saciando sua fome um pelo outro. Somente partiram o contato quando já não havia mais ar em seus pulmões, ambos ofegantes e Fran com as bochechas coradas, algo que Bel achava adorável.

Ambos ouviram um barulho suspeito e se viraram para ver o que era. Deram de cara com um sorveteiro à espreita, atrás de uma árvore, assistindo à cena com o rosto levemente vermelho e uma câmera em mãos. Um curioso interesse estava óbvio em sua expressão.

– Boa-noite, senhor. – Fran cumprimentou com sua voz monótona.

Bel acertou uma faca exatamente no meio da lente da câmera, quebrando-a e arrancando uma exclamação surpresa do homem.

– Você estava assistindo?! – vociferou o loiro – Vai embora seu filho da puta.

– Não se incomodem comigo – uma voz conheçida saiu do sorveteiro – continuem.

– Seus olhos são muito bonitos, ero-sorveteiro-san. Acho que nunca vi ninguém com olhos cor-de-rosa na vida. – o sapinho observou.

– Oh, que graça! Hohoho, obrigado, Fran-chan!

– Como você sabe meu nome? – o kouhai piscou.

Como um cão de guarda, Belphegor avançou no sorveteiro com um rosnado, pressionando imediatamente uma faca contra a garganta do pobre stalker.

– Como você sabe o nome do meu Fran?! – sussurrou ameaçadoramente.

– A-acalme-se, Bel-chan...

– COMO VOCÊ SABE MEU NOME?!

O príncipe o empurrou, fazendo seu boné de vendedor de sorvete cair na grama, revelando assim, uma fabulosa crista de cabelo vermelho, com um tufo de cabelos verdes recém-cortados ao lado, cobrindo parcialmente a testa ossuda do homem.

– Ai, não grite na minha orelha, diva!

– Konibawa, Luss-senpai – o menor o cumprimentou.

Bel soltou sua "mãe" e olhou para suas próprias mãos, horrorizado.

– Eu... toquei no... Lussúria... Eu vou adiquirir a doença rosa!

– Mas Bel-chan, você já a tem... – o mais velho observou timidamente.

– Mas aliás, o que você esta fazendo aqui vestido de sorveteiro, seu puto?! – perguntou o príncipe.

– O Marmon-chan me vendeu esse carrinho de sorvete há muito tempo, eu tenho usado ele aqui nesse parque durante a noite para pegar criançinhas desavisadas e...

– Cale-se, não quero saber o que você faz com elas depois. Mas me diga, você realmente coloca dorgas nesses sorvetes?

– Não se preocupe, o efeito passa sem deixar nenhum dano. Fran-chan ficará bem.

– Ah, por falar nisso, devolva meu dinheiro – disse Bel.

– Nee, Luss-senpai – Fran prosseguiu – você vem aqui molestar o Décimo Poney e o Vongola da Nuvem por acaso?

– Oh – o olhar de Lussúria tornou-se sonhador enquanto suas bochechas coravam – aqueles dois são o casal mais maravilhoso que já vi na vida! De vez em quanto eu pago para o Marmon-chan me esconder com suas ilusões, assim eu posso assistir mais de perto... eles são maravilhosos!

– Pensei que seu OTP eram o chefe e o tubarão idiota – Bel parecia ter esquecido seu dinheiro, para a sorte do Assassino do Sol.

– Ah, Bel-chan, você não entenderia os sentimentos de uma fangirl.

– Algo me diz que eu não quero entender...

Lussúria continuou a falar desenfreadamente sobre seu belo D18, apesar de estar falando sozinho, pois Belphgor estava concentrado demais no seu sapinho e vice-versa para que estes o dessem alguma atenção. Sem dizer uma palavra, o loiro pegou Fran pela mão, puxando-o para longe do pseudo-sorveteiro, até uma das ruas desertas de Namimori. Arrombou a garagem de uma casa próxima, que parecia estar vazia, derrubando o portão em busca de um meio de transporte para voltarem à mansão. Encontraram apenas uma moto encostada na parede e o resto do aposento vazio.

"Isso vai servir" pensou Bel, pegando a moto e a posicionando pronta para deixar a garagem. Ordenou que Fran se sentasse na garupa. Este o obedeceu.

Belphegor notou o tremor que percorreu de repente o corpo de seu kouhai e tirou seu casaco, colocando nos ombros do menor. O sapo o puxou para mais perto, afundando seu nariz na roupa e inspirando o cheiro de seu senpai.

– Senpai, você cheira tão bem – murmurou, a voz abafada pelo casaco.

– Claro, é por que eu sou um príncipe – esclareceu Bel com um sorriso, colocando o capacete. Ofereceu um ao menor também, que o ficou segurando, encarando o maior.

– Bel-senpai, vire-se.

"WTF" pensou o príncipe "ele está com vergonha de tirar o chapéu na minha frente?" e apesar de não entender muito bem o porquê, se virou de volta e pôs-se a encarar o painel da moto.

Fran tirou seu chapéu e enfiou o capacete na maior velocidade que conseguiu, assegurando-se de que seu senpai não estava olhando.

– Pronto.

Belphegor encarou o sapo.

– O que exatamente você esconde nesse chapéu?

– Se eu fosse te contar não estaria escondendo – respondeu Fran, indiferente, abraçando a cintura de seu senpai para não cair da moto. Bel deu a partida.


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Notas finais do capítulo

Quanto aos olhos do Bel, nos baseamos nesse fanart:
http://3.bp.blogspot.com/-MROn36rF2eQ/ULo0oGhn7yI/AAAAAAAABgM/Qv9o292Iloo/s1600/B26.jpg
E se interessar a alguém os olhos do Lussúria seriam da cor dos do Tadase (Shugo Chara!)
Bom, espero que tenham gostado do capítulo ^^