O Verdadeiro Poder escrita por FP And 2


Capítulo 26
Preparativos


Notas iniciais do capítulo

Esse cap eu dedico a todos os que pediram mais NaruHina e especialmente para Lyncis Hyuuga!!!
Como pode ver, aproveitei sua ideia, flor... não exatamente como vc propôs, mas deu um bom gancho para esquentar as coisas!
*
Enjoy!!!



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Naquela manhã as mesmas pessoas anteriormente convocadas por Naruto para resolver o problema de como desfazer o selo dos Hyuuga estavam novamente reunidas na biblioteca da casa do loiro e o velho Uzumaki Kenichi tinha a palavra:

— Como você pediu, todos nós analisamos os pergaminhos que continham os detalhes do selo e depois procuramos similaridades dentre os vários documentos que vocês trouxeram de Uzuchio, e alguma coisa me pareceu familiar, mas na hora não consegui me lembrar o que era. — O Uzumaki tinha um velho livro manuscrito nas mãos. — Está tudo aqui, eu o encontrei quando voltei para casa. Me parece que é um caminho.

Naruto pegou o livro que lhe foi entregue, e enquanto lia trechos da pesquisa de Kenichi, algumas coisas lhe pareceram familiares, mas não conseguia entender o que era. O manuscrito era sobre um Doujutsu incomum e quase desconhecido, que inclusive acreditava-se extinto, chamado Akagan, onde os olhos do usuário ficavam completamente vermelhos e brilhantes quando ativo. Dizia que o clã que possuía esse poder fora dizimado muito tempo antes da Primeira Grande Guerra Shinobi, o clã Fusagu. A descrição de seus poderes incluía, além da criação de ilusões, o poder de enlouquecer diretamente um oponente, tanto temporária como irreversivelmente, mas o mais chocante era a habilidade de confundir e anular completamente tanto o Byakugan quanto o Sharingan.

— Ojii-chan, isso tudo é verdade? — Naruto perguntou com o cenho franzido, enquanto passava mais algumas páginas lendo outros detalhes sobre o Akagan.

— Cada palavra. — O velho respondeu com um sorriso saudoso. — Esse Doujutsu era conhecido meramente como uma lenda, tanto quanto o Rinnegan, e nem mesmo eu acreditaria em sua existência se não tivesse conhecido um usuário... provavelmente o último! E graças a vocês, devo dizer...

— Nani? Existe alguém que possui esse Akagan? — Naruto passou o manuscrito para Neji, que começava a se remexer impaciente. — E como assim graças a nós? E ‘nós’ quem, exatamente?

O velho ficou um pouco em silêncio antes de responder, imaginando que o melhor era contar tudo, apesar de ter prometido sigilo, mas quando abriu a boca para responder, foi interrompido por Neji:

— Naruto! — O Hyuuga encarava o loiro com os olhos levemente arregalados. — Aquele garotinho que ajudava o tal de Raiga*...

Com essas palavras, Neji conseguiu ativar uma memória quase esquecida por Naruto, após tantos anos. Obviamente o Hyuuga se lembraria muito bem do episódio, tendo sido o principal afetado por aquele poder tão incomum.

— Ranmaru... — Murmurou, com a mente invadida por várias imagens, que agora se encaixavam perfeitamente nas descrições que lera no manuscrito. Olhos vermelhos brilhantes, a habilidade de criar situações em que a tensão realmente levava quem a sentisse à loucura, e principalmente, ter conseguido enganar completamente o Byakugan de Neji durante a missão, criando a ilusão de circulação de chakra em objetos inanimados e escondendo completamente os inimigos reais. — Então aquele é o Akagan?

— Do que estão falando, Naruto? — Sasuke perguntou curioso.

— Foi uma missão que tivemos. — O loiro esclareceu com a voz ausente, pois seus pensamentos anda se encontravam em Ranmaru. — Não muito tempo depois que você saiu da vila.

— É incrível como você sempre esteve nas missões mais perigosas, mesmo quando deveria ficar na segurança de Konoha, como era o caso contra a Akatsuki. — O moreno comentou preocupado.

— Aa... eu sempre ia na esperança de encontrar algum indício de seu paradeiro. — Naruto disse, ainda pensando sobre como esse novo Doujutsu poderia ajudar a resolver o problema atual. — Nem a Tsunade baa-chan conseguia me impedir. Daquela vez havia a suspeita que o líder daquela família era um dos espadachins da névoa, e talvez ele soubesse como encontrar Kisame, parceiro do Itachi.

Ele estava tão imerso em seus pensamentos, que não notou que o silêncio se estendeu mais do que o normal. Quando finalmente percebeu, viu que os presentes alternavam seus olhares entre ele e Sasuke, o que o fez voltar seu olhar para o moreno, que parecia muito irritado pelo que ele havia dito.

— Omae*... SEU MALUCO INCONSEQUENTE! VOCÊ SE COLOCAVA EM PERIGO DAQUELE JEITO, INCLUSIVE INDO ATRÁS DA AKATSUKI, SÓ PARA ME ENCONTRAR?

— Er... você ainda não sabia disso, Sasuke-san? — Hinata o olhou timidamente.

— Acho que eu não havia mencionado isso para ele ainda... — Naruto respondeu no lugar do Uchiha, coçando a cabeça e sorrindo sem-graça. Não imaginava que Sasuke fosse reagir daquela maneira. — Mesmo por que, isso já é passado, da yo ne? Em todo caso, você também tentou me matar algumas vezes, então não é como se eu não corresse perigo de qualquer jeito...

Sasuke não respondeu diretamente, mas começou a resmungar palavras quase ininteligíveis com o semblante ainda irritado. Tenten, que se sentava entre ele e Neji, ouviu as palavras ‘dobe’, ‘usuratonkachi’ e ‘perder outro irmão’. Sem maiores explicações, entendeu o motivo pelo qual Naruto sempre perseguiu Sasuke obsessivamente. Eles realmente se consideravam irmãos. A morena deu um sorriso discreto e fitou Sasuke, percebendo que além da irritação, seus olhos demonstravam arrependimento e remorso.

— Anou, vamos parar com essa conversa que não tem mais sentido e voltar ao que interessa. — Neji ainda tinha o manuscrito aberto à sua frente e o empurrou para Sasuke. — Veja isso, Uchiha, acho que pode interessar a você também.

Sem entender o motivo, o moreno começou a ler a descrição dos poderes do Akagan e ficou perplexo.

— Ele pode anular os poderes do Byakugan e do... Sharingan?

— É o que parece. — Respondeu Kenichi. — Obviamente não há noticias sobre seus resultados contra o Sharingan, mas Ranmaru acredita que possa ter o mesmo sucesso que obteve com seu amigo aqui — disse apontando para Neji — contra sua Kekkei Genkai.

— Hum... interessante. Mas por que acha que isso pode nos ajudar com o selo Hyuuga?

— Página vinte e sete. — Disse o velho simplesmente, com um sorriso satisfeito.

Sasuke abriu o manuscrito na página indicada e começou a ler em voz alta:

— “Quando ainda era poderoso, o clã Fusagu solicitou a ajuda de Uzuchiogakure no Sato para desenvolver um selo que protegesse seu Kekkei Genkai de clãs rivais, dentre eles os mais poderosos, que temiam os efeitos do Akagan, pertencentes a Konohagakure no Sato. Sempre que podiam, os clãs Uchiha e Hyuuga, atacavam e matavam os portadores do Akagan, pois estes conseguiam anular seus Doujutsus de forma quase total, sendo sempre solicitados em missões onde teriam que enfrentá-los. Na mesma época, os Hyuuga também solicitaram um selo, mas com objetivos diversos do clã rival. Os Fusagu queriam que de alguma forma seu Doujutsu não fosse identificável quando ativo, podendo assim usá-lo sem chamar a atenção dos shinobis que os enfrentassem, o que os tornaria uma ameaça ainda maior aos outros clãs. Há indícios de que o selo foi concluído com êxito, assim como o selo Hyuuga. Não é absolutamente certo, pois são informações confidenciais de Uzuchiogakure, porém acredita-se que ambos os selos, Hyuuga e Fusagu, foram baseados nos poderes um do outro para serem concluídos.” — Sasuke terminou a leitura e encarou Naruto, que estava pensativo, com o rosto apoiado em ambas as mãos. — Isso não me surpreende, afinal esse tipo de rivalidade é comum no mundo shinobi. Acredita que aquelas caixas podem nos ajudar?

— Aa. Esse símbolo — o loiro apontou para um desenho rústico na capa do manuscrito — não me é estranho. Acredito que o tenha visto em alguma daquelas caixas. Talvez seja a informação que nos falta. — Virou-se então para Kenichi. — Ojii-chan, como conseguiu todas essas informações?

— Eu sou velho, garoto. — Abriu um sorriso sincero. — Consegui diretamente na fonte, quando ainda vivia em Uzuchio. Eu não sou um shinobi, portanto não tinha autorização para acessar certas informações, mas tinha um amigo que trabalhava na divisão de selamento da ANBU. Nem mesmo ele tinha certeza de tudo isso, pois eram histórias bem antigas, mas o que sabia ou ouvia falar, compartilhava comigo. Para falar a verdade, foram algumas das histórias que ele contava que fizeram com que me interessasse por Doujutsus e começasse a estudá-los. Esse assunto me fascinou, e me deu vontade de saber mais sobre os Kekkei Genkai de Konoha, mais especificamente sobre os que se manifestavam como jutsus oculares. Eu tenho outro livro, onde exponho algumas teorias sobre o motivo de Konoha ser o lugar onde esses Kekkei Genkai’s oculares tão poderosos são...

— Un. Muito interessante tudo isso, mas vamos nos ater ao que importa. — Sasuke o interrompeu. — Vou pegar a caixa.

O moreno se dirigiu para uma das prateleiras e puxou um pergaminho de tamanho médio, onde estavam seladas as caixas com os símbolos de clãs diversos, que encontraram na sala secreta em Uzuchio. Estendeu-o no chão e olhou para os diversos kanjis expostos, circulados pelas fórmulas de selamento. Encontrou o que procurava, o kanji 塞ぐ. Na época não sabiam que se tratava do nome de um clã, imaginando que era apenas um tipo de Fuuinjutsu especial de bloqueio ou algo do tipo*. Mordeu a ponta de seu polegar e passou o sangue no símbolo, o que fez com que a caixa aparecesse sobre ele. Pegou-a e, depois de fechar o pergaminho e devolvê-lo ao seu lugar, levou-a para a mesa para que pudessem examinar seu conteúdo.

Ao ver a caixa, os olhos de Kenichi brilharam. Finalmente poderia descobrir mais sobre aquele clã e seu Doujutsu tão misterioso.

Naruto abriu a caixa e retirou dele quatro pergaminhos. O primeiro, percebeu se tratar dos detalhes sobre o Akagan, como funcionava e de que maneira se manifestava em usuários diversos. Dois dos outros três continham explicações sobre o selo criado, fórmulas e principalmente o tipo de Fuuinjutsu, que era baseado também em Genjutsu, já que o objetivo era enganar quem o visse ativo, tendo a ilusão de que eram olhos normais. No quarto teve a informação que seria mais útil em seus objetivos, mas não diretamente, já que o Byakugan não era mencionado, porém algumas frases chamaram sua atenção, pois as havia encontrado também nos pergaminhos Hyuuga, sem que fizessem muito sentido.

— Yosh’! Parece que encontramos, mas ainda faltam algumas informações... — Naruto estava mais animado, o que fez a esperança ficar ainda mais forte nos dois Hyuuga ali presentes. — Teremos que procurar algumas respostas nos pergaminhos que trouxemos de Uzuchio, pois a prioridade nesse caso não é apenas desfazer o selo, mas também tornar o processo seguro. — Viu a expressão fechada de Neji e se apressou a completar: — Gomen, Neji, mas não quero correr o risco de matar ninguém enquanto estiver desfazendo o selo, e tenho certeza que você também não vai querer colocar crianças ou idosos de seu clã em risco apenas para acelerarmos o processo!

— Hai, você está certo. — O Hyuuga comentou, abaixando a cabeça. — Não quero que ninguém do clã corra riscos desnecessários, por isso mesmo faço questão de ser o primeiro, para que você possa se certificar de que nada dará errado.

— Eu sabia que diria isso. — Comentou o loiro desanimado. — Não gostaria de colocá-lo em risco, mas imagino que alguém tenha que ser o primeiro. Anou, temos muito trabalho pela frente, vou explicar o que precisamos encontrar.

Sob os olhares atentos de todos, Naruto explicou o que teriam que procurar nos pergaminhos. Depois da informação trazida pelo velho Kenichi, ficara muito mais confiante de conseguir realizar a anulação do selo Hyuuga, mas seu medo era que houvesse alguma sequela devido a isso, por esse motivo teriam que encontrar todos os detalhes possíveis sobre anulação de qualquer tipo de selamento, mas principalmente dos feitos em pessoas. Qualquer detalhe que pudesse evitar dor ou sofrimentos desnecessários deveriam ser anotadas e repassadas a ele e Sasuke. Depois disso, todos colocaram mãos a obra. Pararam apenas para comer e depois voltaram ao trabalho.

Os dias se passaram sem grandes novidades para o grupo, e mesmo seus amigos, que continuavam frequentando a casa como se fosse a deles próprios, quase não os viam mais. Estavam tão concentrados naquilo, que o cansaço mental, que poucas vezes fora um problema para o loiro, começou a se manifestar até mesmo nele. Em parte, agradecia por isso, pois Hinata continuava dormindo com ele todas as noites, mas a exaustão o impedia de ter ideias menos corretas com relação à namorada, apesar de tudo.

Os livros que Sasuke e ele pegaram no apartamento de Kakashi não foram esquecidos, o que causava tanto no loiro como no moreno, o que os outros começaram a chamar de “tensão por excesso de estudos”, o que não podiam negar sem que se entregassem. A verdade era que sempre que se fechavam na biblioteca para estudar os pergaminhos do selo, deixavam um clone em seus próprios quartos, aproveitando os “ensinamentos” deixados por Jiraya em seus livros.

Exatamente uma semana depois daquela segunda manhã na biblioteca, Naruto estava terminando de tomar seu café-da-manhã, surpreendentemente sozinho, quando sobressaltou-se ao ver o clone, que deixara discretamente em uma das entradas da vila, entrar esbaforido na casa. Imediatamente liberou o clone, se levantou e correu porta afora, subindo as escadas de dois em dois degraus e derrapando quando virou a curva do corredor.

— Sasuke! — Abriu sem qualquer cerimônia a porta do quarto do moreno. — Ele voltou!

— Nani? — Sasuke sentou-se no futon, assustado pela entrada súbita do outro, com os olhos maiores que a cara e os cabelos despontando para todos os lados. — Do que está falando, usuratonkachi?

— Kakashi-sensei! Ele voltou da missão!

Entendendo imediatamente que teriam um dia cheio pela frente, Sasuke pulou do futon e se dirigiu ao banheiro enquanto dizia:

— Faça um clone para avisar a Ino, e também cancelar a reunião de hoje, teremos que nos concentrar em atrasar Kakashi!

— Hai! — Naruto fez o clone já saindo do quarto, e sua réplica correu em direção à saída da casa, enquanto o original se dirigia ao próprio quarto, pensando em que desculpa inventaria para cancelar a reunião. Adentou o quarto e encontrou Hinata já acordada e pronta para descer, mas ela tinha algo nas mãos, que fez o sangue do loiro gelar.

— Ohayo, Naruto-kun. Acordou cedo.

— Hi-Hinata-chan! O que e-está fazendo com esse livro? — Perguntou, porém xingava-se mentalmente por tê-lo esquecido embaixo do futon na noite anterior. Sempre o escondia bem, para que a morena não o encontrasse, mas dessa vez vacilou feio.

— Naruto-kun?

— Hai?

Ela não respondeu, apenas fez um sinal para que o namorado se sentasse ao seu lado no futon, o que o deixou um pouco perplexo, mas fez o que a garota pediu. Assim que se sentou, ela segurou suas mãos e o olhou nos olhos, com uma expressão que ele não reconheceu.

— Você está bastante estressado nos últimos dias, da yo ne?

— Ahn... um pouco, mas por que você...

— Eu nunca te vi lendo um desses livros de Jiraya. — Ela explicou calmamente. — Está visível para todos que os conhecem que tanto você quanto Sasuke-san estão muito preocupados ultimamente. — Ela respirou fundo e desviou o olhar um pouco corada. — Naruto-kun, me responda uma pergunta, sinceramente?

— Claro, Hinata... — Ele ficou preocupado pelo fato da garota ter desviado o olhar, mas decidiu que responderia com toda a sinceridade qualquer que fosse a pergunta.

— Não é apenas o selo que tem te deixado tenso...

— Essa não é exatamente uma pergunta...

— Hai. — Ela deu um sorriso doce e voltou a encará-lo, ainda mais corada. — É por minha causa? Pelo fato de dormir com você aqui todas as noites?

Certo, essa certamente não era a pergunta que ele mais queria responder no momento.

— Ehhh...

— Onegai, Naruto-kun.

— Hai... — Foi mais um sopro que uma palavra. Ele baixou a cabeça e preferiu não encará-la. Obviamente o fato de ter evitado ao máximo tocá-la nos últimos dias e mais a descoberta do livro Icha-Icha o haviam entregado completamente, e agora tinha certeza de que ela não dividiria mais a cama com ele. Era uma sensação estranha, uma mescla de alívio e desespero: alívio por não passar mais pela tortura de dormir todos os dias ao lado de Hinata sem tocá-la mais intimamente, e desespero, pois acordar ao lado da garota era como um sonho realizado. Nunca esteve tão feliz como nos últimos dias.

Porém, como sempre, Hinata o surpreendeu. Ela levou as duas mãos aos seus ombros e o empurrou em um movimento súbito que o fez deitar no futon, subindo logo em seguida em seu colo, com cada perna em um lado de seu corpo. A última coisa que ele precisava era mais incentivo para ficar louco, e aquele ataque inesperado não o estava ajudando em nada.

— Hinata-chan...! — Sua voz saiu como um gemido estrangulado de protesto.

Ela aproximou o rosto do dele, mas não o beijou. Desviou a face e levou seus lábios para junto do ouvido de Naruto.

— Não pense que é só você que fica nessa situação, Naruto-kun. — Usando uma voz extremamente sensual, que o estava levando ao delírio, ela se mexeu em seu colo, encaixando melhor os corpos. — Dormir ao seu lado todas as noites... sentir o calor de seu corpo... seu cheiro... — Uma das mãos de Hinata estava entrelaçada com os cabelos de sua nuca, causando arrepios, enquanto a outra deslizou suavemente por seu tórax e adentrou timidamente, mas sem hesitar, por baixo de sua blusa. — E não tocá-lo desse jeito, nem ser tocada... — suas unhas arranharam suavemente a barriga do loiro, fazendo-o soltar um gemido baixo e desesperado. — Ouvir sua voz me chamando dessa mesma forma, quando sonha comigo... Não quero mais que se segure!

— Hi-hinata! — Com os pensamentos totalmente confusos e o corpo em estado de excitação extrema, Naruto não conseguiu raciocinar muito bem e apenas agiu. Com um movimento rápido, as mãos que estavam agarrando os lençóis como se fossem tábuas de salvação, seguraram a cintura da morena e a viraram na cama, fazendo com que a garota ficasse sob seu corpo. Suas bocas se juntaram em um beijo que expressava todo o desejo que seguravam nos últimos dias, e as mãos de Naruto passeavam pelas curvas do belo corpo de Hinata com uma intensidade inédita, apertando e massageando todos os recantos para ele tão tentadores.

Os dedos trêmulos do loiro tocavam a pele cálida por baixo da blusa de maneira lasciva, e foram subindo em direção aos seios que subiam e desciam pela respiração descompassada. Quando os tocou, sentiu como se houvesse alcançado o paraíso e teve vontade de fazer mais. Já se preparava para tirar o tecido fino da blusa que o atrapalhava, quando a porta do quarto foi aberta bruscamente.

— Naruto, vamos log... — Sasuke parou bruscamente ao ver a cena que se desenrolava e, em uma das raras vezes que isso aconteceu em sua vida, ficou sem palavras.

Os três simplesmente paralisaram, se encarando, e assim foi durante alguns segundos, até o loiro perceber para onde se dirigia o olhar do amigo: o volume sob a blusa de Hinata onde claramente encontrava-se sua mão. Como se tomasse um choque, ele afastou a mão e puxou o edredom que se encontrava na cama, envolvendo totalmente o corpo da garota.

— E-eu já vou! — Dirigiu-se ao Uchiha, mas sua voz estava mais rouca que o normal, falha e quase irreconhecível. — Me espera lá fora!

Sem dizer nada, Sasuke virou as costas e saiu, fechando a porta com um baque surdo. Naruto ainda se encontrava em choque, por ter sido flagrado em uma situação tão íntima.

“Como vou encarar a Hinata-chan agora? Ela é tão tímida...” — Perguntava-se ainda sem se mover.

— Naruto-kun? — A voz soou abafada, pois ela ainda se encontrava envolta pelo edredom, que era segurado por Naruto. — Está quente aqui...

— Gomen! — Ele exclamou, puxando o edredom e se sentando no mesmo movimento. Ele não conseguia encará-la, então virou-se de costas e segurou o travesseiro, que havia caído no chão com toda aquela movimentação, em frente a uma parte de seu corpo que encontrava-se em estado crítico.

— Não precisa se preocupar. — Percebendo o quão constrangido o namorado estava por ser flagrado, Hinata resolveu engolir a própria vergonha. — Não foi tão ruim quanto pegar Neji nii-san e Tenten-san aquele dia na festa. Poderia ser pior.

Ao ouvir a voz baixa e contida, tão diferente daquela que o havia seduzido tão fácil há alguns minutos, Naruto virou-se devagar e encarou os belos olhos da garota que amava. Ela estava corada, um pouco por vergonha, mas percebia claramente que aquele tom combinava perfeitamente com os lábios inchados e avermelhados pelos beijos intensos trocados. Os cabelos, totalmente desalinhados, lhe davam um ar sensual, que o envolvia de uma maneira que ninguém mais conseguia. Levantou uma mão devagar e passou os dedos entre os fios escuros sobre a testa de Hinata, num carinho inocente e que demonstrava toda a fascinação que sentia por ela.

— Você é única, Hinata-chan. — Ele deu um leve sorriso, que foi correspondido pela Hyuuga. — Como consegue mudar tanto em questão de minutos? Parece que existem várias mulheres em uma. É impossível não amar alguém assim.

— Só você conhece alguns desses meus lados. — Ela baixou os olhos, mas quando os ergueu, novamente aquela expressão que ele não reconheceu antes, mas agora percebeu facilmente do que se tratava, pois era um espelho de suas próprias emoções: luxúria. — E eu quero que conheça todos eles.

— Você... tem certeza, Hinata? — Ele virou o corpo totalmente em sua direção e segurou as mãos da namorada. — Não é cedo demais?

— Eu esperei por você quase minha vida toda. — Ela esclareceu com um sorriso. — Não é cedo demais. — Encostou seu rosto no dele e deu um beijo singelo em seu rosto. — Mas o Sasuke-san está te esperando, não é uma boa hora.

— Hai... — Ele fechou os olhos sem a menor vontade de se mexer. — Acho que preciso mesmo ir.

— Tire o dia para descansar hoje. Vocês dois estão mesmo precisando, aliás todos nós estamos. Quando Neji nii-san chegar eu direi a ele. — Ela deu um pequeno sorriso e completou em um sussurro: — Quero que esteja totalmente recuperado dessa tensão hoje à noite.

Sem conseguir responder, ele apenas fechou os olhos e engoliu em seco. Não podia negar que era o que mais queria, mas também o deixava totalmente nervoso. Varios “e se” passavam-se por sua cabeça:

“E se eu não fizer direito? E se a machucar? E se não conseguir satisfazê-la? E se...?”

— Naruto-kun? — Hinata chamou, com a cabeça encostada em seu ombro.

— Un?

— Está nervoso?

— Hai.

— Não fique. Pelo que pude perceber, você se sairá muito bem.


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Notas finais do capítulo

* Aventura de Naruto Clássico, episódios de 152 a 157.
* O verbo fusagu, em japonês, como se apresenta no kanji, significa literalmente fechar, bloquear, trancar.
* Omae = você (um pouco ofensivo, ou usado entre pessoas mais íntimas)