O Verdadeiro Poder escrita por FP And 2


Capítulo 23
O Pergaminho Perdido


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus queridos leitores!!!
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Segue mais uma cap... estamos na reta final.
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Boa leitura!!!



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Depois de contar como aconteceu sua expedição a Uzuchio, talvez não com tantos detalhes, Naruto entregou a caixa que encontrara lá – havia mandado um Bushin para buscá-la enquanto falava – a Hiashi.

A expressão de Neji era de revolta, assim como a de Hinata, mas a da garota estava banhada em tristeza enquanto olhava o primo. O líder Hyuuga mantinha uma expressão sem vida, olhando fixamente para a caixa. Parecia paralisado. Naruto não sabia como agir ou o que dizer, pois tinha certeza que o que encontrara foi, de certa maneira, um choque para as três pessoas à sua frente.

— Otou-san? — Hinata chamou com a voz doce.

Ele pareceu despertar de um sonho ruim e fez uma careta contida. Preferia que Neji não soubesse das coisas daquela maneira, mas afinal de contas, não importava como fosse, seria ruim. Abriu a caixa com dedos ligeiramente trêmulos e empurrou na direção do sobrinho e da filha, para que pudessem ler todas as mensagens que ali estavam. Passaram algum tempo nisso, observados pelo loiro.

— Naruto? — Hiashi começou, assim que terminaram a leitura. — Você já viu o que esse pergaminho contém?

— Hai, quando estive em Suna. — Naruto coçou a cabeça. — Na verdade esse pedido que me fizeram foi um bom incentivo para que eu estudasse Fuuinjitsu...

Neji e Hinata não conseguiram evitar um pequeno sorriso, por mais que estivessem nervosos ou tristes pela descoberta da origem do selo da Bunke.

— E já sabe se pode ser desfeito? — Hiashi continuou.

— Anou, ele foi preparado com o intuito de matar o portador caso fosse realizada uma tentativa de remoção, mas esse terceiro pergaminho parece deixar em aberto uma pequena margem para que fosse tentado... — Ele estava preocupado com a pequena chance que tinham de conseguir e queria deixar bem claro o que precisava. — Pode ser perigoso e acabar matando o portador ao menor erro. Eu estudei muito nos seis meses que fiquei em Suna e Sasuke me ajudou a encontrar uma solução, mas não posso arriscar a vida de alguém sem ter certeza de conseguir... Ainda preciso me certificar de que nada dará errado. Trouxemos muitas informações sobre os mais variados tipos de selo de Uzuchio, e infelizmente não foi possível examinar todos ainda. Eu vou precisar de ajuda.

Hiashi entendeu o que Naruto queria dizer. Ele precisava de sua permissão para falar do assunto do selo Hyuuga com outras pessoas. Se perguntando se seria certo compartilhar um segredo do clã que foi carregado por gerações, seus olhos pousaram em Neji. Sabia que era a primeira vez que ele tomava conhecimento do assunto, mesmo sem ter comentado, e por mais impassível que fosse, não conseguia esconder a esperança em seu semblante. Isso o fez decidir.

— Não posso me opor, até porque não poderia ser em momento melhor, agora que existem tantos Uzumaki vivendo em Konoha. — Hiashi levantou-se e foi acompanhado pelos outros três. — Faça o que tiver que fazer, Naruto. Confio em seu bom-senso.

O loiro engoliu em seco, afinal bom-senso nunca foi sua especialidade. Preferia que fosse algum tipo de Ninjutsu.

— Arigatou, Hiashi-sama. Espero não decepcioná-lo.

O outro se virou para sair da sala, mas parou antes de cruzar a porta ao perceber que a filha e o sobrinho se preparavam para segui-lo.

— Não preciso que me acompanhem. A partir de hoje quero que fiquem à disposição do líder Uzumaki. — Fez uma pequena reverência a Naruto, que corou com o gesto. — Auxiliem-no em tudo o que for necessário e, durante o período que isso ocorrer, estão dispensados de suas obrigações no clã. Especialmente você, Neji. Sei que considera sua maior obrigação proteger Hinata, mas ela pode se cuidar sozinha, e mesmo que não possa, ela tem alguém mais que qualificado para fazer isso, tenho certeza. — Disse isso e lançou um breve olhar ao loiro, antes de virar-se e deixar a sala, assim como três pessoas completamente sem fala.

Passaram-se alguns instantes em completo silêncio, com os jovens ali apenas encarando a porta por onde Hiashi passara.

— Parece que ele aprovou você, Naruto-sama. — comentou Neji em tom de deboche.

— Ahn... er... — Naruto tentou dizer alguma coisa, mas sua mente estava em branco.

— A loquacidade de um líder de clã e futuro Hokage é mesmo inspiradora. — O Hyuuga completou.

— Ah, damare*... — Resmungou o loiro em voz baixa, arrancando uma risadinha de Hinata.

— Konoha realmente está mudada... ver Neji nii-san e Sakuke-san fazendo piadas no mesmo dia é muito para assimilar!

Naruto riu com essa e Neji franziu o cenho.

— Está me comparando àquele Uchiha mal-humorado, Hinata-sama?

— Ouvi meu nome? — Sasuke entrou na biblioteca com cara de poucos amigos.

— Danzen, já que estávamos falando de mau-humor e você é a personificação disso... — Respondeu Naruto com um sorriso.

— Humpf!

— Anou... o que faremos? — Neji perguntou.

Mesmo sem ter o assunto especificado, Naruto entendeu a que ele se referia. Precisaria de ajuda para estudar os pergaminhos e seria melhor que fosse de pessoas que entendessem um pouco do assunto.

— Vou pedir a Karin que nos ajude. Mesmo não tendo conhecimento em Fuuinjutsu, ela é uma Uzumaki, isso pode ser útil. Sasuke também pode fazer isso, já que pesquisou muito sobre o assunto em Suna. — Parou um pouco para pensar em mais alguém. — Neji, sei que não é exatamente a mesma coisa, mas Tenten entende bastante de selamentos de armas, e tem uma base para começar. Peça a ela para nos ajudar, onegai. E eu vou procurar descobrir se dentro do clã Uzumaki existe algum especialista.

— Já que fui convocado sem que tenham pedido minha opinião, podemos pelo menos começar amanhã? — Sasuke perguntou de braços cruzados. — Preciso resolver uns assuntos hoje.

— Hai, hai... — respondeu o loiro pensativo.



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Já era noite, quando Naruto entrou pela porta de sua casa novamente.



Depois da saída de Sasuke, que o loiro desconfiava que fora se encontrar com Sakura, Hinata, Neji e ele, haviam se separado, cada um com uma tarefa a cumprir. Neji levou Tenten até casa dela para conversarem melhor sobre o assunto do selo, já que o Hyuuga preferia privacidade para falar com a namorada de um assunto que em sua opinião era constrangedor. Hinata foi até o clã Hyuuga pegar os outros pergaminhos referentes ao selo, para em seguida procurar a Hokage e pedir autorização para que pudessem examinar documentos antigos da vila, que achava que poderiam ajudar a descobrir, se não mais sobre o selo, pelo menos sobre a história que os fundadores de seu clã acharam melhor ocultar. Naruto por sua vez, foi conhecer as pessoas do clã Uzumaki e sondar, o mais discretamente possível, sobre especialistas em Fuuinjutsu. Encontrou um, que por coincidência era sua conhecida recente, Uzumaki Aki, a mãe da pequena fã de Sakura. Ela havia aprendido muito sobre o assunto com seu avô, já falecido há algum tempo, e se ofereceu para emprestar alguns documentos sobre o assunto, que haviam pertencido a ele. Naruto não achava que seria necessário, pois já tinham mais que o suficiente de pergaminhos de Uzuchio, mas preferiu não comentar sobre isso com a mulher. Descobriu também que entre seus vizinhos vivia um senhor, já de idade avançada, que era um estudioso de Doujutsu. Ele havia se mudado para Konoha assim que teve a chance, pois ficou sabendo que era onde viviam os portadores dos jutsus oculares mais poderosos do mundo shinobi, e ficou encantado em poder conhecer Sasuke e Hinata. Quando soube que Naruto havia despertado um tipo de variação do Rinnegan, ficou quase tão empolgado quanto Akemi quando conheceu Sakura, fazendo o loiro agradecer a Kami-sama pelo velho ter problemas de coluna, o que o impediu de pular em seu pescoço, a exemplo da garotinha.

Assim que abriu a porta de entrada da casa, estranhou por encontrar as luzes acesas, mas imaginou que algum de seus amigos, ao sair, se esquecera de apagar, mudando de ideia ao ouvir vozes na cozinha. Se encaminhou para lá e encontrou Karin, Suigetsu e Juugo, que conversavam em volta da mesa enquanto comiam algumas sobras de aperitivos da festa. Eles o cumprimentaram animadamente.

— Yo, Naruto! — Suigetsu levantou uma tigela. — Sirva-se!

— Iie... Arigatou. — Respondeu meio confuso. Tudo bem que estava morando ali há apenas um dia, mas pensou que teria um pouco de privacidade. Não estava acostumado a receber visitas, muito menos ter alguém em sua casa que agia como se estivesse em um clube. Dando de ombros, resolveu ir até seu quarto tomar um banho relaxante. Sentia-se como se estivesse em Konoha há meses, pois muita coisa havia acontecido desde que chegara à vila. Quando passava pelo corredor do andar superior, ouviu alguns sons estranhos vindos de um dos quartos e parou, estranhando o fato de haver mais alguém em sua casa. Abriu a porta subitamente, mas parou e corou intensamente ao dar de cara com Shikamaru deitado no futon e Temari saindo do banheiro, apenas enrolada numa toalha. — Ah...

— Yo, Naruto! — A loira disse enquanto esfregava uma toalha nos cabelos. — Espero que não se importe de me hospedar enquanto estiver em Konoha.

— Er... iie? — Respondeu, mas o tom era de pergunta. Ficou ainda mais constrangido quando viu que Temari não se preocupou nem um pouco por ser vista em trajes tão...

“Ou melhor, sem trajes!” — Pensou enquanto desviava seu olhar para Shikamaru, que também não parecia muito feliz pela atitude da namorada. Sem mais uma palavra, fechou a porta e foi para seu próprio quarto. — “Será que isso aqui virou hotel e não me avisaram?” — Se perguntou com humor, mas na verdade estava satisfeito, afinal sempre viveu sozinho e nunca foi de receber visitas, o que parecia ter mudado completamente agora.

Entrou em seu quarto num rompante e se espantou por encontrar mais uma visita, dessa vez sentada em seu próprio futon, cercada de pergaminhos desenrolados e com uma caixa nas mãos.

— Hinata-chan! — A garota ergueu a cabeça e sorriu para ele. Naruto retribuiu o sorriso e, afastando alguns papéis, sentou-se ao lado da garota, beijando-a em seguida. — Que bom que está aqui.

— Okaeri, Naruto-kun! — Hinata saudou, sem tirar o sorriso do rosto, fazendo o coração do loiro aquecer de uma maneira diferente e desejar ouvir aquelas palavras sempre que voltasse para casa. — Foi mais rápido do que pensei que seria convencer Tsunade-sama. — Indicou os papéis espalhados. — Ela me cedeu estes e disse que assim que terminasse de analisá-los poderia buscar mais.

— Por que pensou que seria difícil convencê-la? — Naruto ergueu as sobrancelhas. — Ela pode ser rígida para muitas coisas, mas nunca criaria dificuldades num assunto como esse.

— Nem todos somos os preferidos da Hokage... — Hinata deu um sorriso carinhoso e acariciou o rosto de Naruto, fazendo com que ele fechasse os olhos para apreciar melhor o toque. — Ela pode fazer tudo o que você pede, mas não é assim com qualquer um. Você é como um filho para ela.

Naruto não queria falar sobre aquilo agora, mas era necessário. Forçou-se a manter o foco no assunto que teriam que resolver a partir da manhã seguinte. Segurou a mão da garota e a afastou de seu rosto. Com aquele contato não conseguiria se concentrar.

— Encontrei duas pessoas do clã que podem nos ajudar. — Ele abriu novamente os olhos e a encarou sério. — Uma delas você já viu, é Aki, mãe de Akemi-chan, o outro é um senhor que é estudioso de Doujutsu. Ele está ansioso por conhecê-la, Hinata...

— Hum... — Ela ficou um pouco preocupada, afinal o Byakugan sempre foi visado por outras vilas, mas esperava que agora as coisas fossem diferentes. — Isso é seguro mesmo, Naruto-kun?

— Daijoubu. Eu nunca a colocaria em perigo, itoshii. Se eu suspeitar de qualquer coisa, pode ter certeza que quem estiver a ameaçando vai virar pó, antes de poder pensar numa desculpa.

Ela sorriu feliz. Sempre quis estar assim com Naruto e agora parecia que tudo que fez estava valendo a pena. Antes de poder se conter, abraçou-o com tanto ímpeto que o loiro caiu deitado no futon, por baixo da Hyuuga.

— Acho que podemos continuar com esses documentos amanhã, Hina-chan... — Ele disse suavemente no ouvido da garota, que corou, mas não se afastou.

— Hai, Naruto-kun...



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— Se acha mesmo que eu posso ajudar em alguma coisa, pode contar comigo, Neji... — Tenten observava a face crispada do namorado e tentava encontrar uma maneira de afastar aquela expressão amargurada de seu rosto. Ele havia contado tudo o que estava acontecendo e o que Naruto se propunha a fazer. Até então o Hyuuga não havia oficializado nenhum compromisso com sua colega de time, mas só agora a garota entendia o motivo. Ele não queria se comprometer ou ter qualquer relacionamento que o levasse a um caminho que conduziria à paternidade, por temer que sua prole tivesse o mesmo destino que ele. Agora que uma esperança, mesmo que pequena, brotara em seu coração, ele decidiu arriscar. O desgosto que se estampava em sua face no momento, era por ter relembrado a origem do selo que representava uma espécie de prisão. — Tudo vai dar certo, Neji. Nunca vi o Naruto falhar em cumprir com suas promessas e não seria essa a primeira vez.



— Sei disso, eu confio no Naruto. — O Hyuuga mostrou um lado que ninguém conhecia e abraçou Tenten, recostando a cabeça no ombro da garota e suspirou cansado. — Mas mesmo ele não deu muitas esperanças. Disse que as chances de conseguir são bem poucas.

— Mas ainda existem. Ele não vai desistir enquanto houver a mínima possibilidade. E o ajudaremos no que for preciso. — Ela acariciou os cabelos compridos de Neji e sorriu. — Sabe? Vamos pensar nisso amanhã, podemos aproveitar essa noite e te fazer esquecer um pouco esse assunto. O que acha?

— Acho que é exatamente do que estou precisando... — Ele levantou a cabeça e olhou nos olhos da garota com carinho. — Arigatou, Tenten.

— É para isso que estou aqui. — Ela aproximou seu rosto do dele e sussurrou, antes de beijá-lo: — Daisuki da*.



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— Eu ainda acho muito cedo para isso, Sakura! — Sasuke tinha uma expressão tão assustada que chegava a ser cômica, principalmente no rosto do Uchiha.



— Sasuke-kun, eles só querem conhecer meu companheiro de equipe, não a pessoa com quem estou saindo! — Sakura tentava tranquilizar o moreno. Na verdade sempre quis apresentá-lo aos pais, mas nunca teve a chance. — Eles nem sabem que eu...

Repentinamente calou-se. Achou melhor não dizer o que sentia, pois poderia assustar Sasuke ainda mais. Ele nunca foi muito bom em expressar emoções além do ódio, apenas fazia isso com Naruto, o que por vezes a deixava enciumada, mas sabia que o loiro era a pessoa que ele mais confiava no mundo, então fingia não se importar.

— Você...? — Ele sabia o que ela ia dizer, mas no fundo queria ouvir aquilo de novo, como há muitos anos, na noite em que deixou a vila. Não tinha certeza de seus sentimentos ainda, mas pelas conversas que tinha com Naruto, era quase certo que estava muito mais envolvido do que um dia achou possível. Talvez ouvir isso agora o desse a certeza que precisava. E a coragem para enfrentar os pais da garota, afinal não podiam passar o resto da noite na porta da casa dela, como estavam agora, naquele impasse.

— Que eu o amo. — Ela deu de ombros como se não fosse grande coisa. — Sempre amei, sabe disso.

Aquelas palavras realmente aqueceram seu coração, que foi gelado por tanto tempo. Quase pôde ouvir o som de gelo se estilhaçando e deu um pequeno sorriso. Repetiu as palavras que disse a ela quando deixou a vila:

— Sakura, arigatou. — Respirou fundo, como se estivesse se preparando para uma árdua batalha. — Ikisho, me apresente seus pais...



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Depois de vários beijos e carícias um pouco mais ousadas, Naruto achou prudente parar. Estava se sentindo como Jiraya ao encontrar as termas femininas e, independente da maneira que se olhasse, aquilo não era bom. Depois de vários anos, reencontrara a garota que amava apenas no dia anterior e não queria precipitar as coisas. Além de ter mais um pequeno problema nisso tudo: não sabia muito bem como agir. Por um momento se lamentou por nunca dar atenção às pseudo-aulas que seu mestre pervertido insistia em que recebesse, mas na época não pensava muito nisso. Respirou fundo e sentou-se no futon, puxando Hinata, que até então estava sob seu corpo, junto com ele.



— Vamos verificar esses documentos, Hinata-chan? — Disse sem olhá-la nos olhos, pois tinha certeza que a visão da garota, excitada e corada, o faria perder o pouco bom-senso que ainda tinha.

— Ha-hay, Naruto-kun! — Ela tentava normalizar a respiração, e se perguntava se havia feito algo errado. Quando as coisas começaram a esquentar de verdade, ele parou. Mas deixaria para conversar sobre isso depois.

Puseram-se a ler documento após documento, até que o sono chegou. Não encontraram nada muito interessante, mas restava muita coisa para ver.

Naruto ficou nervoso quando resolveram parar. Já estava bem tarde e, mesmo Hiashi tento dito a Hinata e Neji que ficassem à sua disposição, duvidava que aquela frase se aplicasse à sua filha dormir na mesma cama com ele. Não queria que ela fosse embora, mas não tinha coragem de convidá-la para ficar. Preferiu ficar em silêncio e esperar que Hinata se pronunciasse. Enquanto isso ficou observando-a enrolar cuidadosamente os pergaminhos que haviam espalhado. Assim que ela terminou, sentiu um frio na barriga.

— Melhor dormirmos, Naruto-kun...

Não era exatamente o que ele esperava, aquela voz calma dizendo para dormirem... o que? Juntos? Seria mais um teste para sua sanidade.

— O-o que? A-qui? — Parecia que as posições haviam se invertido e era ele a gaguejar agora.

— Não quer que eu fique? — Ela o olhou apreensiva e sua voz saiu triste.

— É claro que eu quero, mas... — Não podia dizer o que realmente se passava em sua mente, então falou a coisa mais verdadeira que foi capaz: — Não quero que seu pai pense que quero me aproveitar de você!

— Daijoubu. — Ela sorriu. — Eu avisei que passaria a noite aqui.

— So desuka*? — Estava tão nervoso que sua voz falhou. Pigarreou. — E ele não se importou?

— Iie. Ele aprova nosso relacionamento. — Ela levantou-se. — Vou trocar de roupa para dormirmos.

Hinata foi até o banheiro, fechando a porta. Naruto suava frio. As coisas já estavam complicadas com Hinata usando seus trajes shinobi... só pedia a Kami-sama que fosse piedoso e ela saísse daquele banheiro com uma roupa que a cobrisse dos pés à cabeça.

Quando a kunoichi voltou ao quarto, só pode concluir que devia ter muitos pecados para expiar, pois ela vestia uma camisola lilás curta e de tecido fino, que apesar de não ser transparente, demarcava perfeitamente seu corpo. Ele levantou-se e sem dizer uma palavra, foi trocar-se também. Fechado ali, resolveu tomar um banho. Frio. Quando voltou ao quarto, viu Hinata deitada languidamente o olhando com uma expressão inocente. Ele ficou um tempo parado, apenas a observando, e chegou à conclusão que essa história de banho frio era mito. Sentia-se mais quente do que antes.

Engoliu em seco, quando ela deu um tapinha no espaço ao lado dela e disse com a voz sonolenta:

— Não vai deitar, Naruto-kun?

É, aquela noite seria bem longa...


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Notas finais do capítulo

* Daisuki da = eu te amo
* Damare = cale a boca
* So desuka = ah, é; é mesmo?