O Verdadeiro Poder escrita por FP And 2


Capítulo 2
Poder Desconhecido


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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— Bem, tem muitas outras coisas que eu gostaria de perguntar a vocês, mas eu acho que podem esperar. — Disse Naruto encarando os bijuus. — Mas agora eu preciso saber como estão meus amigos!

Fechou novamente os olhos e saiu daquele aparente estado de transe em que se encontrava e novamente sentiu dor por todo o corpo, porém no meio da dor teve uma sensação estranha, reconfortante, um calor que sentira apenas em duas ocasiões na vida, porém bem mais fraca. Essa sensação parecia irradiar de uma de suas mãos para todo o corpo, fazendo com que ansiasse por mais.

Abriu lentamente os olhos, dessa vez para a realidade fora de sua própria mente. Sentiu-se deitado em uma superfície dura e irregular. Sua visão estava embaçada, então piscou duas vezes, tentando enxergar ao redor. A primeira coisa que viu foi uma cascata de cabelos pretos como a noite, ainda molhados pela chuva, que parecia já ter parado. O rosto da pessoa ao qual pertenciam estava oculto por eles, pois encontrava-se de cabeça baixa, aparentemente encarando a mão que segurava. Mas ele conhecia aqueles cabelos negros.

— Hinata. — Parecia que naquele momento sua voz se recusava a sair além de um sussurro.

Ela ergueu rápido a cabeça, o encarando com certo susto nos olhos. Corou e tentou soltar sua mão, mas ele deu um leve aperto, indicando que não queria que ela fizesse isso. Ela corou mais ainda, porém deu um pequeno sorriso, desviando os olhos novamente para sua mão entre as dela.

— Naruto-kun. Como está se sentindo? — Disse baixo e sem gaguejar, o que em sua opinião era um grande avanço.

— Ainda não sei bem...

— EI, ELE ACORDOU! — Alguém gritou próximo a eles, fazendo a cabeça de Naruto latejar em protesto.

Soltando um pequeno gemido ele olhou ao redor e viu vários de seus amigos e muitos desconhecidos formando um círculo em torno dele e de Hinata. Corou um pouco, se perguntando como não os havia notado antes. Relutantemente soltou a mão de Hinata e fez força para se sentar. Seu corpo ainda parecia estar sendo perfurado por milhares de agulhas em brasa, mas quando sentiu as mãos suaves de Hinata em seus ombros o ajudando a levantar, eram como um bálsamo onde tocavam. Corou ainda mais ao ver que Neji e Hiashi, o pai de Hinata, encontravam-se entre as pessoas ao redor, além uns dois ou três Hyuugas desconhecidos.

— Pensei que fosse morrer dessa vez Naruto. — Disse Kiba, o autor do grito anterior.

— Eu não... — pigarreou, percebendo que sua voz quase não saia — eu não morro tão fácil assim.

— NARUTOOOO! — Sakura estava se aproximando, empurrando e acotovelando as pessoas que se aglomeravam à sua volta. Quando conseguiu chegar até onde estava, lançou-se sobre ele o abraçando forte pelo pescoço e o fazendo gemer de dor mais uma vez. Ela chorava e o apertava cada vez mais.

— Itai*, Sakura-chan... — disse Naruto, mas ele percebeu que o que mais doeu não foi seu corpo onde Sakura o havia atingido, mas algo dentro dele, ao sentir que aquele calor reconfortante em seus ombros se fora. Olhou ao redor e viu Hinata já em pé entre seu primo e seu pai. Seu coração havia disparado quando Sakura o abraçou daquela maneira, mas não teve uma sensação tão boa quanto esperava.

— Nunca mais me assuste desse jeito Naruto! — Sakura falava entre as lágrimas, ainda sem largá-lo. Era uma sensação estranha a que ele sentia, e se perguntava o porquê do toque da pessoa por quem ele era apaixonado desde criança, não ser tão bom quanto o que ele sentia em sua mão há pouco. — Seu corpo parecia que ia entrar em combustão quando absorveu todos aqueles bijuus! Porque fez aquilo?

Naruto mais sentiu do que viu que aquela pergunta incomodava a todos que se encontravam ouvindo a conversa. Quando os bijuus o contaram sobre a profecia do Rikudou Sennin, havia mais uma vez sido dentro de sua mente, então ninguém sabia realmente o motivo daquilo. Um murmúrio de vozes curiosas e assustadas encheu o ar. Afastando Sakura de seu pescoço, a segurou pelos ombros, e encarando seus olhos com seriedade, falou em voz alta para que a resposta fosse dirigida não apenas a ela, mas a todos à volta:

— Porque esse é o meu destino!

Seguiu-se um silêncio aturdido, onde obviamente as pessoas tentavam assimilar o que ele dissera. Uma voz que ele conhecia bem disse calmamente, quebrando o silêncio:

— Pensei que não acreditasse em destino, Naruto. — Era Neji, que até então se mantivera a pequena distância, apenas escutando atentamente tudo o que era dito.

Apesar de ainda se sentir fraco e cheio de dores, Naruto forçou-se a levantar, pois sabia que deveria responder à pergunta de Neji olhando em seus olhos.

— Não acredito em um destino que nos é imposto, Neji, mas quando ele se apresenta e nos dá a opção de escolha. Eu escolhi aceitar o meu destino para acabar com o sofrimento e a dor que a guerra causa a meus amigos, à Konoha e a todo o mundo shinobi.

— E onde isso se encaixa ao se tornar Jinchuuriki de oito bijuus Naruto? — Gaara aproximava-se calmamente, acompanhado pelos outros Kages e Killer Bee, porém mais uma vez Tsunade não estava entre eles, o que incomodou Naruto. Mas no momento ficou feliz em ver que seu amigo estava bem, apenas com alguns arranhões e cortes nos braços e rosto, que aparentemente já estavam sendo curados com o poder de sua areia.

— Gaara! Que bom que está bem! — Disse Naruto aproximando-se de Gaara e lhe dando um forte abraço, o que surpreendeu tanto o próprio Gaara quanto vários shinobis que presenciavam a cena. Mas logo que a surpresa de Gaara passou, ele retribuiu ao abraço. Afastando-se um pouco, mas mantendo as mãos nos ombros de Naruto, abriu um pequeno sorriso e disse:

— Digo o mesmo... irmão.

O rosto de Naruto abriu-se em um enorme sorriso ao ouvir essas palavras, mas que morreu instantaneamente ao ouvir as palavras do Raikage:

— Responda à pergunta do Kazekage, e nos diga o que pretende acumulando todo o poder que pertencia às cinco nações apenas em Konoha. Acha mesmo que poderá controlar todos eles sendo quem é? Eles são massas de puro ódio!

Naruto se irritou profundamente, primeiramente pelo Raikage afirmar que ele estava querendo acumular poder para sua vila, mas principalmente por afirmar que os bijuus de alguma forma poderiam pertencer aos shinobis. Sentiu que os bijuus se agitavam, mas respirou fundo e respondeu calmamente, mesmo fervendo por dentro:

— Antes de mais nada, Raikage-sama, — frisou o “sama” com certa ironia, o que surpreendeu os amigos que o ouviam, pois nunca imaginaram que Naruto fosse capaz de usar esse tom, fosse com quem fosse — estou feliz que também esteja bem. Agora, respondendo à pergunta de Gaara, estou apenas cumprindo duas profecias que se referem a mim. Quanto à sua dúvida, primeiro tenho que dizer que os bijuus não pertencem a ninguém. Eles são seres que foram trazidos a esse mundo com um propósito, que foi completamente esquecido quando os shinobis que tinham esse mesmo pensamento que você tem, começaram a usá-los como armas e aprisioná-los, sem levar em consideração que, apesar de serem muito poderosos, também sentiam dor e revolta, como qualquer um de nós. Eles estão dentro de mim agora, não para serem controlados, mas por vontade própria. Nenhum deles foi aprisionado, até mesmo a Kyuubi está livre de qualquer selamento agora. E não estou pensando em acumular poder apenas para Konoha, meu objetivo ao fazer o que fiz é proteger os bijuus e o mundo shinobi da ganância e sede de poder que ainda existe em algumas pessoas!

Enquanto ouvia o pequeno discurso de Naruto, o rosto do Raikage foi se contorcendo em uma careta de raiva, que explodiu ao ouvir seu final.

— Ora, seu moleque insolente! — O Raikage ativou seu poder, pronto para atacá-lo. Vários shinobis assustaram-se com sua atitude e também prepararam-se, sacando armas e ativando seus jutsus. Kira A lançou-se sobre Naruto antes que alguém pudesse reagir, porém sem que qualquer ação pudesse ser tomada, todos sentiram uma onda de chakra os atingir, paralisando-os, e também ao ataque do Raikage. Foi como se o tempo houvesse parado, todos se olhavam sem poder se mexer, vendo a mão do Raikage, carregada de chakra a menos de cinco centímetros do rosto de Naruto. Os que possuíam doujutsu ou algum outro tipo de poder sensorial olharam assustados para os olhos de Naruto, que apresentava um padrão estranho. Suas íris azuis estavam avermelhadas e emitiam uma leve luz. Os mais próximos dele puderam identificar padrões circulares nelas.

Assim como começou, esse poder sumiu, e imediatamente todos voltaram a se mexer, menos Kira A. Naruto levantou uma de suas mãos e segurou a mão do Raikage. Repentinamente todo o poder que envolvia seu corpo sumiu, como se fosse sugado pela mão de Naruto.

Nesse momento tentáculos envolveram o Raikage.

— Você continua o mesmo, irmão, konoyarou*, bakayarou*! — Killer Bee continuou segurando-o até que ele se acalmasse um pouco. — O garoto está certo, ok? Essa guerra só provou que ele não está blefando, yeah!

Vendo que todos que presenciaram essa situação estavam dispostos a defender Naruto, inclusive seus subordinados, o Raikage não teve escolha, a não ser respirar fundo e se controlar. Ainda estava irritado com as palavras de Naruto e confuso com que aconteceu, porém lembrando-se também do que viu nos olhos de seu oponente, pensou melhor em quais ações deveria tomar a seguir. No fundo sabia que foi a ambição por poder que levou todas as nações às guerras anteriores, culminando nessa que eles acabaram de vencer.

— Precisamos reunir os Kages e conversar sobre esse assunto. — Disse apenas, antes de virar as costas e se retirar bufando.

Todos observaram em silêncio a retirada do Raikage e depois voltaram seus olhos para Naruto.

— O que foi? — Perguntou Naruto confuso com aqueles olhares sobre ele.

— Como você fez aquilo? — Perguntou Gaara o olhando fixamente. — Como parou o Raikage? E não só a ele...

— Er... eu não sei. Só pensei que não queria que mais ninguém se machucasse e muito menos queria levar um soco daqueles, mas realmente não sei como fiz. Deve ter sido o poder dos bijuus...

— Hum, pode ser, mas não vamos nos preocupar com isso agora. Você precisa descansar e se recuperar. — Gaara achou melhor mudar de assunto e não falar disso na frente de todos aqueles shinobis. O que todos viram, ou imaginavam que viram, era uma coisa impossível.

— Hai, estou mesmo precisando descansar. Aliás, Sakura-chan, e o Sasuke? Como ele está?

Sakura deu um pequeno sorriso de lado e respondeu:

— Ele está bem agora. Consegui cuidar de seus ferimentos, mas ele está muito fraco. Ainda não recuperou a consciência, mas vai ficar bem.

Ao lado de Gaara, o velho Tsuchikage foi o primeiro a falar.

— Esse rapaz Jinchuuriki me lembra muito você, jovem Kazekage.

— Naruto é muito mais que um Jinchuuriki, Tsuchikage-sama. Foi ele que me salvou da escuridão e me fez ter sonhos novamente. Ele é mais que um irmão para mim. — Gaara respondeu a observação do Tsuchikage em voz baixa, mas foi ouvido pela Mizukage, que estava ao lado de ambos.

— Bem, esse garoto tem muito potencial, além de ser kawaii*. — A Mizukage fez esse comentário em voz alta, arrancando risos de vários shinobis e uma cor escarlate do rosto de Naruto. Com uma risada sem graça e coçando a nuca ele os encarou e imediatamente lembrou-se de algo.

— Onde está Tsunade baa-chan*? — Olhou para Sakura que abaixou a cabeça e parecia com lágrimas nos olhos.

— Ela se sacrificou para nos salvar, Naruto. — Gaara respondeu, também baixando a cabeça, sendo acompanhado nesse gesto pelos outros Kages.

Por um instante Naruto ficou em choque, não podia acreditar que havia perdido mais uma pessoa importante em sua vida. Caiu de joelhos, com lágrimas escorrendo de seus olhos arregalados. Ficou um instante assim, enquanto tentava assimilar aquela verdade, mas não podia aceitar. Socou o chão com força, fazendo com que filetes de sangue escorressem por seus dedos.

— Não... — disse baixo, enquanto lágrimas de tristeza banhavam seu rosto. — Não, não, NÃO! — A última palavra foi um grito torturado.

Ninguém que assistia àquela cena conseguiu deixar de se comover. Ele chorava com tamanho abandono que ficou claro, mesmo para os que não sabiam de sua relação, que Tsunade era mais que apenas a Hokage de Konoha para Naruto. Era uma segunda mãe.

Já em lágrimas, Sakura e Hinata se aproximaram de Naruto, ajoelhando-se, cada uma de um lado e o envolvendo em um abraço cheio de sofrimento pela dor de seu herói.

Naruto sentiu braços o envolverem, mas naquele momento, nem mesmo isso foi capaz de aplacar sua dor. Encostou o rosto no ombro de Hinata, sem nem se dar conta de quem se tratava, sentindo dedos acariciarem seus cabelos. Ainda chorava como nunca antes havia feito, nem mesmo quando perdeu o Ero-Sennin.

— Ei, Naruto. — Uma voz dentro dele fez com que abrisse os olhos para o lugar onde se encontravam os bijuus. Olhou para Kurama, que era quem o chamava, com o rosto ainda banhado em lágrimas, mas não respondeu. — Acho que talvez você possa fazer alguma coisa quanto a isso.

Esse comentário por fim conseguiu arrancar alguma reação de Naruto, além daquele choro descontrolado.

— O que quer dizer? — Sua voz ainda estava embargada e mal passava de um murmúrio.

— Lembra-se de Nagato? Da conversa que tiveram e de tudo o que aconteceu após a destruição de Konoha? — Kurama perguntou em voz baixa. O sofrimento de Naruto era tão intenso que estava afetando os bijuus.

Por algum motivo, essa pergunta fez com que Naruto se lembrasse de Kakashi e aquele dia voltou à sua mente. Quando chegou à vila, Kakashi estava morto, tinha certeza disso e, no entanto...

Uma esperança surgiu em seu coração, mas foi apagada quase imediatamente.

— Mas aquele poder morreu com Nagato, ninguém mais tem o Rinnegan, e mesmo que tivesse, pelo que Nagato disse, aquele jutsu só pode ser usado para mortes muito recentes, e até que encontrássemos alguém...

— Garoto, não seja tão lerdo. Sentimos que você despertou esse poder, não percebeu também? — Perguntou Son. — Como acha que parou o ataque do Raikage e imobilizou todos os outros que estavam perto de você?

— O-o que? O poder do Rinnegan... mas isso é impossível! — Naruto estava certo que os bijuus haviam enlouquecido. — De onde tiraram essa ideia?

— Nós conhecemos muito bem esse poder, Naruto. E foi ele que despertou durante o ataque do Raikage. — Matatabi afirmou com tamanha confiança que fez a esperança renascer no coração de Naruto.

— Certo, mas... eu ainda estou fraco, e nem sei como fazer isso! — Lembrou-se que aquele jutsu foi o que tirou a vida de Nagato, mas Konan havia dito que isso só aconteceu porque ele já estava fraco demais.

— E pra que acha que estamos aqui, gaki? — Kurama perguntou. — E quanto a como fazê-lo... bem, eu acredito em você!

Eu acredito em você. Eu acredito em você.

Aquela frase ecoou em sua mente, junto com a voz de seu pai, e também de Jiraya. E de Tsunade. E Kakashi.

Fechou os olhos por um instante, se lembrando do que Nagato havia feito e de suas palavras. Parecia um tipo de invocação. Abriu novamente os olhos e ergueu a cabeça.

— Yosh’! — Sua voz e seu rosto expressavam determinação. — Vamos fazer isso!

Voltando à sua consciência, abriu os olhos e sentiu que suas lágrimas haviam cessado. Levantou o rosto do ombro de Hinata, só então se dando conta que era ela que o confortava. Novamente ela esta lá para ele. Abriu um pequeno sorriso para ela.

— Arigatou, Hinata, Sakura-chan.

Sakura, que ainda o abraçava levantou a cabeça, que estava apoiada em seu ombro, estranhando que seu amigo houvesse se recuperado tão rápido. Ele se levantou e as ajudou a também ficarem de pé, dizendo com uma voz estranha e o semblante agora sério:

— Levem-me até onde está a Tsunade baa-chan, onegai.

Ninguém estava entendendo aquela reação, porém não discutiram. Sakura foi à frente, sendo seguida por Naruto, Hinata e os Kages. Vendo-os se afastar, seus amigos de Konoha logo os seguiram se entreolhando. Estavam curiosos e também receosos sobre a atitude de Naruto.

Andaram alguns metros até chegar onde se encontrava Tsunade. Ajoelhada ao lado dela e com o rosto banhado em lágrimas estava Shizune. O corpo de Tsunade estava envolto por Katsuyu*, que soluçava baixinho, num choro sem lágrimas e parecia incapaz de se afastar dela. Ao sentir a aproximação de Naruto, ela começou a soluçar ainda mais, mas conseguiu dizer num lamento entrecortado, como se pedisse desculpas:

— Eu tentei... tentei curá-la... seu corpo estava muito ferido... só pude trazê-la de volta!

Naruto ajoelhou-se ao lado do corpo de Tsunade, em frente a Shizune. Ao vê-la daquele jeito, sentiu seus olhos queimarem, mas não choraria agora. Precisava tentar. Perguntou à Katsuyu, em uma voz baixa, para não fazê-la ter outro acesso de soluços:

— Como está o corpo dela? Muito ferido ainda?

Aquela pergunta causou certa consternação em torno deles. Sem saber o propósito da pergunta, seus amigos imaginaram que Naruto estava fora de si, sem querer aceitar a morte de Tsunade e imaginando que ela ainda podia ser curada. Sakura tocou levemente seu ombro.

— Naruto... — não conseguiu completar, sua voz se quebrou num soluço.

— Está tudo bem, Sakura-chan. — Voltou sua atenção novamente a Katsuyu. — E então?

— Seu corpo está bem, inteiro de novo, mas não há como...

Naruto não esperou que ela completasse. Era tudo o que precisava saber, que Tsunade não sofreria demais por conta de ferimentos graves quando acordasse. Se acordasse... Afastando esse pensamento negativo, Naruto juntou suas mãos como vira Nagato fazer. Reuniu todo chakra que foi capaz. Os bijuus ajudavam. Então ele sentiu novamente aquele poder estranho que sentira antes, ao parar o Raikage. Fechou os olhos e continuou se concentrando. Sabia o que precisava fazer durante uma invocação, pois era isso que achava que fosse.

Ninguém dizia nada em volta dele. Achavam que Naruto estava realmente perdendo a razão, não aceitando a morte de Tsunade, mas não ousavam interferir, pois também sentiam aquele estranho poder emanando dele.

— Gedou: Rinne Tensei no Jutsu*! — Naruto recitou, enquanto em sua mente ecoavam as mesmas palavras, na voz de Nagato.

Ao ouvir essas palavras algumas pessoas ofegaram, mas ele nem mesmo tentou identificar quem seriam. Abriu seus olhos para ver se alguma coisa havia acontecido e ofegou também. A vários metros de onde se encontravam, viu uma figura emergir lentamente da terra. Era enorme, e quando estava completa, abriu a boca de uma maneira assustadora. Por um instante achou que havia feito uma besteira, e que agora todos fossem morrer. Encarava aquela imagem com os olhos arregalados, e percebendo seu olhar, muitos se viraram naquela direção, mas aparentemente apenas ele podia enxergá-la, pois se viraram novamente para ele, o encarando com curiosidade. Nesse momento, da boca aberta da figura, começaram a sair raios de luz que se espalhavam por todos os lados. Aparentemente essas luzes sim, podiam ser vistas por todos, pois se seguiram exclamações por todo o local, e não apenas em volta deles. Parecia que todas as pessoas que se encontravam no que antes fora o palco da batalha e consequente carnificina, estavam agora assustadas com alguma coisa.

À sua frente, o corpo de Tsunade começou a brilhar com uma luz verde intensa. Ficou assim por alguns momentos, e quando parou, ela abriu os olhos encarando confusa todos a seu redor.

Naruto já estava com um imenso sorriso, e as lágrimas, dessa vez de felicidade, lavavam mais uma vez seu rosto.

— Eu... consegui! — Foi a última coisa que conseguiu dizer antes de cair desacordado ao lado de Tsunade.


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Notas finais do capítulo

GLOSSÁRIO
*Baa-chan = maneira informal de chamá-la de vovó
*Bakayarou = seu idiota
*Gedou: Rinne Tensei no Jutsu = jutsu usado por Nagato para trazer os mortos de volta à vida depois da destruição de Konoha
*Itai = Exclamação de dor, como ai!
*Katsuyu = lesma invocação de Tsunade
*Kawaii = bonitinho; fofo; encantador
*Konoyarou = seu tolo
LISTA DE KAGES
Hokage (Konoha/Folha) Tsunade
Kazekage (Suna/Areia) Gaara
Raikage (Kumo/Nuvem) Kira A
Mizukage (Kiri/Névoa) Mei
Tsuchikage (Iwa/Pedra) Onoki