Naruto abriu os olhos e se viu encarando o teto branco de um quarto. Olhando em volta, percebeu que era uma enfermaria improvisada, pois viu outra cama além da que ele estava, separada da sua por uma cortina. Na única parte da outra cama que ficava visível para ele, encontravam-se pés cobertos por um lençol. Perguntou-se quem seria, mas sem grande curiosidade. Tinha outras coisas em que pensar.

Lembrava-se de ter desmaiado de novo após usar aquele jutsu.

— Kuso*! Isso já está ficando chato!

Porém conseguira trazer Tsunade de volta, e isso fez nascer um sorriso de satisfação em seu rosto. Não sabia quanto tempo havia ficado desacordado dessa vez. Pensou em se levantar e tentar descobrir, mas viu por uma pequena fresta na cortina da janela ao lado de sua cama um céu estrelado, e pelo silêncio que o cercava, imaginou que estaria no meio da madrugada. Suspirou derrotado por ter que esperar, mas logo em seguida teve uma ideia que ele considerou brilhante. Fechou os olhos e o chamou.

— Kurama! Ei, Kurama, acorda!

Com um grunhido, a raposa abriu os olhos. Deu um bocejo que poderia ter engolido Naruto apenas com a sucção do ar a sua volta, se logo depois não fosse jogado longe quando esse mesmo ar foi expelido.

— Então, você finalmente acordou!

— Itai! Cuidado com isso! — Disse, levantando-se e se aproximando novamente de Kurama. Olhou em volta e ficou apreensivo. — Onde estão os outros?

— Dormindo por aí. Sua cabeça é grande e vazia, então tem bastante espaço.

— Baka, vou te falar o que é grande e vazia... Ku-bi*! — Naruto disse separando as sílabas e com um sorriso maldoso.

— Ei!

Ouviram-se alguns risinhos em torno deles. Olhando em volta, Naruto viu que os outros bijuus haviam se aproximado.

— Sabe Kurama, acho que esse apelido combina bem com você! — Son Goku deu uma gargalhada, deixando Kurama ainda mais irritado e arrancando risadas dos outros bijuus. Kurama bufou.

Naruto apenas olhava aquilo com um leve sorriso nos lábios e um brilho nos olhos. Percebendo sua expressão, Matatabi perguntou a ele:

— Porque essa cara, Naruto?

— É bom ver vocês, assim, rindo e brincando. Fico feliz com isso.

— Você nos deu muita paz, gaki. Dentro de você só tem bons sentimentos. Acho que isso nos faltou durante muito tempo. — Son disse isso olhando em volta, mas sua expressão demonstrava que ainda faltava alguma coisa.

Naruto ficou um pouco incomodado com isso, mas antes precisava saber de uma coisa.

— Ei, Kurama, quanto tempo fiquei fora do ar dessa vez?

— Como quer que eu saiba? Nos primeiros dias ainda dava para saber, mas depois de algum tempo fica difícil continuar contando o tempo. Aqui dentro é meio entediante, sabe?

— COMO ASSIM NOS PRIMEIROS DIAS?! — A boca de Naruto abriu-se com o espanto. Por mais graves que fossem seus ferimentos nunca havia ficado desacordado por mais de um dia. Preso em uma cama de hospital sim, graças à Sakura e Tsunade, mas desacordado?

— Acho que já deve fazer mais de uma semana... — Matatabi falou num tom de voz baixo, para tentar acalmá-lo, mas não funcionou, ainda continuava aturdido. Naruto caiu sentado no chão, tentando assimilar essa informação.

— Mas, mas...

— Aquele jutsu é muito perigoso, Naruto, você já estava esgotado e nós também. Caso não estivéssemos, poderíamos ter ajudado a recuperar seu corpo mais rápido, mas também precisávamos de descanso. — Mais uma vez Matatabi falou calmamente.

— Naruhodo*. Só fiquei surpreso. Meus amigos devem ter ficado preocupados.

— É, ficaram mesmo. Até aquele Uchiha idiota ficava parado ao seu lado te olhando. Achei que ele fosse tentar alguma coisa. — Kurama falou com raiva. Ainda não engolia muito bem os Uchiha.

— O que? O Sasuke veio me ver?

— Pois é, veio. Mas a presença dele continua próxima. Fique atento. Talvez ele só não tenha te atacado ainda por que você estava apagado. — Não olhava para Naruto quando disse isso, mas dava para perceber a preocupação em sua voz.

— Daijoubu*, Kurama, não acho que ele vá fazer isso agora. — Naruto parecia confiante.

— Tenho minhas dúvidas. Não se esqueça da profecia do sábio do Monte Myoboku.

Essa observação trouxe um certo peso ao peito de Naruto. Realmente havia esquecido a droga da profecia.

— E que profecia é essa, Kurama? — Son Goku perguntou curioso.

— Ele disse que eu teria que enfrentar um jovem cujo poder residia em seus olhos... — O próprio Naruto respondeu de cabeça baixa.

— Bom, ele teria que ser bem idiota para querer enfrenta-lo agora, não acha? — Shukaku se pronunciou. — Você tem um poder muito maior do que qualquer Uchiha imprestável.

— Vocês não gostam mesmo dos Uchiha... — Naruto disse isso com pequeno sorriso, mas estava preocupado.

— E temos algum motivo para gostar? A ideia inicial de capturar os bijuus e usá-los em guerras partiu do primeiro Uchiha. E desde então eles sempre foram nossos piores inimigos. — Isobu explicou.

— Como assim do primeiro Uchiha? Eu achei que o problema com os Uchiha era especificamente de Kurama, e principalmente com Madara!

— Pois engana-se, Naruto. Acredito que você deve conhecer a história de como surgiram os desentendimentos entre os Uchiha e os Senju... — Isobu perguntou.

Naruto apenas assentiu. Já ouvira aquela história. Os Uchiha eram descendentes do filho mais velho do Sábio dos Seis Caminhos, e os Senju do mais novo. Quando teve que escolher alguém para substituí-lo, o Sábio escolheu o mais novo, que queria a paz, tanto quanto o pai, mas o mais velho não se conformou com isso, iniciando assim uma disputa que perdurou por várias gerações.

— A ideia de nos usar nessa disputa de família, foi do filho mais velho do Rikudou Sennin, o primeiro portador do Sharingan. O primeiro Uchiha. — Dava para perceber a raiva na voz de Isobu quando pronunciou aquele nome.

Naruto suspirou. Percebeu que seu problema seria muito maior que apenas reintegrar Sasuke à Konoha. Não sabia ainda como as coisas estavam agora, mas já imaginava que teria que convencer os Kages a aceitar Sasuke. Claro que provavelmente ele teria que cumprir algum tipo de pena por seus crimes, mas saber que seus maiores inimigos estavam dentro dele... Isso era tenso.

Resolveu mudar de assunto no momento, pois percebeu que todos os bijuus estavam incomodados.

— Bem, vamos deixar os Uchiha pra lá, por hora. Son, agora a pouco você disse uma coisa que não me pareceu muito sincera...

— E o que foi, gaki? — Pareceu confuso. Imaginava que fosse alguma coisa referente à história dos Uchiha ainda, apesar de Naruto dizer que deixaria esse assunto de lado.

— Quando você disse que dentro de mim encontraram paz... não parecia muito satisfeito com isso.

— Ah, sim... Não é nada, apenas que, às vezes, paz demais pode ser um pouco... monótona. — Son falou olhando para o lado.

— O que ele quer dizer é que aqui dentro é um bocado chato, sabe? — Com uma risada, Kurama externou o que todos achavam.

— É, me lembro que você já expressou essa opinião, Kurama, mas o que quer que eu faça? Engula um tabuleiro de shougi* para vocês terem um passatempo? — Naruto olhava irritado para Kurama. Queria fazer alguma coisa por eles, mas não tinha ideia do quê.

Risadas de todos os bijuus ecoaram na cabeça de Naruto, deixando-o ainda mais irritado.

— Seria engraçado ver você tentar! — Son disse em meio a risadas.

— Não precisa chegar a tanto, Naruto... — Matatabi tentava conter a risada com a imagem que lhe veio à mente. — Estamos dentro de sua cabeça agora, você pode fazer o que quiser!

Aquela resposta acalmou um pouco Naruto e ele resolveu tentar alguma coisa. Mas não sabia por onde começar.

— Certo. O que vocês querem que eu faça?

— Um lago, bem grande! Sinto falta da água! — Isobu foi o primeiro a se manifestar, com certa empolgação.

— Yosh’! Vou tentar! — Naruto fechou os olhos e imaginou um lago imenso de águas cristalinas. Ouviu um barulho de algo grande caindo na água um segundo antes de ser atingido por uma enorme onda e ser atirado longe de pernas para o ar. Abriu os olhos tentando recuperar o fôlego e viu Isobu já dentro de um enorme lago que aparecera no meio daquele espaço branco e infinito. Os outros bijuus protestavam, mas não estavam tão molhados quanto Naruto. Eram grandes o bastante para estarem apenas com as patas molhadas. — Ei! Cuidado!

Apesar do protesto estava feliz por ter conseguido. Foi bem fácil na verdade.

— Ok! Próximo! — Naruto estava empolgado agora.

— Árvores! Grandes, bem grandes! Desde quando era filhote que não consigo subir numa árvore sem destruí-la! — Matatabi havia se empolgado também.

— Certo! Árvores bem grandes saindo! — Resolveu que dessa vez não fecharia os olhos, pois não queria ser esmagado dentro de sua própria mente por um imenso galho quando a gata escalasse uma árvore que não aguentasse seu peso. Imaginou árvores gigantescas, maiores que qualquer floresta que existisse de verdade e imediatamente as viu brotando do chão, do lado oposto ao enorme lago que criou anteriormente. Deixou um espaço entre elas e o lago, criando uma espécie de praia de areias brancas. Grama também. Por todos os lados e embaixo dele, surgiu um chão de grama macia. Aquele espaço que antes era infinito tinha um horizonte agora. — Legal! O que mais?

— Montanhas! — Pediu Kurama.

— Com cavernas! — Saiken completou.

Certo, uma lesma deve mesmo gostar de lugares frios e úmidos, pensou Naruto. Imaginou uma cordilheira não muito distante, de um dos lados da imensa floresta, também coberta pelas enormes árvores. Matatabi ficaria feliz com isso. E muitas cavernas. Um enorme labirinto de grutas e cavernas que cruzavam toda a base de várias montanhas, com lagos subterrâneos também. Olhou em volta e percebeu que apenas um dos bijuus continuava por perto. Parecia que tinha conseguido agradar quase todos. Quando viu de quem se tratava, deu um sorriso matreiro. Acreditava que já sabia qual era seu desejo. Imaginou um deserto que se iniciava após um imenso prado verde, cheio de dunas e com algumas montanhas baixas e cavernas. Abriu um sorriso quando ficou satisfeito.

— E você Shukaku, não parece muito feliz... — Ele estava de frente para o grande lago, sentado sobre as patas traseiras e observando seus irmãos. Soltou um suspiro e disse:

— Meu gosto é um pouco diferente do deles...

— É, eu sei. Aquilo está bom pra você? — Apontando em direção ao deserto que criara, que se encontrava às costas de Shukaku. O bijuu virou-se e viu o deserto. Ficou sem reação por um instante.

— Como sabia? — Shukaku estava mesmo curioso.

— Bem, eu sou amigo do Gaara, sabe...

— Sim, é claro. — E continuou fitando o deserto de um modo pensativo. Após alguns instantes, pareceu tomar uma decisão. Encarou Naruto e disse com convicção: — Eu gostaria de conversar com Gaara se for possível.

Aquele pedido pegou Naruto de surpresa. Nunca falara com Gaara sobre seu bijuu, mas não imaginava que pudessem ter se tornado amigos. Queria saber, mas ficou com receio de perguntar.

Vendo sua surpresa, Shukaku resolveu explicar:

— Após te conhecer, Gaara mudou muito, você sabe. Ele desenvolveu uma paz dentro dele muito parecida com a sua. Não tão completa, mas já foi o suficiente para me acalmar com o passar do tempo. Quando estávamos começando a nos entender, ele foi pego pela Akatsuki e fomos separados. Gostaria de reencontrá-lo. Você nos ensinou o valor de uma amizade. Primeiro a Gaara, e agora a mim.

Naruto não sabia o que dizer. Ficou emocionado com as palavras de Shukaku. Engoliu o nó que se formava em sua garganta e apenas respondeu:

— Ficarei feliz em ajudar.

— Arigatou. — Shukaku disse, antes de correr em direção ao deserto. Naruto ficou pensativo, vendo-o se afastar. Realmente os shinobis não sabiam nada sobre os bijuus. Ficou imaginando como seria o Rikudou Sennin, que os criou e era como um pai para eles.

— Yo, gaki! — Com um sobressalto, Naruto virou-se em direção a Kurama, que havia se aproximado novamente após explorar um pouco as montanhas. — Ficou bom. Mas falta uma coisa.

— E o que seria, Kurama?

— Dia e noite. Fica mais natural assim.

— Tudo bem, farei isso. Por hora aproveitem um dia mais longo, afinal nem sei se já amanheceu. Quem sabe assim você possa me informar melhor a passagem do tempo da próxima vez...

— Você é abusado, gaki. Acha que estou aqui pra te servir de calendário?

Com um sorriso maldoso, Naruto respondeu:

— Não faria mal você ser útil de vez em quando... ja ne*! — E sem esperar resposta, abriu os olhos rindo, ainda ouvindo o rosnado da raposa dentro de sua cabeça.

— Naruto! Finalmente você acordou, estávamos preocupados! E do que você está rindo? — Sakura afastou-se de uma pequena mesa que havia em um dos cantos do quarto e aproximou-se de sua cama, enquanto Naruto se sentava.

— Nada não, Sakura-chan. Só uma piada interna... — Riu mais um pouco ao ver a confusão de Sakura. — Você sabe, minha cabeça anda bem movimentada ultimamente.

— Ah, é claro, os bijuus... mas Naruto, eles são, bem... — Sakura não sabia como completar a frase, então se calou. Viu que Naruto ficou com uma expressão de raiva e se assustou.

— Eles não são nada do que todos sempre pensaram, Sakura!

Ficando ainda mais receosa, Sakura deu um passo para trás. Ele nunca a havia chamado assim, era sempre Sakura-chan! Viu que o havia irritado de verdade.

— G-gomen, Naruto!

Naruto suspirou e passou a mão pelos cabelos tentando se acalmar. Isso seria mais complicado do que ele havia previsto. Resolveu mudar de assunto, não queria se preocupar com isso enquanto não fosse absolutamente necessário.

— Nani mo*. Há quanto tempo estou aqui? Aliás, onde exatamente é aqui?

— Você ficou dez dias desacordado, Naruto. Já estamos em Konoha. Como o hospital estava muito cheio e muitas pessoas queriam vê-lo, achamos melhor deixar você e Sasuke-kun em outro local.

— Dez dias... — Sua voz soou pensativa. Com certeza muita coisa aconteceu durante esse período. Precisava saber como estavam as coisas. Mas antes, sua maior preocupação era sua “família”. — Como está Tsunade baa-chan? E Sasuke?

— Eu estou bem, Naruto. — Tsunade havia adentrado o quarto sem que ele notasse. Assim que a viu, pulou da cama e se jogou sobre ela com lágrimas nos olhos. Abraçou-a e girou-a no ar, fazendo com que, no espaço apertado onde estavam, seus pés batessem na mesa cheia de medicamentos e a jogasse do outro lado. — PARE COM ISSO, NARUTO!

Com um sorriso nos lábios ele a colocou novamente no chão. Ficou esperando por um soco, que dessa vez não veio. Foi surpreendido por um abraço, que partiu de Tsunade. Ela chorava.

— Arigatou, Naruto!

Ele ficou sem graça, mas retribuiu o abraço. Assim que se separaram, ela o olhou séria. Enxugando as lágrimas ela reassumiu sua postura de Hokage e disse:

— Que bom que acordou. Os Kages estavam aguardando que isso acontecesse para nossa reunião.

— Eles estão aqui? Todos eles?

— Sim. O Raikage queria que essa reunião já houvesse acontecido, mesmo sem sua presença, mas nenhum dos outros concordou. — Tsunade continuava olhando seriamente para ele, o que começou a preocupá-lo. — Mas antes quero conversar com você. Não só com você. — Voltou-se para sua aprendiz e ordenou: — Sakura, reúna os outros, mas discretamente. Não quero intromissão de ninguém de outras vilas por enquanto. Precisamos resolver alguns assuntos de Konoha antes da reunião dos Kages.

— Hai, shishou*! — Sakura engoliu em seco e saiu apressada. Essa reação fez Naruto imaginar que ela já soubesse qual era o assunto.

— Sente-se, Naruto. Não precisa se preocupar, as coisas estão muito melhores do que eu fiz parecer. Pelo menos para você.

— O que quer dizer, Tsunade baa-chan?

— Você é um herói, Naruto, não apenas de Konoha agora, mas de todas as cinco grandes nações. Tudo o que disser será ouvido atentamente e tratado com respeito, não apenas pelos Kages, mas também pelos Daimyous*.

— Ah, isso é... — Naruto não sabia o que dizer quanto a isso, mas sabia também que não era exatamente um elogio. Tsunade queria alguma coisa dele, e isso o deixava preocupado. Limpou a garganta. — Tudo bem, Tsunade baa-chan, o que quer exatamente que eu faça?

Tsunade abriu um pequeno sorriso quando ouviu essa resposta. Era exatamente o que esperava de Naruto. Ele estava evoluindo muito rápido, e sentia que se continuasse assim, ele seria realmente o maior Hokage de todos os tempos.

— No momento quero apenas que você continue no caminho que se propôs e faça todo o possível para cumprir sua missão. Você sabe tão bem quanto eu que não será nada fácil. Mas quero que você pense seriamente e me responda uma única pergunta. Ainda pretende ser Hokage?

Naruto abriu a boca para responder. Que tipo de pergunta era essa? De onde Tsunade... Mas travou.

Ele fechou os olhos e abaixou a cabeça. Mesmo sendo esse seu sonho, as profecias diziam que ele estava destinado a algo maior. Será mesmo que seria possível conciliar as duas coisas? Ser o Kage de apenas uma vila e mesmo assim trazer a paz ao mundo shinobi? Não tinha certeza. A reação do Raikage, quando ele absorveu os bijuus, mostrava que isso seria bem difícil. Sentiu vontade de chorar. Teria que abrir mão de seu sonho de infância? Ele ainda queria proteger sua vila e seus amigos, mas também queria trazer a paz ao mundo.

“Eu acredito em você.”

Novamente aquela frase ecoou em sua mente. Seu pai, Jiraya, Tsunade, e até Kurama. Será mesmo que tinha o direito de escolher? Seria egoísmo? Sempre quis ser Hokage para ser reconhecido. Agora era. Mas era só isso? Não, realmente queria ser Hokage. Agora, mais do que nunca, para continuar o que seu pai havia começado e não conseguira terminar. Para realizar o sonho se sua mãe também. Não podia desistir sem lutar, sem tentar. Abriu os olhos novamente e encarou Tsunade, sabendo que seu sonho dependia apenas de sua resposta nesse momento.

— Hai, Tsunade-sama. Eu ainda quero ser Hokage. O melhor que Konoha já teve, até mesmo maior que o Shodaime*!

— Você será, Naruto! Eu acredito em você!

Aquela frase ecoou novamente em sua mente, mas tinha um significado diferente agora. Era como uma libertação.