Prisioneira Da Corte escrita por joycejsn


Capítulo 25
Capítulo 25




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/292766/chapter/25

NICKS POV

Eu já estava nos bastidores vestindo a minha roupa da peça daquela noite. A vantagem de fazer parte do elenco é que no dia da apresentação, na parte da tarde, você perde aula para poder se arrumar e preparar para a grande noite. Eu estava com medo de borrar a minha maquiagem pelo nervosismo, sinceramente, era algo que não me ajudava muito. Minhas mãos suavam dentro daquela luva branca e eu não podia controlar o tremor de minhas pernas que vestiam uma meia calça listrada. Eu estava com um vestido preto curto demais, mas o delineador e o rímel em excesso me tornavam uma bruxa um tanto atraente, sem contar o batom preto azulado que se destacava em meu rosto pálido.

O tempo passou tão rapidamente que nem pude perceber. Já podia ouvir o murmúrio das pessoas chegando ao teatro. Cheguei mais próximo e abri um feixe da cortina. Estava lotando rapidamente e meu nervosismo aumentava, até que sinto uma mão em minha cintura e respiro fundo para abafar o grito assustado.

- Relaxa! Vai dar tudo certo. Falou Victor que já estava com sua fantasia de duende. Sua pele bronzeada se destacava naquele tom de verde. Tome aqui. Continuou enquanto tirava um embrulho do bolso.

- O que é? Perguntei.

- É uma corrente da sorte. Para você se sentir menos nervosa na hora da apresentação e levar com você para qualquer lugar. Ele me ajudou a abrir enquanto sorria. Eu já disse que sou apaixonada por aquele sorriso? Aquele era o sorriso mais lindo e perfeito de todos em todo o mundo, apenas. A corrente era linda e tinha um pingente brilhoso de coruja. Não quis ser indelicada e perguntar do que era feito. A corrente era dourada, e o pingente me deixava cega com o reflexo, era simplesmente maravilhoso.

- Obrigada, é lindo. Foram as únicas palavras que consegui dizer.

Finalmente chegou a hora de começar a peça. Eu havia ensaiado tanto minhas falas que nada daria errado, a não ser pela cena do beijo com a qual eu não estava tão confortável assim. O teatro estava em silêncio, todos observavam o cenário e ouviam atentamente às falas dos atores.

Tudo ocorreu bem, o beijo foi meramente técnico e eu agradeci por isso. Quando me dei conta já estávamos na ultima cena. Eu estava sobre a escada atrás do caldeirão, e fui dar a gargalhada descrita no roteiro... não sei se foi aquela fumaça que me fez mal ou se foi o meu esforço, quando me dei conta tudo girava. Olhei para a platéia e vi Liza e Sophie sorrindo para mim, talvez elas não tivessem percebido o que havia acontecido. Todos se levantaram e começaram a aplaudir, aquele som de palmas entrava fortemente pelos meus ouvidos e pareciam marteladas em minha cabeça, parecia que eu estava em um parque de diversões daqueles que tem em clubes. Minha imaginação me levou para quando eu era criança e meu pai me girava daqueles brinquedos até eu pedir para parar. Fechei e abri os olhos e vi a cortina vermelha se fechar, eu ainda estava na mesma posição, e ouvi o elenco todo comemorar atrás de mim, fui tentar descer, mas acabei caindo... tudo se apagou.

Não sei quanto tempo levou, mas minha cabeça doía demais. Acordei e estava na enfermaria, do meu lado direito se encontravam Liza e Sophie me observando atentamente, e sorriram quando me viram acordar. Sophie fez com o olhar para que eu me virasse e olhasse para o outro lado.

- Então a princesa despertou? Victor falou com aquela voz calma e serena, depois me iluminou com aquele sorriso do qual eu gostava. Ele estava sentado desconfortavelmente em uma das cadeiras e segurava um buquê de rosas brancas. Como ele conseguia ser tão fofo e extremamente atencioso? Eu gostava disso e queria retribuir da mesma forma, mas por mais esforço que fizesse não sei se eu conseguia.

- Por quanto tempo eu dormi? Perguntei.

- Você apagou deve fazer uns quarenta minutos. Respondeu Liza.

- Íamos ficar aqui até dar o toque de recolher, mas por sorte você acordou antes disso. Disse Sophie.

- Por sorte você está bem. Aquela voz deixava o meu corpo fraco, como se eu pedisse por um abraço, uma pessoa para me proteger e me livrar de todo o mal. Eu queria um abraço reconfortante da pessoa ao meu lado esquerdo, queria ouvir sua voz próxima ao seu ouvido e sentir o seu sorriso no meu.

- Preciso voltar para o meu quarto, nesse final de semana tem a competição de Liza e o baile e eu preciso...

- Dê tempo ao tempo Nick, primeiro se recupere. Tudo bem? Falou Sophie.

- Eu não quero passar a noite aqui... Reclamei.

- Eu ficarei aqui com você. Respondeu suavemente Victor. Aquela situação estava começando a melhorar. Pelo menos meu desmaio me rendera algum momento bom, quem sabe até o dia seguinte não acontecesse algo interessante?

Eu estava deitada na cama da enfermaria, por que é que eu achava que ia acontecer alguma coisa? Qual o meu problema? Aquilo estava começando a me incomodar, eu queria dizer algo para Victor, mas não sabia ao certo o que e nem como.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Prisioneira Da Corte" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.