Gutt escrita por Ennaz


Capítulo 4
1 Harry mais 4 Marotos


Notas iniciais do capítulo

Comecei hoje um tratamento de canal e vou dizer, se vocês virem em algum momento que tem cáries em algum dente, mesmo que só um ponto, corra imediatamente para um dentista. Porque se deixar, você ganha uma linda panelinha no dente e vai ter de fazer canal. Que é agoniante e aflitivo. Pior que é um tratamento demorado, ele só começou num dente e eu ainda tenho mais um canal para fazer. É horrível. A minha boca ainda está sob o efeito da anestesia e eu acho que quando ela passar vai começar a doer muito. Mas, olha, eu estava exagerando quando disse que é horrível, até que não doeu muito, a anestesia funcionou muito bem, mas houveram partes que ainda doía e é muito aflitivo. Por isso digo que um meio de evitar o canal é tratando as cáries imediatamente. Assim que possível. Senão vai dar canal. E dói.
Mas, sabe, é irônico pensar que para evitar uma dor maior seja necessário passar pelo dor da agulha da anestesia. É até poético. A propósito, notaram a ironia no capítulo anterior? Tanta coisa aconteceu naquele capítulo que eu me esqueci de mencioná-la. A parte que Lílian diz confiar mais no Remo e no Pedro do que em Tiago. Notaram?
EU ADORO IRONIAS!!!
(>°Д°)>⸗
Há algo que eu deixei de explicar sobre o Sirius. Certa vez eu encontrei num site sobre Harry Potter, uma análise sobre a personalidade de Sirius Black. Pelo que me lembro; a própria JK mencionou numa entrevista que ele tinha o temperamento explosivo da mãe, um traço que ele compartilhava com Belatriz Lestrange. Então aquela reação do Sirius foi exagerada sim, mas não foi estranha e nem fora de lugar. Embora eu ache que não tive muita habilidade nela. Terminada a análise final do capítulo anterior. Vamos ao capítulo 4!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/292724/chapter/4

Um sentimento de urgência e pânico se apoderou de Tiago assim que ele se lembrou daquele garotinho de olhos verdes, chamado Harry, que viera naquele estranho tornado de nuvens. Ele poderia achar que tinha sido um sonho. Podia mesmo, aquela experiência tinha sido surreal demais pra ser considerado real. Mas o cecê, o uniforme ainda em seu corpo e a dor no pescoço não lhe deixavam se enganar. Aquilo havia acontecido mesmo. Ele ganhara um filho vindo diretamente de mil novecentos e oitenta e seis cujo paradeiro no momento era desconhecido por Tiago. Este, em pânico, afastou as cortinas de Remo com violência fazendo-o acordar sobressaltado e dar um terrível grito ao ver sua cara, e perguntou:

- Onde está o Harry?!

Capítulo 4

1 Harry + 4 marotos

Quando Harry viu a cama que haviam armado para ele, logo ficou animado. Não se lembrava da última vez que dormira numa cama de verdade. Talvez nunca tenha acontecido. Não sabia onde dormia antes de ser colocado no armário. Ele tinha a real intenção de dormir naquela cama. Chegou a se deitar e fechar os olhos. Teria dormido se um pensamento repentino não o tivesse despertado. Ele havia perdido seus óculos. Passara o dia inteiro vendo imagens um tanto borradas e embaçadas. Mal conseguia enxergar os rostos a sua frente. Ficara com medo de contar que os perdera. Achava que eles brigariam com ele e o colocariam de castigo. Como seus tios disseram que fariam na próxima vez que algo acontecesse com os óculos caros que eles tinham comprado para Harry.

Por isso o menino esperou que todos dormissem antes de sair escondido para os corredores escuros daquele castelo. Harry sabia que aquele lugar era um castelo. O tio Remo havia lhe dito. Ao ver o quanto os corredores eram escuros, temeu. Mas não recuou em sua missão. Ele tinha que encontrar seus óculos, senão estava frito. Entretanto, á medida que ele se aventurava e adentrava cada vez mais nos corredores, mais tinha certeza que fora uma péssima ideia. Tentou voltar, mas só conseguiu se perder ainda mais. Os corredores eram muitos, estava escuro e, graças à miopia, não enxergava nada nem contornos. Os sussurros que vinham das paredes e os corpos prateados flutuantes com os quais cruzava o apavoravam.

Sentiu vontade de chorar, mas não chorou. Há muito tempo descobrira que chorar não adiantava nada. Apenas Duda conseguia o que queria chorando. Se Harry tentasse, o máximo que conseguiria seria um olhar de desprezo e raiva. E ele não queria ser mais odiado do que já era. Por isso não chorou. Esforçou-se para continuar calmo e resolver seu problema, pois desde cedo fora obrigado a fazê-lo. Para que seus tios reclamassem menos dele, teve que aprender a se virar sozinho.

Ouviu passos se aproximarem no corredor. Com medo de entrar numa encrenca maior ainda, procurou um lugar para se esconder. Correu para uma tapeçaria próxima e a afastou para se esconder atrás dela. Mas quando foi se encostar à parede, sentiu apenas o vazio e caiu. Conseguiu se virar num reflexo, de modo a proteger sua cabeça e encolher corpo. Rolou no que percebeu ser uma escada. Fora empurrado de escadas tantas vezes que aprendera sozinho o melhor meio de cair sem se machucar muito. Conseguiu parar no meio dela sem machucados mais sérios que alguns prováveis hematomas e um braço ralado por usá-lo como freio.

Sentou-se no degrau, esperando o mundo parar de girar. Quando a tontura passou, se levantou, mas suas pernas afundaram até os joelhos num degrau. Entrou em pânico quando, ao tentar sair, descobriu que estava preso. Desesperado, puxou suas pernas o máximo que podia, tentando sair. Mas não conseguia mexê-las nem um milímetro do mármore. Seu coração falhou uma batida ao ouvir a tapeçaria ser afastada, uma luz prateada iluminar parcialmente a escada e passos descerem às suas costas. Paralisado como uma presa encurralada pelo predador. Esperou pelo pior. Quem quer que fosse, parou atrás dele. Ouviu alguém dar uma espécie de risada irônica. Harry sabia distinguir risadas irônicas, as ouvia sempre de seus tios.

- Achei você, seu pivete – a sentença o atravessando no coração como uma navalha gélida. Estava certo de que estava muito encrencado.

Um par de mãos o pegou pelas axilas e o puxou com força. Harry achou que seus braços sairiam do lugar até que suas pernas se soltaram do degrau.

- Eh... obrigado – se virou para o seu libertador para agradecer, graças a luz que saía de um pedaço de madeira, ele o reconheceu como sendo o moço que parecia não gostar dele e que gritara com o tio Tiago. Ficara com medo dele, mas estava agradecido.

- Sem problemas – o moço que Harry achava que se chamava Sirius, deu de ombros – agora... o que o pivete tem em mente?

- Hã? O que? – Harry se sentiu confuso.

- Não me faça de bobo. Você está andando sozinho pela escola, á noite. Sabia que é proibido andar pelos corredores à noite?

- Er... não... desculpa... por favor, desculpa, prometo que não faço mais.

- O que? Acha que eu to bravo por você está andando por aí durante a noite?

- Ah... está?

- Claro que não, sou Sirius Black. Ando pela escola durante a noite desde o primeiro ano. Eu só quero saber por que você está andando sozinho por aí. De repente, eu posso até te ajudar.

- Verdade? – Harry animou-se – você vai me ajudar?

- Eu disse que podia te ajudar. Não quer dizer que irei te ajudar? Depende do que você quer fazer.

- Hã...

Harry desanimou-se. Devia saber, ninguém nunca o ajudava. Mas o Sirius Black dissera que ele poderia ajudar. Então Harry resolveu tentar.

- Estava... querendo procurar meus óculos.

- Hã? Óculos?

- Hum-hum.

- Você usa óculos?

- Usu...

- Consegue enxergar sem eles? O Pontas não.

- Não muito. No escuro não consigo enxergar nada.

- Hum. E você saiu sem poder enxergar nada?

- Saí.

- Só para encontrar seus óculos?

- É.

- Não ficou com medo?

- Fiquei.

- Mas foi mesmo assim?

- É.

Harry ficou angustiado pela falta de resposta da parte de Sirius Black. Ele não falou nada, olhando para Harry que não sabia se ele estava o olhando com raiva, irritação ou coisa parecida por ter causado tantos problemas. Mas o que viu a seguir o surpreendeu de verdade. Primeiro os ombros de Sirius Black começaram a sacudir. E então ele começou a soltar uns sons estranhos, como se respirasse muito forte repetidamente. E então a respiração se transformou numa risada que virou uma gargalhada que lembrava muito os latidos do buldogue da tia Guida. Harry ficou pasmo. Estático. Jamais esperara que alguém risse de algo que ele fazia e que ele sabia, ou não, que estava errado. Era sempre o contrário.

Sirius Black parou de rir, e levantou a mão na direção do Harry. O garoto se encolheu ligeiramente, esperando levar um tapa, ou ter seu cabelo puxado como seu tio Valter fazia às vezes. Mas foi só uma esfregadela amigável que ele ganhou de Sirius Black. Com o coração enternecido pela agradável surpresa, olhou para o rapaz a sua frente, que disse:

- Mereceu meu respeito, pivete. Vou te ajudar a procurar seus óculos.

Harry abriu um enorme sorriso, cheio de novas esperanças. Viu Sirius Black, ou tio Sirius, puxar um papel do bolso. Ele o abriu e ficou olhando para o papel. Por alguma razão, ele soltou uma risada irônica e fechou o papel.

- Como os óculos não aparecem no mapa, vamos ter que pedir ajuda a alguém que possui informações sobre objetos perdidos.

E tio Sirius foi à frente com Harry em seu encalço. De repente, os sussurros sem corpos e os corpos prateados flutuantes já não lhe davam medo, embora ainda lhe causassem arrepios.

Harry seguiu tio Sirius por um tempo até se depararem com mais alguém num dos corredores.

- Aluado – chamou tio Sirius.

- Almofadinhas? Oh! Harry, você está aqui.

E tio Remo correu até eles.

- Ainda bem que o Almofadinhas te encontrou, o Pontas está que nem louco procurando por você.

Tio Sirius soltou mais uma risada irônica. Harry não estava entendendo a razão nem de quem eles estavam falando. Pontas? Compreendera que Aluado fosse tio Remo. E tio Sirius era Almofadinhas. Mas quem, ou o que, era Pontas?

- Está rindo do que, Almofadinhas? O Pontas está preocupado. Ele procurou pelo mapa, mas como ele estava com você, estamos todos procurando pelo Harry às cegas.

- É, eu sei. Os vi pelo mapa darem voltas e mais voltas atrás do pivete. – riu tio Sirius mostrando o papel.

Harry deduziu que fosse o tal mapa.

- Acha que tudo isso não passa de piada? Me dê o mapa. Vamos nos juntar ao Pontas e ao Rabicho e voltar à torre.

- Não. – tio Sirius desvencilhou o mapa quando tio Remo o tentou pegar.

Tio Remo tentou novamente, mas tio Sirius, que era mais alto, o colocou fora do alcance do amigo. Harry achou uma cena muito engraçada. Tio Remo tentou pegar o mapa mais algumas vezes até que finalmente desistiu, e disse resignado:

- Ta legal, Almofadinhas, o que você quer?

- O garoto está procurando pelos óculos dele-

- Ele usa óculos?

- É, parece que ele usa e sem eles, ele não enxerga.

- Harry, por que não disse antes?

- Ah... achei... achei que brigariam comigo.

- E por que brigaríamos com você?

- Meus tios... disseram que eu ficaria de castigo por muito tempo no armário se algo mais acontecesse com os óculos. Meus óculos foram caros, e eles só fizeram eles por causa da tia Esmeralda que eu acho que ameaçou eles para fazer os óculos. E eles não comprariam outro se eu perdesse os meus. Então... tentei procurar sozinho...

- Ele foi, - disse tio Sirius após um instante de silêncio, sua voz espremia algum tipo de orgulho que Harry só ouvira de seus tios para o Duda – mesmo com medo e sem conseguir enxergar nada, ele saiu por aí.

- E aparentemente você achou isso maneiro.

Tio Sirius deu mais uma risada irônica.

- E então? Sabe de alguns óculos perdidos terem sido entregue à seção de achados e perdidos, monitor?

Tio Remo suspirou de um jeito que lembrava tia Petúnia quando ela tinha que lidar com os problemas do Harry.

- Almofadinhas, você faz ideia de quantas coisas perdidas são achadas em Hogwarts todo dia?

- Não faço ideia. – ele deu de ombros.

Tio Remo suspirou de novo e disse:

- Ok... eu não sei se acharam. Talvez os elfos-domésticos tenham o encontrado e colocado na seção de achados e perdidos.

- A não ser que eles considerem óculos como roupa, porque aí eles o deixaram onde está.

- É... ou está onde Harry os perdeu, ou está no achados e perdidos... ou alguém levou. Harry. Sabe onde os perdeu?

- Hum... – Harry pensou até que se lembrou de que estava com os óculos até um pouco antes de a mão o deixar naquele lugar estranho. Depois disso, ele se viu sem óculos no meio de um grande salão cheio de gente que ele não reconhecia, ou distinguia – acho que eu perdi meus óculos no tornado. Hum... não sei exatamente onde estão.

- Ah, isso é um problema – tio Remo resignou-se.

- Vamos procurar no Salão Principal – disse tio Sirius – se não estiver por lá, procuramos nos achados e perdidos.

- É... fazer o que?

Harry os seguiu quando eles começaram a andar. Era muito interessante observá-los, por isso ficou calado os ouvindo falar.

- Mas, Almofadinhas, há chances dos óculos não estarem nem no salão, nem nos achados e perdidos. Nem em Hogwarts.

- Ah, é? Onde mais você acha que eles podem estar?

- Ah, bom... tem uma coisa que eu e o Pontas tentamos lhe explicar sobre o Harry que você não quis ouvir.

- Ouvir o que? Eu já entendi tudo. O Pontas e a Evans... quem diria? E ela agindo como se ele fosse só um idiota. Talvez até seja por isso que ela o trate assim.

- Almofadinhas, não é o que você pensa. É outra coisa, muito mais sinistra e maluca.

- E o que seria além daquilo?

- Um fenômeno tão estranho quanto aquele tornado. Lembra? O tornado que atravessou o teto. Não era para aquilo ter acontecido.

Então aquele tornado não era para ter acontecido? Perguntou-se Harry. Mas o que mais que o tio Remo fosse dizer, não pode, pois eles chegaram ao Salão Principal. E tio Sirius o mandou ficar calado, enquanto olhava para todos os lados. Depois ele olhou para cima e disse risonho:

- Ah, olha só onde foi parar.

Harry e tio Remo olharam. Infelizmente o garoto não pode enxergar nada.

- Ah! – riu tio Remo – bem na ampulheta da Grifinória.

- Pelo que vi, será para a Grifinória que Harry entrará no futuro.

- É... pode ser.... beeeeem lá no futuro...

- Accio óculos – disse tio Sirius enquanto tio Remo falava:

- Tipo uns quinze anos no futuro.

- Quinze anos? Aluado, você sabe contar? O Harry tem seis anos. Faltam cinco para ele fazer onze.

- Sim. Para o Harry faltam cinco anos para fazer onze. Mas para nós, ainda falta quatro anos para ele nascer.

Aquilo deixou até Harry confuso. Como assim faltavam quatro anos para ele nascer? Ele estava bem ali. Mas ele já estava acostumado com pessoas falando dele sem se importar se ele ouvia ou não, por isso só ficou ouvindo.

- Aluado... você bebeu alguma coisa? – tio Sirius perguntou incrédulo. E tio Remo exasperou-se.

- Não, Almofadinhas! O Harry é de-

- Harry! – tio Tiago apareceu vindo de um lugar do Salão que o garoto não conseguiu ver – Finalmente te encontrei. Por favor, Harry, me prometa que não vai mais sair num passeio noturno sem me chamar antes.

Tio Tiago se ajoelhara diante de Harry e o pegara pelo rosto para que o garoto olhasse em seus olhos. Que, espantado, assentiu.

- Ótimo.

- Aqui, ele estava atrás dos óculos dele – tio Sirius disse secamente exatamente como tia Petúnia falava com Harry quando não estava com tanta raiva dele. Estendeu os óculos pro tio Tiago, que os pegou e perguntou para Harry:

- Você usa óculos?

Ele riu quando Harry assentiu e disse:

- Como é parecido... mas... você me lembra muito à ela também...

Tio Tiago olhou para os óculos, e pareceu avaliá-los.

- Quantos graus você usa?

- Três no esquerdo e três e meio no direito.

- Mas já, isso tudo? Não deve estar enxergando nem meu rosto, não é?

- Não.

- Mas seus óculos parecem ter quebrado, mas... o que é isso preso nele? Parece que é o que está segurando os óculos...

- É fita adesiva.

- Fita... adesiva? O que é isso?

- Não sabe o que é?

- Não.

- É uma fita... que cola as coisas uma na outra.

- Como um feitiço colante?

- O que é um... feitiço colante?

- Um feitiço que serve para colar as coisas uma na outra.

E os dois riram.

- Mas por que os óculos estão quebrados?

- Meu primo Duda – Harry coçou a cabeça – ele gosta de bater em mim com os amigos dele da escola. Uma vez ele bateu tão forte no meu nariz que os óculos quebraram no meio. Pedi para os meus tios levarem para consertar, mas eles brigaram comigo e disseram que seria um desperdício de dinheiro e usaram a fita adesiva para colar.

Harry sempre contava as coisas a eles porque o ouviam, e ele gostava de ser ouvido. Quase nunca conseguia que os adultos o ouvissem. A única que o fazia era a tia Esmeralda na escolinha. Lamentava não poder vê-la mais.

- Hum...

Tio Tiago estava irritado. Harry pode sentir. Ele sentia essas coisas com facilidade porque seus tios viviam irritados com ele. Então ele não precisava ver o rosto de ninguém para saber quando estão irritados ou com raiva. Viu tio Tiago mexer sua varinha e dizer:

- Óculos reparo. Prontinho – e tio Tiago pôs os óculos no rosto de Harry – estão consertados.

E Harry viu, pela primeira vez, um rosto muito parecido com o seu. Ele tinha um rosto magro como o de Harry, porém mais nutrido e de traços mais definidos. Usava óculos e atrás deles tinham dois olhos castanho-esverdeados. O cabelo era ainda mais rebelde que o seu. Era a primeira vez sim, que o via de verdade, mas o garoto teve a sensação de que o vira antes. Muito antes.

Tio Tiago sorriu um sorriso que Harry teve a sensação de já tê-lo visto, e se levantou encarando tio Sirius. Cujos detalhes Harry viu pela primeira vez. Rosto anguloso, cabelos negros compridos, olhos prateados. Este era tio Sirius Black. E ao lado dele estava tio Remo. Um rapaz mais fraco que os outros dois. De cabelo e olhos castanho-claros. Num rosto de traços bondosos. O menino se sentiu estranhamente ligado a eles.

- Finalmente resolveu assumi-lo, é? – tio Sirius confrontou tio Tiago, que disse exasperado:

- Você ainda não sabe? Aluado, já não explicou pra ele?

- Eu tentei, Pontas, mas ele não quis ouvir.

Ah! Então o Pontas era o tio Tiago.

- Explicar o que? – tio Sirius ficava irritado – Há algo mais para explicar? O que mais vocês estão escondendo?

Os dois já iam responder quando ouviram sons de passos. Tio Tiago agiu.

- Rápido, escondam-se aqui!

E jogou por cima de todos o que Harry pensou ser uma manta. Para ficarem todos cobertos, eles tiveram que se juntar o máximo que conseguiam. Harry foi puxado pelos três mais velhos; para mais perto. Eles ficaram em silêncio, esperando ver quem era. Harry não entendeu porque eles acreditavam que um pano seria o suficiente para escondê-los. De qualquer modo, o dono dos passos logo apareceu.

- Harry.... Harry, você está aí?

Os três mais velhos relaxaram. Aliviados. Era o tio Pedro chamando aos sussurros por Harry, que estranhou o fato de que ele só os enxergou quando tio Tiago retirou o manto de cima deles.

- Rabicho – disse ele – você nos pregou um susto.

- Vocês que me assustaram agora, aparecendo do nada. Por favor, deem um aviso antes.

Tio Tiago riu.

- Ainda bem que você está aqui também, Rabicho – tio Pedro foi empurrado até tio Sirius – vai me ajudar a explicar a história toda a esse cabeça dura.

- Que história?

- A do Harry, é claro.

- Hã... ele ainda não ouviu tudo? – e ele começou a rir – eu sei mais que você.

- Do que é que você está rindo? – perguntou tio Sirius ficando irritado.

Harry não estava entendo. Eles estavam falando da sua história? A verdade é que Harry ouvira tio Tiago dizer que era seu pai e que Harry era do futuro, mas o garoto achou impossível. Seu pai estava morto. Como podia o tio Tiago ser seu pai e a tia Lílian ser sua mãe? Seus pais estavam mortos! E eles sempre reagiam estranhamente, ou não pareciam acreditar, quando Harry dizia que estavam no ano de mil e novecentos e oitenta seis. Aquelas pessoas eram muito confusas. Mas o tio Tiago era muito parecido com o Harry, não é? O que estava acontecendo? O tornado. A mão branca. O castelo. Bruxos e magia. O que. Estava. Acontecendo?

Extremamente confuso, Harry agarrou sua cabeça e questionou mais para si mesmo que para eles:

- Onde estou? Quem são vocês?

Os quatro rapazes pararam imediatamente de discutir e voltaram-se para o garoto.

- Ha-Harry, você está bem? – tio Tiago se ajoelhou diante dele. Tio? Ou pai?

- Por que você disse que é meu pai? O meu pai morreu.

E Harry abaixou a cabeça. Não conseguia assimilar as ideias. Era demais para ele. Sentiu alguém por uma mão em sua cabeça e ouviu tio Tiago lhe dizer:

- É... eu morri... te deixei sozinho, não foi? – e ele o abraçou – Mas eu ainda posso consertar isso. Prometo que procurarei um meio de continuar vivo. Vou descobrir o que aconteceu e procurarei vencer minha morte. E assim, poderemos ficar juntos até você crescer.

Harry ainda não entendia como aquilo estaria acontecendo. Mas começou a acreditar que talvez o tio Tiago fosse, na verdade, o seu pai. Então o abraçou de volta.

O momento pai-e-filho foi interrompido bruscamente quando tio Sirius agarrou tio Tiago, que Harry achava ser seu pai, pelos ombros e exclamou o sacudindo:

- Me diga o que, diabos, está acontecendo! Por que o Aluado e o Rabicho disseram que o Harry ainda não nasceu? E que história é essa de você estar morto? Você está vivo! O Harry nasceu e tem seis anos! E por que você prometeu que venceria sua morte? Que história foi contada ao Harry?

- Almofadinhas, eu vou explicar, só precisa se acalmar-

Ouviram sons de passos novamente. Pela cara que os quatro mais velhos fizeram, Harry deduziu que era encrenca na certa. A reação deles foi imediata. Tio Tiago se virou para os amigos e sussurrou urgente:

- Rabicho. Rato. Bolso. Os outros. Capa. Já!

O que o tio Pedro fez surpreendeu mais ao Harry que qualquer outra coisa que ele viu naquele castelo. Ele começou a se encolher. Ganhou pelos cinzentos. Um rabo rosa cresceu. E quando Harry viu, no lugar de tio Pedro, havia um enorme e gordo rato. Tia Petúnia teria gritado de pavor se o visse. Então o rato subiu pela roupa de tio Sirius e se escondeu no bolso. Enquanto isso, num movimento rápido, tio Tiago jogou novamente a manta sobre ele, os amigos e Harry. Os mais velhos se encurvaram para que a manta cobrisse seus pés. E enquanto eles corriam para o que Harry viu ser uma porta atrás de uma longa mesa na extremidade do Salão, um homem encurvado, acompanhado por um gato, entrou. Sua voz ecoando pelo salão enquanto os garotos fugiam pela outra porta. Ele dissera:

- Tem alunos fora da cama... eu sinto... Madame Norrra... sente o cheiro deles? – um miado sinistro respondeu.

E Harry entendeu que deveria evitar aquela pessoa. E Madame Norrra.

Tio Tiago, tio Sirius e tio Remo, continuaram a andar sob a manta pelos corredores escuros. Tio Pedro metia a cabeça para fora do bolso de vez em quando, para depois voltar a se esconder. Tio Sirius consultou o tal mapa e apontou uma sala que ele dizia estar vazia. Harry não entendia como ele sabia aquilo só olhando um mapa. Eles entraram na tal sala que estava, realmente, vazia. Tio Pedro voltou a sua forma de garoto, e tio Tiago recolheu a manta que parecia ter a capacidade de escondê-los. Mesmo que Harry não soubesse como.

- Agora me explique – disse tio Sirius, se sentando numa mesa empoeirada – por que o Aluado me disse que ainda faltam quatro anos para o Harry nascer?

Ah! Eles estavam falando aquilo de novo. Como assim faltavam quatro anos para o Harry nascer? O menino também queria saber por que eles diziam aquilo.

- É simplesmente porque... – tio Tiago começara a explicar, quando parou de repente e, assustado, olhou para Remo – como assim quatro anos?

- Para o Harry nascer? – tio Remo franziu o cenho, e tio Tiago fez que sim – não fez as contas? O Harry disse que estava em setembro de mil novecentos e oitenta e seis quando a mão o pegou e o trouxe aqui, não é?

Tio Tiago assentiu.

- E Harry tem seis anos, certo?

Tio Tiago assentiu novamente.

- Diminua seis anos de mil novecentos e oitenta e seis e fica...

- Mil novecentos e oitenta... – respondeu tio Tiago.

- De mil novecentos e setenta e seis para mil novecentos e oitenta, faltam quantos anos?

- Quatro... – disse tio Tiago extremamente pálido, num sussurro estrangulado – eu vou ser pai daqui a quatro anos...

Mil novecentos e setenta e seis? Harry ouviu direito? Mil novecentos e setenta e seis? Não era oitenta seis?

- O que? Vocês acham que o Harry é de oitenta e seis, no futuro? – tio Sirius perguntou incrédulo. Harry também não conseguia acreditar. Ele viajou no tempo? Isso era possível?

- Olha, se você não acredita em mim, pergunta pro Dumbledore – disse tio Tiago – porque ele acredita.

- Como vocês chegaram a essa conclusão? De onde tiraram que o Harry é de oitenta e seis?

- O Harry disse.

E a atenção dos quatro se voltou para o menino.

- Harry – chamou tio Tiago – em que ano estamos?

Indeciso, o menino se demorou a responder. Pensando qual resposta devia dar. Não sabendo qual delas, disse:

- Não sei... mil novecentos e oitenta e seis ou... setenta e seis... eu já não sei...

- Acho que – Harry ouviu tio Remo sussurrar – ele está começando a compreender sua situação...

- Ah... – tio Tiago respondeu no mesmo tom – e agora? O que eu faço?

Eles ficaram em silêncio por um tempo. Então tio Remo se aproximou mostrando um sorriso gentil e perguntou:

- Que ano era antes de ser pego pela mão e o tornado?

Essa pergunta ele sabia responder. Escrevera o ano na data de seu caderno sempre que copiava uma tarefa na escola. A professora sempre escrevia a data no quadro.

- Mil novecentos e oitenta e seis.

Aquela resposta satisfez ao tio Remo e o tio Tiago, que sorriram para o tio Sirius.

- Está vendo? – disse tio Tiago – mil novecentos e oitenta e seis, não setenta e seis. Ta começando a compreender, cachorrão?

Tio Sirius parecia muito pensativo. Passando a mão do rosto pro queixo, ele perguntou para tio Tiago:

- Como isso é possível? Quer dizer- isso não é... a única forma de viajar no tempo é com um vira-tempo. Mas mesmo assim... Harry, você tem um vira-tempo?

- Vira-tempo? – estranhou o menino – o que é isso?

- Não, deixa pra lá. Mas... se não foi um vira-tempo... o que foi?

- O tornado. – disse tio Pedro.

- A mão que o Harry viu sair do tornado e o levar do quintal da sua casa – contou tio Remo.

- Aquilo foi surreal – complementou tio Tiago.

- Impossível de acontecer.

- Mas aconteceu.

- E trouxe o Harry de oitenta e seis para setenta e seis.

Então se fez um estalo na mente de Harry, que exclamou animado:

- Então foi como nos desenhos animados que o Duda vê?

Os quatro encararam Harry, extremamente confusos.

- Hã?

- O que?

- Desenhos animados? O que é isso?

- Não sabem o que é desenho animado?

Os quatro fizeram que não.

- Desenhos. Que se movem e passam na televisão.

- Bom, eu sei fazer desenho se mover, mas eu não sei o que é uma televisão. – disse tio Tiago, que Harry acreditava cada vez mais que era o seu pai. Já que a teoria de que ele viajara no tempo dava sentido ao fato de seu pai estar ali, ao lado dele, e vivo.

- Não sabe o que é televisão? – Harry escandalizou-se.

Os quatro fizeram que não.

- Vocês não tem televisão por aqui?

Os quatro negaram novamente.

- Então não vão entender.

Ele desistiu, emburrando-se.

Os quatro trocaram olhares confusos e tio Tiago voltou a falar:

- Ta... voltando ao assunto. Sirius, compreende agora o que está acontecendo?

- Acho que- então você nunca... com a Evans?

- Ehehe, não... e pelas contas, vou ser pai aos vinte. O que é bem razoável, não?

Tio Sirius soltou um daqueles suspiros que tia Petúnia dava quando se sentia extremamente cansada e frustrada. Mas no caso dele, ele não estava irritado. Parecia mais... confuso, ou nervoso.

- E por que isso aconteceu com o pivete? Logo com o seu filho?

- Eu também queria saber – tio Tiago riu irônico.

Tio Sirius ficou olhando o nada por um tempo, completamente imerso em seus pensamentos. Até que soltou um longo e arrepiante suspiro e disse:

- Então eu acho devo muitas desculpas para você e a Evans.

- É- espera. Por que para ela? Fez algo com a Evans que eu não sei?

Todos desviaram seus olhos de tio Tiago. Exceto Harry, que se lembrara daquele incidente com a palavra feia. Tia Lílian lhe dissera para não repetir a palavra. A tia Lílian que agora o Harry suspeitava que fosse sua mãe. Ela era sua mãe? Infelizmente não sabia como era seu rosto, porque estava sem os óculos quando a viu. Agora ele queria muito vê-la.

- Você a chamou disso?! – exclamou tio Tiago quando tio Remo lhe contou sussurrando no ouvido.

Eles ouviram passos se aproximarem da sala. Os rapazes usaram da mesma tática que usaram no salão. E com o tio Pedro no bolso e cobertos pela manta misteriosa, os cinco saíram da sala depois que o mesmo homem encurvado entrou acompanhado por seu gato, que Harry achava ser gata por causa do nome. Eles tiveram que ser bem silenciosos e cautelosos para não esbarrarem neles. Foi aí que Harry teve certeza que a manta os escondia. Pois eles passaram, literalmente, bem debaixo do nariz do homem. E ele sequer os viu.

Após fugirem por vários corredores, os mais velhos decidiram se sentar ao lado de uma estátua grande. Harry olhou para aquela estátua, tentando distinguir o que era, mas o escuro e a manta não permitiram.

- Sabe, eu estava pensando... – tio Sirius puxou o mapa de seu bolso, tio Pedro pôs sua cabeça de rato pra fora do bolso – que tal comemorarmos a chegada do Minipontas com alguma marotice e doces da Dedosdemel?

- Estava pensando a mesma coisa – riu tio Tiago.

- Sem falar que eu posso usar esses doces como oferta de paz para a Ruiva.

Tio Tiago riu com o comentário. Então os dois olharam para tio Remo, que perguntou:

- O que?

- Geralmente é nessa hora que você diz para não sairmos, blá, blá, blá...

- E o acordo que vocês fizeram para não preocuparem os Srs. Potter, blá, blá, blá...

- E por que eu lhes diria isso se eu sei que não vão me ouvir? Já cansei de tentar por algum juízo nas cabecinhas de vocês. Vamos lá. Vamos nos divertir.

E os outros dois riram. Harry apenas os observou. Tio Sirius se levantou e encostou sua varinha na estátua ao lado e falou uma palavra estranha. Em seguida, a estátua se moveu, revelando uma passagem secreta. Harry ficou maravilhado. Aquele lugar era cheio de passagens secretas. Não sabia bem o porquê, mas ele sempre gostou de passagens e lugares secretos. Gostava de fingir que o armário era o seu lugar secreto, apesar de sua tia Petúnia sempre o invadir, ninguém mais entrava lá. Pelo menos, assim, dormir no armário era mais interessante. Quando entraram no túnel secreto, tio Tiago retirou a manta de cima deles e tio Pedro voltou a forma humana.

Antes de prosseguirem pelo túnel, tio Tiago se virou para Harry e disse:

- Tudo que você vai ver aqui hoje, Harry, não conte para ninguém. Nem fale para Lílian Evans que você foi num passeio noturno até Hogsmead e a Dedosdemel com a gente, combinado? Será o nosso segredinho.

E piscou. Harry assentiu, animado pela aventura a sua frente.

Quando finalmente chegaram a uma escada, Harry estava cansado e dor nos pés; sem falar em seu sono que voltara com mais força. Porém, todo o seu desconforto se dissipou quando Harry seguiu os quatro rapazes, que se chamavam de Marotos, e viu um quarto cheio de caixas com doces. Doces que ele nunca vira e sabia que faria inveja ao Duda se os visse. Tio Tiago e tio Sirius e tio Pedro começaram a abrir as caixas e pegar os doces delas, enquanto Harry e tio Remo os observavam do alçapão. Foi então que Harry percebeu o que estavam fazendo. Com uma pontada no peito, Harry perguntou:

- Vocês estão roubando os doces?

- Roubando? – tio Tiago levantou a sobrancelha para ele.

- É Pontas, está roubando? – tio Remo perguntou. Ele parecia estar se divertindo.

- Vocês não podem roubar, é errado. Os donos dos doces pagaram por eles.

- São só alguns de doce, não fará mal.

- Mas eles pagaram. Vocês não podem pegar o que as pessoas se esforçaram para conseguir. É errado.

- É, pessoal, o garoto está certo. Vocês não podem pegar o que os outros se esforçaram tanto para conseguir. – tio Remo repetiu as palavras do Harry.

- Ah... – tio Sirius suspirou frustrado – ele está parecendo a Evans agora.

- É, não é? – riu tio Tiago – de qualquer forma, o Harry está certo. Não podemos deixar de pagar pelos doces.

Tio Tiago puxou um saco de couro de onde se ouvia tinidos metálicos e despejou todo o seu conteúdo sobre o chão. Eram moedas de ouro. Harry ficou maravilhado com o montinho de ouro.

- Agora não é roubo.

- A oferta até que é bem generosa, podemos pegar mais.

Assim, até Harry os ajudou a pegar os doces. Foi uma experiência maravilhosa. Ficara o tempo todo ao lado de tio Pedro, que parecia saber tudo sobre os doces. Descobriu os feijõezinhos de todos os sabores, os sapos de chocolate, chicletes que não estouram por dias. Tio Remo lhe mostrou uma barra te chocolate e disse que eram ótimos remédios para a depressão após um ataque de dementadores. Harry não sabia o que eram dementadores, mas procurou guardar a informação na memória. Tio Tiago e tio Sirius deram um feijãozinho para Harry provar, cor de sangue, que tinha gosto de metal... ou de sangue. Animados e carregados de energia e doce. Os quatro marotos e Harry voltaram para o castelo. Conseguiram driblar a patrulha do homem encurvado e seu gato, e voltaram ao dormitório. Acordaram tio Cosmo para participar da festa do doce, o que ele fez de bom grado.

- Oh... que fofo... – Jade exprimiu, admirando a cena do quarto dos meninos.

Lílian acordara cedo naquela manhã de sábado, com as gêmeas fazendo guerra de travesseiros. Elas a acertaram no rosto umas três vezes até ela decidir se levantar de vez. Porém não foi o único motivo que a fez sair da cama. Ela queria saber como estava o Harry. Ele ficara no quarto dos marotos. Tudo poderia ter acontecido. E quando abriu a porta do quarto deles, não se surpreendeu com o que viu. Embalagens e pacotes de doces bruxos se encontravam espalhados por todo o quarto. Garrafas de cerveja amanteigada vazias jogadas ao chão. Algumas pingavam. Baralho bruxo e figurinhas dos sapos te chocolate se encontravam misturados. Eles claramente haviam se divertido a noite toda juntos.

Ela se viu num impasse. Entre agir como monitora ou como uma simples colega. Ela os acordava e dava uma bronca? Ou os deixava dormir e esquecia? Ao ver Harry dormir tão tranquilo e feliz, agarrado à blusa daquele que viria a ser seu pai, decidiu deixá-los dormir. A bronca viria depois.

Esmeralda pegou um caramelo cor de mel do chão, ainda na embalagem e leu o rótulo.

- Esse caramelo foi fabricado há apenas uma semana. Como eles conseguem? O passeio a Hogsmead mais próximo é no dia das bruxas.

Lílian deu de ombros e Jade riu. Esmeralda deu uma risada sapeca e começou a catar todos os doces ainda fechados que encontrava. Lílian trocou um olhar espantado com Jade. Daí as duas riram uma pra outra do mesmo jeito que a Esmeralda e começaram a fazer o mesmo que ela. Ao final do furto, elas saíram do quarto às risadas, deixando um bilhete pregado na cama de Sirius, em que dizia:

Sabemos onde estiveram na noite passada.

Ass.: E.C.H., J.J.H. e L.D.E.

P.S.: pegamos os doces.

E não vão querê-los de volta se não quiserem ser delatados.

P.P.S.: O Harry usa óculos? Ass.: L.D.E.

P.P.P.S.: Sirius. Peguei sua cueca. Ass.: E.C.H.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Acho que surpreendi muita gente porque vi muitos apostando no Sirius como o sequestrador. Na verdade foi bem o contrário. E quem diria? O Harry tem um lado maroto, não?
Ah! Ah! Ah! Viram a explicação que dei no início do capítulo? Eu inventei na hora.. Sou boa ou não sou? Puxa, como sou boa em improvisar. Fiz isso na escola uma vez na hora de apresentar uma maquete malfeita. Duvido que os professores tenham caído na minha, mas tudo que eu dizia fazia sentido para quem escutava. Ou será que... eles foram educados comigo?
Quando escrevi o bilhete das meninas, quis morrer de rir com o p.p.p.s. da Esmeralda. Sempre que leio tenho que me segurar para não cair na gargalhada. Não sei se vocês acharam tanta graça, mas eu achei. Gostei da ideia e pus.
Sobre o nome do meio da Lílian (vocês pegaram que L.D.E. é a Lílian, não é?), a verdade é que eu não sei se ela tem um nome do meio. Eu que quis por; por causa da assinatura das gêmeas. Não achei que ficaria legal ela sendo a única com apenas duas iniciais. Aí eu pequei a letra por um sorteador. E deu número 4. E a quarta letra do alfabeto é o D. Por isso pus o D. Mas eu ainda nem escolhi o nome dela, então, por enquanto, fica só Lílian D. Evans (Me lembrou de One Piece). Quem quiser me dar uma sugestão de nome, pode dizer, desde que seja com D.
Aí, o nome da Jade, eu tenho ele inteiro. Jade Jane Hughes. O da Esmeralda é Esmeralda Cara Hughes. Bom, o da Esmeralda não é interessante no momento. O interessante é o da Jade, cuja pronúncia no português me soa estranho. Bom, a verdade é que eu acho a pronúncia do nome dela na forma inglesa bem maneirinha. Escrevo aqui a pronúncia, só para vocês verem como fica: Djeidi Djeini. Mas cada um escolhe a forma que querem ler.
Devo dizer que escrever no ponto de vista do Harry abriu meus olhos para o tipo de garoto que Harry devia ter sido quando pequeno. Um menino que não sabia quando estava fazendo algo certo, já que só recebia broncas quando fazia algo errado e nenhum elogio quando fazia algo certo. A partir de agora, Harry pode apresentar um comportamento diferente do inicial, uma vez que descobri alguns traços novos de sua personalidade, e incluindo que ele receberá muita influência dos marotos. Isso me faz querer reescrever algumas partes dos primeiros capítulos, mas vou esperar a fic avançar mais para fazer alguma coisa.
Olha, eu uso óculos. Meu grau nem é tão severo como o de Harry. Minha irmã usa seis graus. Eu uso dois e meio. E quando ando pela casa durante a noite no escuro sem óculos não enxergo contorno nenhum. Apenas sombras escuras que poderiam ser qualquer coisa, e isso porque eu tenho uma ajudinha da luz que vem de fora. Agora imagina o Harryzinho andando pela escola com os archotes apagados e nenhuma luz. Parti do princípio que a medida que você fica mais velho, o grau de miopia aumenta, e dei três graus para o Harryzinho já que uma vez é descrito que ele enxerga nada a não ser vultos quando está sem óculos no quarto livro. Imagino que o grau tenha aumentado, mas não sei se a JK sabe disso. Ou ela ocultou esse fato de propósito.
Tem um fato interessante sobre as minhas notas. Eu começo a escrever a nota inicial antes de começar a escrever o capítulo, claro que depois eu mudo a nota um pouco. Na nota acima eu falei do meu tratamento de canal. Desde então passou sexta e agora é sábado, e devo dizer. O lugar onde o dentista tirou o nervo começou a doer muito. Mas depois eu tomei um analgésico e a dor foi passando. Ainda é um incômodo. Sempre que mordo forte, dói muito. Mas não é tão ruim assim. No momento o que está doendo é a injeção da anestesia. Agora que eu contei um pouco da minha história. Vou deixando vocês com água na boca pelo próximo capítulo.
Deixem um comentário dizendo o que acharam do capítulo 4. E obrigada por lerem.
Já estou escrevendo o capítulo 5! Não me apressem!
˷ ˷͌ ˷ ~~˷ .˷ ~~˷ ˷͌˷. ˷ ˷͌∑(;`Д´)-ф ˷ ˷͌˷. ˷ ˷͌