Depois daquele "pesadelo" de ontem a noite, eu não dormi direito. Acordei era 4hs da manhã e depois, não consegui mais dormir. Eu até olhei em meu braço, para ver se eu estava com aquele tal símbolo, que não consigo descrever. Mas não havia nada. Depois fiquei pensando, quem tinha me salvado? Quer dizer, eu estava em uma altura não tão perto do chão. Pelo menos, em uma altura de 4° andar de um prédio. Sim, as cabanas eram altas. Isso facilitava um ser que fosse para alguma "missão" fora do acampamento, poder localizar quando voltasse. Se voltasse vivo, é claro. Camila e Lorenninha me contaram que muitos não voltavam. Ou se voltavam, estavam muito feridos. Sorte eu tenho... para mim, irá demorar. Pelo menos, é o que eu acho. Acabei de chegar, não é?

As horas passaram rápido. Quando vi, já eram 7:00! Já tinha que estar em casa a tempos! Me levantei rapidamente. Peguei meu relógio, que estava na estante e peguei meu tênis. Sai correndo. Eu não fazia idéia de como eu iria sair do acampamento. Vi Camila andando com um frasquinho em sua mão. Talvez poderia ser alguma poção. Eu, não sei como, mas não consegui parar de correr e, como resultado, "atropelei" Camila, que foi direto ao chão. Infelizmente, fui junto.

– Sara! - resmungou Camila - saia de cima de mim!

Logo, percebi que havia quebrado o frasquinho dela.

– Vish.– pensei

– Certo - ela disse, se ajeitando - você acabou de jogar fora toda a minha poção.

– Como vou sair do acampamento? - perguntei, evitando falar sobre o que acabara de ocorrer

– Sabe esse anel, aí, em seu dedo? - ela disse, sem humor algum

Levantei minha mão, onde havia o anel e afirmando

– Bom, é só você pedir para ir ao lugar que você gostaria - ela estava realmente furiosa - agora, dá licença que vou ficar mais 2h fazendo minha poção

– Vish - falei baixo

– Bom - eu disse para o anel - me leve ao meu quarto

Em um piscar de olhos, eu estava em meu quarto e percebi que já havia voltado ao meu antigo jeito: cabelos castanhos, olhos verdes e principamente, sem asas.

Minha roupa estava imunda, então decidi troca-la. Peguei minha blusa violeta, minha calça branca e meu tenis preto.

Desci as escadas rapidamente, até porque, estava atrasada para a aula.

– Mãe! Mãe! - não a encontrei na cozinha, nem na sala. Ela não estava em nenhum comodo.

Vi o telefone fora do gancho. O coloquei de volta ao lugar.

– Estranho– pensei

Então, fiz meu café da manhã. Bem simples.

Apenas estranhei a falta da minha mochila por um momento. Entretanto, me lembrei aonde havia deixado. No meio de corpos de estudantes e sangue.

– Ótimo, estou sem mochila e estou atrasada! Dane-se!

Abri a porta e sai correndo para a escola.

Encontrei Íris no caminho.

– Íris! - exclamei

– Oh, que bom te ver - ela respondeu, juntamente com um abraço

Andamos até a escola juntas.

– Ah não. Essa não - falei

– O que foi? - Íris perguntou, desorientada.

Eu fiquei paralisada. Íris olhou para a mesma direção que a minha, desta vez.

– Ah não. O que fizeram! - ela disse, aflita

A escola estava rodiada por jornalistas e câmeras. Peggy, nossa repórter escolar estava a frente de todo aquele pessoal.

Quando todos nos viram, eles sairam correndo atrás de nós. E o que iriamos fazer? Sim, fugir.

– Ãã, Íris, para onde vamos? - eu disse, aflita e correndo

– Eu não sei - ela respondeu, mas logo senti que ela teve uma idéia - vamos para o acampamento!

– Acampamento? Agora? - eu disse

– Sim! Pense - ela disse, se cansando da nossa fuga dos jornalistas, que ainda estavam atrás de nós, com Peggy nos chamando feito louca - se Nathaniel, Castiel, Lysandre e Ambre também foram ao passeio, eles também foram seguidos por jornalistas. Eles são espertos.

– Menos a Ambre - eu disse, com sorriso sarcástico

– Sim - Íris concordou e deu risada

– Certo, vamos lá - levantei minha mão, olhei para o anel e vi que Íris fez o mesmo - leve-nos ao Acampamento Werning

Em um piscar de olhos, chegamos ao acampamento.

– Aqui estamos - eu anunciei a Íris e logo percebi minhas asas e cabelos brancos novamente

– Veja! - Íris apontou e saiu correndo, agarrando meu pulso

Encontramos Nathaniel e Lysandre conversando. Castiel não iria ficar perto deles. Principalmente com Nathaniel por perto. Ele preferiu ficar com Camila, ajudando-a refazer a poção.

– Olá garotos! Também fugiram dos jornalistas loucos? - perguntou Íris

– Sim... eles queriam arrombar a porta da sala dos representantes. Não tinha saída. Tive que vir para cá.

– E eu e o Castiel estavamos no porão conversando. Também tivemos que sair.

– E... hunf... a Ambre? - perguntei

– Não sei... - respondeu Nathaniel

– Nem importa mesmo– Pensei

– Mas... - eu comecei - porque eles estavam lá, nos procurando?

– Porque nós fomos os sobreviventes do acidente. Peggy chamou sua equipe para nos entrevistar. - respondeu Lysandre.

– Sara, queria falar com você. - pediu Nathaniel

– Claro!

Nós nos afastamos um pouco do grupo e ele começou:

– E aquilo de nós sermos de grupos diferentes?

– E dai? - eu disse, confusa

– E dai é que é contra as regras, querermos ficar juntos e não poder!

– Relaxa Nathaniel, isso é histórinha para adolescente ir dormir - eu disse, séria, entretanto, com um tom irônico

– Não, não é. A última vez que foram contra as regras, o par foi jogado no Mundo Inferior

Eu hesitei por um momento, mas comecei:

– Ok. Está certo. Me desculpe. - nos abraçamos - Mas o que vamos fazer?

– Não sei.

– Resolvemos isso depois. - olhei para meu relógio - São 10h... como o tempo passa.

– Na verdade, a cada 1h que se passa aqui, lá do outro lado já se passaram 3hs - Nathaniel explicou

– Então... já são 13h??

– Sim

– Ah não! Preciso ir! Tchau! - me despedi formalmente, porque ninguem poderia ver algo mais... informal. Levantei minha mão, olhei para o anel e pedi para ir para casa.

Em um piscar de olhos, lá estava eu, novamente, sem asas, em meu quarto.

Desci as escadas rapidamente, esperando encontrar minha mãe.

Realmente, eu a encontrei. Ela não tinha me visto ainda. Cara, eu estava tão ferrada. Mas, percebi que minha mãe estava chorando. Porque?