Estranhei um pouco minha mãe. Ela não era muito de chorar.

– Mãe? A senhora está bem? - eu disse, sentando no sofá, onde ela estava chorando

– Fi-filha? É você? - ela disse, com a voz trêmula

– Sim, sou eu... O que aconteceu?

Ela me abraçou e continuou:

– Eu recebi um telefonema da escola informando sobre o acidente! Vo- voce está bem?

Naquela hora eu tinha entendido o porque do telefone fora do gancho.

– Estou sim, mãe. Não se preocupe.

– Ma-mas como você sobreviveu? Foram encontrados vários corpos de estudantes. Aqui-quilo foi horrível. Um acidente horrível.

Eu hesitei por um momento, pois, o que eu iria dizer?

– Eu me machuquei um pouco sim.

– E para onde você foi?

Eu hesitei novamente.

– Ah, não. - ela disse, fria - você não.

– O- o que foi, mãe? - eu disse, com medo

Ela se levantou bruscamente do sofá e continuou:

– Não é possível! Minha própria filha... um... um - ela parou por um momento

– "Um" o que? - perguntei

– UM MONSTRO! MINHA FILHA, UM MONSTRO! Ah, não! Você foi para o Acampamento Werning! Oh, não! - ela gritou, em puros pulmões.

– EU NÃO SOU UM MONSTRO! - eu disse, levantando do sofá

– Não? Então, vamos, mostre suas mãos - ela ordenou

Eu estendi minhas mãos para ela ver. Eu tinha entendido porque ela ordenou isso. Escondi minhas mãos.

– Você tem o anel! O anel do grupo dos céus! Porque,meus deuses, porque, a minha própria filha? - ela exclamou, com suas mãos em sua cabeça

– Mãe! Como você sabe disso?

– EU CAÇO VOCÊS! MATO! QUANDO O SANGUE DE VOCÊS JORRAM PARA FORA DE SEU CORPO, É MAIS UM EXTERMINADO! ESSE É MEU TRABALHO! EXTERMINAR CADA UM DE VOCÊS! - ela gritava, friamente

– Mãe? - eu disse, choramingando

Ela foi pegar alguma coisa na cozinha. Quando ela voltou, estava com uma faca em suas mãos.

– Mãe?! - eu gritei, subindo as escadas rapidamente.

Quando eu ia abrir a porta do meu quarto, ela acertou a faca em meu braço

Cai, de dor. Começei a gemer. Cara, como aquilo doia

Ela subiu em cima de mim. Era só enfiar a faca em meu coração.