Alguns dias depois

Preciso dizer como acabou? Ganhamos, é lógico. Salvamos o país de Vivi. O sorriso no rosto dela compensou tudo que havíamos passado. Todos nós saímos bastante machucados, mas já estávamos bem melhor. Me levantei da cama onde estava e abri a porta do quarto, encontrando Vivi com a mão fechada, provavelmente se preparando para bater.

– Sanji-kun! - ela sorria - Finalmente acordou! Os outros já estão de pé, se arrumando para o jantar. Quer dizer, quase todos. O capitão ainda dorme, mas Nami-san está dando um jeito de fazê-lo acordar - soltou uma risadinha, que me fez sorrir.

– Que bom. Hum, acho que vou tomar um banho. Onde fica o banheiro? - Vivi-chan me levou até ele e me disse onde poderia arranjar uma toalha.

Logo que ela se retirou, entrei em baixo do chuveiro e tomei um banho rápido. Me sequei, enrolei a toalha em volta da cintura e voltei ao quarto. Me arrependi eternamente. Abri a porta, e encontrei-a sentada na cama. Ambos coramos furiosamente.

– O q-que vo-você faz a-a-aqui? - droga! Ótima hora pra gaguejar.

– B-bem e-e-eu... - ela respirou fundo e tornou a falar - Eu queria descer com você. Mas, obviamente, não esperava que estivesse... é-ér... sem roupa.

– Gomen, Vivi - encarei-a durante um tempo - Pode me dar licença? - vi ela ficar mais vermelha ainda, se é que era possível.

– H-hai! Te espero ali fora! - e então saiu, apressada.

Coloquei minha roupa habitual e sai em seguida. Sorri para Vivi e enrtelaçamos as mãos. Então fomos em direção á sala de jantar, juntos. Acho que nem o marimo idiota conseguiria se perder, tamanho era o barulho feito por eles. Empurrei as grandes portas de madeira nos deparamos com a seguinte situação:

1 - Nami, extremamente vermelha de raiva, puxava uma coxa de galinha que já estava na boca de Luffy.

2 - Chopper e Usopp discutiam alto sobre quem iria comer a última batata assada. Mas logo pararam, já que uma mão emborracha pegou-a e levou a sua boca.

3 - Agora os três lutavam contra o capitão, chutando-o, mas o mesmo ria alto.

4 - O espadachim, bebia saquê, e parecia estar no décimo copo. Ele resmungava algo inaudível. Mas logo entrou na briga, pois jogaram um peixe em sua cabeça.

5 - O pai e os amigos de Vivi estavam estáticos, alguns com o garfo parado na frente da boca, olhando a cena.

Eu e Vivi nos entreolhamos rapidamente, antes de darmos uma gargalhada. Todos ali presentes se viraram para nós, o que nos fez rir ainda mais. Logo todos ali se juntaram a nós, o que nos fez fazer mais barulho do que antes. Limpei algumas lágrimas que saiam devido ao excesso de risada, e me sentei ao lado de Vivi.

Nem preciso comentar que tudo continuou um tumulto né? Eu, primeiramente, estava quieto comendo uma deliciosa sopa e conversando com a cozinheira sobre a receita. Mas comecei a xingar o espadachim muito alto quando o mesmo que jogou uma maçã na cara.

Logo, todos os presentes começaram a se retirar. Nami saiu com Vivi, as amigas rindo animadamente. Como Vivi fica bonita quando sorri. Chopper e Usopp saíram quando a comida acabou. Os outros, vendo que iriam ficar sozinhos, se levantaram em silêncio e foram se deitar. Então sobrou eu, que fiquei lá, fitando a parede. E foi aí que ouvi a voz de minha amada, seguida de outra mais grossa, e masculina.

Curioso, e com o ciúmes escorrendo pelos olhos, observei Vivi conversar com Kohza perto das escadas. Me escondi atrás de um vaso de plantas muito grande e escutei.

– Você foi muito corajosa, Vivi. Conseguiu se infiltrar na Baroque Works sem ser descoberta durante muito tempo. Meus parabéns - vi-a dar um pequeno sorriso. Maldito, esse lindo sorriso é meu!

– Arigatô, Kohza. E eu estava com saudades suas. Não tinha notícias a muito tempo.

– Pois é... - ficaram em silêncio durante algum tempo, até que ele voltou a falar. E o que ele disse que fez congelar, e esquecer de respirar durante um longo tempo - Vivi... eu quero que você saiba que eu sou apaixonado por você. A muito, muito tempo. Embora eu ache, que o sentimento não seja recíproco, queria que soubesse disso.

Ela fitou o chão, mas logo aquele idiota a fez olhar para ele novamente.

– Kohza, eu... - mas foi interrompida.

A cena que vi provavelmente vai me assombrar pelo resto da vida. Vivi estava beijando alguém. Alguém que não era eu. Saí de trás do vaso, e pelo jeito fui pego. Ela empurrou o amigo e olhou com os olhos arregalados para mim. Só tive tempo de me virar, e sair correndo.

No dia da despedida

Eu não falo com ela desde aquele dia. Cada vez que a vejo passar, meu coração se aperta, e dói. Dói muito. Dói como eu nunca pensei que ele um dia pudesse doer. Fazia força para segurar as lágrimas, principalmente hoje. Já estava decidido que ela não iria com a gente. Hoje seria o dia do adeus.

– Sanji, você não vem? - Nami me chamava, ela e os outros já estavam indo. Mas quando ela viu que eu queria fazer algo mais, só assentiu com a cabeça e seguiu os nakamas.

Me aproximei de Vivi, e encarei-a.

- Sanji-kun, eu... - eu a interrompi.

– Não. Só escute. Aquele dia, quando você beijou o Kohza, foi como se meu mundo caísse. Doeu, Vivi. Ainda dói. Mas talvez seja melhor assim. Podemos nos distanciar sem aquele peso no coração.

Me virei e fui andando calmamente, mas ela segurou meu braço.

– Me perdoa?

– Adeus, Vivi.

E então? Eu tentei ser forte. Mas nunca ia conseguir. Continuei caminhando, e sentindo as lágrimas escorrendo rapidamente pelas minhas bochechas. 

- Eu ainda amo você. - sussurrei.