" Eu quero salvar Alabasta. É o meu dever como princesa. Mas o fato é que, quando Usopp-kun gritou que havíamos finalmente chegado em minha terra natal, eu não senti a felicidade que esperava sentir. Não quero deixar Sanji-kun para trás. Eu sempre soube que teríamos de nos separar em algum momento. Mas dói tanto. Se você ama alguém, cmo certeza quer ficar com essa pessoa para sempre, não é? Luffy já me convidou para navegar junto deles, mas não posso deixar meu país. E Sanji-kun provavelmente não vai aceitar morar comigo. Até porque, nem sei se teria coragem de pedir para ele. Acho que Nami-san não pode me ajudar nesse assunto. Eu tenho de encontrar a solução logo, pois estamos quase chegando. Muito perto, realmente muito perto. Tem alguém batendo na porta. "

- Vivi! Por que está trancada? Abre isso logo! - destranquei a porta -  Até que enfim! - ela olhou para a minha escrivaninha, onde estavam o papel e a pena - O que a senhorita anda escrevendo? 

- Só alguns pensamentos bobos... Não, não leia! 

Tarde demais, ela já havia pego e começado a ler. Um tempo depois, olhou para mim, fazendo eu corar. Levantou uma sobrancelha e apontou para onde dizia que ela não poderia me ajudar. 

- Poxa, eu pensei que fossemos amigas, Vivi. 

- E somos! - respondi imediatamente - É só que... sei lá, não sei se você consegue me entender. Provavelmente não entende o que estou passando - sentei-me em minha cama.

- Talvez não entenda, mesmo - ela sentou-se ao meu lado e colocou uma mão sobre o meu ombro - Mas posso ficar aqui do seu lado e aguentar junto a você. Não é bem a sua solução, porém é o que posso fazer - ela sorriu para mim, que retribuí.

- Arigato, Nami. Sabe... - ela me encarou - Vou sentir muito a sua falta. 

- Também vou, Vivi - então baixou o tom de voz - Também vou...

Ficamos assim durante um tempo, até que ela falou que tinha que ver alguma coisa com as velas do navio e saiu. Voltei ao meu papel.

" Estava enganada. Acho que Nami é a única que pode me ajudar. Não me dando a resposta para todos os meus problemas, mas suportando a minha dor junto comigo. É a melhor coisa que alguém poderia fazer por mim nesse momento. Espere, outra pessoa veio conversar. "

- OE, VIVI! VAMOS COMEMORAR! - Luffy chegou escancarando a porta. Mas seu sorriso sumiu ao ver a minha expressão triste - O que foi? - perguntou ele chegando mais perto de mim.

- Você não vai entender. Tem a ver com aquilo de amor, que conversamos mais cedo, lembra? 

- Hum... eu não sei o que é isso de amor - ele sorriu - Mas, pelo que eu entendi, ele é muito importante, e temos de correr atrás dele quando finalmente o achamos, não é? - então ele se virou e saiu, cantarolando.

" Mesmo sem saber, o capitão me ajudou muito! Já sei o que devo fazer, mas antes vou falar com o Sanji... que droga! Isso está me irritando demais! "

- Vivi! Estamos chegando! Venha ver, a vista é linda! - Usopp e Chopper entraram fazendo o maior barulho.

- Gomen minna, mas tenho de terminar algumas coisas aqui antes - apontei para o papel.

- O que está escrevendo? Deixa a gente ver! - o médico pulava com os braços esticados tentando alcançar a folha. Eu ri.

- Nada demais. Eu já vou indo, esperem um pouco! - finalmente a duplinha saiu, me deixando sozinha novamente.

" Pelo visto todos aqui estão tentando me animar. Mas, agora que já está tudo decidido mesmo, acho que vou me divertir um pouco. Só vou descansar durante um tempinho... "

Deitei-me em minha cama. 

- Se não for o Sanji-kun pode ir dando meia volta! - falei meio irritada, meio brincando quando escutei baterem na porta, novamente.

Escutei o Mr. Bushido resmungar alguma coisa e logo gritar para o nakama que eu estava á espera dele. Baka! Quase na mesma hora, vejo ele entrando.

- Vivi-chwan! Muito feliz? - ele estava com um sorriso forçado no rosto. Pelo jeito, se sentindo igual a mim. 

- Etto... não muito - eu tentava segurar as lágrimas.

- Nem eu - deitou-se ao meu lado e fechou os olhos - Eu tenho que ir, e você ficar não é? 

- Acho que sim...  Mas nunca se sabe, não é? - ele abriu os olhos rapidamente, mas logo tornou a fechar.

Me virei e fiquei encarando-o. Abracei ele, e ficamos assim, ambos tristes, mas aproveitando, provavelmente, um dos nossos últimos momentos juntos.