Naquele mesmo dia eu fui para casa pensando seriamente se morrer seria a melhor opção no momento - nem precisei pensar muito para descobrir que a morte não seria a melhor solução. Quando eu cheguei em casa era por volta das 08h30min da manha, eu tive varias burocracias para resolver no hospital.

Desci do meu carro carrancudo batendo a porta com toda a minha força, minha mãe por sua vez fechou a porta com o máximo de delicadeza.

- A porta não tem culpa. - Ela me reprendeu, eu a olhei nos olhos, estavam vermelhos iguais aos meus.

Ela viu minha expressão de dor, respirou fundo e começou a andar em direção a minha casa, eu bipei o alarme do volvo - que estava parado na porta de minha casa - arrastei-me  até a porta da frente da casa, o jardim nunca pareceu tão morto e feio para mim como naquele momento. Minha mãe me esperava na entrada com a porta aberta.

Eu não entendia porque de tanto rancor dentro de meu coração Kate estava morta, Charlie morreria da que há algumas horas, a missão fora um sucesso, certo? Errado, eu me sentia um fracassado... Eu não devia me sentir assim. Desde a partida de Bella eu me tornara amargo - um viúvo muito amargo - eu não vivia eu apenas existia eu sucumbi à dor por quase seis anos e agora eu estava fazendo a mesma coisa, eu sou um idiota, será que eu não aprendi a lição? Será que tudo o que restava agora era lembranças? Eram tantas perguntas para um homem que carregava tanta magoa dentro de si.

Eu devia estar fazendo caras e bocas, pois minha mãe sorriu compassivamente.

Eu andei ate à sala a primeira coisa que eu vi foram os vasos com as “cinzas” de Bella e Mell. Eu corri ate lá e os joguei no chão com toda minha força, para minha mãe poderia ser um momento de ataque de fúria - mais a verdade era que aquele era um ato para que eu me desligasse do passado - aqueles vasos que eu tanto idolatrei um dia hoje não passou de uma decepção.

O que eu fiz com os vasos foi exatamente o que aconteceu com o meu coração e era exatamente o que eu queria fazer com o resto do mundo destrui-lo.

- Que barulho foi esse? - meu pai perguntou saindo da cozinha com um avental ridículo escrito “vovô nota 10”.

- Deixa querido. - Minha mãe falou colocando a mão sobre o peito de Carlisle.

As cinzas se espalharam pelo chão. Eu andei até minha mãe, naquele momento eu não era um homem de 30 anos eu era apenas uma pessoa com medos e magoas no momento eu tinha uma razão para não sucumbir, meus filhos.

- Onde eles estão?-perguntei.

-Eles quem, Edward?-perguntou, mamãe devia achar que eu era um louco, talvez eu fosse mesmo.

- Meus filhos. Cadê eles? - falei como se fosse a coisa mais obvia do mundo, olhei de um canto a outro da sala mais nem sinal.

- Estão na cozinha. - Meu pai falou - Sinto muito. - disse por fim.

- Não sinta. -disse secamente- A culpa foi minha.

- Você sabe que não é verdade. - Esme repreendeu-me.

- Eu devia ter matado Kate quando tive a primeira oportunidade, agora minha filha esta em uma incubadora lutando pela vida e Bella esta... -minha voz morreu antes de terminar a frase.

Ninguém falou nada. Minha mãe me empurrou até a cozinha com o meu pai em nosso encalço. E a cena que vi fez meu coração bater mais rápido. Aquela era a cena mais linda, Mell e Thomas estavam comendo cereal - a cozinha era o único lugar repleto de vida - eles sorriram quando me viram.

- Papai. - Thomas se levantou da banqueta que estava e correu em minha direção, eu o peguei no colo - Vovô Carl falo que a Mine nasceu, quelo vê minha imanzinha.

Sorri Mell, Thomas e Jasmine eram meus maiores tesouros, e prometi a mim mesmo naquele momento que jamais faria nada para magoa-los.

Algumas horas depois

Mell sorriu lindamente quando viu a irmãzinha, Thomas estava eufórico - eu nunca os vi tão felizes como estavam agora. O hospital estava repleto de fotógrafos, a imprensa estava caindo matando, a primeira capa de muitos jornais era sobre a minha família.

Pai forja a morte da própria filha.

Falsa morte?! Pai  forja a morte da própria filha e neta.

Um importante diretor do FBI teve a família sequestrada pelo próprio sogro.

Diretor do FBI descobre onde família sequestrada estava.

Briga de família acaba com a morte da assassina prateada

Existiam muitas outras reportagens mais as principais eram aquelas. Naquele momento eu só queria paz mais a impressa não, Rose marcou uma coletiva para daqui a algumas horas - essa coletiva seria de suma importância tanto para minha carreira como também para a populaçao, uma vez que a assassina de prata estava envolvida.

Meus filhos e eu ficamos do lado de fora da UTI neonatal por algum tempo. Eu não sabia como contar a Mell e Tom sobre o que haviam acontecido com Bella, eles estavam tão felizes e a última coisa que eu queria fazer era estragar a felicidade deles.

Mais tarde naquele mesmo dia

 Eu estava a caminho do salão do FBI, a coletiva seria dali a alguns minutos. Respirei fundo e andei ate o meio do pequeno palco, tinha vários repórteres - imprensa de todo lugar devia estar ali - as pessoas parecia gostar de tragédia - peguei o microfone  e fui cegado pela quantidade de flashes. Pelo comunicador Emmett me dissera que diversas emissoras transmitiriam a coletiva ao vivo.

- Boa Noite. - os cumprimentei - Primeiramente peço para desligarem os flashes. - minha voz soou firme e autoritária - Quem não respeitar será conduzido para fora. O único fim dessa coletiva é para dizer oficialmente que a assassina prateada - ou assassina de prata, como também é conhecida - esta morta.

Um burburinho começou a se formar e eu não entendia nada que me era perguntado.

- Responderei as perguntas uma de cada vez, quem tiver uma pergunta levante a mão.

A sala se silenciou e meia dúzia de pessoas levantaram as mãos. Acenei para uma mulher baixinha para que ela fizesse a pergunta.

- É verdade Diretor Cullen que a assassina prateada foi morta ao acaso? Digo a missão na verdade era para resgatar sua esposa e por coincidência a assassina estava lá?

Não foi mera coincidência mais eu não iria falar isso para ela, me limitei a dizer:

- Sim, mais alguma pergunta?

Uma mulher gordinha levantava a mão freneticamente, era ate engraçado, e eu poderia jurar que ela era principiante por isso deixei que ela fizesse a pergunta.

- É verdade que o pai de sua esposa é também o pai da assassina prateada?

Fonte nem um pouco confiável, pensei comigo mesmo, a garota era principiante caso contrario ela não iria desperdiçado sua chance com essa pergunta - talvez sim pudesse ela citaria um: "O pai de sua esposa, não é o verdadeiro pai dela certo?" - Mais eu não iria reclamar, sorrindo minimamente eu disse:

- Sim. Porem lembro a vocês que essa coletiva foi marcada apenas com o intuito de falarmos sobre a assassina prateada e não sobre a vida particular de minha família. -resmunguei - Concederei apenas mais uma pergunta.

- Diretor Cullen? - alguém do fundo gritou fazendo todos na sala virarem na direção da voz- Sua esposa morreu?

Vários pares de olhos viraram abruptamente em minha direção.