- Sabe qual foi o seu erro Charlie?-blefei,eu jamais desconfiaria dele-foi achar que nunca desconfiaria de você-apertei ainda mais meus braços entorno do pescoço dele, sua respiração estava ficando escassa-eu já não a sentia com força.

-Por favor, não. -Kate gemeu no chão.

Apertei com mais força meus braços envolta do pescoço de Charlie, minha arma apontando para a cabeça dele - eu nunca quis tanto estourar os miolos de uma pessoa quanto quero estourar os de Charlie.

- Viu Kate como é ruim quando alguém machuca quem nós amamos?

- Por favor, Edward, -nos olhos de Kate eu vi medo - papai esta doente.

Gargalhei, eu estava sendo frio e calculista.

- É verdade - ela falou –... Olha - ela tomou fôlego e prosseguiu -... Ele esta com câncer.

Eu olhei para Bella que estava mais pálida que o normal.

- Ah claro, e eu sou o papai Noel. -ironizei.

- Ele esta com câncer no cérebro. Por deus Edward! -Kate suplicava, e para ser sincero, eu estava adorando isso, eu queria vê-la de joelhos aos meus pês implorando pela vida do papaizinho dela, eu queria que ela implorasse - assim como eu implorava há Deus para que a dor em meu peito desaparecesse.

- Por culpa de vocês eu sofri por quase seis anos.

Kate se levantou com dificuldade, sua perna sangrava muito. Do lado de fora a chuva ainda caia, pareciam anos desde o momento em que Bella me ligou  e conseguimos localiza-la, porém, foram apenas algumas horas.

- Fique quieta Kate. -adverti, mais ela não me obedeceu, foi com muita dificuldade que ela se levantou.

- Tudo bem Kate - ameacei -, se você quer ver seu papai sofrer. -falei apertando ainda com mais força meu braço entorno do pescoço de Charlie, ele estava ficando bambo.

- Edward... Não... Consigo... Respirar. -falou com dificuldade.

- A intensão é essa, mais se você quiser eu posso quebrar seu pescoço agora. -falei baixo, minha voz era gélida e tenebrosa- Eu juro que você não sentirá nada. -sussurrei.

Eu olhei para Bella - que não havia se manifestado ainda, ela estava estática - seus olhos suplicantes, arqueei a sobrancelha, eu não entendia. Por que Bella tinha aquela expressão de dor.

- Edward. - Bella finalmente se manifestou - Não o machuque.

- O que? Por quê?

- Porque você é melhor do que isso, suas mãos não merecem se sujar com ele. Além do mais, por mais que Charlie me odeie não é reciproco.

Eu estava admirado, Bella era a pessoas mais bondosa e altruísta que eu  já havia conhecido, eu tinha tanto orgulho dela, um sorri brotou de meus lábios, virei à cabeça em sua direção lhe lançando um sorriso. Foi naquele momento, quando eu não estava prestando atenção, Kate atirou eu só ouvi um “ai” vindo de Bella, ela estava caindo soltei Charlie de qualquer jeito no chão, ele caiu ofegante, e corri ate Bella eu consegui pega-la a tempo seu ombro sangrava.

-Bella... -sussurrei desesperado.

Ela riu fracamente.

- Edward é só um tiro. -ela falou fechando os olhos. - Estou com sono.

- Não durma amor. –supliquei.

Ajeitei Bella melhor em meu colo, uma de minhas mãos afagava seu rosto e a outra estava protetoramente em volta de sua barriga, ela sorriu com esse meu gesto.

- Edward beije-me? –pediu ela, lentamente abaixei minha cabeça em direção a sua, nosso primeiro beijo depois de quase seis anos - realmente não pensei que fosse ser assim - minha boca tocou a sua e nós selamos nossos lábios, era um simples roçar que durou pouco. - Eu estou feliz. - Falou fraquinho.

- Eu estou feliz por tê-la reencontrado.

- Você esta aqui comigo, -ela falou fraquinho- eu estou feliz, se eu morrer agora morrerei feliz. -sua voz, mesmo fraca, soou com convicção.

Aquilo não era nada de fato, era só a minha mulher morrendo, a mulher que eu aprendi a amar antes mesmo de saber o que era amor, era só o amor da minha vida me deixando.

Não foi possível segurar minhas lagrimas - eu estava cansado de fingir ser forte - eu não estava preparado para aquilo, eu não estava preparado para ouvir minha esposa se despedindo, não estava preparado para vê-la morrer outra vez, de certa forma para mim ela havia morrido á seis anos atrás.

Foi com um urro de dor, uma dor que seria eterna, que peguei minha arma - que estava a alguns centímetros do meu corpo - e puxei o gatilho atirando freneticamente conta o corpo de Kate (eu não havia entendido o porquê deles não terem fugido ainda, talvez estivessem apreciado o show que era ver minha mulher morrer) atirei compulsivamente contra ela, que convulsionou  e caiu no chão, só parei de atirar quando minha munição acabou - o que foi uma pena - eu ate poderia pegar um novo cartucho mais ela já estava morta.

- Não!! -Charlie sussurrou sacudindo o corpo da filha- Você a matou.

Eu o lancei um olhar de dor

- Ela matou minha vida, duas vezes. -falei sentindo meu coração se quebrar pela segunda vez a diferença era que dessa vez ela morreria - de verdade - a dor de cinco anos atrás não se comparava com a dor de agora, a dor de vê-la morrer em meus braços sem poder fazer nada. Por que aquilo tinha que doer tanto? Porque o amor machuca? Eu queria respostas impossíveis, alias o amor já é uma questão difícil de obter respostas. Senti uma mão gelada tocar a minha, Bella a apertou com o máximo de força que lhe era permitido.

- É uma menina. -ela falou baixinho, como se eu não soubesse, - Jasmine.

- É o nome dela?-indaguei.

- Sim. -falou sem força, Bella sangrava muito, e ao contrario de mim ela não estava desesperada, talvez ela soubesse que esse seria o fim da nossa historia de amor, estremeci com esse pensamento. Senti as traiçoeiras lagrima banharem meu rosto, a respiração de Bella ia ficando mais fraca a cada minuto. Eu tinha que chamar a emergência, ou qualquer outra pessoa, porém, eu não tinha forças para mexer se quer um músculo. A porta foi aberta e Rose entrou - ela tinha os cabelos molhados, evidenciando que a chuva ainda não sessara - o olhar de Rose era feros, ela se aproximou de nós.

- O meu deus! - exclamou - É pior do que eu imaginava. Eu ouvi o final da historia, estou chocada, desculpe a demora, eu não conseguia mover minhas pernas.

- Eu preciso que você ligue para a emergência. -falei rapidamente, ignorando os comentários de Rose.

Ela sacou o celular do bolso traseiro da calça jeans, e começou a falar freneticamente sob o telefone ela gesticulava e chegou a gritar por fim disse:

- Obrigada. -ela nos olhos, respirou fundo e andou ate onde Charlie ainda se encontrava chorando sobre o corpo inerte de Kate, eu não esperava pelo que veio a seguir, Rose se aproximava sorrateiramente se abaixou por traz dele com movimentos delicado ela pegou a arma que outrora pertencera  a Kate e bateu não cabeça de Charlie, lhe dando uma coronhada, o homem caiu por cima do corpo de Kate.

- Precaução. -ela disse por fim se aproximando de mim. - O helicóptero já esta chegando. - tentou me tranquilizar. - Vai ficar tudo bem Edward, é só uma bala no ombro, fique calmo.

Eu queria muito acreditar nela, eu me agarraria com todas as minhas forças naquela fagulha de esperança.

- Vai dar tudo certo. -ela repetiu.

- Eu te amo para sempre. - Bella sussurrou de repente a voz tremula, sua cabeça estava tombada em meu ombro.

- Eu também te amo para sempre. -falei.

Aquela seria então a despedida? Meu amor estava morrendo, me deixando para sempre. Eu a amo, Bella era minha vida e minha vida estava me deixando, Bella estava caindo no abismo sem fim da morte. Senti um vazio no meu coração, afinal era só  minha vida indo embora.

Minutos depois

Bella estava sendo colocada desacordada na maca, o helicóptero havia acabado de pousar, os paramédicos estava apostos e por sorte a chuva sessara. O medico havia me dito que devido à bala e a fraqueza que Bela se encontrava deveria ser feito uma cesariana de emergência - Rose foi com Bella, eu não tinha condições para isso, eu estava muito abalado - não que os outros não tivessem.

Emmett e Alice haviam chegado minutos depois que Rose ligou para a emergência. Eles algemaram Charlie, os capangas de Kate foram levados para uma penitenciaria de segurança máxima, e como eu era o diretor daquela merda eu teria que ficar aqui enquanto Alice fazia autopsia no corpo de Kate - eu realmente esperava que ela estivesse ardendo no fogo do inferno.

- Foi uma morte dolorosa. - Alice comentou. - Quatro tiros no abdome, um na perna, um na coxa, três na cabeça, ela morreu ao que tudo indica foi porque você acertou uma veia femoral, ela teve uma hemorragia e o grã finale foi um traumatismo craniano, ainda terei que fazer os exames para ter 100% de certeza. -completou.

- Eu não me importo como. -admiti- O que me importa é que ela esta morta, na verdade foi pouco eu deveria tê-la torturado até a morte, mais eu agi por impulso, o que foi uma pena. -queixe-me com Alice, eu já ate imaginava, eu cortaria suas mãos primeiro, depois desmembraria cada parte do seu corpo, picaria em pedacinhos e quando me desse por satisfeito atearia fogo, eu sabia que estava sendo frio mais não me importei, Emmett entrou na casa voando.

- O que aconteceu? - perguntei com medo de que alguma coisa tivesse ocorrido com Bella e com nossa filha.

- Charlie esta entrando em convulsão, ele esta vomitando sangue.

Senti meu lábio se  torcer em um sorriso, aquela era à desculpa perfeita para ir ao hospital.

- Eu vou leva-lo para o hospital. -informei- Você fica aqui e toma conta de tudo. -avisei para Emmett, Alice estava ocupada de mais com a morta para me dar ouvidos.

Enquanto andava em direção à saída me virei para Emmett e disse:

- Pode dispensar os atirados, -suspirei- afinal não deu tempo de informa-los de que eles deveriam atirar.

- Também era ariscado. - Emmett comentou. - Bella seria um alvo fácil.

Estremeci com o seu comentário, ele tinha razão, aquele foi um dos motivos pelo qual eu não dei ordem para atirarem - eu não me importava comigo, eu me importava com Bella.

Enquanto ia dirigindo para o hospital com Charlie algemado no bando de trás, eu parei para pensar o qual idiota eu foi, seu eu não tivesse discutido com Bella sobre a paternidade do bebê talvez uma hora dessas estivéssemos voltando para casa em segurança.

Quatro horas depois

Eu estava sentando naquela cadeira de hospital há algum tempo. Rose, mamãe e Renne estavam me consolando. O que Kate disse sobre Charlie estar doente era verdade - câncer no cérebro, em fase terminal - os médicos estipularam no máximo seis dias para ele, e eu torcia para que fossem os piores dias de sua vida, porque com certeza as ultimam horas foram as piores da minha vida.

Eu me sentia fora do meu corpo - não era uma sensação prazerosa, era como estava anestesiado, a ficha ainda não havia caído - a cada batida do meu coração eu sentia dor. Minha cabeça estava pousada no colo de minha mãe e ela gentilmente afagava meu cabelo. Alguns minutos atrás Renee fora ficar com Charlie, ela o amava afinal, eu não a recriminava por isso. Meu terno estava coberto de sangue e eu havia abandonado há muito tempo meu paletó. Era exatas cinco da manha, e minha família - exceto meu pai que ficou com as crianças e Alice que continuava fazendo a autópsia - estava no hospital, estávamos exaustos, porém, o sono não vinha o sol estava nascendo - era uma bela imagem para se admirar se sua esposa não estivesse entre a vida e a morte - Emmett dissera que eu estava sendo dramático mais não era a mulher dele que estava em uma sala de cirurgia era a minha. Dr.Marcus apareceu com uma expressão cansada, ele sorriu assim que nos viu.

- Ela nasceu.

Em um pulo me levantei.

- Posso vê-la?-perguntei eufórico.

Ele assentiu e me mandou segui-lo, andamos ate o berçário pela janela de vidro ele apontou para uma incubadora do lado norte, eu a vi, minha filha, nosso pequeno milagre, pequena, enrugadinha e vermelha o bebê mais lindo do mundo. Meu sorriso foi de um canto a outro do rosto, Bella havia conseguido - ela deu a luz a nossa filha.

- Foi uma Cesária de emergência. - Dr.Marcus começou a falar. - Foi bem arriscado mais sua filha é guerreira.

- Jasmine... O nome dela é Jasmine. -falei sorrindo, eu seria um papai extremamente babão. - Eu já posso ver minha mulher?

O rosto do medico se transformou em uma careta, mau sinal.

- Sr. Cullen temo informa que sua esposa...