Outlaw escrita por Reckless


Capítulo 4
De repente ruivas


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos os reviews anteriores! E obrigada também ao pessoal do tumblr que lê isso aqui. A partir desse capítulo, vai ter percabethices até vocês enjoarem.
Enjoy!



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POV’s Annabeth Chase

– Por quê? Por quê? Oh céus, por quê eu não pensei nas roupas quando aceitei o maldito convite? - Eu estava realmente nervosa. Simplesmente com algo que eu nem sabia o que era - mas estava. Pois eu fui convidada a conhecer a cidade na companhia de Percy, e não tinha roupas para fazer isto.

– Eu e Thalia pegamos algumas coisas antes de fugirmos, se te serve de consolo. - Disse Luke. Thalia e ele estavam sentados no tapete que nem dois mongos, com um pote de sorvete a toa perto deles.

– Isso é sério? - Perguntei. - Como vocês conseguiram as minhas coisas?

– Caso você não saiba, - disse Thalia - eu tenho um guarda roupa completo só com as coisas que você deixa lá em casa. - Ela se deitou sobre as pernas de Luke; seus olhos estavam uma horrível mistura de azul e vermelho: ambos anormalmente fortes. Eu não a culpava por estar com tanto sono, afinal, ela havia passado a noite toda no hospital, e a tarde que agora chegava ao fim em Nova York.

– Vocês dois precisam dormir. - Eu disse, abrindo a geladeira da casa que havíamos conseguido alugar e pegando uma lata de refrigerante. - Passaram a noite toda acordados no hospital, e devem estar exaustos pela tensão da viagem. - Eu me aproximei de Thalia, que ainda estava deitada no colo de Luke, e baguncei seus cabelos. - Precisamos conversar mais tarde.

Thalia abriu seus grandes olhos azuis, me cedendo a possibilidade de interpretar a expressão neles presente: ela estava triste, cansada e preocupada com algo, que não havia contado para mim e talvez nem para Luke. Eu já havia entendido que ela estava triste antes mesmo que ela provasse as minhas expectativas - ou talvez eu tivesse apenas sentido isso. Geralmente eu e Thalia sentíamos a dor uma da outra, mesmo à distância. Me lembrei de quantas vezes ela havia ligado me perguntando se eu estava mal, quando eu realmente estava mal. Alguma coisa estava deixando Thalia para baixo, e eu pretendia descobrir, mas não queria forçar a barra - ela não parecia estar em condições de me contar nada.

Encarei seus olhos azuis por mais alguns segundos, e eu posso jurar ter visto o brilho triste de lágrimas presas. Ela tornou a fechar os olhos, e eu me levantei. Olhei para Luke, com a intenção de transmitir uma mensagem um tanto óbvia, mas ele pareceu entender sua tarefa e se limitou a assentir.

– Bem, eu vou me arrumar e encontrar Percy no parque. Vocês dois parecem muito cansados para conhecer a cidade, então fiquem aqui e descansem um pouco. Encontro vocês à noite?

– Sim. - Respondeu Luke, mas eu percebi que ele estava viajando. - Nós encontraremos você e Percy no barzinho. Avise a ele que não pudemos ir agora.

– Tudo bem. - Respondi, deixando a sala. - Bom sono para vocês - Gritei, de lá do quarto.

Ouvi Luke rir baixo.

– Bom passeio para vocês também.

POV’s Luke Castellan

Olá. Meu nome é Luke, eu acabo de fugir da cidade onde morei por dezoito anos e a garota dos meus sonhos está babando nas minhas calças.

Annabeth havia acabado de sair para seu passeio com Percy, e Thalia estava dormindo no meu colo. Teoricamente, ela deveria estar dormindo em sua cama, e apesar de eu não julgar minhas pernas um lugar tão recomendável para se tirar uma soneca, devo admitir que estava adorando ver Thalia naquela posição. Seus braços estavam posicionados de modo a parecer que Thalia havia se abraçado, seus cabelos caíam-lhe sobre a face e seu corpo fazia delicados movimentos por conta da respiração. Sua imagem adormecida parecia divina mesmo quando ela começou a babar - e ela ficava linda babando.

A realidade me atingiu como um balde de água fria e me tirou dos pensamentos que envolviam Thalia quando eu percebi que já eram 18:00 horas. Ela provavelmente estaria com fome quando acordasse, e a última coisa que eu queria fazer era algo que não fosse agradá-la, e apesar de eu ser um ótimo cozinheiro, (mas isto é um segredo, guarde-o bem) achei mais recomendável ir ao primeiro lugar que me aparecesse e procurar desesperadamente aquelas coisinhas de queijo e massa que ela tanto adora. Felizmente, o processo foi rápido e eu havia tido o juízo de levar dinheiro para Nova York.

Quando voltei, Thalia não estava mais no tapete, que era onde eu a havia deixado - os travesseiros que eu havia colocado debaixo da sua cabeça ainda estavam lá, mas ela tinha sumido. Eu deixei o saco com o jantar no sofá e fui procurar por Thalia, o que seria uma tarefa bem fácil, porque o apartamento era bem pequeno.

Quando passei pelo banheiro, cujo porta estava aberta, notei as costas de uma pessoa sentada sobre os joelhos. Me aproximei da figura de cabelos negros e reparei que ela estava enrolada em uma toalha de banho, sentada no chão.

Thalia levantou a cabeça quando eu me aproximei, e notei que seu rosto estava completamente molhado. Seus olhos estavam vermelhos, e ela abaixou a cabeça rapidamente, como se ainda não fosse tarde demais para me esconder as lágrimas.

– Então era verdade. Você estava estranha hoje a tarde, e Annabeth sabe de tudo. - Disse, me sentando ao lado dela e afagando seus cabelos. Confesso que estava fazendo um esforço imenso para não chorar - ver Thalia daquele jeito triturou meu coração.

Thalia não respondeu. Apenas tornou a levantar a cabeça, e enxugou algumas lágrimas.

– Você sabe, Luke. Que eu confio em você mais do que em ninguém, e não há pessoa mais importante do que você. - Senti meu rosto esquentar. Era uma sorte Thalia ainda olhar para baixo. - Aconteceram coisas horríveis, e eu não queria preocupar ninguém. Mas já que eu não tenho escolha, acho que seria bom desabafar um pouco. Apenas para… - Ela levantou o rosto e me encarou. - Aliviar… a tensão.

Alguns segundos de silêncio se seguiram. Eu não disse nada, abrindo assim espaço para que ela desabafasse.

– Eu recebi uma ligação. Hoje, enquanto eu estava no banheiro, logo depois de descermos do avião. Era minha tia Eileen. Minha mãe… Bem, ela mora em Londres, então é claro que eu só fiquei sabendo hoje e… - a voz de Thalia falhou, e ela começou a chorar. Novamente. - Ninguém pôde fazer nada a respeito. Foi um acidente de carro, eu não sei direito. Desliguei o celular quanto antes possível, eu realmente não queria saber detalhes sobre a morte da minha mãe.

Eu fiquei tenso. Honestamente, se tinha uma coisa que eu odiava, era quando as pessoas morriam. Eu não conseguia fazer nada além de uma cara de idiota. E essa cara de idiota triplicava quando a pessoa que morria era a mãe da garota pela qual eu era apaixonado.

– Luke? - Thalia me chamou, com a voz fraca.

– D-diga. - Eu respondi, novamente, parecendo um idiota.

- Annabeth não sabe de nada.

Imediatamente, meu rosto esquentou. Thalia e Annabeth eram melhores amigas desde sempre, e ela havia contado tudo para mim primeiro?

Eu fiquei olhando para Thalia, com uma mistura infinita de sentimentos no olhar. 

– Não precisa dizer nada. - Thalia se virou para mim, e sorriu. Mesmo sendo um sorriso forçado, em meio a tantas lágrimas, era o sorriso mais lindo do mundo.

Eu pensei em dizer algo, pensei em ser útil. Mas Thalia levantou o corpo e me abraçou, o que fez com que eu perdesse todos os sentidos.

– Estar com você é tão bom. - Ela disse. - Eu não consigo imaginar o que seriam de todos estes anos sem você.

Eu não consegui evitar um sorriso. A única coisa que me importava no momento era confortar Thalia, e eu havia conseguido fazer isso sem dizer uma palavra que fosse.

Nota adicional: Apesar de não ser esse tipo de cara, era meio difícil olhar para Thalia, infinitamente e unicamemente e um monte de outros "ente" sedutora e perfeita, usando apenas uma toalha de banho, e não querer puxar aquilo.

POV's Annabeth Chase

Eu e Percy havíamos acabado de entrar em uma conversa produtiva quando dois pirralhos decidiram acabar com tudo.

Primeiramente falando das coisas boas, Percy era tão gentil que chegava a me envergonhar. Ele havia me mostrado parques, pontos turísticos, andamos por boas horas e então uma leve garoa iniciou-se. Então ele me levou ao bar do Senhor D, que se resumia em uma lanchonetezinha com mesinhas espalhadas e um gorducho rabujento no balcão.

Tudo o que fizemos, fizemos conversando e nos divertindo - Percy realmente sabia como deixar as coisas perfeitas. Ficamos sentados por longos minutos na mesinha, jogando conversa fora, fazendo planos para a noite, até que dois adolescentes de cabelos encaracolados vieram em direção a nossa mesa, trazendo com eles uma garota.

– E aí, Percy. - disse um dos garotos, fazendo um toque estranho com ele. - Tá de rolinho novo? - o mesmo disse, me encarando.

– Oi, Travis. - disse Percy, meio enjoado. Talvez ele não tivesse gostado da ideia de atrapalharem nossa conversa. - Não, Travis. Essa é Annabeth, amiga de amigos. Eles estão passando um tempo aqui na cidade. Annabeth, esses são Travis e Connor Stoll. - ele disse, apontando os meninos. - Essa é Rachel, minha amiga.

A garota ruiva, que até então estava de costas, virou-se e abraçou Percy pelo pescoço. Ela depositou-lhe um beijo na testa e deu um gritinho 80% mais irritante do que o de pessoas normais. Então ela pegou Percy pela mão e puxou-o para o balcão, tagarelando várias coisas que não entendi.

Seja lá quem fosse, "Rachel" estava na minha lista negra.


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Notas finais do capítulo

Relaaaaaaxem! Rachel e Annabeth vão ser amigas, porque a Rachel é um amor. Não me matem, ok?
E me desculpem pelo capítulo tremendamente horroroso, eu ando sem tempo pra escrever.



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