Angels escrita por JMcCarthyC


Capítulo 12
Contato Imediato - PARTE TRÊS




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PARTE TRÊS

 

Emmett deixou o carro, parecendo intrigado com os pacotes que Alice carregava animadamente até Bella. Até onde ele se lembrava, Alice animada daquele jeito, mais pacotes de cores extravagantes nas mãos normalmente não formavam uma boa combinação. Ele deu a volta no jipe e levou a mão à porta de trás, mas Rosalie segurou seu pulso antes que ele conseguisse abrir.

-O quê? – ele perguntou a ela, confuso. – Vai querer deixar as crianças enfornadas aqui?

-Não, Emmett! Só que eu quero que você carregue a Scarlet.

-Pra quê? Ela sabe andar sozinha desde que saiu da sua barriga.

Rosalie revirou os olhos. Às vezes ela se perguntava se Emmett era lerdo daquele jeito mesmo ou se ele só fingia na maior parte do tempo.

-Eu não quero ela agarrada naquele viralata de novo. – ela falou cada palavra devagar, como se explicasse uma equação de segundo grau para uma criança de seis anos. – Entendeu, ou quer que eu desenhe?

-Você não sabe desenhar, Rose.

Ela respirou fundo uma vez e soltou o pulso do parceiro. É, talvez ele fosse lerdo daquele jeito mesmo.

-Só carregue a menina, está bem? Porque eu tenho certeza de que ela vai querer sair correndo quando você abrir a porta.

-Desculpaí, mãe Diná dois. – Emmett brincou fazendo uma reverência. – Pode deixar, eu carrego a Scarlet.

Rosalie se virou para se juntar a Alice e Bella, enquanto Emmett abria a porta do carro.

-Pode sair, filhão. – ele falou enfiando a cabeça no banco de trás, sorrindo para Eran, que deu antes de sair deu um beijo estalado em sua bochecha. O grandão olhou para Scarlet, que estava emburrada no canto, encostada contra a porta oposta. – Eu não vou ganhar um beijo seu?

-Não. – ela respondeu com calma.

-Posso saber porquê?

-Porque você vai obedecer a mamãe. – ela respondeu com os olhinhos estreitos. – E eu não quero que você me carregue. Então eu não vou sair daqui. – ela terminou dando de ombros.

-Será que eu vou ter que chamar o Super Emmett para te tirar daí, então?

Scarlet olhou com incredulidade para o pai.

-Papai, não... –

-Super Emmett lindo e gostosãããão! – Emmett gritou no melhor estilo “This is Sparta!” antes que a menina conseguisse terminar a frase e se atirou dentro do carro, fazendo cócegas na garotinha. As pessoas do lado de fora olharam estarrecidas para o grandalhão que tinha apenas metade das pernas para fora do carro naquele momento.

-Qualquer dia o Emmett vai me matar de vergonha. – Rosalie resmungou com pesar, parecendo desolada. – É sério.

Edward prendeu muito mal uma risada e em segundos todos eles estavam dando gargalhadas altas.

Dentro do carro, Scarlet tentava reprimir a risada com todas as suas forças, apesar de Emmett estar quase se matando de rir sozinho. Ela não ia se render tão fácil.

-Scarlet, todo mundo está rindo lá fora. – Emmett falou depois de conseguir se controlar. – Não precisa se reprimir, eu sei que você quer rir também.

-Não vou rir, papai. – ela falou no limite do autocontrole. – Pode parar.

Emmett parou com as cócegas e permaneceu de bruços no banco de trás do carro, olhando para a filha.

-Porque você está com esse mau humor todo? Parece sua mãe, eu hein...

Scarlet mostrou a língua para o pai.

-É porque eu quero brincar com o Jake e a mamãe não quer deixar... – ela falou fazendo bico.

Emmett respirou fundo. Ele provavelmente ia se arrepender dois segundos depois de dizer aquilo, mas ia dizer mesmo assim.

-E se o papai te deixar brincar com a Lassie? – ele falou baixinho, virando o rosto para ver se Rosalie não estava olhando. Os olhos da menina adquiriram um brilho que assustou Emmett e ela sorriu com as covinhas que havia herdado dele.

-Mesmo?

-Só se eu ganhar um beijo... – Emmett falou em tom de chantagem. Ele mal terminou de completar a frase e a garotinha estava agarrada em seu pescoço, dando-lhe um beijo apertado no rosto.

-Te amo, papai. – ela falou feliz olhando para o grandão.

-Também te amo, moranguinho. – ele respondeu batendo o indicador de leve no narizinho da menina. – Agora vamos que a sua mãe já deve estar desconfiando de alguma coisa. – ele pressionou o indicador contra os próprios lábios. – Segredo. – ele terminou com uma piscadinha.

Emmett saiu com Scarlet agarrada em seu pescoço e fechou a porta do jipe, depois se virou para a Rosalie.

-Não sei onde essa menina aprendeu a ser tão difícil.

-Eu sei... – Edward falou com a voz abafada, a mão na frente da boca, e Rosalie deu uma cotovelada em suas costelas. – Ai!

-Você mereceu. – a loira se defendeu.

-Bom, já que o Emmett e a Scarlet finalmente chegaram, eu posso mostrar o que eu trouxe! – Alice falou com animação, flutuando com as sacolas firmes nas mãos.

Os outros vampiros trocaram olhares desconfiados, todos com a mesma expressão de “lá vem a Alice” estampada no rosto. Então Edward começou a rir, já sabendo do que se tratava. Alice o olhou com reprovação.

-Não sei do que você está rindo, Edward. – ela falou séria. – Não tem nada de engraçado, e não ouse abrir a boca.

-Tudo bem, só vai logo, Alice. – Rosalie falou impaciente, com Eran agarrado em sua cintura.

-Muito bem... – a vampira de cabelos espetadinhos falou com um sorriso radiante. – Elijah, Sappheire, podem vir.

Por um segundo, o silêncio foi pesado. Todos os olhares convergiam para a porta do posrche amarelo berrante, que se abriu lentamente. Quando Sappheire apareceu feliz, seguida de um Elijah emburrado, o queixo de todos caiu.

Edward deu de ombros com aquela cara de “eu já sabia”, Bella olhou incrédula para o marido, Jacob estava horrorizado, Renesmee bateu uma palma em aprovação, Eran ergueu as sobrancelhas e arregalou os olhos, Rosalie parecia estar vendo um cachorrinho ser comido vivo – assim como Scarlet – e Emmett manteve o queixo caído por um tempo absurdamente longo.

-E então...  Alice incentivou, movendo os braços em círculos. – O que acharam?

-A sua cara. – foi a declaração simples de Edward.

-Absolutamente... – Bella concordou com ele, contendo uma risada.

-Medo. – Jacob falou boquiaberto.

-Bonito! – Renesmee gritou batendo palmas.

-Colorido. – Eran falou piscando os olhinhos puxados.

-Não consigo falar... – Rosalie sussurrou ainda em choque.

-Nem eu. – Scarlet concordou no colo do pai, que deu uma risadinha.

-Parecem dois tubinhos de néon.

Alice abriu a boca, indignada.

-Não fale que meus filhos parecem tubos de néon, Emmett! – ela grunhiu entre os dentes.

O grandão encolheu os ombros.

-Mas é verdade, chihuahua. – ele falou apontando para Sappheire e Elijah, que o fulminava com os olhos. – Imagina se saísse sol agora... eles iam ficar brilhandinho dentro desse negócio fluorescente.

Alice arregalou ainda mais os olhos e depois os estreitou, com raiva. Além dela, mais ninguém protestou. Muito pelo contrário, o que se ouviu foram risinhos abafados e mal disfarçados, porque talvez Emmett não estivesse totalmente errado daquela vez.

Os gêmeos estavam vestidos com uma camiseta amarelo grifatexto, daquelas que ardem os olhos de ver. Na parte da frente, grafado em roxo berrante, estava o nome HALE, em letras garrafais. Abaixo do nome, no mesmo tom púrpura gritante, estava o número 1 na de Sappheire e 2 na de Elijah.

Nas palavras de Rosalie, agora ela sabia exatamente como o inferno devia ser.

Mas não parou por aí.

Com um movimento de mãos, Alice pediu para que as crianças se virassem. Elijah revirou os olhos antes de obedecer com desleixo sob os risinhos de Emmett, enquanto Sappheire sorria animada.

Atrás, no mesmo tom roxo cegante, estava escrito SAPPHEIRE e ELIJAH, com os respectivos números – ainda maiores – nas costas.

A cara de horror de Scarlet e Rosalie era indescritível, enquanto Emmett mantinha o queixo caído. Ele balançou a cabeça umas duas vezes.

-Por que o Jasper não... – então ele percebeu, procurando pelo irmão. Nada. – Cadê o Jasper?

Alice abriu um sorrisinho presunçoso no canto da boca. Emmett precisou de um certo tempo para processar o que aquilo queria dizer, e quando finalmente percebeu, ele estava realmente disposto a não acreditar naquilo.

-Não vai me dizer que... –

-Pode vir, Jasper.

Saindo de dentro do porsche, com a cara de dor mais pronunciada que em situações normais, Jasper parou na frente deles, a cabeça baixa, os braços atrás do corpo. Quando ele levantou os olhos, sua declaração foi simples.

-Eu juro que eu tentei.

O silêncio fez eco por alguns segundos, até Renesmee começar a rir. Edward explodiu em uma gargalhada alta, levando Bella consigo. Depois foi a vez de Emmett e Rosalie, acompanhados por Scarlet e Eran. Até Elijah começou a rir.

A camiseta de Jasper era exatamente igual a de Elijah e Sappheire, com a diferença de ter um P – de papai, segundo Alice – no lugar dos números.

-Como você teve coragem de fazer isso com ele, Alice! – Emmett falou tomando fôlego – Até eu estou achando isso cruel.

-Não é cruel, seu ogro! – Alice protestou com os olhinhos estreitos. – É que assim fica mais fácil de encontrar as crianças, e delas nos encontrarem, caso elas resolvam sair por aí sem a nossa prévia autorização.

A expressão no rosto de Rosalie de repente mudou.

-Tem mais disso daí? – ela perguntou interessada, depois lançou um olhar de esguelha para Scarlet. – Acho que eu quero colocar um na Scarlet.

A menina arregalou os olhos no colo de Emmett e mordeu o lábio com raiva. Alice pareceu satisfeita com a aprovação repentina de Rosalie e puxou outra coisa berrante de dentro da sacola. Uma coisa rosa berante.

-Esse é o de vocês. – Alice falou feliz, estendendo o pacote propositalmente para Emmett, que olhava para aquilo como se fosse uma fralda suja. – Eu mesma escolhi a cor.

Emmett abriu a boca indignado, enquanto Jacob tentava segurar a risada.

-E tem uma pra você também, Emmett. – Alice continuou, com um sorrisinho sarcástico. – Você vai ficar uma graça de rosa.

-Você está querendo guerra, chihuahua? – ele provocou puxando o pacote rosa choque das mãozinhas de Alice. – E manda seu filho parar de rir ou eu amarro ele na bola da queimada.

Elijah mostrou a língua para Emmett, cruzando os braços. Postura de quem desafia.

-Você é grande mas não é dois, tio. – ele provocou.

-Vamos ver então, seu pigmeuzinho. – Emmett retrucou se virando para Edward. – Onde está a bola? Quero começar isso aqui logo.

 

 

-

 

 

-Mamãe, eu não quero jogar queimada. – Sappheire pediu abraçando as pernas de Alice. – É violento, tenho medo do tio Emmett com uma bola na mão.

Alice riu.

-É, deviam proibir objetos potencialmente fatais de ficar nas mãos do seu tio. Você não precisa jogar se não quiser, bebê. Nós podemos ficar assistindo daqui, brincando com as suas bonecas, o que você acha?

Sappheire abriu o sorriso exatamente igual ao de Alice, depois correu para Renesmee.

-Quer brincar de casinha, Nessie?

A garotinha de cabelos cor de bronze ainda estava ocupada decidindo se gostava ou não do uniforme laranja radioativo que Alice havia dado para ela, Jacob, Bella e Edward. Até que ela desistiu.

-Quero! – ela respondeu feliz e as duas foram correndo até Scarlet, que não estava mais nos braços de Emmett.

-Scarly! – Sappehire gritou quando chegou perto da prima, com uma Renesmee não muito feliz e seu encalço. – Quer brincar de casinha com a gente?

Scarlet ergueu uma sobrancelha, desconfiada.

-Quem vai brincar? – ela perguntou com inocência, mas seus olhos pousaram em Jacob, do outro lado do campo.

-As meninas. – Sappheire respondeu, sem se incomodar com os olhares de Scarlet. – Eu, a Nessie, a minha mãe, a sua, a tia Bella...

-O tio Edward vai também?

Renesmee respirou fundo, os punhos rígidos ao lado do corpo.

-O papai vai jogar queimada, Scarlet.

-Se você diz... – Scarlet retrucou dando de ombros, mas seu olhar ainda estava em Jacob.

-E o meu Jake também. – Renesmee completou, com ênfase no pronome possessivo.

-Então eu acho que eu vou jogar queimada também. – Scarlet respondeu com naturalidade, caminhando na direção do garoto. Renesmee a segurou pelo pulso.

-Não vai coisa nenhuma, você vai brincar de casinha com a gente.

-Não vou não! – Scarlet rebateu.

-Vai sim!

-Não vou!

-Ahh, vai! Sappheire, me ajuda a carregar a Scarlet!

A garotinha de cabelos dourados ficou parada, os olhos arregalados, a expressão de choque.

-Quê?

-Me ajuda a carregar a Scarlet pra longe do Jake! – ela falou entre os dentes, segurando os braços da prima. – Rápido!

Sappheire não discutiu. Ela puxou as pernas da prima e Scarlet ficou pendurada no ar, se debatendo inutilmente enquanto as meninas a carregavam para longe de Jacob, na direção de Bella, Alice e Rosalie.

-Eu vou chamar o meu pai! – Scarlet ameaçou entre os dentes.

-Vai nada, não vai dar tempo. – Renesmee retrucou tapando a boca de prima com a outra mão.

As garotas atravessaram o campo até pararem ao lado de Rosalie. Elas colocaram Scarlet – que tinha um ódio mortal estampado nos olhos – ao lado da mãe e Renesmee sorriu satisfeita.

-Pronto. Você vai brincar com a gente.

-Posso saber o que foi isso? – Rosalie perguntou meio perdida, olhando debilmente para Scarlet emburrada, Sappehire chocada e Renesmee radiante.

-Não mãe, não pode. – Scarlet respondeu sem tirar os olhos da prima de cabelos bronzeados, querendo destruí-la com a força do pensamento. – É coisa minha e da Nessie.

Renesmee sorriu e se sentou no colo de Bella, enquanto Sappheire fez o mesmo com Alice.

-Acho que agora nós podemos brincar. – ela falou por fim, puxando uma boneca para si.

-Você que pensa... – Scarlet resmungou com a cara fechada, baixo demais para que Renesmee, distraída com Sappheire, pudesse ouvir.

 

 

No campo...

 

 

-Estou me sentindo monocromático. – Jacob resmungou olhando para si mesmo dentro da camiseta laranja radioativa, exatamente como a de Renesmee. – Por que eu tenho que ficar usando isso? É tão mais confortável ficar sem camisa...

-Porque a Alice quer assim. – Edward respondeu. Ele também usava a mesma camiseta laranja. – Além do mais, agora que a casa está cheia de crianças, você precisa usar camisa, Jacob. Principalmente na frente da minha filha.

-Até onde eu sei, ela não se incomoda. Nem a filha do iceberg.

-Olha lá como você fala da moranguinho, Lassie. – Emmett bufou com a bola de basquete firme nas mãos.

Sim, eles iam jogar queimada com uma bola de basquete.

Emmett tinha sugerido que fosse com uma bola de boliche, mas Edward conseguiu o convencer de que poderia ser perigoso para os humanos que eventualmente estivessem passeando no parque. “Mas eles estão com medo da gripe suína, não vão sair de casa”, ele tentou argumentar, mas foi em vão. No fim das contas, teve que se contentar com a bola de basquete, mesmo.

-Por falar em moranguinho... – Jacob começou, o sorriso de provocação se formando em seus lábios cheios. – Você ficou uma graça de rosa.

Elijah começou a rir descontrolada e propositalmente para Emmett, fazendo o grandão estreitar os olhos em fendas.

-Jacob.Elijah.Jasper. – ele falou com a voz afiada, apontando para o outro lado do campo. – Pra lá. Agora.

Edward pareceu confuso.

-Eu pensei que você quisesse me massacrar, Emmett. – ele falou descontraidamente, apontando para si próprio. – Por que nós estamos no mesmo time?

-Cala a boca, Edward, antes que eu mude de idéia. O que não vai ser nada agradável pra você.

Edward preferiu não questionar. A coisa mais sensata a se fazer quando Emmett tinha ataques de raiva era manter distância. Jasper, Jacob e Elijah é que precisavam começar a se preocupar.

-Quem decidiu que você começa? – Jacob provocou com um sorrisinho no rosto, tomando distância do centro do campo.

-Eu mesmo. – Emmett respondeu, ácido. – A bola está comigo, viralata. – ele se virou para o filho. – Eran, cemitério.

O garotinho obedeceu, correndo para a extremidade oposta do campo, e Elijah fez o mesmo quando Jasper pediu. O garotinho de cabelos escuros passou correndo por Emmett, fazendo um gesto um tanto quanto indelicado enquanto corria.

-Eu vi isso, Elijah! – Alice gritou em sua voz afinada, enquanto alisava os cabelos dourados de Sappheire. – Mais uma vez e você fica de castigo!

Elijah bufou alto e Emmett mostrou a língua para ele.

-Muito maduro, Emmett. – Edward murmurou rindo, inconformado. – Se alguém disser que esse seu tamanho todo é gigantismo e que, na verdade, você é uma criança albina de seis anos que pinta o cabelo de preto, todo mundo vai acreditar.

Emmett trincou a mandíbula e respirou fundo. Ele apertou a bola de basquete entre os dedos e, com um movimento súbito, arremessou-a com uma força brutal na cabeça de Edward.

A bola voou longe com o impacto. Se Edward fosse um pouco mais quebrável, estaria decapitado àquela altura.

O grandalhão sorriu satisfeito enquanto Edward mantinha as mãos na cabeça atingida. Com um sorriso desdenhoso, ele limpou uma mão na outra, satisfeito.

-Emmett wins.

Jacob não conteve o riso, mas Jasper estava impaciente.

-Vocês vão parar com isso ou não? – ele perguntou abrindo os braços, distante de Emmett. Uma provocação sutil em sua voz. – Nós temos um jogo para vencer.

-Isso é o que nós vamos ver... – Emmett respondeu sorrindo com o canto da boca, depois de virou para Edward que já estava com a bola nas mãos. – Me dá esse negócio, Edward.

Sem contrariar o irmão, Edward lhe passou a bola.

Emmett ficou passando a bola de basquete – que parecia bem menor em suas mãos enormes – de uma mão para a outra, depois a girou no indicador como se aquilo fosse tão simples quanto caminhar.

Até que ele se cansou e a arremessou contra Jacob.

Com uma força monstruosa.

Um tiro de canhão.

O garoto só teve tempo de colocar a cabeça na trajetória da bola, desviando-a para o outro lado quando ela o atingiu. E aquilo pareceu doer.

-JACOB! – Renesmee e (para a o ódio mortal da primeira) Scarlet gritaram ao mesmo tempo, colocando-se de pé.

-Senta, Scarlet! – Renesmee grunhiu entre os dentes.

-Não sento nada, você não manda em mim. – ele respondeu dando de ombros.

-Mando sim!

-Não manda!

-Ah, é? Então a tia Rose manda. Tia Rose!

Rosalie revirou os olhos, depois puxou a filha pela camiseta rosa berrante.

-Pára de ficar correndo atrás de cachorro pulguento, filha. Tenha amor próprio, pelo amor de Deus!

Emburrada, Scarlet se sentou no colo da mãe outra vez, os olhinhos redondos estreitos, ardendo em raiva.

Jasper riu no campo.

-Olha, parece que o Jacob ganhou uma torcida organizada. Só falta uma musiquinha... – ele levantou os braços, como se estivesse segurando dois pompons – Me dá um J! Me dá um A! Me dá um... –

-CALA A BOCA, JASPER! – Edward, Emmett e Jacob gritaram em uníssono, fazendo Jasper se encolher.

-Tá bom, tá bom, já parei...

-Papai, a bola! – Elijah gritou do cemitério, atirando a bola por cima do campo de Emmett e Edward.

Não forte o suficiente.

Emmett só precisou de um pulo baixo para agarrar a bola com uma única mão.

-Vai precisar ter mais força que isso, frodinho... – ele provocou o menino, virando-se com uma rapidez insana para Jasper, arremessando a bola com força.

Jasper se agachou e a bola passou a centímetros da sua cabeça.

-E você mais mira, tio. – o garotinho retrucou com uma piscadinha.

Eran saiu correndo atrás da bola e a alcançou em poucos segundos. Aparentemente, ele conseguia ser tão rápido – se não mais – quanto Edward. Ele correu com a bola até o campo e a arremessou contra Jacob.

Não forte o suficiente.

Jacob pegou a bola com facilidade e, com um giro que deixaria qualquer um zonzo, arremessou-a contra Edward.

 

WIN.

 

Foi por pouco, mas a bola acertou a perna de Edward, para o desespero total e completo de Emmett.

-Cadê a sua velocidade quando a gente precisa dela, Edward?! – ele gritou começando a se arrancar os cabelos. – Eu devia fazer você engolir a bola, sabia? E você sabe que eu posso fazer isso literalmente se eu quiser.

Edward grunhiu qualquer coisa para Emmett e foi se juntar a Eran no cemitério.

Elijah riu.

-Ops, agora o tio bonzão tá sozinho.

-Cala a boca, moleque, vai sobrar pra você.

Elijah colocou a mão na cintura e virou de costas, depois começou a rebolar para Emmett.

-Estou morreeeeeendo de medo. Na na na ná!

-Elijah Alexander! – Alice gritou outra vez. – Eu estou falando muito sério!

Emmett sorriu com o canto da boca.

-Um a zero Chihuahua, frodinho.

-Fica quieto e joga. – ele rebateu.

Enquanto Edward perdia a chance de acertar Jasper, fazendo a bola ir parar do outro lado do cemitério, Scarlet mantinha os olhos fixos em Jacob. Antes que alguém pudesse fazer qualquer coisa, antes que Alice - escalada como cão de guarda do futuro por Rosalie (que quase morreu por causa do trocadilho) – pudesse dizer qualquer coisa, a garota se levantou do colo de Rosalie com um disparo e atravessou o campo na direção de Jacob.

O garoto arregalou os olhos, mas estava horrorizado demais para conseguir se mexer.

-Não... não... Scarlet... amigo, amigo... bonzinho.... AI! EMMETT!

Mas já era tarde. Lá estava Scarlet, mais uma vez, agarrada irremediavelmente em sua perna.

-Passa a bola pro papai, Eran! – Emmett gritou, ignorando os gritos de Jacob.

-Quê?! Iceberg, sua filha! – Jacob grunhiu, apontando para uma Scarlet feliz que parecia estar agarrada a alguma coisa de que dependesse sua vida.

-Ela está ajudando o papai, né filha? – o grandão perguntou dando uma piscadinha para ela. – Nosso segredo.

Scarlet sorriu satisfeita para Emmett, que agarrou a bola de basquete e arremessou com uma força desnecessária em Jacob – uma vez que o garoto não conseguia se mexer, mesmo.

-Você está fora, Lassie. – ele concluiu.

-Mas não vale! – Jacob retrucou, sacudindo a perna inutilmente. – Essa coisa não deixa eu me mexer!

Emmett deu de ombros.

-Nós estipulamos alguma regra? Acho que não. – ele apontou para o cemitério atrás de si. – Tchau.

Emburrado, Jacob saiu arrastando Scarlet pelo campo, como um presidiário que arrasta uma bola de ferro presa ao tornozelo.

Agora estavam um a um, Jasper contra Emmett.

Com raiva, Jacob pegou a bola e arremessou com tanta força que ela passou por Emmett e por Jasper, indo parar no cemitério de Eran e Edward. O garotinho de cabelos loiros alcançou a bola antes do tio, e correu para entregá-la ao pai. Enquanto fazia isso, para total desespero de Emmett, ele tropeçou no meio do caminho, deixando a bola cair bem aos pés de Elijah.

-ERAN! – Emmett gritou alto, mas já não havia mais o que fazer. O filho de Jasper já havia pegado a bola do chão e a arremessado, quase sem força contra Emmett.

 

WIN.

 

A bola bateu nas pernas de Emmett e, antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, ela já estava no chão.

-Isso não vale! – Emmett protestou, gritando para quem quisesse ouvir. Ou não. – Eu estava conversando com o Eran, não era pra continuar jogando!

Elijah cruzou os braços e riu com o canto da boca. O sorriso de Alice com o olhar fulminante de Jasper. Emmett quis morrer.

-Nós estipulamos alguma regra? Acho que não. – o garotinho apontou para o cemitério, em uma imitação perfeita do tio. – Tchau.

Eran se encolheu, assustado.

-Desculpa, papai, eu não sei jogar...

Elijah gargalhou alto.

-Ele é um fracote. Nós ganhamos. Um a zero pra mim, tio.

Emmett ignorou Elijah, se virando para o filho

-Adianta se desculpa agora? – ele falou bravo, abrindo os braços. – Adianta? Nós perdemos, você viu o que você fez? Eu juro que eu não sei qual é o seu problema!

Eran fez cara de choro e saiu correndo, desaparecendo de vista.

Rosalie, do outro lado do campo, pareceu entrar em choque.

-Emmett, vá atrás do Eran AGORA! Ou você não entra em casa hoje!

Emmett respirou fundo uma vez e fechou os olhos.

-Me xinguem de idiota. – ele pediu com a voz calma. – Vai, eu mereço.

-Você é um idiota, Emmett. – Edward o atendeu.

-Obrigado. – ele respondeu antes de abrir os olhos outra vez e sair correndo para procurar por Eran. – FILHO! ERAN! Como eu sou retardado! – ele resmungava de vez em quando. – Alguém devia me jogar na fogueira! Tá, não. Mas que eu merecia, merecia... FILHOOO!

Então ele avistou, sentadinho encostado em uma árvore, o garotinho de cabelos loiros com a cara enfiada entre os braços.

-Filho? – Emmett chamou outra vez e o menininho se virou. Então ele reparou, ali, estampados no rostinho que o olhava assustado, os mesmos olhos que ele via quando se olhava no espelho... o mesmo cabelo cacheado que estava começando a cair na testa do menino, a mesma boca, as mesmas covinhas que apareciam mesmo quando o garoto fazia caretas de choro... Emmett foi obrigado a se xingar de idiota pelo menos duzentas vezes depois daquilo.

Ele correu até Eran, que fechou os olhos e enfiou a cara outra vez entre os braços. Emmett se abaixou ao lado do menino, afagando os cabelos dele com a mão enorme.

-Olha pra mim, filho.

Eran balançou a cabeça negativamente, ainda encolhido.

-Por favor.

Relutante, o menino levantou a cabeça. Emmett correu os dedos pelo rostinho do garoto, depois abriu um sorriso.

-Desculpa. Desculpa, desculpa, desculpa... o papai foi um idiota.

Eran esboçou um sorriso, fazendo as covinhas aparecerem em suas bochechas brancas. Exatamente como as de Emmett.

-Foi sem querer, papai... eu juro.

O grandão jogou os cabelos do filho para trás, depois deu um beijo em sua testa.

-Você não precisa se desculpar. Você jogou muito bem.

Eran cruzou os bracinhos.

-Eu sei que não, não precisa mentir também...

Emmett franziu as sobrancelhas.

-Tudo bem, vai... não tão bem assim, mas um dia você chega lá.

-Você ainda gosta de mim, papai? – Eran perguntou com a voz chorosa, um pontinha de dor cortando seu rostinho inocente.

Aquela pegou Emmett de surpresa. Ele ficou parado, em choque. Mas como Eran sequer ousava questionar aquilo?

-Mas é lógico, filho! Eu amo você. Eu amo você mais do que eu amo a mim mesmo, e olha que isso é bastante coisa... – Eran riu e se levantou, ficando na altura de Emmett de joelhos. Então, com um impulso, ele abraçou o pai com força. O grandão envolveu o pequeno com os braços, afagando as costinhas dele.

-Mas eu não faço as coisas que você gosta, papai...

-Não importa, Eran. Eu amo você assim, do jeitinho que você é. – ele ponderou por um segundo – Mesmo que você ache o seu tio uma pessoa legal, mesmo que você não goste de coisas violentas, mesmo que você tenha medo da Lassie de vez em quando...

Eran riu, depois de soltou de Emmett.

-Eu te amo, papai. Mais do que todo mundo no mundo! – ele falou abrindo os braçinhos para demonstrar o tamanho.

-Eu também, filhote. – Emmett concordou, bagunçando os cabelos do filho. – Só não conte isso para a sua mãe, ou ela vai não vai deixar nenhum de nós dois entrar em casa hoje.

Eran riu com as covinhas outra vez e Emmett o puxou para si, levantando-o consigo.

-Hora do ataque de beijos do Super Emmett! – ele gritou e começou a beijar Eran, fazendo o garotinho cair na gargalhada.

-Papai! – ele falou alto, tentando se desvencilhar de Emmett, até que o grandão parou. – Ataque de beijo é coisa de menina.

Emmett ergueu uma sobrancelha.

-Você tem razão. – ele concordou, parecendo pensativo. – Mas sabe de uma coisa? Eu não ligo!

Eran soltou um grito quando Emmett voltou a beijá-lo, começando caminhar.

-Só não conte nada pra ninguém. – ele acrescentou sério, depois voltou a rir, enquanto voltavam juntos para o campo.

 

 

******

 

NOTAS: Soltem os rojõõõõõões!

 

Desculpa pela demora, gente, não arranquem minha cabeça. Eu poderia inventar mil desculpas, mas eu não sou muito boa nisso. Então o que aconteceu foi que eu me empolguei com outras fics e de repente tive um bloqueio para a Angels, oh .-. (Mas agora eu decobri a fórmula secreta, La Frutta de coco, yeah!)

 

Maaassss, aqui está ela, e o/

 

Então, deixa eu esclarecer algumas coisas:

 

1.                  O nome do capítulo acabou ficando nada a ver com o capítulo em si, porque a idéia era que as crianças trombassem com humanos pela primeira vez. Mas não coube! Então a gente combina assim: Finge que o povo tava com medo da gripe suína e que por isso ninguém saiu de casa, eo/ - vou trabalhar em um capitulo para isso (?)

 

2.                  Aiinnn, o final ficou gay *-* Desculpa, gente eu não me segurei. Mas eu estava revoltada com a pessoa que falou que o meu demolidorzinho é machista. Ahaam. E eu já tinha planejado fazer isso desde o início, mas a vontade só se intensificou. O Emm é MARA e ele sabe ser gay de vez em quando. (Já leram o outtake Emmett and the Bear? É gaaay *-*)

 

 

3.                  Quanto à votação das melhores do mês: Não ganhei! *chora* Mas foi por pouco, galera... uns 4 votos, eu acho... MUITO OBRIGADA do fundo do my heart pra quem votou... talvez eu tente de novo em setembro. Posso contar com vocês? Quanto ao bônus que eu tinha falado, acho que ele deve sair logo... tudo o que eu posso dizer, é que ele será... musical. HE.

 

4.                  Por último! (ufa, respira) E aí, gostaram da parte 3?? Pelo menos mintam e digam que sim, porque deu trabalho pra sair... hehehe Comentaí, mano!!!

 

 

Obrigada mais uma vez a TODOS vocês que ficaram insistindo pra sempre! Eu precisava de um chacoalhão mesmo... hehe

 

Beijos gelados e até a próxima. (Em breve os poderes serão revelados... uUUuuuuUuuu)

 

JMcCartyC, que falou demais dessa vez.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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