Angels escrita por JMcCarthyC


Capítulo 11
Contato Imediato - Parte DOIS


Notas iniciais do capítulo

Parte dois... hehe



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PARTE DOIS

 

 

No Porsche 911 turbo amarelo da Alice...

 

-Não quero pôr cinto, mamãe! – Elijah reclamava tentando se desvencilhar das mãos ágeis de Alice.

-Porque é claro que você manda... – ela retrucou afivelando o cinto, batendo as mãos uma na outra, satisfeita. – E se você não parar, eu te mando ir com o tio Emmett.

Elijah estreitou as sobrancelhas e cruzou os bracinhos.

-Não, a Scarlet vai estar lá! – ele falou entre os dentes. – E ela não me larga...

-Seu bobo... – Alice falou balançando a cabeça – Isso é porque você é lindo! – ela terminou dando um beijo na testa do menino, que passou a manga da blusa para limpá-la.

-Ou porque a filha do Emmett puxou pra Rosalie. – Jasper se intrometeu sorrindo com o canto da boca, afivelando o cinto de Sappheire. – Ainda bem que a minha filha é quietinha e linda. – ele terminou dando uma piscadinha para a menina.

Sappheire abraçou o pescoço de Jasper e lhe deu um beijo estalado na bochecha.

-Você que é lindo, papai! – ela falou feliz, ainda agarrada na boneca que Alice havia comprado para ela no dia anterior.

-Será que a gente pode ir logo? – Elijah perguntou impaciente, os braços cruzados. – Eu quero jogar bola.

Jasper fechou a porta do banco de trás abriu a do motorista.

-Pelo menos um dos dois tinha que vir calmo, né... – ele falou ocupando o lugar atrás do volante.

-Faça alguma coisa a respeito, você é o calmante da família. – Alice rebateu para provocá-lo com um sorrisinho no rosto. – Aliás, não sei o que você está fazendo com as mãos no volante no meu carro, Jazz.

-Como é?

-Eu vou dirigir.

Jasper engoliu seco.

-Ali, se eu sair e der a volta no carro, o Emmett vai ver e vai rir de mim pra sempre.

-Achei que ele já fizesse isso. Não que eu aprove. – ela acrescentou rápido antes que Jasper lha lançasse um olhar de reprovação. – Mas isso não significa que você pode dirigir.

 -Mãe, pai. – Elijah enfiou a cabeça entre os bancos. – Querem ir logo, por favor?

-Onde está o seu cinto? – Alice perguntou cruzando os braços.

-Eu tirei. – o menino respondeu com inocência.

-Tirou?

-É, mãe, eu rasguei... – ele respondeu impaciente. – O tio Emmett disse que isso é paranóia da sua cabeça. A gente não precisa de cinto.

Jasper olhou em choque de Elijah para Alice, depois para Elijah mais uma vez e voltou-se para Alice. Ela parecia uma estátua, os olhos vidrados no cinto partido ao meio atrás do menino.

-Eu.não.acredito.que.você destruiu o cinto do carro da mamãe, Elijah!

-Alice, amor... calma...

-Nem tente me acalmar, Jasper! – ela falou séria, fechando os olhos e mostrando a palma da mão para ele. – Ou vai sobrar para você também.

Elijah se encolheu no banco de trás, parecendo um pouco assustado.

-Desculpa, mamãe... mas é que o tio Emm...

-Claro! – Alice interrompeu com um grito afinado, levantando os braços. – Tinha que ser o Emmett! Tinha que ser idéia daquele projeto de mente doentia... Jasper!

-Que foi? – ele respondeu com um sobressalto.

-Me deixa dirigir.

-Alice, você não está em condições...

-Pare de tentar me acalmar, eu sei que você está tentando fazer isso. – ela se virou para os filhos. – Eli, a mamãe não está brava com você. Talvez um pouquinho, mas é a cabeça do seu tio que eu quero arrancar. Sappheire, desculpa pelo grito da mamãe, meninas educadas não fazem essas coisas.

-Como se você fosse educada, Alice! – a voz grave e divertida de Emmett explodiu de dentro do jipão branco estacionado a poucos metros do porsche amarelo.

Alice apontou para o banco do passageiro.

-Jasper.agora.

-Mas o que você... –

-A.go.ra.

Sem mais uma palavra, Jasper se levantou e deu a volta no carro sob as risadinhas de Emmett, até ocupar o lugar do passageiro.

-Por que é a mamãe que vai dirigir, papai? – Elijah perguntou, desconfiado.

-Eu gosto quando a mamão dirige. – Sappheire falou feliz, agarrada na boneca.

-Por acaso eu perguntei pra você? – Elijah rebateu, fechando a cara para a irmã. – Eu estou falando com o papai.

-Chato. – a garotinha retrucou, voltando sua atenção para a boneca. – Eu devia ter deixado a mamãe enfiar você no carro do tio Emm. Aposto que a Scarly ia gostar. – ela terminou com o sorriso de Alice no rosto.

Elijah estreitou os olhos e respirou fundo, depois, com um impulso pulou sobre a irmã. Sappheire soltou um gritinho e caiu de costas no banco.

-Elijah! – Alice gritou depois de dar a partida no carro. O menino continuou ajoelhado sobre a irmã, tentando acertá-la com socos que eram defendidos habilmente pela garotinha. – Jasper, faz alguma coisa!

Jasper engoliu seco, apreensivo. Ele tentava canalizar sua concentração em Elijah, mas, aparentemente, a estratégia não estava funcionando exatamente bem. O garoto continuava tentando socar Sappheire como se Jasper não tivesse feito coisa alguma.

-Ali, acho que meus poderes não funcionam muito bem com o Elijah... – Jasper falou, impotente.

-Então tira ele de cima da Sappheire com as mãos, oras! Eles não podem se matar, muito menos no meu carro.

Jasper não quis argumentar. Do jeito que Alice falava, ele conseguia imaginá-la aborrecida por ter de recolher os pedaços das crianças que sujavam seu “lindo porsche 911 turbo amarelo” depois que elas tivessem, literalmente, se despedaçado. Ele se virou no banco do passageiro e estendeu os braços até Elijah, que parecia obstinado a arrancar a cabeça da irmã.

-Elijah Alexander! – ele esbravejou (ou tentou, pelo menos) segurando o menino pelo braço. – Pare de bater na sua irmã agora! Você não pode bater em meninas! Nem em meninos. – ele acrescentou ao se lembrar de Eran.

-Eu posso bater em quem eu quiser! – ele retrucou entre os dentes, tentando puxar o braço das mãos de Jasper. – A Sappheire me provocou!

-Não provoquei, papai! – a menininha sob Elijah se defendeu, protegendo o rosto das investidas do irmão.

-Elijah, eu estou falando muito sério agora. Mas sua mãe não está ajudaaaaando... Alice! – ele gritou depois de ser jogado contra o vidro de sua porta, arrastando Elijah com ele.

-Eu precisava virar, você queria o quê? Que eu batesse?

Jasper balançou a cabeça, impaciente. Pelo menos ele havia tirado Elijah de cima de Sappheire. Ela agora estava sentada no canto do banco, alisando os cabelos da bonequinha. Ainda com o filho seguro em suas mãos, Jasper se recompôs, olhando-o sério.

-Filho, você não pode sair resolvendo as coisas assim no soco... – ele falou lutando contra a imagem que se formava de um Elijah transfigurado Emmett em sua cabeça.

Elijah estreitou os olhos outra vez e avançou para Sappheire novamente.

-Elijah! – Jasper gritou entre os dentes, segurando-o mais forte. – Você não vai bater na sua irmã, entendeu?

-Papai, você é um chato! – o garoto retrucou sentando-se contra vontade no banco, cruzando os braços.

-Se você pensar em avançar na Sappheire outra vez, eu juro que você volta no carro de seu tio. – Jasper soltou o pulso de Elijah, que bufou e encarou o vidro ao seu lado. Ele se virou para Alice. – Duas opções: Ou nós chamamos a Supernanny, ou adotamos a Scarlet como ameaça eterna a partir de agora.

Alice abriu um sorrisinho sutil com o canto da boca.

-Bom, talvez a Scarlet não sirva exatamente como ameaça eterna.

Jasper arqueou uma sobrancelha.

-O que você quer dizer com isso?

-Nada, Jazz... Só que eu vou tentar arrancar a cabeça do Emmett antes que ele faça isso com a sua.

 

 

Na Ferrari da Bella...

 

 

-Existe alguma remota possibilidade do Jacob não vir no nosso carro? – Edward perguntou à Bella pela terceira vez.

-Edward, nós vamos no meu carro. Não que goste da idéia de sair com esse formula um ambulante por aí, mas pelo menos estamos poupando o volvo. Agora se você quiser que seu carro fique com cheiro de lobo, nós podemos reconsiderar a idéia.

-Você não respondeu a minha pergunta. – ele insistiu.

-Porque você já sabe a resposta.

Edward revirou os olhos e se virou para a porta da casa dos Cullen. Jacob vinha com Renesmee sentada em seus ombros e Scarlet vinha logo atrás, com os bracinhos fechados e a carinha emburrada.

-Cadê a loira psicótica? – Jacob perguntou quando chegou perto de Edward e Bella, pousando Renesmee no chão. – A cria dela está me perseguindo. Isso não é agradável, se você quer saber.

-Minha vez, Jake! – Scarlet pediu levantando os bracinhos para o moreno. Renesmee estreitos os olhinhos castanhos e colocou as mãos na cintura, fuzilando a prima. Jacob coçou a cabeça.

-Ahn... Monstrinha... – Jacob começou, tentando ser delicado com a menina. – Eu acho que você devia ir para o seu carro, não? Seu pai vai brigar com você...

-O papai não briga comigo. – ela respondeu dando de ombros. – Além do mais, eu vou no carro com você!

-QUÊ?! – as vozes de Edward, Jacob e Renesmee perguntaram em uníssono, chocadas.

Scarlet encolheu os ombros, como se aquilo fosse o óbvio.

-Eu vou com o Jake.

-Ótimo! – Edward falou satisfeito, depois se virou para Bella. – Problema resolvido, amor.

-Não! – Renesmee gritou com as mãozinhas fechadas em punhos, rígidas ao lado do corpo logo abaixo da linha cintura. – Eu vou com o Jake, Scarly!

Jacob levou as mãos aos cabelos pretos, perturbado.

Alguém me diz que eu estou no meio de um pesadelo, que nenhum desses sanguessugas problemáticos teve um filho de verdade. Só o Edward, claro.

Edward estreitou os olhos para Jacob, mas parecia satisfeito demais com a declaração de Scarlet para ficar bravo. Então, com um movimento só, a menininha de cabelos pretos se agarrou na perna de Jacob.

-Larga ele, Scarlet! – Renesmee gritou com raiva.

-Não largo! – ela retrucou.

-Larga!

-Não!

De novo não, de novo nãããão... Sanguessuga! Faz alguma coisa, chama o seu irmão, eu sei lá...

-Emmett! – Edward gritou sem discutir com Jacob. – EMMETT!

O grandão que estava terminando de tirar o jipe branco da garagem meteu a cabeça para fora do carro e olhou para Edward.

-Quê?

-Como quê? – ele apontou para Scarlet agarrada na perna de Jacob. Emmett deu de ombros.

-A Scarlet gosta de bichinhos, Edward.

O garoto de cabelos bronzeados abriu a boca, inconformado.

-Emm, ela está agarrada na perna do Jacob caso você não tenha notado. Quer fazer o favor de pedir pra ela largar?

Então uma segunda cabeça saiu da outra janela do carro. Uma cabeça loira de cabelos compridos e olhar fuzilante.

-Scarlet, solta esse vira lata agora! – Rosalie bufou de dentro do carro.

-Não me chama de vira lata, sua loira aguada! – Jacob rebateu sacudindo a perna em que Scarlet se segurava com determinação. – Só arranca ela daqui antes que eu arremesse longe.

-Emmett! – Rosalie gritou para o parceiro. – Vai tirar a Scarlet de lá. Ela vai ficar fedendo a cachorro molhado!

-Eu não vou largar, mamãe! Nem adianta pedir pro papai!

Renesmee rosnou brava e correu até a prima, agarrando sua perna. Renesmee na perna de Scarlet, Scarlet na perna de Jacob, e Jacob se arrancando os cabelos.

-Nessie... – Jacob tantava chamar. – Não precisa, assim eu posso te machucar... deixa que eu arranco ela daqui sozinho, vai ser melhor...

-Não, Jake! Ela não pode ficar grudada em você assim. Você vai comigo! comigo!

-Emmett! – Rosalie e Edward gritaram ao mesmo tempo. O vampiro moreno saiu do jipe revirando os olhos.

-Mas será que vocês não conseguem fazer nada sem mim?

-Iceberg, ela é sua filha. – Jacob respondeu, parado com a perna esticada, como quem tenta manter alguma coisa afastada do corpo. – Só arranque ela daqui que eu já vou ficar feliz.

O grandão parou na frente do pacote Jacob-Scarlet-Renesmee e cruzou os braços.

-Filhota, larga a Lassie.

-Não!

-Larga, Scarly! – Renesmee reforçou. – Seu pai está mandando!

-Se você não largar, eu vou ter de te tirar daí com as mãos. – Emmett avisou.

Jacob bufou impaciente.

-Claro, claro. Brilhante idéia, sanguessuga prodígio. Realmente genial. Quer fazer isso logo, por favor?

Emmett se aproximou de Renesmee.

-Ness, pode soltar. O Super Emmett vai salvar seu cachorrinho.

Renesmee abriu um sorriso com as palavras “Super Emmett” e soltou a perninha da prima.

-Mas antes eu preciso da senha mágica.

-EMMETT! – dessa vez as vozes de Jacob e Bella se juntaram às de Edward e Rosalie.

-Ok, ok... – ele falou levantando os braços. – Já entendi... depois você fala a senha mágica pro tio, pode ser? – Emmett terminou dando uma piscadinha para a garotinha de cabelos ruivos, que assentiu animadamente com a cabeça.

O grandalhão esticou os braços até envolver o corpinho de Scarlet com as mãos e a puxou com força.

POF.

Jacob caiu de costas no chão, a garotinha ainda firme em sua perna direita.

-Passarem superbonder nessa menina, foi? – Jacob perguntou bravo, passando a mão pela cabeça que tinha feito algumas rachaduras no chão com o impacto. – Tira ela daqui!

-Calma, Lassie, a menina é forte. – Emmett se defendeu. Ele se ajoelhou ao lado da filha e, começou a puxar os bracinhos da menina.

-Não, papai! – ela gritava enquanto Emmett tentava a puxar de Jacob.

Então Renesmee correu até o tio, ajudando-o a soltar os dedos de Scarlet, um a um. Renesmee nas mãos de Emmett, Emmett nos braços de Scarlet, Scarlet na perna de Jacob e Jacob se arrancando os cabelos.

Scarlet, percebendo que ia perder, começou a chutar a primeira coisa que suas pernas alcançavam. A coisa em questão era Emmett.

-Scarlet, pare de chutar o papai ou você vai ficar de castigo! – ele tentou repreender enquanto a garotinha batia as pernas furiosamente.

-Você nunca me deixa de castigo, papai. – ela respondeu com calma.

-A sua mãe vai, então. Edward! – ele gritou para o irmão que só assistia aquilo tudo sem dizer uma palavra. – Segura as pernas da Scarlet, por favor, ela está me irritando.

-Ahn?

-Vai logo e não reclama!

-Vai, sanguessuga! – Jacob concordou, desesperado. – Daqui a pouco a minha perna cai se ela continuar apertando esse jeito!

Edward não discutiu. Ele andou meio desnorteado até a sobrinha, prendendo as perninhas dela contra o chão. Edward nas pernas de Scarlet, Renesmee nas mãos de Emmett, Emmett nos braços de Scarlet, Scarlet na perna de Jacob e Jacob se arrancando os cabelos.

-É isso que dá deixar a Rosalie ter filhos. – Emmett resmungava enquanto soltava os braços da filha. – Eu avisei pro Carlisle que os genes dela iam estragar meus filhos, mas não, ele não me ouviu... Olha no que dá...

Finalmente, depois de muito esforço, Emmett conseguiu soltar Scarlet por inteiro da perna de Jacob. O moreno se arrastou para atrás, ficando à maior distância que conseguia da garotinha. Renesmee, ao ver Jacob livre da prima, correu até ele e se jogou em seus braços.

-Nããão, o Jaaake! – Scarlet gritava enquanto Emmett se levantava com ela nos braços.

-Você quer parar de ser atirada que nem a sua mãe, Scarlet? – Emmett falou para ela, virando-a para a segurar como se estivesse segurando um skate debaixo do braço, deixando a cabeça da menina para o lado das suas costas. – Não quero nem ver quando você crescer, vai ser responsabilidade da sua mãe. – ele se virou para Edward e Jacob. – Pronto, podem ser felizes agora. Nessie, quando nós chegarmos lá você me diz a senha mágica.

A menininha assentiu feliz no colo de Jacob e mostrou a língua para a prima quando Emmett se virou para o jipe novamente, fazendo Scarlet ficar de frente para Renesmee.

-Papai, não! – Scarlet tentou com um último esforço, esticando os bracinhos na direção de Jacob e Renesmee.

-Sua mãe vai te matar, menina... – ele falou balançando a cabeça e fungando com o nariz. – Você está fedendo.

-Eu não ligo, eu quero o Jacob! – ela falou com voz chorosa.

-Pára com isso, Scarlet! – ele tentou brigar quando já estavam perto do jipe. – Você vai com a gente pronto.

De repente, a menina parou de choramingar. Um sorriso inocente cortou seu rosto e seus olhos se iluminaram. Emmett, percebendo que ela havia parado de lutar para se soltar, a puxou para seu colo, virando-a de frente para si.

-O que foi? Por que você está com essa cara estranha?

A menina fez uma expressão inocente.

-O Elijah vai com a gente?

Emmett revirou os olhos e abriu a porta do carro, enfiando Scarlet sem cerimônias ao lado de Eran.

-Bom saber que tara é uma coisa genética. – ele falou sentando-se no banco do motorista. – Pelo menos não dá pra discutir, ela é mesmo sua filha, Rosalie.

 

 

No Jipão do Emmett...

 

 

-Abram todos os vidros. – Rosalie ordenou parando de respirar. – O cheiro está insuportável, Scarlet.

A menina cruzou os braços e bufou emburrada no canto do banco.

-Por que você gosta dele, Scarly? – Eran perguntou com o narizinho tapado, o mais distante que podia da irmã. – Ele é fedido.

-Ele é legal, Eran. – ela retrucou com a carinha fechada. – E é grandão e forte.

Rosalie revirou os olhos, Emmett mordeu o lábio inferior.

-Mas o papai também é grandão e forte. – Eran insistiu, fazendo Emmett se ajeitar satisfeito no banco.

-Mas ele é o papai, Eran! – a menina respondeu impaciente, como se aquela fosse uma resposta óbvia, do tipo “não acredito que me irmão disse isso”. – O papai não conta.

O garotinho loiro franziu as sobrancelhas, exatamente do mesmo jeito que Emmett fazia quando ficava confuso.

-Não entendi.

-Ai, Eran, como você é lesado! – a menina explodiu, inconformada. – Eu vou ter que explicar?

-Não! – Rosalie se intrometeu. – Você vai ficar quietinha, filha.

Emmett abriu a boca, perplexo.

-Como assim, Rosalie? – ele perguntou em choque. – Quer dizer que a Scarlet pode ser maníaca por cromossomos Y, mas o Eran não pode entender do que se trata? O menino precisa saber das coisas, se não depois fica que nem o Edward...

-Eu gosto do tio Edward. – Eran interrompeu o pai.

-O que é uma pena. – Emmett falou com pesar. – Mas tudo bem, filho, o papai vai explicar pra você. O que a Scarlet quer dizer é que... –

-Emmett! – Rosalie grunhiu entre os dentes, antes que ele pudesse terminar. – Acho que não é uma boa idéia contar essas coisas pro menino. Você sabe como ele é sensível.

Emmett trincou a mandíbula, trocando a marcha com tanta força que o câmbio quase saiu em sua mão.

-Você e essa sua mania de falar que o moleque é sensível! A única pessoa sensível nessa família é o Edward, se você quer saber.

-Mas eu gosto do tio Edward. – Eran falou se novo com a vozinha inocente. – Se ele for sensível, eu posso ser sensível também.

Rosalie abafou uma risadinha, Scarlet balançou a cabeça impaciente e Emmett quase teve um treco.

-Não, filho! – ele falou inconformado. – Sensível não é bom para meninos, entenda isso. A sua mãe é que tem algum problema na cabeça! – ele lançou um olhar assassino à Rosalie.

-Emmett, você não pode querer que o Eran seja que nem você. – ela se defendeu. – Ele é mais delicado...

-Ok, chega. – ele falou respirando fundo. – Sensível já é um adjetivo inadequado para qualquer coisa que tenha saído de mim. Agora, delicado? Você passou dos limites.

-E qual é o problema? – Rosalie desafiou. – Por acaso isso vai fazer dele menos seu filho?

Emmett franziu as sobrancelhas, sem entender direito a parceira.

-Como é? Não, claro que não! – ele quase cuspiu as palavras. – Só que se você não ficar estimulando, talvez isso passe. Pode ser só uma fase.

-Não acho que seja uma fase.

Emmett arregalou os olhos.

-Qual é o grau de participação da Chihuahua nisso?

Rosalie riu.

-Nenhum, Emm... só que o Eran é assim, oras. Conforme-se.

-Desculpa, papai... – a vozinha fraca de Eran veio do banco de trás.

-Pára de ficar se desculpando por tudo, Eran... – Scarlet bufou. – Parece uma menininha...

-Eu não sou uma menininha! – ele se defendeu, gritando para a irmã. – Pára de ficar me chamando assim! – o garotinho terminou com a voz chorosa.

Scarlet balançou a cabeça e voltou a encarar a paisagem lá fora.

-A Scarlet é inteiramente responsabilidade sua, Rose. – Emmett falou sem desviar os olhos da estrada. – Já fiz meu trabalho de pai arrancando ela da perna da Lassie.

Rosalie se virou para o banco de trás.

-Scarlet, pare de provocar seu irmão. – a loira se voltou para Emmett. – Pronto. Feliz?

Emmett balançou a cabeça.

-Você é uma vergonha, Rosalie. Até o Jasper deve saber ser mais pai que você. Mas tudo bem. Filho, não ligue para a sua irmã. Ela só esta brava por causa do viralata. Quando nós chegarmos no parque você vai poder jogar bola e mostrar que não é menina coisa nenhuma. O papai te ajuda se precisar.

Eran sorriu pela primeira vez, feliz. Rosalie se virou para o filho e não pôde deixar de sorrir também.

-Emmett, ele é tão... você! Com essas covinhas e esse sorriso... É lindo! – ela completou puxando Emmett pela camisa e virando seu rosto até poder pressionar seus lábios contra os dele de uma maneira não muito adequada para a ocasião. O jipe em movimento era apenas um detalhe a ser ignorado.

Eran fez cara de horror e tapou os olhos.

-Eca! – ele grunhiu com nojo.

-Mãe, pai... – Scarlet começou revirando os olhos. – Aqui não, por favor...

Com alguma relutância, Emmett conseguiu se soltar das mãos de Rosalie e voltou-se para a estrada.

-Eu podia ter batido, Rosalie! – ele falou recuperando o fôlego. – E as crianças estavam vendo! Olha o exemplo, você podia fingir que é uma pessoa civilizada pelo menos na frente delas. Depois que a Scarlet agarra a perna da Lassie, – ele continuou, levantando os olhos para o retrovisor até encontrar os olhinhos redondos da filha. – ninguém sabe porquê.

A garotinha balançou a cabeça e bufou para os olhos do pai no retrovisor, depois cruzou os braços, obstinada a fitar a paisagem lá fora.

-O que nós vamos fazer no parque? – Scarlet perguntou ainda sem desviar os olhos da janela.

-Vocês eu não sei, - Emmett começou, estralando o pescoço – mas eu vou massacrar o Edward na queimada. Com o Eran. – ele terminou dando uma piscadinha para o filho pelo retrovisor.

-Ah, queimada é tão chato... – a menina resmungou parecendo entediada. – Posso fazer outra coisa, mamãe?

Rosalie se virou para ela.

-Outra coisa tipo o quê?

-Tipo... – seus olhos começaram a brilhar – brincar com o Jake!

Rosalie respirou fundo e fechou os olhos, tentando contar até o maior número que ela conseguisse.

-Você não vai encostar mais um dedo naquele cachorro pulguento, meu ouviu? Já basta eu ter de agüentar ele por causa da sua prima. Você, não. E isso é uma ordem.

Scarlet bufou alto e deu de ombros.

-Rose, eu tenho a ligeira impressão de que ela não vai obedecer. – Emmett murmurou parando o carro no estacionamento do parque. – Eu costumo fazer isso quando não vou obedecer alguém. Que medo.

-Ótimo. – a loira respondeu cruzando os braços. – Será que a gente pode pôr uma coleira nela? Um guizo, de repente?

Eran riu no banco de trás, fazendo Sacrlet estreitar os olhos para ele.

Do lado de fora, Alice tirava duas sacolas do banco de trás do Porsche com alguma coisa de cor extremamente berrante dentro.

Emmett balançou a cabeça e ficou observando a irmã desfilar feliz com a sacola até a Ferrari de Bella.

-Ahn... acho que a Alice já resolveu seu problema, Rose.

 

 

****

 

NOTAS: Aleluia irmãos, a segunda parte saiu! o/

 

Desculpem a demora, mas eu estava com bastante coisa pra fazer, mil idéias para fics novas e aí eu me embolei... hehe

 

Mas aí está, a parte dois!! ^^

 

Ficou maior do que eu esperava, mas a gente supera. XD

E aí, o que acharam??

 

Obrigada por todos os comentários, vocês são os melhores leitores do mundo!! o/

 

Bom, agora só falta a parte 3... ufa... XP

 

Beijos gelados e sejam felizes – mesmo se forem internados em uma clinica psiquiátrica onde um vampiro maníaco quer destruir você. Lembrem-se da Alice, câmbio desligo.

 

JMcCartyC


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