Teddybear - Heart Is Unpredictable escrita por JMcCarthyC


Capítulo 2
Emmetts




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/29181/chapter/2

 

 

ALICE CULLEN, 1986

 

Último dia! Reforcei a mim mesma quando coloquei os pés na escola naquela sexta-feira. Não que eu não gostasse de dar aulas, mas enfrentar uma sala de trinta crianças de dez anos todos os dias costumava ser ligeiramente estressante. A minha sorte era ter minha própria dose diária de calmante em casa esperando por mim.

         Jasper.

Sorri aliviada ao pensar no que me esperava ao final daquele dia e caminhei até a sala dos professores.

Quando abri a porta, um ar quente bateu em meu rosto e eu me desorientei por alguns instantes. Isso, claro, chamou toda a atenção para mim.

-Professora Alice, a senhora está bem? – o diretor perguntou enquanto eu ainda tentava focar as imagens na minha retina.

-Sim, claro. – menti. Foi só a mudança brusca na temperatura, acontece com freqüência.

Tomei meu lugar na mesa que ocupava o centro da sala e descobri a fonte do problema. O aquecedor estava ligado. Tudo bem que temperaturas abaixo de dez graus Celsius em pleno verão não era lá muito confortável para as pessoas normais, mas aquecedor nos vinte e seis graus já era exagero. O Alasca sempre era daquele jeito, todo mundo já deveria estar acostumado.

-Animada para as férias? – A professora da terceira série perguntou entre goles de café.

-Ah, sim. – eu respondi. – Meu irmão sempre organiza viagens em família nas férias. É tão divertido!

-Seu irmão é aquele médico loiro bonitão, não é?

Eu assenti com a cabeça. Naquela época, Carlisle fingia ser irmão de todos nós e, para efeito de cálculo, nossos pais haviam morrido em um acidente aéreo em mil novecentos e oitenta.

-Ele é tão bonito, Alice... – ela falou dando mais um gole no café.

-Eu sei, Debbie... – respondi sorrindo. Então o sinal tocou.

Nós nos levantamos arrastando as cadeiras e deixamos a sala dos professores. Algumas crianças ainda corriam pelos corredores tentando chegar a tempo em suas salas. Eu andei até o final do corredor e depois virei à esquerda. Sala treze.

Assim que coloquei os pés na sala, as crianças se acalmaram um pouco. Aquele seria um dia difícil, a perspectiva de estar separado de dois meses inteiros de férias por apenas quatro horas e uma professora costumava deixá-los mais agitados que o normal.

-Bom dia, crianças. – eu falei deixando minhas coisas sobre a mesa.

-Bom dia, professora! – algumas responderam.

Como aquele era o último dia de aula, decidi não fazer nada de extraordinário, ou eles provavelmente se rebelariam e tentariam arrancar minha cabeça com uma lapiseira.

-Hoje eu vou colocar algumas palavras-chave na lousa sobre temas que foram discutidos durante o ano e nós vamos relembrá-los, tudo bem?

Todos assentiram, menos um dos meninos. Ele era branquinho de cabelos bem escuros e tinha olhos azuis. Era sempre o que me dava mais trabalho. Naquele momento, ele estava dobrando furiosamente uma folha de papel sobre a carteira.

-Emmett, - sim, eu também me choquei quando li o nome dele na lista de chamada pela primeira vez. – se você pensar em atirar esse aviãozinho quando eu me virar para a lousa, é você quem vai escrever tudo, entendeu?

Ele me olhou surpreso.

-Como você sabe que é um aviãozinho? – ele desafiou. – Eu nem terminei.

-Sabendo, Emmett. Agora guarde isso.

Emmett fez uma careta e colocou o papel debaixo da carteira, mas eu sabia que ele não ia desistir tão fácil. Teimosia devia ser a marca registrada daquele nome.

Me virei para a lousa, peguei um pedaço de giz e comecei a traçar algumas palavras ali. As crianças começaram a cochichar enquanto eu fazia aquilo, mas tudo bem, não estavam me atrapalhando. No entanto, Emmett ainda tinha planos para o aviãozinho de papel. Olhei de esguelha pelo canto do olho e vi que ele havia terminado a dobradura. Ele realmente tinha a intenção de atirar aquilo em mim.

Pensei em me virar a brigar com ele com antecedência, mas preferi algo mais dramático. Deixei que ele decidisse em como ia fazer aquilo e, quando ele atirou o aviãozinho na minha direção, eu apenas levantei a mão livre e o agarrei, sem parar de escrever, sem olhar para trás. Amassei-o entre meus dedos e lancei a bolinha no lixo, depois me virei para a sala. As crianças me olhavam chocadas, Emmett estava paralisado, o queixo caído.

-Emmett, o que eu falei sobre o aviãozinho? – eu disse com as mãos na cintura.

-Como você fez isso? – ele falou ainda boquiaberto, apontando para a lousa e para o lixo.

-Digamos que eu tenho reflexos rápidos. – eu respondi procurando o papelzinho da detenção no meio das minhas pastas.

-O que você está procurando aí? – ele perguntou pressentindo o que eu iria fazer.

-Seu passaporte para a detenção. – eu respondi puxando o bloquinho amarelo de dentro de uma das pastas. As crianças riram.

-Mas não era só escrever na lousa? – ele perguntou ajoelhando na carteira para ver o que eu escrevia no bloquinho. Como se fosse muita novidade, mais da metade dele havia sido gasto com o nome Emmett Phillips grafado na primeira linha. Eu terminei de escrever e destaquei a folha.

-Escrever na lousa era se você pensasse em atirar o aviãozinho. Como você efetivamente o atirou, vai para a detenção.

Eu estiquei o braço com o papel e fiz sinal para que ele se levantasse. Pelo menos Emmett costumava me obedecer. Ele se levantou e veio caminhando lentamente na minha direção, cabisbaixo. Ele pegou o papel da minha mão e olhou para mim, sem precisar levantar a cabeça, já que era do meu tamanho.

-Você não avisou essa parte da detenção. – ele falou com as sobrancelhas franzidas.

-Você não perguntou. – eu respondi com um sorriso no canto da boca, e Emmett sorriu de volta, formando covinhas em suas bochechas. Apesar de ser a peste transfigurada em menino, eu gostava dele. Ele me lembrava muito o Emmett que eu tinha em casa. – Agora vai. – eu o empurrei pelas costas na direção da porta.

Sem Emmett, a aula transcorreu normalmente e tranqüila, sem mais contratempos. Então o sinal do intervalo tocou e as crianças deixaram seus lugares furiosamente, em direção aos corredores. Recolhi minhas coisas da mesa e saí da sala. Quando eu atravessava o corredor, encontrei com o sr. Burnns, o inspetor responsável pela detenção.

-De novo o Phillips, professora? – ele perguntou enquanto caminhava ao meu lado.

-De novo. – eu respondi. – Ele sempre encontra um jeito criativo de ir parar na detenção.

O sr. Burnns riu e nós fomos até a sala dos professores. O ar quente me desorientou de novo por alguns segundos, mas eu consegui disfarçar. Deixei minhas coisas sobre a mesa e me sentei ao lado de Debbie novamente.

-E então, como foi a primeira metade do seu último dia? – ela perguntou se servindo mais uma xícara de café. Eu tinha certeza de que se um dia ela parasse de tomar café, ela iria desmontar e cair na minha frente, como um robozinho de brinquedo quando está sem bateria.

-Típico. – eu respondi. – Crianças agitadas, pouca matéria, e o Phillips na detenção.

Debbie riu.

-De novo?

-De novo. Nunca vi menino mais agitado. Parece até o meu irmão.

-Qual deles? – Debbie perguntou, interessada.

-O Emmett mesmo. – eu respondi rindo. – Deve ser problema do nome. Se um dia você tiver um filho, Debbie, lembre-se não chamá-lo de Emmett.

Ela riu de novo.

-Ele é aquele adotado? – ela perguntou bebericando a xícara de café.

-Todos somos. Nossa mãe não podia ter filhos, então ela adotou Rosalie e Jasper, que são irmãos de verdade. Depois Carlisle, Esme, Emmett, e por fim, eu e Edward, que somos irmãos de verdade também. – essa era a história que nós contávamos quando éramos questionados sobre família.

-Você sabe que é muito estranho vocês morarem todos juntos desde sempre e formarem casais, não sabe?

-Sei. E parece que todo mundo acha a mesma coisa, mas eu não vejo nada de errado. Não estamos cometendo incesto ou coisa assim. – eu respondi fazendo careta.

-E o seu irmão de verdade é o único solteiro? – ela perguntou com malícia na voz.

-É. Por quê?

-Nada não, bom saber. – ela falou com um sorrisinho no rosto.

-Debbie, ele tem dezessete anos. Além disso, ele é meio tímido pra essas coisas.

Debbie riu e mostrou a língua para mim. Foi então que eu parei.

De repente minha visão ficou desfocada e as vozes desapareceram à minha volta. Tudo ficou escuro e quando eu consegui distinguir alguma coisa de novo, vi Emmett Phillips ensangüentado no chão.

-Alice, você está bem? – Debbie perguntou passando a mão pela frente dos meus olhos.

Sacudi a cabeça e pisquei forte, depois olhei para ela, desorientada.

-Estou. – menti, me levantando. – Já volto, Debbie.

Saí da sala com um só movimento, sem avisar nada a ninguém. Eu precisava achar o Emmett. Comecei a andar apressada pelos corredores, percorrendo os olhos por todos os cantos que eu conseguia alcançar. Foi quando eu vi um dos meus alunos correndo, ofegante, na minha direção.

-Professora! – ele gritou quase sem fôlego.

-Robert, o que foi? – eu perguntei assustada, ele estava pálido e tenso, tremendo.

-O Emmett... ele... ele vai brigar com um menino da oitava série!

Eu arregalei os olhos. Ele era retardado além de tudo?

-Onde ele está? – eu perguntei.

-No pátio. – Robert respondeu se apoiando nos joelhos.

-Obrigada, Robert, eu vou dar um jeito nisso. Agora vá descansar antes que você tenha um treco. – eu acrescentei.

Ele assentiu com a cabeça e eu me virei na direção do pátio. Caminhei rápido entre as crianças, sem nem olhar direito para o que acontecia a minha volta. Eu só queria chegar no pátio antes que Emmett começasse a besteira toda.

Quando finalmente atravessei a porta que dava para a parte exterior da escola, avistei uma rodinha de alunos. Eu sabia que o encontraria ali no meio. Andei mais rápido e fui afastando os alunos do meu caminho, até que atingi o aglomerado de pessoas. Fui me enfiando entre os alunos, empurrando-os, até conseguir enxergar o centro da roda. Emmett e o outro garoto, pelo menos duas vezes mais alto e mais largo que ele, estavam se encarando, andando em círculos. Eu me enfiei entre os dois.

-O que vocês pensam que estão fazendo? – perguntei olhando para os dois.

-Nada. – o grandão respondeu.

-Bom mesmo. Vou falar para o sr. Burnns cuidar de você. E o senhor, Emmett, - eu olhei para ele. – venha comigo.

            Puxei Emmett pelo braço para fora da roda e o arrastei até o corredor.

            -O que te fez pensar que você conseguiria sequer arranhar aquele projeto de gorila? – eu falei olhando-o nos olhos. Ele fitava minha mão eu seu braço.

         -Por que você está tão gelada?

         Soltei o pulso dele no mesmo instante. Eu havia me esquecido daquele pequeno detalhe.

         -É o frio lá fora. – menti rápido. – Agora responda minha pergunta, Emmett.

         -Não sei porquê tanta preocupação. Eu não ia morrer ou coisa parecida. – ele falou com uma careta.

         -Isso é bom, porque sabe... morrer costuma ser um estado meio permanente. – Emmett riu. – Mas eu tenho bons motivos para acreditar que você se machucaria feio.

         Ele cruzou os braços e bufou. Tão Emmett!

         -Ia me machucar nada. – ele argumentou olhando para o chão. Eu ergui seu rosto.

         -Me prometa que você não vai, nunca mais, fazer outra idiotice dessas.

         Emmett sorriu e as covinhas apareceram em seu rosto.

         -Tudo bem, professora.

         -Ótimo, porque de Emmett inconseqüente já basta o meu irmão. Agora vamos voltar para a sala.

         Emmett riu e eu o guiei de volta para a sala de aula. Ele se encaminhou para sua careteira e o sinal tocou, fazendo os alunos encherem as carteiras restantes. Quando eu me preparava para falar, o alto-falante sobre a lousa começou a chiar.

         -Olá, alunos, aqui é o diretor Porter. Gostaria de informar que hoje, no último período, vamos tirar as fotos em turma, como de costume. Por favor, quando eu contactá-los novamente, sigam seus professores até o ginásio. Obrigado e tenham um bom dia.

         -Vocês ouviram, crianças. – eu falei apontando para o alto-falante.

         Nas duas horas seguintes, eu decidi poupá-los de mais matéria e decidi fazer um círculo com as carteiras, para que conversássemos sobre nossos planos para as férias. Quando todos já haviam falado, Emmett olhou para mim.

         -E a senhora, professora? O que vai fazer? – ele perguntou animado.

         -Vou viajar com os meus irmãos. – respondi sorrindo.

         -O seu irmão Emmett vai também?

         -Claro, vamos todos juntos. – eu falei assentindo com a cabeça. Emmett abriu um sorriso radiante, suspirando satisfeito. Ele me lembrava muito a versão ogra que morava comigo em casa quando fazia aquilo.

         Foi então que o alto-falante chiou de novo.

         -Turma de professora Cullen, podem se dirigir para o ginásio.

         -Com calma! – eu acrescentei quando eles começaram a arrastar as cadeiras.

         Tentei organizá-los em uma fila e os guiei até o ginásio. O fotógrafo nos enfileirou e eu ficou na linha de trás, ao lado dos alunos. Depois que a foto em turma foi batida, o fotógrafo começou a chamar os alunos, um por um, para as fotos individuais. Quando o homem chamou o nome de Emmett, ele se virou para mim.

         -Professora, a senhora tira uma foto comigo?

         Eu fiquei estática. Aquilo me pegara totalmente de surpresa, Emmett era muito espontâneo.

         -Claro. – eu respondi ainda desorientada. Ele me puxou pela mão até o fotógrafo e me abraçou. Eu passei meu braço pelos ombros dele e nós sorrimos para a câmera, até o fotógrafo bater a foto. O homem assentiu com a cabeça para sinalizar que já havia acabado e nós nos juntamos ao resto doa alunos.

         -Bom, meninos, antes de liberar vocês eu gostaria de dizer que adorei ser professora dessa turma esse ano, vocês são ótimos! Boas férias a todos, comportem-se e até setembro!

         Quando eu terminei de falar, as crianças começaram a correr na direção do prédio para pegar as mochilas. Enquanto corria, Emmett se virou para mim.

         -Tchau, professora! – ele gritou sorrindo.

         -Tchau, Emmett! Comporte-se! – eu acrescentei acenando para ele.

         Respirei fundo. Mais um ano havia se passado. Comecei a caminhar de vagar pelo ginásio, na direção do prédio da escola. Quando finalmente cheguei à sala de aula, ela estava vazia e as carteiras todas reviradas. Me encaminhei para elas e as endireitei em fileiras novamente, sem pressa. Quando terminei, voltei à minha mesa, peguei minhas coisas e caminhei pelos corredores.

         Àquela hora, as salas já estavam todas vazias, apenas o sr. Burnns caminhava de um lado para o outro, fechando as portas.

         -Boas férias, sr. Burnns! – eu falei quando passei por ele.

         -Boas férias, professora! – ele respondeu – Até setembro!

         Eu acenei com a mão e saí para o estacionamento. O único carro parado ali além do meu era o do diretor Porter, que era sempre o último a ir embora. Entrei no meu carro, joguei o material no banco do passageiro e girei a chave na ignição. O motor roncou e eu acelerei para a rua. Apesar de ser junho, as calçadas e os telhados das casas estavam cobertos de neve, como em todo o resto do ano. Acelerei sem pressa até deixar os limites da cidadezinha, na direção da floresta de coníferas que havia ali perto. Carlisle sempre preferia manter nossa residência longe dos curiosos.

         Parei meu carro na garagem, ao lado do de Rosalie, e nem me dei ao trabalho de tirar o material do banco. Eu queria, antes de qualquer coisa, esquecer trabalho por dois meses.

         Quando abri a porta, Jasper estava no sofá. Ele sorriu para mim quando eu entrei.

         -Oi, Jaz. – eu falei caminhando na direção dele e me sentando ao seu lado.

         -Como foi hoje? – ele perguntou passando o braço pelos meus ombros.

         -Normal. – eu respondi dando-lhe um beijo. – Quer dizer, mais ou menos. O Emmett foi para a detenção de novo. E depois, no intervalo, ele quase levou uma surra de um king Kong da oitava série. Se eu não tiro ele de lá, ia sobrar só o osso. Até vi ele todo ensangüentado enquanto estava na sala dos professores.

         -E acabou tudo bem? – Jasper perguntou afagando meu braço.

         -Uhum. O Emmett é um bom garoto, só é meio danado. Gosto muito dele.

         -Eu ouvi meu nome? – uma voz infantil falou vinda das escadas.

         -Não, Emmett. – eu respondi. – Quer dizer, sim. Quer dizer, mais ou menos.

         -Ahn? – ele indagou franzindo as sobrancelhas e sentando no braço do sofá ao meu lado.

         -Eu estava falando do meu aluno que chama Emmett – eu expliquei.

         -Ah, entendi. Aposto que ele é o melhor de todos.

         -Ele é o mais hiperativo, isso sim. – eu respondi. – Foi parar na detenção hoje pela zilhonésima vez.

         -Por quê?

-Porque ele arremessou um aviãozinho de papel em mim.

Emmett riu.

-E qual o problema? – ele perguntou sorrindo, as covinhas se formando em suas bochechas.

-O problema é que eu sou a professora, Emmett.

-Ah, é. – ele falou parando de rir, mas logo depois contorceu os lábios em um sorriso novamente. – Uma professora muito chata. – ele terminou, passando a mão pelo meu cabelo e bagunçando-o inteiro. Emmett se levantou e foi até Rosalie, que também havia descido as escadas.

-Emmett, só por curiosidade... – eu comecei – Por acaso não existe nenhuma possibilidade de haver algum filho ou neto seu solto por aí, existe?

Emmett me olhou confuso. Rosalie o olhou em choque.

-Por quê? – ele perguntou com os olhos arregalados.

-O moleque é a sua cópia. Dá pra falar que é a sua escala reduzida.

Emmett riu.

-Bom, filhos eu posso garantir que não... agora neto, de repente... – ele falou com um sorriso torto no rosto, e Rosalie deu um tapa em seu ombro.

-Isso é coisa que se diga? – ela brigou com ele.

-Ué, qual o problema? – Emmett perguntou, inocente. – Normal, não é, Jasper? – ele terminou dando uma piscadinha.

Eu me virei para Jasper e o encarei esperando que ele respondesse. Ele olhou para mim com a boca aberta, depois para Rosalie e por fim para Emmett.

-Eu acho que eu me reservo o direito de permanecer calado. – ele falou meio incerto.

Eu comecei a rir e, em segundos, todos estavam dando gargalhadas.

-Bom, a conversa está boa, mas eu preciso ir. – Jasper falou se levantando. Preciso caçar antes da viagem, marquei de encontrar Carlisle daqui a pouco. Até mais tarde. – ele me deu um beijo rápido e acenou para Emmett e Rosalie.

-Espera, Jaz. – Rosalie falou. – Acho que eu também vou. Vou fazer as unhas hoje à noite, não quero estragá-las depois. Tchau, Emm; tchau Alice.

Ela beijou Emmett e seguiu Jasper para fora.

-Bom, sobramos. – Emmett falou dando de ombros e caminhando na minha direção. – Posso sentar aí? – ele perguntou apontando para o sofá.

-Se eu disser que não, vai mudar alguma coisa? – eu falei sorrindo.

-Não. Mas eu gosto de me sentir aceito. – ele respondeu se sentando ao meu lado. – Vai um pouco mais pra lá. – ele apontou para o outro lado do sofá.

-Por quê? Tem espaço suficiente pra você aí.

-Vai, Alice... – ele falou impaciente.

Eu abri os braços e revirei os olhos, mas acabei inda mais para o canto.

-Feliz? – eu perguntei apoiando meu cotovelo no braço do sofá.

-Muito. – ele falou com o sorriso torto e pulou no espaço que eu havia deixado, deitando a cabeça no meu colo.

-Eu achei que você tivesse dito que ia sentar, Emmett.

-Mudei de idéia. – ele respondeu piscando para mim.

Abaixei meu braço e coloquei minha mão sobre seu peito de pedra.

-Pra onde você acha que a gente vai? – ele perguntou levantando os olhos para me encarar.

-Não faço a menor idéia. Provavelmente o único que deve saber além do Carlisle é o Edward.

-É... – Emmett concordou e pegou minha mão, depois começou a brincar com meus dedos. – Sua mão é tão pequena, Alice... – ele falou franzindo as sobrancelhas.

-A sua que é gigantesca, Emmett. – eu falei mostrando a língua para ele. Emmett sorriu e olhou para mim. Ele parecia um anjinho quando sorria daquele jeito. Eu sorri também e, com a outra mão, comecei a correr meus dedos pelos seus cabelos.

-O que foi? – ele perguntou enquanto eu o olhava.

-Nada. – eu respondi expirando forte e olhei para a porta.

Alguns segundos depois, Edward apareceu. Ele deu alguns passos para frente depois de fechar a porta atrás de si e nos olhou com uma expressão confusa. Ele parecia intrigado com o fato de Emmett estar deitado no meu colo e eu estar fazendo cafuné nela. Tudo bem, aquela era uma cena meio inusitada, mesmo.

-Ahn... oi. – ele falou meio desorientado, olhando para nós.

-Oi, Edward. – Emmett respondeu acenando com a mão, sem desencostar a cabeça das minhas pernas.

-Onde estão a Rosalie e o Jasper? – ele perguntou, desconfiado.

-Eles foram caçar com o Carlisle antes da viagem. Devem voltar logo. – Emmett continuou. Ele manteve a minha mão entre seus dedos e aquilo parecia perturbar Edward um pouco.

Edward assentiu com a cabeça e se virou para as escadas, indo para seu quarto sem dizer mais nenhuma palavra.

-Qual o problema dele? – Emmett perguntou olhando para mim.

Eu dei de ombros e Emmett voltou sua atenção para minha mão. No fundo, eu sabia porquê Edward estava daquele jeito. Mas que era uma idéia idiota, era. Por um segundo eu me perguntei se Edward havia visto alguma coisa nos pensamentos de Emmett, mas sacudi a cabeça em seguida, afastando o pensamento. Era ridículo.

-Eu vou para o meu quarto, Alice. – Emmett falou parando de brincar com a minha mão e se levantando. Eu tirei meus dedos dos cabelos dele e deixei que ele se colocasse de pé. – Até depois. – ele terminou piscando para mim, sorrindo com as covinhas.

Emmett subiu as escadas, dois degraus de cada vez, e eu o acompanhei com os olhos até ele desaparecer no andar de cima. Ridículo, eu reforcei. Fechei os olhos e suspirei fundo, depois apoiei meus cotovelos nos joelhos e o queixo nas minhas mãos. O cheiro dos cabelos de Emmett invadiu meus pulmões involuntariamente e eu desapoiei a cabeça de minhas mãos em reflexo. Era um cheiro bom, eu tive de admitir.

Me levantei sacudindo a cabeça e caminhei até as escadas, subindo os degraus de vagar. Ridículo, Alice. Ridículo.

 

 

****

 

 

NOTAS: Olás! ^^

 

Aí está o primeiro capítulo, povo!

 

Obrigada às pessoas que se interessaram pela fic e que não me acham retardada. Ou que acham, mas resolveram ler só pra ver onde essa loucura vai parar... hehehe

 

Espero que tenham gostado ;)

 

Nos vemos no próximo capítulo, “Alucinação”

 

Comentem, por favor! =D

 

Beijos gelados!

 

JMcCartyC


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!