Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve...

- mas só esse eu não farei.

Uma palavra caída
das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes...

- palavra que não direi.

Para que tu me adivinhes,
entre os ventos taciturnos,
apago meus pensamentos,
ponho vestidos noturnos,

- que amargamente inventei.

E, enquanto não me descobres,
os mundos vão navegando
nos ares certos do tempo,
até não se sabe quando...
e um dia me acabarei.

(Timidez, Cecília Meireles)

ALICE CULLEN

Só quando abri os olhos é que me dei conta do que havia acabado de fazer. Encarei o criado-mudo furiosamente, mordendo meu indicador com raiva enquanto eu puxava o lençol para cima do meu corpo. Não era frio, eu só não queria provas visuais de que aquilo havia efetivamente acontecido.

Como se fizesse muita diferença.

As paredes sujas e descascadas do hotelzinho barato iluminadas fracamente pelo abajur velho me fariam lembrar eternamente de cada detalhe daquela noite, por mais que eu obrigasse meu cérebro a esquecê-los. Mas será que eu queria mesmo esquecer? Eu não sabia.

Os braços fortes me envolveram por trás e eu senti um corpo gelado se aproximar do meu. Ele beijou meus ombros e tentou me virar, mas eu relutei. Como eu havia dito, eu não queria provas visuais do meu crime. Abracei meus joelhos e fiquei deitada em posição fetal, esperando que ele desistisse. Mas ele não desistiria, ele nunca desiste.

Sendo pelo menos umas cinco vezes mais forte que eu, ele não precisou de muito esforço para me virar. Como uma última tentativa de esconder do meu consciente a total inconseqüente que eu era, apertei as pálpebras com força, evitando olhá-lo nos olhos. Então ele chamou meu nome.

Travei uma luta instantânea muda e invisível comigo mesma ponderando se já deveria desgrudar as pálpebras ou não, até que eu fui forçada a abrir os olhos. Emmett sorriu de orelha a orelha, fazendo as covinhas aparecerem em seu rosto e eu ter uma vontade quase incontrolável de socá-lo. Por que ele não se sentia tão culpado quanto eu? “Porque ele é o Emmett.”, meu próprio cérebro fez o favor de responder por mim.

Bufei mentalmente e me declarei derrotada. Ou traíra – talvez essa fosse a palavra mais apropriada. Encarei Emmett com o olhar mais arrependido que eu era capaz de fazer e ele simplesmente me beijou. Pronto. Eu estava oficialmente derrotada. Cansada de lutar, eu tomei seu rosto em minhas mãos e correspondi o beijo, era mais fácil assim. Era mais fácil deixar para me preocupar com o resto depois.

Era mais fácil aceitar o fato de que eu estava apaixonada por aquele ursinho.

****

NOTAS: Oi gente! ^^

Esse é o prólogo de um surto que eu tive há um certo tempo... eu tenho essa Fic cadastrada no TwilightFics e a aceitação dela foi muito maior do que eu imaginava XP

Então, livrem-se do preconceito e curtam o passeio!

Aposto que vocês vão gostar.

Por favor, comentem. Mesmo que seja pra me chamar de retardada. hehe

Sejam felizes,

Beijos gelados,