Acordei assustada com um toque em meu braço, abri os olhos com dificuldade e vi Justin sorrindo pra mim, pude perceber que ainda estava escuro e com espanto soltei algumas palavras

_Que foi?

_Te acordei pra fazer um pedido, não fica brava, ok?

_Tá louco? Quantas hora são?-eu sempre mal humorada quando me acordam respondi

_São quase seis horas da manhã, vamos à praia?

_Que?- esfreguei os olhos, tentando confirmar que aquilo era um sonho, mas não

_Vamos, se arrume logo – ele disse se levantando da cama e abrindo o guarda roupas- Que roupa você quer? Eu pego.

Levantei da cama, obrigada pelo Justin e comecei a vestir a roupa que tinha pedido pra ele pegar. Um short jeans colorido, uma regata branca e por baixo um biquíni verde agua que acompanhavam um chinelo também branco com spikes. Sentei na cama olhando pra baixo e pus uma mechinha do meu cabelo atrás da orelha bocejando, Justin me pegou pela mão e me guiou até o carro, a praia não era tão longe, mas era difícil andar normalmente pelas ruas com Justin, então na maioria das vezes, optávamos pelo carro.

Quando ele girou a chave do carro, desligando-o, estendeu seu braço no banco de traz e pegou duas blusas pretas de frio

_Coloca- ele disse vestindo uma das blusas

_Justin, não estou entendendo, você tá louco? Me trás pra praia seis horas da manhã e nós vamos vestir blusas de frio? Como assim?

_Você vai entender, calma - ele disse colocando o capuz da blusa na minha cabeça, assim como o dele.

De mãos dadas andamos em direção ao mar. Eu ainda estava confusa, confesso, pensei em coisas absurdas, Justin realmente me parecia drogado (forcei). De frente ao mar, ele se sentou na areia que ainda não estava quente, porque o sol ainda não tinha aparecido e pediu me para que eu fizesse o mesmo.

_Não estava conseguindo dormir, antes de te acordar – ele começou – Fiquei pensando no sonho encantador que tivera aquela noite, desta forma, nós estávamos aqui na praia vendo o pôr do sol e pensei: Por que não? – ele fez a pergunta se virando pra mim

_Por que não? – eu repeti. Me aproximei mais dele e deitei minha cabeça em seu ombro esquerdo, ele apoiou a sua cabeça na mesma e nós ficamos olhando pro céu. As nuvens aos poucos se modificavam de lugar e uma forte luz amarelada esbranquiçada invadia nossos olhos, dificultando a visão, aos poucos o sol ia aparecendo cada vez mais, eu sorri ao velo completamente e Justin se virou pra mim, nos aproximamos calmamente e nos beijamos devagar.

Depois de algum tempo conversando no meio daquela praia, pudemos observar que o movimento começava a aumentar. O transito com certeza compunha carros de pessoas indo para o trabalho ou estudar, alguns pedalavam em suas bicicletas e outros corriam com roupas esportivas pela praia. Observávamos as pessoas, tentando adivinhar aonde cada uma ia, se ela estava feliz ou triste ou às vezes até seus nomes. Riamos sozinhos com sugestões idiotas do tipo: ‘’Ela se chama Carly, parece ter brigado com seu namorado e veio pra praia chorar, mas quando nos ver aqui, irá chorar mais de tristeza de ver um casal lindo e perfeito’’ Justin realmente era besta.

Passamos muito tempo sentados no mesmo lugar. Mas um momento em especial, foi realmente especial. Nós nos beijávamos, Justin estava segurando minha nuca acompanhando o movimento da cabeça e eu com minha mão em seu cabelo, bagunçando-o naturalmente.
Senti algo diferente no meu braço, um movimento diferente, que ia e voltava, não parei o beijo, pois não pensei ser nada de mais, quando de repente, nos assustamos com o barulho alto e assustador, um latido. Afastamos nossas bocas ambos assustados e vimos uma enorme bola de pelo em nossa frente, que começou a se aproximar mais e nos lamber.

_Prince - o dono do cachorro gritou interrompendo sua salivação sobre nós- Venha aqui, já! – ele disse firme.

 Só depois , eu consegui perceber o quão encantador era o cachorro, branco com uma mancha grande marrom em cima, seu rosto num tom de marrom bastante escuro, escondia seus olhos também castanho escuros e sua língua rosa chamava atenção, agora para fora da boca, deixando baba cair no chão. Enquanto eu o reparava, o dono punha sua guia e pedira desculpas. Eu aceitei as desculpas, dizendo que não fora nada de mais, o elogiei dizendo ser um charmoso São Bernardo, Justin pelo contrario, se mantinha flexionado para trás com as sobrancelhas franzidas, quando o olhei, gargalhei.

_Tudo bem? – falei pra Justin depois da gargalhada, enquanto o dono e o cachorro já caminhavam longe de nós

_Aquele cachorro parece um monstro, meu deus

_Ah, eu gosto de cachorros

_Eu também, mas não de monstros- rimos- Prefiro PAC (hamster de Justin) sempre pequenino, inofensivo e não baba loucamente.

Nos divertimos bastante naquela manhã, só fomos embora à aproximadamente umas onze horas, quando não aguentávamos mais de fome.

A vida é uma piada, mas só os espertos sabem se divertir com ela!