Contos De Uma Vilã escrita por Birdy


Capítulo 3
Como treinar um quase assassino


Notas iniciais do capítulo

Hey, guys!!!!
Finalmente acabaram as aulas!!!!! ^^
YEEEEP!!!
Eu vou tentar postar o mais rápido possível os próximos capítulos...
Espero que gostem desse,
O próximo vai ser bem interessante...;P
Beijos doces
Birdy



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/291440/chapter/3

Damien parecia desconfortável ao meu lado. Para chegar às salas de teste tínhamos que passar por vários setores e as pessoas lhe lançavam olhares furtivos e mortais. Eu não o culpo por ficar assustado, mas ele teria que se acostumar.

–Mantenha a postura e erga o queixo. – eu disse a ele – Assim eles se sentem intimidados.

Ele fez o que eu disse e sua expressão se suavizou. Agora os outros o olhavam com respeito e alguns até com admiração. Balancei a cabeça, era só demonstrar superioridade que eles o deixavam em paz, sempre assim.

Fomos de escada para o andar das salas de teste, porque ele estava apenas dois andares acima. As salas de teste não eram propriamente salas, era algo mais com uma sala enorme que se dividia em várias partes. Elas possuíam aparelhos para testar força, cérebro, agilidade, habilidade manual e de sobrevivência. Eu as comparo a salas de tortura.

Parei em frente a Cooper, um dos instrutores de teste e treinamento. Ele estava conversando com dois garotos do Setor 7, sobre alguma coisa relacionada à Física avançada. Ao perceber a minha chegada, ele dispensou os dois garotos.

–Bom dia, Louise. Mais um novato? – Ele perguntou, mas já sabia a resposta.

Cooper é jovem, deve ter uns 19 anos e seus cabelos são castanhos e bagunçados. Ele tem olhos que mudam de cor: na luz eles adquirem um tom esverdeado e às vezes eles estão castanhos cor de mel. Ele é muito divertido e engraçado, mas leva as coisas a sério.

–Damien, Setor 4. – Ele se apresentou, sem esperar que eu falasse.

–Ah, legal, é o setor preferido da Louise. – ele falou e piscou para Damien. Dei um soco de leve no estômago de Cooper, como um aviso. Se ele fizesse outra brincadeirinha dessas, o soco seria bem mais forte.

Ele sorriu e indicou o caminho para Damien, que o seguiu até a uma das salas. Cada sala era cercada por uma cabine, de onde as pessoas podiam observar o que acontecia lá dentro, sem se envolverem com as pessoas que estavam. Entrei na cabine e me sentei, enquanto observava Cooper arrumar os equipamentos. Peguei o microfone que tinha em cima de uma bancada que fica de frente para o vidro da cabine. Com esse microfone eu poderia me comunicar com Cooper e Damien, dentro da sala.

–Cooper, não precisa pegar leve com Damien, ok? – Eu disse de brincadeira. Na sala, Cooper assentiu, olhando para Damien, que parecia um pouco nervoso com esse comentário. Esse era um dos testes que devemos fazer. As reações. É muito importante saber escondê-las ou quando expressá-las. É o primeiro passo para entrar na Academia.

–O que acha de começarmos com esgrima? – Cooper me perguntou.

–Boa ideia. – respondi. Isso ia ser divertido. Cooper é um dos melhores espadachins da Academia, se não for o melhor.

Cooper jogou uma espada para Damien, que a pegou no ar. Depois de analisar a lâmina da espada, Damien assentiu, um gesto de aprovação, e se preparou. Cooper avançou na direção de Damien, com agilidade, que se desviou e abaixou, desferindo um golpe um pouco acima do joelho de Cooper, que recuou e fez um arco no ar com a espada, quase batendo em Damien antes que ele desviasse com a própria arma. A luta se prolongou por mais alguns minutos até que eu disse que podiam descansar. Damien arfava, suado. E Cooper estava um pouco cansado, mas não muito. Ele parecia admirado com a habilidade de Damien, nenhum novato nunca conseguiu lutar por tanto tempo com Cooper.

Fomos para a parte dos circuitos. Tinham lança-chamas, achas afiadas, esmagadores, e outras coisas que uma sala com circuitos mortais tem. Damien conseguiu completar o circuito em 5 minutos e 20 segundos, o que não era muito rápido, mas era um tempo bom para um novato.

Em seguida, Cooper testou se ele conseguia atirar coisas, como lanças, pedras, adagas e testou a habilidade de Damien no arco e flecha, que não era muito boa.

Os testes de conhecimento vieram logo depois, era a parte de que eu mais gostava. Damien acertou 48 de 60 perguntas, o que era mais do que a metade, portanto eu considerei como bom.

–Eu consegui acertar todas. – eu disse, ao seu lado.

–Claro, você é um gênio! – ele reclamou.

Cooper e eu nos entreolhamos e rimos. Eu adorava irritar as pessoas. Damien resmungou alguma coisa e foi para a outra sala de teste, enquanto eu e Cooper o seguíamos e tentávamos conter os risos.

Damien fez o teste de subterfúgio e parou para um descanso. Eu não precisava que ele fizesse outro teste para saber que ele deveria entrar na Academia. Mas era muito divertido ver ele se esforçando enquanto eu só assistia de camarote. Cooper também deve ter percebido que ele não precisava mais ser testado, porque andou até Damien e falou que não precisava fazer mais testes e que agora ele era só precisava esperar os resultados.

Damien ficou aliviado por receber essa notícia e foi embora. Eu já estava decidida: Damien faria parte do nosso grupo.

Me aproximei de Cooper, que estava guardando e desativando os equipamentos.

–Soube que hoje à noite terão os Survival Games. – Ele diz.

Os Survival Games eram como batalhas, realizadas na câmara de simulação principal, onde cada um lutava apenas por si mesmo.

–Pois é, estou muito ansiosa! –eu disse, animada. – Estamos nas quartas de final, eu tenho que ganhar.

As quartas de final aconteciam quando restavam oito pessoas. Uma delas era eu.

–Louise, você quase sempre ganha. – Disse Cooper.

Quase sempre, Cooper. – eu digo. – Essa seria a minha vigésima oitava vitória. Estou tão perto de minha trigésima vitória!

–Quero ver quando Damien começar a participar dos Survival Games. – disse Cooper. – Ele tem potencial.

–Ah, sim, claro, ok. Mas tenho certeza de que ele não vai conseguir ganhar de mim, porque eu jogo os Survival Games há mais tempo, conheço várias estratégias para todos os tipos de arena que possam escolher. – eu disse e cruzei os braços.

Ele apenas balançou a cabeça devagar, ele sabia que não adiantava discutir comigo, era uma luta perdida. Saímos das salas de teste e fomos para o refeitório, onde aconteceria o intervalo. Damien estava sentado na mesma mesa onde tínhamos almoçado. Eu e Cooper nos sentamos à sua frente.

Por um momento, pude ver que ele estava ansioso. E cansado, muito cansado. Pensei que seria coerente sorrir e simplesmente dizer que ele tinha passado. Mas esse não é meu estilo. Antes que Cooper dissesse qualquer coisa, eu lancei-lhe um dos meus olhares ameaçadores.

–Bem, Damien, a Academia recruta somente os mais fortes, inteligentes e qualificados para fazer parte desse mundo de maldades. Isso você já sabe. Mas nem todos conseguem passar para a Academia, porque não estão prontos. – eu disse, sua expressão não se modificou, mas consegui ver em seus olhos uma pontada de decepção. – ou talvez porque não conseguem assumir os riscos...

Eu não consegui terminar a frase, porque um sinal tocou. Era hora do intervalo. Logo o refeitório estaria lotado, era melhor eu me apressar.

–Mas não podemos recuar diante das dificuldades, não é? – eu estava começando a bancar a filósofa, que ótimo. – Porque se fosse assim, você teria que sair da Academia.

Escolhi as últimas palavras intencionalmente, como uma indireta. Um brilho de compreensão surgiu em seus olhos e ele sorriu.

–Isso significa que eu passei? – ele perguntou.

Cooper e eu trocamos olhares e sorrimos, me virei para Damien.

–Sim, isso significa que você passou. – Cooper disse.

–Mas, então, o que você fez para ser recrutado? – eu perguntei, mudando de assunto drasticamente.

–Acho que você deve ter visto nos jornais que o primeiro ministro foi roubado e encontrado quase morto. Bem, o quase assassino misterioso era eu – Damien disse. Não pude deixar de ficar chocada, aquela notícia tinha saído em todos os meios de comunicação existentes e ficou em destaque por, praticamente, uma semana.

–Não acredito. Tá, acredito. Mas como...? – eu perguntei.

Nesse momento, começaram a aparecer várias pessoas no refeitório, ocupando as mesas ao nosso redor. Damien tentou falar, mas o barulho crescente de burburinhos o impediu. Todos estavam extremamente excitados, agora seriam apresentados os jogadores dos Survival Games.

Em uma das paredes do refeitório havia um grande monitor, que se acendeu, mostrando um fundo azul com o logotipo da Academia Para Vilões no centro. Uma voz começou a narrar e todos ficaram quietos.

–... E agora vamos apresentar os oito finalistas que estão nas quartas de final. – a voz foi dizendo os nomes, um de cada vez e, no monitor, aparecia uma foto da pessoa que ela tinha acabado de falar o nome. Aparece a minha foto e a voz diz: Louise, Setor 3.

Damien olhou para mim com uma expressão interrogativa. A voz terminou de citar os nomes e disse:

– E que comecem os Survival Games! – e o monitor se apagou. Um silêncio fúnebre tomou conta do refeitório, mas logo foi substituído pelo falatório de várias pessoas.

Olhei para Damien e disse apenas:

–Seja bem-vindo à Academia, Damien.




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu AMO o Cooper *-*
Ele é muito divo e é um dos amigos da Lou (Louise)
Como disse anteriormente, é no próximo capítulo que as coisas ficam mais... interessantes.
SURVIVAL GAMES!!! YEEEAAHH
VAI LOUISE!!
Beijos de uma pessoa maluca