Contos De Uma Vilã escrita por Birdy


Capítulo 16
Leve esse segredo pro seu túmulo


Notas iniciais do capítulo

Heeeeey pessoas!
Finalmente minhas aulas estão acabando! Graças aos deses, eu já não tava suportando mais..
Só faltam 100 páginas pra eu acabar de ler A Tormenta de Espadas, mas eu to enrolando .-.
Eu aprendi a fazer brigadeiro *u* (sim eu não sabia, me julguem)
Bem, espero que gostem do capítulo



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–Por favor, me diz que aqui vai ter coquetel. – Fiz um muxoxo quando Harvey balançou a cabeça negativamente, sentado do outro lado da mesa.

Logo depois do Circuito fomos informados de que no dia seguinte haveria uma “festa” em comemoração para os vitoriosos. Eu não sabia o que esperar de uma festa àquele ponto. Eu realmente não sabia.

É por isso que eu digo: Se for pra criar expectativas, crie a expectativa de que sua morte seja rápida e indolor, porque o resto realmente não vale à pena.

E ali estava eu, sentada em uma das mesas que foram colocadas no enorme gramado do Instituto, cercada por tochas que iluminavam o local, apesar de ainda ser de tarde, junto com uma fogueira que estava sobre um deque no centro de tudo.

E eu não conseguia acreditar que não tinha coquetel.

–Pode esquecer, Devynn. Aqui não tem nenhuma bebida alcoólica. – Harvey inclinou a cabeça, como se pedisse desculpas. Cruzei os braços.

–Se contente com a Coca-Cola, docinho. – Sean disse em tom de deboche, sentado ao meu lado.

Olhei-o com uma sobrancelha erguida.

–A última pessoa que me chamou assim foi gentilmente convidada a morrer. – Retruquei, com um toque de escárnio na voz.

Eu estava com uma enorme vontade de dar ao Sean o mesmo destino que dei à última pessoa que me chamou de “docinho”. Aquele garoto vivia me importunando, se ele estava à procura de alguns tapas era só pedir.

–Mas tenho certeza de que você adoraria me convidar gentilmente para outras coisas... – Ele sussurrou em meu ouvido com malícia implícita na voz.

Como eu disse, era tudo falta de um bom tapa na cara. Mas aquele joguinho podia ser jogado por dois e, bem, eu adorava jogar.

Apresentei-lhe o meu melhor sorriso malicioso enquanto dizia:

–Como o quê, por exemplo? – Mordi o lábio inferior para mostrar que havia entendido qual eram suas intenções.

–Não sei. – O sorriso dele também se alargou. – Eu gostaria de começar provando se o apelido realmente condiz com você.

Sean era um bom jogador, devo admitir. Eu sabia que ele estava se referindo à “docinho”, a palavra com que recentemente me apelidara, mesmo estando completamente implícito.

Fingi pensar no que ele estava dizendo.

–Talvez mais tarde. – Pisquei. Apoiei meu queixo em minhas mãos. – Ou nunca.

Por um momento, Sean fez uma cara falsamente indignada que quase me fez rir. E então ergueu meu queixo com uma das mãos, fazendo-me olhar diretamente em seus olhos azuis escuros, que brilhavam à luz das tochas.

–Nunca é muito tempo. Até lá eu posso fazer você mudar de ideia, docinho. – Ele abriu novamente um sorriso irônico. Desta vez eu ri. Bati na mão dele, a que segurava o meu queixo, sorri de lado em uma expressão divertida.

–Quantas garotas você já conquistou com essa cantada?

–Nenhuma. – Ele deu de ombros. – Ainda. – E piscou para mim.

Em vez de responder, apenas balancei a cabeça negativamente, rindo.

–Você é impossível, Sean. – Finalmente disse. Ele levantou o copo de Coca em que estava bebendo e apontou com ele pra mim.

–Então estamos quites, Devynnia. – Ele disse e tomou um gole. Eu ia dizer-lhe para não me chamar de Devynnia, mas eu bem sabia que de nada adiantaria.

Um prato de cebolas empanadas chegou à mesa e, imediatamente, todos começaram a atacar as pobres cebolas, parecendo um bando de loucos esfomeados.

–Então, como eu estava dizendo. – Se pronunciou Miki depois que o prato de cebolas se esvaziou. – Cachorros são mais inteligentes que os gatos.

Ela provavelmente estava se referindo à conversa que ela estava tendo com as outras pessoas da mesa, porque eu, definitivamente, não estava prestando nem um pouco de atenção.

–Mas os gatos são frios, cruéis e calculistas. – Retorquiu Isabela. – Eles poderiam estar planejando te matar e você nem suspeitaria.

–Ah, claro. – Disse Gabryella, sarcástica, revirando os olhos. – E eles vão dominar o mundo também.

–Sim! – Exclamou Isabela, com os olhos de cores diferentes arregalados. – Junto com os pombos e os bebês!

–Pombos? – Bianca levantou a tela do visor de seu sempre presente celular por um minuto e olhou pra Isabela com o cenho franzido.

–Bebês? – Olhei incrédula para ela. Eu até já conhecia algumas teorias sobre gatos serem do mal, pombos e até mesmo bodes. Mas nunca bebês. Na minha opinião o máximo de maldade que eles podiam fazer era morder coisas.

–Claro. – Ela nos olhou como se fosse óbvio. – Os pombos são parceiros dos gatos, porque os gatos não conseguem voar.

–Tá, mas e os bebês? – Harvey perguntou.

Isabela o olhou indignada, como se não acreditasse que o melhor amigo não prestasse atenção em nada do que ela fala.

–Ah, os bebês são tão frios e calculistas quanto os gatos. Eles passam 9 meses na barriga das mães apenas planejando... E eles não falam porque não sabem, eles não falam para enganar a todos, e também porque eles se comunicam por telepatia. – Isabela continuou sua “palestra” sobre os bebês, dando milhares de argumentos. À luz das tochas, ela parecia quase assustadora.

A teoria sobre os bebês até me pareceu plausível.

–Mas eu já fui um bebê. Todos nós fomos. – Interrompeu Gabryella. – Então por que não me lembro de nada disso?

Isabela a olhou com um sorriso que demonstrava o quanto ela esperava que alguém perguntasse isso.

–Porque a maldade dos bebês só vai até, mais ou menos, os dois anos de idade e, a partir daí, seu cérebro se desenvolve e você se esquece. – Ela falou. – Mas ainda resta um resquício de maldade em algumas pessoas e é daí que surgem os vilões. Ou seja, nós.

Depois que foi dita brilhante frase de efeito, se instalou um silêncio sobre a nossa mesa e, de repente, não sei porquê, eu bati palmas, e os outros fizeram o mesmo.

Acho que foi porque Isabela realmente me convenceu, o que é muito difícil de se fazer. E também porque tudo que ela disse fez sentido, menos a parte de conversa telepática entre os bebês.

Só então percebemos que havia chegado na mesa um prato de nachos com guacamole que estava esfriando. Assim como fizemos com as cebolas, todos atacamos os nachos.

E assim seguiu a tarde, que virou noite num piscar de olhos. Apenas sei que, a um ponto, Kate, a “seguidora” da Gwen (minha espiã), saiu enfurecida da mesa onde estava, com a anteriormente citada, Ayesha e mais algumas pessoas, e resolveu se sentar conosco.

Miki, como sempre, começou a conversar acaloradamente com Kate, que logo se tornou parte do grupo. Olhei para a mesa de Gwen, que parecia estar me mandando pro inferno com o olhar. Ela parecia dizer “você roubou a minha seguidora e você vai pagar.” Sorri vitoriosamente de volta para ela e voltei minha atenção à minha mesa.

Mais tarde, após os pratos principais serem servidos, os vitoriosos foram chamados ao deque. Eu e Sean nos levantamos e Ayesha e Gwen fizeram o mesmo.

Ficamos de pé um ao lado do outro no deque, na seguinte ordem: Gwen, Ayesha, Sean e eu. Lia, a coordenadora que havia me recebido no Instituto, fez um pequeno discurso e depois colocou uma coroa de louros dourados na cabeça de cada um.

Gwen deu um passo à frente e fez um discurso irrelevante e fútil, algo sobre “Eu já esperava essa vitória, amo vocês, beijos, beijos.” Incrivelmente as pessoas bateram palmas quando ela acabou, provavelmente só por educação.

Então foi a vez de Ayesha, que disse em poucas e adoráveis palavras que adoraria defenestrar a todos, embora ninguém tenha percebido isso.

Sean se limitou a dar um sorriso cafajeste, uma piscada e dizer algo como “Vejo vocês no próximo Circuito.” Devo dizer que ele recebeu muitos aplausos? Não, né? Ah, e é claro, alguém gritou “Sean lindo”. Revirei os olhos e dei um passo à frente.

Todos ficaram em silêncio.

–Sei que muitos de vocês me odeiam e, realmente, admiro algumas armadilhas que foram feitas, mas... espero que saibam que, se não são meus aliados, serão meus inimigos. E garanto a vocês que vocês não querem ser meus inimigos. E, apesar das palavras hostis, estou apenas sendo honesta, diferentemente da pessoa que vocês seguem. – Apontei para Gwen, e ouvi o público desdenhando dela – De qualquer maneira, estou feliz por essa vitória. E acho que vocês merecem seguir exemplos melhores. Não que eu seja um, claro. Mas, na dúvida, votem em mim. – Brinquei e dei uma piscadela divertida. Milhares de palmas ressoaram e algumas pessoas até levantaram.

E então eu soube. Eles eram meus.

_______________~(*-*~) ___________________

Algum tempo depois de termos voltado para a mesa, após meu maravilhoso discurso, todos os vilões viraram os bancos de frente para a fogueira, e começaram um luau. Alguns cantavam, dançavam, outros contavam histórias de terror, e outros contavam piadas e fatos engraçados, além de missões e outras coisas.

Eu estava quase dormindo, apoiando minha cabeça no ombro de Sean, quando senti alguém me cutucar e me virei.

–Hey, vamos olhar as estrelas? Aqui à noite é muito bonito. – Bianca convidou. Com um bocejo eu assenti e deixei ela me levar pra longe da fogueira. Sentei em um lugar da grama e ela fez o mesmo, olhando pra cima.

O céu realmente era muito estrelado, ainda mais pela falta de postes na rua e por estar longe da cidade.

–Então, Devynnia... – Bianca começou a falar, mas eu a interrompi.

–Por favor, não me chame assim. – Supliquei e ela que, ao meu lado, riu.

–Okay, como você prefere que eu a chame? Devynn? Ou Louise?– Ela falou, dando ênfase no último nome dito. A pergunta me surpreendeu, mas tentei não demonstrar.

–Hum, pode chamar de Devynn mesmo. Eu gosto do meu nome. Se bem que Louise também é bonito. – Dei de ombros, transparecendo indifereça. Ela cerrou os olhos.

–Não minta para mim. Eu sei quem você é. – Ela acusou – Você é Louise, uma vilã a Academia Para Vilões, conhecida e procurada por fugir da prisão mais de duas vezes, assaltar monumentos históricos, matar oficiais e outras pessoas, você roubou um banco famoso e deixou de “lembrança” algumas moedas de chocolate, você foi banida de, pelo menos, doze países e... Eu te admiro muito por isso tudo! – Ela exclamou ao final.

Não sei o que me deixou mais surpresa: Ela saber sobre metade dos meus crimes ou ela me admirar por eles. Pisquei repetidas vezes, atônita.

–Hã... e como você...?

–Eu sou uma stalker. – Bianca sorriu, sem me deixar terminar a frase. Anui a cabeça e uma preocupação me veio em mente.

–Alguém mais sabe sobre mim? – Perguntei, séria.

Bianca parecia uma criança serelepe.

–Não. Ninguém sabe, só eu. – Ela sacudiu os cabelos ruivos.

–Então continue assim. É melhor, para mim e para você, que ninguém mais saiba. – Mantive a ameaça implícita.

–Eu sei. Minha boca é um túmulo. – Ela se levantou, me ajudando em seguida. – Vamos voltar agora?

–Vamos. – E então voltamos para a fogueira, junto aos outros, como se nada tivesse acontecido.

Para o próprio bem dela, era melhor que Bianca permanecesse calada.


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Notas finais do capítulo

Então né...
EU ASSISTI O EPISÓDIO DE 50 ANO DE DOCTOR E FOI TÃO OMFGOOOSH PERFEITO *u*
Não se esqueçam: Pipocas sentem dor
kkk sobre o capítulo: sim, eu acredito na teoria de conspiração dos bebês (na verdade fui eu que criei, mas okay) Eles são seres malévolos.
Sei que não aconteceu muita coisa no cap., mas teve bastante Devan (Devynn+Sean) para as que shippam (euooo o)
Anyway
I must go now
Adios creaturas