Contos De Uma Vilã escrita por Birdy


Capítulo 10
Uma noite no museu... ou quase isso


Notas iniciais do capítulo

(Desculpa, tive que repostar porque tava dando erro)
Heeey pessoas!
Quem aí quer me matar? o/
MAS VOCÊS NÃO VÃO MWAHAHAHA
Então, como é o décimo capítulo eu fiz uma surpresa pra vocês, vejam as notas finais!
E, para compensar, esse capítulo ficou maiorzinho, que tal?
Beijos



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            Depois de algum tempo, hackear computadores se tornara uma tarefa facílima. Claro que a tarefa era bem mais fácil quando não se tinha um monte de idiotas te distraindo a sua volta. Entre esses idiotas encontravam-se Emily, que não parava de tagarelar sobre qualquer coisa sobre animais; Isac e Damien, que discutiam, como sempre; e a inesquecível e adorável April, que girava em uma cadeira de escritório com rodinhas. Para melhorar minha situação, um gato enfezado de algum vizinho tinha dado um jeito de entrar na minha casa e agora miava sem parar. Suspirei exasperada e bati a cabeça no teclado à minha frente algumas vezes, até que April dissesse, em tom de escárnio:
            -Está tentando machucar seu precioso cérebro?- Ela parou de girar. Essa era uma piada interna nossa, já que uma vez eu dissera que não iria gastar meu 'precioso cérebro' com as bobagens dela, desde então, ela vivia usando isso contra mim.
            - Não. Eu estou tentando não matar ninguém aqui, mas isso está ficando paricularmente difícil. - Eu respondi massageando minhas têmporas. - E é melhor que calem a boca logo ou eu expulso todos vocês da minha casa.
            -Ui, tá estressada! - Isac levantou as mãos em um gesto de rendição, mas tinha um sorriso idiota no rosto. Por um momento, eu quis enforcá-lo, aquele sorriso babaca dele realmente me tirava do sério.
            Voltei minha atenção para o monitor à minha frente e Isac e Damien voltaram a discutir, aos sussurros. Eu sinceramente não sei o que é pior: eles quase gritando, ou essa conversa zunindo nos meus ouvidos. Mas, aos poucos, o volume de suas vozes aumentou e eu, como todo ser humano curioso, não pude deixar de ouvir a conversa.
            - Mas quem é essa tal de Gwendolyn? - Damien disse. Tive de me segurar para não sair insultando-a, porque, afinal, ela é a maior filha da puta, mesquinha, metida e chata que eu tive o desprazer de conhecer.
            - Uma vilã. - Isac respondeu, Damien devia ter feito uma expressão confusa, pois Isac acrenscentou rapidamente:- Você não achava que só a Academia Para Vilões recrutava pessoas com dons para o mal, não é?
            -Hm... Na verdade, achava.
            - Bem, você está errado. Há várias escolas para vilões. Gwendolyn pertence à uma chamada Villain's Institute, uma das maiores inimigas da Academia.
            -Ou, como a Louise prefere dizer, VIP - Villain's Institute Patetical - Emily entrou no meio da conversa. Os outros dois riram.
            April tinha parado de brincar com a cadeira e checava um outro monitor com atenção. Meus dedos voaram sobre as teclas enquanto vários códigos apareciam na minha frente. Uma das coisas em que eu era realmente boa era desvendar códigos. E nem assim eu era capaz de manter minha mente alheia à conversa de Isac, Emily e Damien.
            - Mas se você quer saber por que eles estão atrás da Lou é porque, bem, há  três anos, a Louise meio que fez uma missão contra o Instituto. Ela conseguiu encontrar quase todos os planos malígnos deles e quase pôs tudo abaixo. Além disso, ela fez com que alguns vilões fossem presos e entre eles estava Gwen. Agora ela quer vingança. - Isac contou a história de que eu já estava cansada de lembrar. Seguiu-se um silêncio fúnebre e o único som que se ouvia eram meus dedos batendo nas teclas, mas logo ele foi quebrado pelo grito de April.
            - Achei! - Ela estava inclinada sobre o computador, com o rosto perto demais do montitor. Damien se adiantou para ver o que era, mas fui mais rápida e o empurrei antes que ele pudesse chegar perto. Ele se desequilibrou e eu passei na frente dele, me aproximando do computador em que April estava.
            -O que você... - deixei a frase pairar no ar enquanto observava a tela. Meu rosto se iluminou - Genial, ruiva!
            Ela sorriu.
            -Você não pode mais me chamar assim. - Ela sacudiu o cabelo recentemente cortado e pintado na minha direção.
            -Que seja. - baguncei o cabelo dela, que fez uma careta - Bem, então quando vamos atacar?
            Isac, confuso, se aproximou.
            - O que é isso? - Ele perguntou um pouco temeroso.
            -Isso, meu caro Isac, é o mapa do Museu Linconl. Aquele que está com uma nova atração de uns... Não sei, milhões de dólares. - April piscou inocentemente.
            Uma centelha de compreensão passou pelos olhos de Isac, ele já imaginava o que pretendíamos.
            -Você está louca para voltar para a cadeia, não está? - Ele sorriu.
            -Você nem imagina como. - Eu disse em uma voz baixa e perversa. -Certo, vamos em um grupo de três. Isac vai nos ajudar operando aqui na base.
            -Sim, senhora comandante. - Emily disse alegremente. - Eu vou com você. Posso ser bem útil.
            Ela tinha razão, videncia era sempre bem-vinda em uma missão como essa.
            -Okay. Damien vai conosco. E você - apontei para April - ficará aqui, sim? Já que conseguiu encontrar o mapa, você é bem capaz de achar outras informações importantes.
            Ela assentiu, divertida, e fez uma mesura.
            -Diz isso como se fosse impossível encontrar uma mapa de museu. Eu só tie que pesquisar na internet. - Ela piscou para mim.
            -De qualquer maneira, amanhã vamos todos a esse museu para analisar o local e de tarde nos reunimos para fazer o plano. - Eu disse animada, já com algo se formando em minha mente. - Dispensados.

 _________~(•-•~)  ~( •-• )~  (~•-•)~___________
   

            Dia seguinte, Museu Lincoln, 10:45 da manhã.
            Eu tenho que admitir que adoro museus. Toda aquela história em um lugar só... coisas que prevaleceram por anos, ou até mesmo séculos, guardados para serem expostos à nós, seres do futuro. Apesar de toda a grandiosidade e variedade, várias pessoas simplesmente ignoravam ou não davam importância e isso realmente me deixava frustrada. Retardatários, pensei.
            Outra coisa que me deixava frustrada eram os óculos escuros que eu tinha que usar para não ser reconhecida, eles não me permitiam uma boa visão dos objetos em exposição, distorcendo tudo. April sugerira que eu me fizesse de cega e de início eu não concordei, porque era meio ridículo uma cega ir a um museu, mas acabou sendo uma boa ideia. Enquanto as pessoas pensavam que eu não via nada, eu podia vasculhar a sala com os olhos e alguns seguranças até mesmo me deixavam tocar os objetos. Pobres tolos. É claro que também não era nada fácil fingir ser cega, eu tinha de lembrar o tempo todo de não mexer muito a cabeça, mas mover apenas os olhos, para não causar desconfianças. E é claro que eu tinha que fingir insegurança ao andar, sempre usar a bengala para checar um degrau, etc etc etc.
            Depois da visita ao museu fomos todos à minha casa e, no porão, começamos a formular o plano, isso incluía: tipos de armas que levaríamos, organização do grupo, mapeamento do plano, entre outras coisas necessárias para nós que não vão acrescentar nada na vida de ninguém que não seja um vilão, bandido, assaltante, meliante, e assim por diante. (n/A: haha rimou. ¬¬’ sim eu sou estúpida, ignorem isso)
            Na mesma tarde voltamos ao Lincoln para colocar o plano em ação. Todos estavam de roupas pretas (até o Isac e a April, que insistiram nisso, apesar de não ser necessário para eles, porque iriam ficar na “base” para nos ajudar). Eu agora não fazia mais o papel de cega, mas sim de gótica, colocara um piercing falso e fizera algumas mechas azuis no cabelo, passei muito delineador e deixei parte do cabelo caído sobre um olho.
            Na entrada do museu tinham seguranças e detectores de metais, como os de aeroportos (sobre os quais eu não havia falado antes) Até porque era um museu muito importante e tals. Tirei um chiclete do bolso e masquei, olhando seriamente para            Damien e Emily, enquanto estávamos nas filas dos detectores.
            -Certo, tentem parecer deprimidos, infelizes e indiferentes. – Emily nos lembrou. – Para a Louise não vai ser tão difícil não é? – Fiquei me perguntando o que ela queria dizer com isso, até que completou: - Afinal, você é uma atriz nata. – Ela piscou.
            -Hum, okay. Mas como vamos passar pelos seguranças? – Damien perguntou. Eu sorri maliciosamente.
            -A melhor maneira de mentir é falando a verdade. – Eu disse, Emily e Damien me olharam confusos. O segurança chamou o próximo para passar por debaixo dos detectores, que, por acaso, era eu. Fiz uma bola de chiclete e a estourei. – Observem e aprendam.
            Passei por debaixo da máquina, com um andar imponente e uma expressão rebelde. Como eu esperava, o detector apitou e o segurança se aproximou de mim.
            -Abra os braços. – Ele disse. Ergui os braços esticados dos dois lados do corpo e fiquei parada enquanto ele apalpava os bolsos do casaco e da calça, não encontrando nada, ele franziu o cenho. –O que você tem nos bolsos?
            -Trouxe uma pequena pistola e várias dinamites minúsculas, que podem explodir qualquer coisa. – Eu sorri meu pior sorriso e ele olhou feio para mim.
            -Pare de brincadeiras e me mostre o que tem nos bolsos. – Ele já estava ficando vermelho. Bufei e fingi vasculhar os bolsos, tirando alguns ímãs pequenos dele. Ele olhou para os minúsculos discos pretos e ficou ainda mais vermelho. Me deixou passar e ordenou: - Próximo!
            Dei uma piscadela discreta para Damien e Emily, que passaram sem muitas dificuldades. Ela sorria, divertida com a irritação do homem. Fora da vista dele, ela começou a rir, seguida por Damien e por mim.
            -Eu achei que ele ia explodir! – Disse Damien, segurando a barriga e tentando parar de rir, o que não deu certo, pois foi só ele e Emily se entreolharem que voltaram a rir histericamente.
            Eu não sabia o que era mais engraçado: os rostos de Emily e Damien vermelhos de tanto rir, ou o rosto do segurança, vermelho de irritação.
            -“Pare de brincadeiras e me mostre o que tem nos bolsos”! – Emily imitou debochadamente, arrancando algumas risadas minhas.
            -Mal sabe ele que esses não são simples ímãs. – Eu falei. Os discos pretos nos meus boldos na verdade eram dispositivos multifuncionais que podiam se transformar nas pequenas dinamites sobre as quais eu havia falado com o segurança. E a pistola? Você pode achar engraçado, mas ela estava dentro do meu sutiã (sim ela coube lá), mas fazer o quê? Ele realmente não apalparia esse lugar.
            Demorou um pouco para nos recuperarmos, mas sabíamos que não podíamos perder tempo, então seguimos adentro do museu. Vagueamos pelo segundo andar sem rumo, fingindo observar obras. Eu estava olhando uma reprodução de um busto humano feito em mármore quando Emily me puxou pela manga do casaco de couro.
            -Ali. – Ela apontou o começo do corredor. – Daqui a alguns minutos, Gwendolyn vai estar ali.
            Assenti. Parece que o peixinho tinha finalmente mordido a isca.
            Damien estava ao meu lado, cutuquei-o e sinalizei para que fosse a uma das salas mais próximas. Depois que ele entrou, Emi e eu o seguimos. Estávamos em uma câmara com pé direito alto e, pendendo do teto, havia vários animais marinhos empalhados, flutuando sobre nossas cabeças. A iluminação era fraca e azul e dava um efeito de água refletida.
            Eu adoraria ficar lá para sempre admirando aquilo, mas não podia. Tomei uma nota mental: fazer um quarto desse jeito no futuro.
            Fingi observar algumas algas e conchas antigas, Emily estava ao meu lado. De repente, ela agarrou meu cotovelo, me assustando.
            -Ela chegou. – Ela avisou, com a voz baixa. – Estarão aqui daqui a dois minutos.
            -Certo, vá até a próxima sala com Damien, mas vocês não podem ser vistos por ela. Não esqueçam de passar pela nova atração e preparar as coisas lá. Nos vemos no primeiro andar às cinco– Eu apontei para um largo corredor no fim da enorme câmara.        Ela anuiu e puxou Damien até o corredor.
            Não que eu tivesse medo de Gwendolyn, na verdade eu a mataria facilmente com os olhos fechados e uma mão presa às costas e ainda dançaria can-can. Mas eu não queria que ela nos visse, eu não podia imaginar o que aconteceria se ela o fizesse, isso provavelmente estragaria o plano todo e, além disso, nada melhor do que vê-la me procurando que nem uma barata tonta pelo museu.
            Me escondi em uma saliência da parede, onde dava para ver todo o salão sem ser vista. Neste momento, ela entrou. Usava óculos escuros que cobriam seus sagazes olhos verdes, uma calça jeans azul escura e uma regata vermelha. Seus cabelos castanhos cacheados estavam presos num rabo.
            Quase saí do meu esconderijo para dar um belo soco na cara-de-fuinha, mas continuei agachada, cerrando os punhos para não cometer nenhuma atitude imprudente.
            Como se sentisse o meu cheiro, olhou diretamente para o local ao meu lado, mas logo desviou a atenção. Como nós, ela também fingiu olhar as obras e depois de verificar toda a área da sala foi embora. Eu a segui furtivamente.
            1ª regra de uma perseguição: seja sempre o predador e não a presa.
            Enquanto ela fingia olhar as obras, às vezes ela tocava nos pedestais ou nos vidros que protegiam cada uma. Ao passar por eles, eu também tocava no mesmo local que ela tocou e na minha mão saía um pequeno objeto metálico, um dispositivo, ou uma escuta, mas eu o quebrava entre os dedos e jogava no lixo mais próximo.
            Seguir Gwen foi a coisa mais chata que já fiz em toda minha vida. Ela quase avistou Damien e Emily umas duas vezes, mas fora isso, nada ruim aconteceu. Às cinco horas, encontrei Emi onde havíamos combinado. Damien comia uma pizza.
            -Já está tudo pronto? – Perguntei à Emi e ela assentiu, me entregando uma pequena pistola de dardos do bolso do casaco.
            -Vamos sair daqui a pouco, quando o museu fechar. Damien ficará no telhado. Eu irei para o telhado de um prédio em frente ao museu e vou esperar seu sinal. – Ela disse, séria. – Tenha cuidado.
            Eu sorri, animada com o que me esperava, me despedi deles e fui procurar um lugar para me esconder até a hora do museu fechar. Como qualquer um faria, me escondi em uma tumba egípcia que ficava de pé.
            O tempo passou, segundos, minutos, horas. Ouvi uma voz distante anunciar que o museu estava sendo fechado, a voz metálica sendo abafada pelas paredes da tumba. Meu pé estava começando a formigar e decidi finalmente sair. Foi uma maravilha respirar o ar frio de fora da tumba, aquela tumba quente e mofada. Já estava escuro. Olhei o relógio de pulso, que marcava sete horas da noite.
            Andei furtivamente até o fim da seção egípcia e quase me deparei com um guarda fazendo a ronda noturna. Graças à roupa escura, consegui me confundir com as sombras e ele não percebeu minha presença.
            Suspirei internamente e continuei o meu caminho. Ao passar pela seção dos animais marinhos que eu tinha visitado mais cedo, detectei um movimento com o canto dos olhos e me virei. Lá estava ela. Gwendolyn.
            -E a nossa querida vilã finalmente deu as caras! – Ela disse sarcasticamente, os olhos verdes brilhando no escuro.
            -Olá Gwen. – Eu disse com uma voz baixa e fria. - Sentiu saudades?
            Sorri maliciosamente enquanto ela cerrava os olhos, se aproximando.
            -Eu já disse para não me chamar de Gwen, Louisey.
            -Eu já disse para você ir para o inferno, Gwen, mas, ao que parece, nenhuma de nós está cumprindo nada disso, não é?
            Ela sibilou entre dentes, agora estava à distância de um braço de mim.
            -De qualquer maneira, eu estou aqui. Estou em todos os lugares. E não vou parar de te perseguir até ter minha vingança. – Ela empinou o nariz, uma postura arrogante bastante típica dela. Dei de ombros.
            -‘A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena.’- Citei, recuando um pouco por causa da proximidade de Gwen. Mesmo estando escuro, percebi que ela ruborizou de raiva.
            -Não venha citar Chaves para mim, Louisey. – Ela deu alguns passos diminuindo a distância, enquanto eu recuava. – E você não é ninguém para me repreender sobre um assunto como vingança.
            -Na verdade, a frase é do senhor Madruga. – Mantive a voz calma, pude sentir que me aproximava de uma parede e eu não podia ficar encurralada, mas continuei indo para trás.
            Gwendolyn perdeu a paciência, esse é um grande problema dela: pavio curto. Ela passou a andar mais rápido até que eu bati as costas contra a parede e ela sacou uma faca do bolso, batendo com o cabo bem ao lado do meu rosto. Ela tremia de fúria. Eu comecei a rir.
            -É com isso que planeja me matar? Uma faca de pão? 
            Ela me olhou ameaçadoramente. 
            -Eu poderia te matar até com um palito de dente. Mas ainda não está na hora. - Ela rangeu os dentes, tentando se controlar.
            Tenho que admitir, isso estava ficando cada vez mais divertido. Eu poderia continuar provocando e irritando-a, mas, naquele momento eu tinha um plano para colocar em ação. Aproveitando a distração causada, passei por debaixo do braço de Gwen e corri para fora da câmara, sendo seguida pelas pragas e xingamentos dela.           Um guarda que devia estar fazendo uma ronda me avistou e veio correndo na minha direção, falando coisas que não consegui entender. Diminuí o passo e me aproximei do guarda. Ele começou a falar alguma coisa, mas eu rapidamente peguei a pistola de dardos e atirei um nele. O efeito foi imediato, ele revirou os olhos e caiu, quase em cima de mim. Deixei-o largado no chão e segui em frente, com Gwen logo atrás de mim, praguejando.
            Eu tinha que ir para o último andar, mas simplesmente não dava para usar o elevador porque (a) Se a cara-de-fuinha conseguisse entrar nele ao mesmo tempo que eu, não acho que ela esperaria pacientemente o elevador chegar ao quarto andar para prosseguir com a perseguição, (b) Se a porta do elevador se fechasse na cara dela e ela não conseguisse entrar, ela poderia usar as escadas para ir para o último andar e me pegar de surpresa quando eu chegasse lá, e eu ficaria encurralada. Então, é claro, resolvi usar as escadas rolantes.
            Elas não estavam funcionando, obviamente, então eu fui subindo dois degraus por vez, para ser mais rápida. Não olhei para trás, mas tinha quase certeza de que Gwen estava me seguindo. Ainda. Parei um pouco no segundo andar para recobrar o fôlego e segui para a próxima escada rolante. Cheguei ofegante ao último andar e segui para a câmara onde ficava a nova atração. 
            Gwendolyn devia ter pego um atalho, porque de repente surgiu ao meu lado e me deu uma rasteira. Quase caí, mas consegui me equilibrar, enquanto isso, a cara-de-fuinha me puxou pelo colarinho da jaqueta e me atirou no chão, caí de costas e fiquei sem ar, mas isso não me impediu de pegar o tornozelo dela e fazê-la cair também. Rolei e me levantei, passando pelo corpo caído de Gwen. Ela se levantou com dificuldade, resmungando e cambaleando e veio atrás de mim.
            -Qual o seu problema? - Gritei para ela, correndo o máximo que eu conseguia. - Por que você não pode simplesmente ficar caída no chão?
            -Porque eu não sou uma perdedora que nem você, Louisey. - Ela respondeu de algum lugar atrás de mim.
            Eu ri, uma risada seca e sem humor. Eu estava prestes a responder algo à altura quando virei em um corredor e parei imediatamente. 
            -Ah, droga. - Uma coluna de lasers se erguia à minha frente, impedindo minha passagem. Gwendolyn, que tinha acabado de virar o corredor, esbarrou em mim fazendo com que eu quase fosse de encontro aos lasers.
            -O que...?- ela disse, eu a olhei ameaçadoramente. Ela recuou, pegou algo no chão que parecia um papel, e lançou. Ao entrar em contato com uma das barras de laser, o papel se dividiu em dois, deixando um pequeno rastro fumegante no ar. Ela olhou para mim e sorriu maldosamente, eu ergui uma sobrancelha, desafiando-a. 
            -Fim da linha. Você perdeu. - Seu sorriso aumentou. 
            De repente, a barreira de lasers sumiu, como se tivesse sido desligada. O sorriso de Gwen diminuiu e eu sorri o meu melhor sorriso irônico. 
            -Eu acho que não. - Me virei e voltei a correr. Agradeci mentalmente a Isac, claramente isso tinha sido coisa dele. 
            Me lembrei então dos "ímãs" que estavam no meu bolso, peguei um que estava marcado com a letra D e atirei para trás, ouvi Gwen arfar e depois ouvi um pequeno estrondo, que liberou uma fumaça que eu esperava que a retardasse um pouco.
            Diminuí o passo, havia uma grade de ferro à minha frente, como aquelas em celas de presidiários, outra coisa que devesse me impedir, suponho. Peguei mais oito ímãs, esses marcados com a letra A, e coloquei cada um em uma barra de ferro, coloquei-os mais ou menos na altura dos meus joelhos. Esses ímãs eram um pouco maiores praticamente do tamanho da palma da minha mão, e deles começou a sair um ácido, que foi corroendo e derretendo as barras. Quando ele já estava grande o suficiente, rolei sob as grades, pelo buraco feito, abraçada aos meus joelhos e segui em frente.
            Cheguei finalmente à sala da nova atração. Estava completamente escura, a não ser por um pequeno pedestal no meio, que era iluminado por um cone de luz.         Percebi uma sombra em um dos cantos da sala. Um guarda. Peguei a pistola de dardos e atirei um de pouca duração nele, devia durar no máximo dez minutos. 
            No teto, logo em cima da atração, havia uma clarabóia de vidro, pude ver o céu coberto de estrelas e nuvens, os poucos raios lunares passsavam pelo vidro e iluminavam o pedestal.
            Me aproximei vagarosamente. Sobre ele havia uma almofada e, nela, havia um cordão grosso de bronze, com um pingente em forma de cavalo que devia ser de cobre ou algo assim. Eu olhei para aquilo e suspirei. Ainda não acreditava que tinha tido tanto trabalho por algo quase insignificante. Mas, depois de tudo, o esforço valeria a pena.
            Duas pessoas passaram por cima da clarabóia, projetando sombras. Ergui a cabeça, olhando para lá, e sorri. Emily, uma das sombras, apontou para trás de mim e abriu a mão, formando o número cinco, depois abaixou um dedo, quatro. E outro, três. Era uma contagem regressiva. Me virei a tempo de ver Gwendolyn irromper pela sala, ofegando. Ao mesmo tempo, a clarabóia foi aberta. Peguei o cordão sobre a almofada, fazendo alarmes soarem. O guarda no canto da sala começou a se mexer, sentando, grogue. Uma corda desceu da clarabóia e eu a segurei firme com uma das mãos, a outra segurando o cordão. Gwen começou a correr, com os olhos arregalados, na minha direção. Joguei o cordão para ela, que pegou no ar, aturdida, e me agarrei à corda. Puxei-a duas vezes e ela começou a ser puxada para cima. O segurança já estava se levantando. Minhas mãos já estavam vermelhas de segurar a corda quando emergi no teto do museu. Respirei o ar frio da noite, recobrando o fôlego. Damien estava vermelho pelo esforço. A última coisa que vi antes de fechar a clarabóia foi o guarda segurando Gwen enquanto alguns policiais entravam pelas portas.

LEIAM A PORCARIA DA NOTA FINAL SUAS PIRANHUDAS DE ARAQUE! É UM PRESENTINHO PARA VOCÊS, OKAY? NÃO VOU SER BOAZINHA ASSIM SEMPRE.

 

 



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Notas finais do capítulo

Heeeey!
Como o Isac disse, existe uma outra escola de vilões, o Villain Institute, e eu pensei que seria legal se vocês pudessem fazer parte dele!! É claro que nem todos são chatos como a Gwen!
Enviem a ficha nos comentários ou por MP:

Nome:
Características psicológicas:
Características físicas:
Que tipo de vilão você é (chato, legal, esperto, etc):
Como chegou ao Villain Institute:
Seu objetivo na história:
Team Louise ou Team Gwen?:

O que acharam do cap?
Beijooos suas piranhudas lindas!