Contos De Uma Vilã escrita por Birdy


Capítulo 1
Morando em uma casa mal-assombrada


Notas iniciais do capítulo

Hey, guys!!
Espero que gostem da fic....
Eu sempre gostei de histórias em que a protagonista é mulher, por isso criei a Louise.
Beijos
Birdy



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Quer saber? Cansei de ser a boazinha. Dá muito trabalho, é muito difícil e você não pode dar sequer um passo em falso. Juro que tentei ser legal, tentei controlar meu temperamento, mas é simplesmente impossível. Principalmente convivendo com minha família “adotiva”. E é por esse mesmo motivo que eu fugi. Não pense que é uma atitude irracional da minha parte, porque você não sabe o que vivi ou pelo que passei. Eles nem devem estar preocupados com a minha fuga. Acho até que eles queriam isso.

Bem, ao falar em fuga, muitas pessoas acham que eu iria deixar um bilhetinho e sair por aí com uma sacolinha pendurada em um graveto, muito pelo contrário, eu não deixei bilhete nenhum, não devo satisfações a ninguém. E eu estou carregando duas malas imensas, não somente uma sacola que não dá para carregar um mísero par de sapatos. Também estou carregando uma bolsa grande com provisões para me manter viva.

Estavam todos dormindo quando eu saí. O sol mal despontava no horizonte quando parei de andar. Eu estava bastante cansada e cambaleava pela calçada. Qualquer um que olhasse poderia acreditar que eu era uma bêbada que tinha assaltado uma loja de malas. Decidi parar por um momento e sentei no meio-fio. Peguei uma das garrafinhas de água que estavam na bolsa e tomei um longo gole, analisando o local à minha volta. Eu estava em frente a uma casa de madeira, ela tinha dois andares e tinha um ar de abandonada, a grama não tinha sido cortada, não havia nenhum carro na garagem, pelo que pude ver. E na porta tinha uma placa onde tinha um escrito bem grande: NOS MUDAMOS. E embaixo tinha o novo endereço e telefone de quem quer que fosse. Dei de ombros. Era possível que alguém morasse ali, mas o aspecto da casa e a placa indicavam o contrário.

Atravessei a rua e empurrei o pequeno portão da casa, que estava um tanto enferrujado. Passei pelo jardim que bem podia ser confundido com uma floresta, pelo tamanho do mato e, enfim, cheguei à porta. Ela era de madeira, assim como a casa, e tinha uma maçaneta simples. Eu girei a maçaneta e, para minha surpresa, a porta estava aberta. Entrei na casa.

Por dentro, a casa era bem aconchegante, apesar de ter bastante poeira no ar. Os móveis eram simples e de cores claras. Haviam algumas janelas, cobertas por cortinas de seda. Fui abrindo todas as janelas, para iluminar o local e deixar o vento circular. Como ainda estava de madrugada, a casa estava escura. Explorei mais um pouco a casa e percebi que tinha três quartos, o que significava que uma família tinha morado ali. É claro que fiquei no quarto maior, onde tinha uma cama de casal.

Só então percebi que eu estava morrendo de fome. Fui até a cozinha e abri a bolsa de provisões sobre a mesa. A quantidade de comida ali seria o suficiente para me alimentar durante cinco dias, depois disso eu teria que fazer compras.

Sim, é óbvio que eu tinha dinheiro para fazer compras. Eu não sou idiota. Antes de sair da casa de minha família adotiva, eu tinha queimado o Certificado de Adoção e a cópia, eu peguei todo o dinheiro que eu juntara e ainda o cartão de crédito da minha “irmã”, ela era muito desorganizada para descobrir que perdeu algo.

Meus olhos já tinham se acostumado à penumbra da madrugada, mas quando acendi o fósforo pareceu que tudo tinha ficado mais claro. Eu não poderia acender as luzes, porque os vizinhos perceberiam que havia alguém morando na casa, mas, só para testar se as luzes funcionavam, eu dei uma batidinha no interruptor. E elas funcionaram. Apaguei as luzes de novo e fui procurar uma vela. Depois de achar as velas, eu acendi uma e fui guardar os alimentos na geladeira e nos armários. Testei o fogão e, como eu imaginava, tinha um pouco de gás.

Cozinhei um pouco de macarrão e fiz um omelete, depois coloquei salada e fui comer.

–Bon Apetit. – eu disse a mim mesma.

Ao acabar de comer, lavei o prato (que eu tinha achado em um dos armários) e subi a escada, em direção aos quartos. Eu já tinha colocado e organizado minhas roupas no armário. Arrumei a cama com o lençol que estava dentro da minha mala e fiz um travesseiro com uma das colchas que eu tinha trago, com a outra eu me cobri. Apaguei a vela que já estava no fim e suspirei. Seria o começo de uma nova vida.

***

Uma semana se passou, descobri que a casa tinha um porão, que, aliás, era bem grande, e comecei a me acostumar com a vida naquela casa. Eu tinha algumas regrinhas simples: Não acender a luz; Nunca sair pela porta da frente; Fazer o mínimo barulho possível; Não acender muitas velas e Não abrir as cortinas da janela da frente. Eu também não podia pedir pizza, se eu quisesse pizza eu mesma faria ou teria que ir à pizzaria. Ah, dane-se a pizza!

Descobri que havia uma biblioteca na esquina e logo fiquei amiga da bibliotecária. Ela era jovem e simpática, tinha um cabelo loiro preso em rabo e olhos verdes. Seu nome era Mary. Ela me dava algumas aulas, porque eu não podia estudar na escola, eu não tinha dinheiro.

As pessoas do bairro achavam que a casa onde eu morava era mal-assombrada, e vez ou outra aparecia alguém na porta. Eu me divertia muito com isso. Toda semana eu fazia armadilhas diferentes para dar medo na pessoa. E foi fazendo uma destas armadilhas que eu percebi que gostava de assustar, amedrontar. Eu gostava de ser má.

Alguns dias depois, cometi meu primeiro roubo. Existe um Centro de Pesquisas Tecnológicas há alguns quilômetros de casa. Se eu quisesse fazer parte do mundo dos vilões eu precisaria de tecnologia. Foi um assalto bem complicado, lá era muito bem protegido, cheio de senhas e códigos, armadilhas... Eu consegui furtar alguns computadores, quebradores de senhas e etc. Como sou muito inteligente, pude sair em pune, sã e salva. Não deixei nenhum resquício do meu roubo que pudesse me denunciar.

A partir daí, comecei a ousar mais. E foi assim que a Academia Para Vilões me encontrou.



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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Eu sei que esse capítulo não teve diálogo nenhum, mas o próximo com certeza terá, ok?
Antes que perguntem, nesse capítulo a Louise está com 10 anos.
Deixem reviews, por favor.
Beijos
Birdy