Amor E Poder escrita por fdar86


Capítulo 4
Capítulo 4




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/291229/chapter/4

Duas semanas depois, Lívia já estava assumindo a presidência de suas empresas. A amizade entre ela e Cris parecia haver se dissipado realmente com o tempo, consequência de todos os jogos de poder e ambição, pelos quais as duas sofreram.

Embora se lembrasse do passado e trabalhasse para sua família há anos, Cris evitara manter contato com a jovem desde sua volta, mesmo sua mãe estando sempre cobrando-a de lhe fazer uma visita.

Sentindo-se levemente forçada a uma visita, decidira ir em uma tarde, embora à contragosto. Aparecera na sala da presidência, durante o horário de almoço. Dona Josefa, que a acompanhara para garantir o reencontro, praticamente a empurrou para dentro. Quando finalmente a viu porta a dentro, fechou-a e saiu.

Dentro da sala, Cris logo ouviu um triste suspiro vindo do banheiro. Após uma pequena batida na porta do banheiro, ela falou:


– Lívia. Tudo bem? É a Cris.


Um enorme silêncio se instalou no local.


– A Josefa, minha mãe, se lembra? Ela pediu que eu viesse te visitar, mas você sabe, estava um pouco ocupada. Aí estou vindo agora... Espero que perdoe a minha falta de consideração. E-estive muito ocupada.


A porta do banheiro se entreabriu. Cris abriu a porta, depois de esperar alguns logos segundos, sem que nada ouvisse ou ninguém respondesse. Entrou, tensa, no banheiro, e encontrou Lívia no chão, encostada, com o rosto inchado. Andara chorando.


– Está tudo bem, Lívia? O que houve? – exclamara, preocupada.


Lívia limpara seus olhos, apressadamente. Precisava se conter. Não podia demonstrar tanta vulnerabilidade na frente de um empregado. Por mais que esse empregado fosse Cris, sua melhor amiga desde à infância.


– Nada... Tudo bem, Cris? Quanto tempo...


– Como assim, nada? Me diga, o que houve. - Em um instante todas as mágoas se dissolvera, e Cris se preocupara com Lívia, como nunca havia se preocupado antes. A amizade das duas pareceu retornar em um simples instante.


– Eu só... não ... não sei...


Lívia começara a chorar, e Cris lhe abraçou, meio sem graça, em sinal de apoio. Inconscientemente, Cris lembrara-se dos momentos que elas passaram juntas na infância. Desde que Lívia retornara dos EUA, , elas não tinha tido uma reaproximação. As duas tinham se transformado em chefe e empregada, e embora Lívia sempre fosse extremamente educada e simpática com todos os seus funcionários, a relação das duas nunca mais teria sido a mesma.


Após um desabafo prolongado, Lívia se acalmara, e Cris permanecera lhe encarando.

– Você lembra de quando éramos crianças? - perguntou Lívia, parecendo que adivinhara o que a outra estaria pensando.


– Como poderia esquecer? - respondera, em um pequeno sorriso.


Fez-se silêncio no local.


– O que houve, Lívia?


– Nada, realmente, Cris. Eu só não havia me dado conta ainda do quanto estava sozinha.


– Como assim?


– Sozinha... Minha mãe faleceu, meu pai me afastou de você e de sua mãe, e agora ele também não está mais aqui. Hoje em dia eu não tenho mais ninguém, sabe? Minha família se extinguiu e eu não tenho mais ninguém. – Lívia voltou a chorar, e Cris a acolheu em seus ombros.


– Você tem a mim, e a minha mãe. Sempre teve, e sempre terá. Nós também somos sua família. - Disse, acariciando levemente o cabelo de Lívia, que agora sentia-se melhor, sendo acolhida.


– Sinto muito pelo seu pai. - admitira Cris, em um fio de voz.

– Sabe, tem momentos em que eu pensei que não fosse sentir a falta dele... se algum dia ele morresse. Quantas vezes até esperei por uma ligação que me dissesse que eu estaria livre, que não precisaria mais me preocupar dele aparecer em Nova York para me buscar. Eu tive tantos sonhos... pesadelos... em que ele fazia isso, e eu... Tinha medo. E por isso tantas vezes eu rezei para que ele morresse, e que com ele o meu tormento. - fez um minuto de silêncio, e depois continuou - Isso faz de mim uma pessoa ruim, não é?

– Não. - dera uma pausa na resposta, refletindo - Acho que não, quero dizer, depois de tudo que você passou com ele, e de tudo que ele fez a você, acho compreensível.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor E Poder" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.