Entramos na escola. E demos de cara com a Rafaela.

- Pelo visto, você não seguiu o meu conselho – ela me olhou bem, da cabeça aos pés.

Peguei pela gola de sua camiseta rosa claro e a encostei, meio forte, nos armários.

- Pelo visto, você não tem medo de apanhar – falei e uma roda se formou atrás de nós- Vou te dar um conselho, de mulher para mulher. – me aproximei de seu ouvido – Não se meta comigo. Só se estiver a fim de apanhar, eu não ligo pra você, não me interessa se você é popular ou não, se você é rica ou não, Se você tem força – puxei um pouco e a joguei no armário de novo – ou não. Eu não tenho medo de você e nunca terei. Estamos entendidas? – falei e a soltei.

- E-eu não te-tenho medo de vo-você. – ela não pareceu muito confiante ao dizer aquilo.  Ela puxou meu cabelo.

Peguei-a novamente pela gola de sua camiseta e quando fui dar um soco, alguém me impediu.

Alex’s Pov

Sabia que se eu não me intrometesse nessa briga, alguém ia sair ferido, e esse alguém eu estava me referindo a Rafaela. Quando a Ca foi dar um soco nela, segurei seu braço.

- Não faz isso Ca. – falei calmamente – Eu sei que ela merece, todos sabem. – ela olhou para mim – Não faz isso, vem, vamos para o ginásio – segurei sua mão e fomos até o ginásio.

Sentamos na arquibancada.

- Brigada. – ela falou me olhando.

- Pelo que? – olhei para ela, seus olhos azuis brilhavam.

- Por me controlar. – ela sorriu de canto e abaixou a cabeça – se não fosse por você, eu poderia ter levada uma suspensão. De novo – ela levantou a cabeça.

- Pra isso que servem os amigos. – ela sorriu e eu sorri de volta.

- Pra isso que servem os melhores amigos. – ela sorriu um sorriso perfeito que me deixou nas nuvens.

- Pra isso que servem os melhores amigos. – repeti o que ela disse e sorrimos um para o outro. – Vou te apresentar uma pessoa. – ela me olhou curiosa – uma não, quatro – falei e ela sorriu.

O Professor chega à quadra.

- Alunos, - ele cuspia enquanto falava – Por que estão todos com calças Jeans? Vão se trocar! – ela meio que gritou cuspindo – AGORA! .

Todos saíram correndo para o vestiário.  Troquei-me rápido e voltei.

Ficamos em uma fileira.

- Quero vinte voltas, correndo! – ele cuspia, e muito – Vão, vão, vão!

Começamos a correr.

Camila’s Pov.

Tipo assim, ele cuspia quando falava?

Corri em direção vestiário e coloquei aquela calça vermelha que tinha lá, junto com a blusa e o blusão branco.

Ficamos em uma ‘’fileira’’ e o professor mandou nos corrermos.  Corri umas sete voltas e já estava cansada. Tinha gente vomitando, sendo arrastada, praticamente morrendo.

[...]

Finalmente terminei de correr!

- Aleluia! – gritei. E o Alex veio até mim, acho que também acabou de correr. – Terminou de correr?

- Já-já... – ele falou quase morrendo.

Sentamos na arquibancada e ficamos conversando.

- Você esta suando. – ele falou se afastando de mim – eca.

- Como se você não estivesse – rimos.

- Quero que você conheça umas pessoas. – ele falou e eu assenti.

Todos terminaram de correr.

-Agora, - uma poça de saliva já havia se formado ao seu redor – Quero duzentos polichinelos!

Separamos-nos na quadra.

Fiz setenta polichinelos e senti alguém me empurrar, bem forte, bati minha cabeça em algo. E apaguei.

Alex’s Pov

Estava do outro lado da quadra, vendo a Camila fazer os polichinelos, até que vejo alguém a empurrar, não sabia quem era não consegui ver seu rosto. Tinha meus palpites.

- CAAAMILA! – gritei e corri em direção dela. Varias pessoas foram atrás de mim.  – Camila.

Vi que sua cabeça sangrava. Desgraçado. – pensei – Peguei-a no colo.

- Tá esperando o que rapaz? Leve-a para a enfermaria! – o professor gritou. Corri em direção à enfermaria.

Abri a porta com um chute, à enfermeira se assustou. Deu um pulo na cadeira.

- Ai MEU DEUS! – ela gritou e depois olhou para a Camila. – Coloque-a na maca rapaz.

Coloquei-a na maca, e em menos de segundos, a enfermeira apareceu com uma agulha.

- O que aconteceu? – ela perguntou esterilizando a agulha.

- Eu não sei, e-estavamos fazendo polichinelos e-e alguém a empurrou e-ela dev-ve ter batido a Ca-cabeça na arquibancada.

- Entendo. Fique calmo beba um chá. – Como se o chá fosse resolver meus problemas.

A Enfermeira costurou a cabeça da Camila.

Alguns minutos se passam, e a Camila acorda.

- Camila... – me aproximei dela.

-... Alex? – ela abriu mais os olhos e sorriu – O que aconteceu?

- Alguém te empurrou contra a arquibancada. Você bateu a cabeça bem forte. – ela colocou a mão sobre os pontos

- Ai... – ela olhou para mão – Foi tão feio assim?

- Nem da para ver. – falei e ela sorriu – Ainda bem que você esta bem – passei a minha mão pela sua bochecha. Ela se levantou e me abraçou.

Abracei-a. Pude sentir seu cheiro, seu perfume. Era muito bom.

- Bom mesmo é poder acordar e ver você de cara – ela falou e eu, com toda certeza fiquei vermelho.

Soltamos-nos e ele me olhou, percebeu o que falou e corou também. A Enfermeira veio.

 - Esta melhor mocinha?

- Minha cabeça ainda dói.

- Daqui a alguns dias, ira passar. Você não levou muitos pontos, Só cinco. – ela falou. – Pude costurar aqui mesmo.

A Diretora entrou na sala.

- Bom dia Alunos, enfermeira – ela fechou a porta – Alex, você sabe que a empurrou?

- Não senhora. – falei

- Se souber de algo, me avise. Não tem como isso ter sido um acidente. – ela falou e saiu.

Logo saímos da enfermaria.

Já estava na penúltima aula. Fomos até a sala de Geografia e ficamos lá, nas ultimas duas aulas.

Saímos da sala de aula e fomos-nos encontrar o pessoal.

Camila’s Pov

Saímos da sala de Geografia e fomos encontrar os amigos do Alex.

- Gente, essa aqui é a Camila – o Alex falou.

- Então, essa é a famosa Camila? – um garoto com cabelo Loiro, aparentemente muito bonito, com olhos azuis. – Prazer, Lucas. – ele me deu um beijo na bochecha.

- Eu sou a Fernanda – uma garota com cabelo Ruivo, ondulado com olhos cor de mel, falou e me deu um beijo na bochecha. – Prazer.

- Thiago – um garoto com cabelos ondulados, pretos, olhos verdes claros. Falou e me deu um beijo na bochecha. – Prazer.

- Sou a Beatriz, - uma garota com cabelos pretos, lisos e as pontas azuis. Olhos verdes – Prazer. Falou e me deu um beijo na bochecha.

- O Prazer é todo meu. - falei

- É, desculpa perguntar, mais – o Thiago falou. – O que é isso na sua cabeça?

- Levei um tombo e cortei a minha testa.

- Então você é a garota que foi empurrada e cortou a cabeça? – o Lucas comentou. – Falaram muito sobre você. Falaram que era uma garota forte e corajosa, a única garota em anos, que enfrentou a Rafaela.

- Anos? Pera ai, ninguém nunca enfrentou aquela Vadiazinha? Todos tiveram medo dela? – falei enfurecida. – Aquela garota não é ninguém, não tem força e nem caráter.

- Ela é rica, pode pagar alguém para ter isso – a Fernanda comentou.

- Eu também sou, e não é por isso que vou pagar alguém por minhas brigas.