Imaginário. escrita por Lia Sterm


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Olá galera!
Antes de tudo, necessito agradecer pela recomendação linda que a minha mana Izzy Jackson fez. Caramba, obrigada!
Sei que demorei bastante para publicar esse capítulo, mas é que... A fic tá perto do fim! *Chora depressivamente* Tenho mais detalhes disso nas notas finais.
Aqui está mais um cap, espero que gostem, lindos e lindas! *--------*



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POV’s Nicholas:

–Vamos logo, Bianca! Não temos o dia todo para se despedir da sua amiguinha, os pais de Rafa vão embora ainda hoje. –Reclamou Eduardo, se referindo á demora da Bia para se arrumar.

–Cala a boca Edu! –Gritou a garota, saindo do quarto. –Já estou pronta, ok?

–Ótimo, então vamos se despedir da tua amiguinha então. - Disse ele, se dirigindo para fora da casa.

–Calma aí, né pessoal? Estou penteando meus cachos! –Rafaela aparece na sala.

–Penteie no carro, estamos sem tempo. –Eduardo á empurrou em direção á porta, sem paciência.

–Grosso!- Gritou ela, dando um tapa na cara do garoto, que por mais que não fosse forte, o lhe fez raiva.

–Não. Deveria. Ter. Me. Batido. –Edu respondeu pausadamente, com a face totalmente encoberta de raiva.

–Parem já!- Gritei, interrompendo os dois. –Cara, vocês precisam se acalmar, né?

–Vamos logo sair daqui, e sem brigas dos dois!- Bianca reclamou, indo em direção então ao carro.

As brigas entre Rafa e Edu eram frequentes, por Rafaela ser um tanto metidinha e ignorante e Eduardo amar confusões. Mas no fundo, sei que eles se amam.

Caminhei junto com o resto em direção ao carro, obviamente eu teria que dirigir.

POV off:

–Cala a boca, Dave! –Gritei, o empurrando, fazendo-me se desequilibrar e cair na grama junto com o garoto. –Idiota. –Sussurrei, perto de sua face.

–Você cai encima de mim e eu que sou idiota? –Dave brincou, com um sorriso sarcástico estampado no rosto.


–Eu sou desastrada, e você que é idiota! –Cruzei os braços, fingindo estar zangada, atitude de uma criança de 5 anos, mas eu adorava brincar.

–Seu idiota... –Cochichou ele, puxando-me pela cintura para mais perto de seu corpo, ainda encima do garoto.

Corei imensamente.

–Tem certeza? –Perguntei, afastando os fios de cabelo que insistiam em cair para a área dos meus olhos, talvez fosse pela posição em que eu estava.

–Você não? –Disse Dave, puxando-me para perto e selando nossos lábios, o que fez meu corpo se colar ao seu.

–Sabe que sim. –Sussurrei assim que o selinho foi terminado, sorrindo e se retirando de cima do garoto, deitando na grama.

Dave fez o mesmo.

Fitei o céu claro e respirei fundo admirando aquela paisagem, que por sinal, tinha um ar um tanto sombrio.

–O tão adorável clima de inverno... –Pensei alto, lembrando-me do natal do ano passado, na minha antiga cidade. Talvez o natal deste ano fosse diferente. Com certeza seria.

–Gosta muito desse clima, não? –Dave interrompeu meus pensamentos.

–O frio é sempre tão agradável e sombrio... Me faz pensar. –Respondi, em um tom baixo. Ainda observando o céu.

–Pensar? Em o que por exemplo? –O garoto se interessou.

–Na minha infância, no tempo em que eu brincava com a neve sem se preocupar com nada durante o inverno, nem com o que as outras pessoas pensariam de mim, pelo meu modo estranho de pensar ou viver. –Respondi.

–Deve ter sido uma boa época, não? –Perguntou Dave.

Assenti.

–Eu gostava. Agora todos me julgam, isso é horrendo.

–Fique feliz por ser diferente, ser mais um clone é muito ruim. –Disse ele. –Eu deveria ter sido como você. –Sussurrou, com a expressão um tanto decepcionada.

–Como assim? –Fiquei sem entender.

–Nada. –Dave apenas suspirou.

Curvei o cenho, a afirmação dele me chamou um tanto a atenção. Ele não era como eu? O que diria que... Ele era como o resto da sociedade?

–Esse “nada” supostamente significa muita coisa. Eu sei que sim. –Indaguei, esperando que ele explicasse.

–Não é nada, eu já disse.

–Não complique as coisas falando isso. Como assim você... –Eu iria perguntar, mas fui interrompida.

–Eu era como eles. Bebia, fumava, julgava e tratava as pessoas mal. Eu era uma cópia perfeita dessa sociedade filha da puta. –Dave falou de vez, me fazendo se assustar com suas palavras.

Cada palavra dele foi como se eu tivesse levado uma enorme facada no meu peito. Não havia como Dave ter sido uma pessoa hipócrita ou como eles.

–O que?! V-você e-era... Um deles? Fazia todas essas coisas ruins? –Impressionada, perguntei.

–Sim. –Respondeu firme, mas pude ver em seus olhos o arrependimento por tudo.

–Porque ?!

–Eu era um simples idiota. Um clone deles. E só assim, virando o que sou hoje, é que percebi o quanto os humanos atualmente são imprestáveis. No começo de tudo eu ainda tinha pensamentos vazios e baixos como eles, e foi apenas vivendo muito nessa situação por bastante tempo que mudei minha atitude. Eu perdi meu corpo quando era um imbecil, mas vou recupera-lo sendo uma pessoa boa.

Silenciei por um tempo, sem o que disser. Era chocante saber que aquele garoto que eu considerava “perfeito” já foi alguém assim.

–Pelo menos você não é mais como eles, é isso que importa, não é? –Perguntei, o observando.

–Eu fui um monstro, assim como todos esses alienados. Acho que tudo só aconteceu, porque eu necessitava “crescer”. –Continuou ele. –Só... Não fique com nojo ou aversão á mim por ter sido um dia como eles, por favor. –Cochichou, colocando sua face próxima á minha.

–Todos nós erramos, não necessita ficar assim. –Sussurrei, segurando sua face com as duas mãos, logo dando-lhe um beijo.

–Eu te amo tanto... –Disse o garoto, retribuindo.

–Eu nunca te julgaria ou me separaria de você, Dave. Você é a minha vida, saiba disso. –Expliquei , o abraçando.

Eu deveria entender a situação dele. Mesmo sendo algo que me deixou surpresa.

Logo o som de campainha á tocar tomou o local, havia alguém na porta. Obviamente Bianca e seus amigos.

–É a Bianca. –Avisei, levantando-me da grama e esfregando minhas mãos pelo meu vestido, retirando assim as pequenas folhas que insistiam em colar nele.

Dave assentiu, sorrindo amarelo.

Fui então em direção á porta.

–Lory! –Gritou Bianca, logo partindo para dar-me um abraço. Quase me sufoquei com o cheiro forte de seu perfume importado.

–O-oi. –Falei com dificuldade.

–Ops, desculpe.- Percebeu a garota que me apertava um pouco demais.

Olhei em direção á Nicholas, Eduardo e Rafaela, e sorri amigavelmente, como despedida para eles.

–Bom, viemos se despedir. –Falou Rafa. –Tchau, Lory. E espero que aguente ficar na balada da próxima vez. –Deu uma piscadela.

Ri, e assenti.

Me despedi de todos, e depois me dirigi para dentro de casa novamente. Agora não teríamos Bianca, Eduardo, Nicholas e nem Rafaela por aqui.

–----------------------------------------- Uma semana depois. -------------------------------------------------

Fitei Gabriela, esperando que ela dissesse se já tinha alguma notícia sobre o caso que estávamos á pesquisar, mas nada foi dito.

–Gabi? –Perguntei.

–Não consegui achar nada, pessoal. Nada mesmo. –A menina respondeu.

–O que? Como assim não conseguiu nada? –Dave ficou surpreso.

–Acham que é fácil? Eu juro que pesquisei em todos os locais possíveis sobre isso, mas nada de importante foi encontrado. –Explicou Gabriela.

Suspirei desanimada, isso era uma notícia muito ruim.

Há uma semana tentamos achar algo que nos deixe conseguir o corpo de Dave, mas até o momento não conseguimos. Gabi prometeu pesquisar mas não achou nada importante. A situação está cada vez mais difícil.

–Isso é frustrante. –Coloquei a palma das minhas mãos sobre meu cabelo, puxando os fios, demonstrando-se mal com isso.

–Calma, calma. –Dave foi ao meu caminho, dando-me um abraço de lado. Mas era possível perceber que ele também estava frustrado.

–Não percam a esperança, pessoal. Ainda podemos achar algo, acreditem. –Falou Gabriela. –Bom, meus pais logo chegam da cidade, eu devo estar em casa estudando. Tenho que ir. –Continuou. –Prometo continuar a procura. Até mais!

Assenti, demostrando entender.

–A-até mais então... –Sussurrei, estressada com a situação.

Olhei então nos enigmáticos e verdes olhos do garoto que se encontrava ao meu lado. Possivelmente tão conturbado quanto eu.

–Preciso sair. –Dave disse de repente, fazendo-me curvar o cenho sem entender. –Preciso... Respirar. Preciso tentar esquecer um pouco disso, está me fazendo mal.

–Só... Não vá enlouquecer. –Avisei, o que o fez rir, uma risada sem graça, mas que me animou.

–Pode deixar, pequena princesa. –Sussurrou, dando um atencioso beijo em minha testa. –Amo você. –Disse, logo transformando-se em vulto, e então, desaparecendo.

Fui ler um pouco. Sentei no sofá e abri um livro que se encontrava ali. Meus pais logo chegariam, era de tarde e faltava apenas 5 minutos para o término do horário de trabalho deles.

Com poucos minutos lendo, ouvi som de chaves e de porta sendo aberta. Eles haviam chegado.

–Olá filha! –Minha mãe adentrou em casa, trazendo consigo vários jornais e recortes, que pareciam ser antigos.

–Olá mãe, olá pai. –Me dirigi aos dois. –O que é isso que vocês trouxeram? –Perguntei, me referindo aos jornais.

–Ah, são jornais antigo da cidade, de cerca de 2 anos atrás. Vimos isso no trabalho e decidimos levar até aqui, para ver se há algo interessante. –Explicou John, colocando todos na mesa.

–Que legal! –Sorri, tentando parecer o mais normal possível.

–Bom, iremos tomar banho. Depois falamos direito com você, filha. –Disse Alexia, se dirigindo para o quarto com meu pai. Assenti.

Sem ter nada á fazer, decidi dar uma olhada nos jornais que eles haviam trazido. Fui em direção á mesa, observando cada um.

Por falta de atenção, acabei encostando a mão no final da mesa, fazendo com que alguns papeis caíssem no chão.

–Droga! –Reclamei, abaixando-me para pega-los, sempre fui muito desastrada.

Juntei os poucos que haviam caído, mas os derrubei novamente ao me deparar com um que me chamou a atenção.

Me deparei com um jornal que falava em primeira capa sobre um acidente. E assim que vi uma foto que ilustrava o acontecimento, reconheci o garoto de cabelos negros e olhos esmeralda. Era Dave, eu tinha certeza.

–Oh. Meu. Deus–Sussurrei pausadamente, observando nervosa aquilo.

Um jornal que noticiava o acidente de Dave, era isso que eu estava á ler. E ao tentar ver o que continha lá, me deparei com o nome do hospital onde o garoto se encontrava.

Choquei-me. Meu corpo estremeceu, e um sorriso se formou. Levantei-me do chão com o papel ainda na mão, trêmula.

–Eu consegui. Finalmente acharemos o corpo de Dave. Finalmente ele poderá ser um de nós. –Falei baixinho, com um largo sorriso. Isso era ótimo.

Finalmente tudo ficaria bem.


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Notas finais do capítulo

Digno de reviews?
Então pessoinhas desse universo (não liguem, eu sou retardada)...
Como eu disse, a fic está perto do fim. Temos no máximo 5 capítulos para ela acabar. Tou triste, me abracem! ~Le momento em que ninguém abraça a tela do pc.
Err... Tudo bem... Tou triste... Mas enfim... É só...
Antes de sairem, deixem um review para me animar, já que estamos quase no fim.