Os Marotos escrita por Bianca Vivas
Notas iniciais do capítulo
Ooi, tudo bem?
Vim agradecer aos reviews, tomei um susto quando vi tantos kk
Um jato de água jorrava em sua face. Água gelada. Muito gelada. O jato ficou mais forte. Não. Agora eram dois, por isso sentira maior volume de água em seu rosto. Abriu os olhos. Duas varinhas eram-lhe apontadas, e ao ver quem as segurava, sua costumeira calma chegou ao limite.
– O-QUE-VOCÊS-ESTÃO-FAZENDO? – Urrou, enquanto tirava as varinhas de seu campo de visão.
A resposta foram gargalhadas. Grandes gargalhadas. Tão altas que os outros meninos acordaram.
– Por que a raiva Remo? Foi você quem pediu que o acordássemos. – Sirius Black definitivamente tinha a maior cara de pau que ele já vira na vida.
– Exatamente, não pode reclamar. – concordou Tiago
– Não desse jeito não é mesmo? Acham que eu gostaria de ser acordado com água gelada sendo jogada no meu rosto? – ele tinha de se acalmar, tinha de se acalmar...
– Você não nos explicou... – fizeram um biquinho que ficava ridículo neles.
– Eu avisei que ele ficaria bravo – Pedro acabara de entrar no dormitório, já pronto.
– Vai ter troco – foi a única resposta de Remo.
Os meninos apenas riram mais uma vez e foram se trocar, seguindo Lupin.
Ao chegar ao Salão, boa parte dos alunos já estavam tomando café da manhã. Sem demora, os amigos se sentaram, lado a lado, e colocaram a maior quantidade de comida que podiam em seus pratos.
– Olha lá Tiago, o Ranhoso e a Lílian vem vindo – Sirius apontou para uma dupla que vinha entrando, entre um pedaço de bacon e outro.
– E daí?
– Ela está vindo para cá, será que lhe dará outro soco? – Pedro cantarolou, fazendo uma pergunta que Tiago não gostou nem um pouco. E, ao ver a expressão do amigo, se encolheu, em um gesto que transmitia arrependimento.
– Talvez, só talvez, ela já não esteja com raiva de você, caro amigo. – Remo, que ficara calado todo aquele tempo, parou de degustar um grande pedaço de bolo para inteirar-se na conversa.
– Exatamente. Quem sabe vocês não se tornam íntimos? – Sirius debochou do melhor amigo, enquanto soltava sua bela gargalhada.
– Quem sabe vocês não se tornam íntimos? – Tiago imitou a voz de Black, afinando-a, realmente irritado – Eu não quero me tornar íntimo da Lílian Maluca Evans!
– Quem é maluca, Tiago? – com uma voz docemente irônica e altamente educada, Lílian, cujos olhos verdes faiscavam de raiva, traindo-lhe na tentativa de demonstrar calma, sentou ao lado do garoto, fixando-lhe o olhar.
– N-ninguém – gaguejou nervoso, jamais imaginara que ela poderia ouvi-lo.
– Lílian querida, acho que Tiago fica nervoso na sua presença... – Sirius, sempre importuno, não perdeu a chance de gozar um pouco o melhor amigo.
– Não fico não! – exclamou, rápido demais para ser verdade.
– Claro...
– Por que não está com o Ranhoso? – Potter recompôs-se, entrando em um assunto que com toda certeza irritaria a garota.
– Não o chame assim! – sibilou
– Tiago, acho que ela lhe dará outro soco
– Cala a boca Pedro.
– Se quer saber, para a minha infelicidade, vim parar aqui, junto a vocês. Não foi escolha minha, mas do mesmo modo me recuso a aturar suas provocações Potter!
Lílian realmente estava furiosa; seus punhos, agora fechados, tremiam; os olhos verdes faiscavam mais que nunca, e seu olhar transmitia a mais absoluta e pura raiva. Saiu pisando fundo, indo em direção as enormes portas.
– Ela ficou muito irritada. Acho que pegou pesado.
– Não me importo com isso Remo. E você Pedro – voltou-se para o pequenino, com um olhar muito parecido ao que Lílian havia lhe lançado há pouco – não quero que faça comentários desse tipo em relação a mim, entendeu?
– S-sim
Nem bem respondeu e uma revoada de corujas adentrou o local. Traziam várias cartas e pacotes. Provavelmente os “parabéns” dos pais aos filhos ou coisas que haviam esquecido em casa, na correria de arrumar o malão. Nenhum deles, porém, esperava cartas. Apenas Sirius. Não que ele gostasse da ideia.
E chegou. Ele sabia que viria, mas não sabia que seria tão cedo. Não às sete da manhã, pelo menos... O envelope vermelho fora deixado à sua frente pela coruja da família. Em um suspiro, pegou o pequeno berrador e abriu-o. Quanto mais rápido melhor.
A voz da Srª. Black ecoou por todo o Salão:
“SIRIUS BLACK! COMO SE ATREVE? FOMOS CONIVENTES COM TUDO O QUE TEM FEITO, MAS ISTO?! É UMA AFRONTA! E LOGO A GRIFINÓRIA!!! COMO PÔDE?! E NÃO IRIA NOS CONTAR NADA NÃO É MESMO? GRAÇAS A CISSA ESTAMOS SABENDO DESSA SUA DESOBEDIÊNCIA! DEVERIA SEGUIR O EXEMPLO DELA E SE MIRAR NA FAMÍLIA. POIS BEM, NÃO PERMITIREMOS QUE CONTINUE EM HOGWARTS. VOCÊ VOLTARÁ PARA CASA AINDA HOJE! SEM DISCUSSÕES! VÁ ARRUMAR SUAS COISAS AGORA!!!”
Nada do que ouviu o surpreendeu. Sabia que sua mãe descobria tudo pela boca da amada Narcisa. Sabia também que gritaria e faria um estardalhaço; e também ameaçaria tirá-lo de Hogwarts. Não iria fazer seu malão, não mesmo. Estava tranquilo, mesmo quando Pedro foi contrário às seus pensamentos.
– E se ela vier mesmo?
– Não virá, só está blefando.
– Não parece blefe, ela realmente estava com raiva.
– Deveria mandar uma coruja, só por precaução, explicando que foi uma fatalidade, e que realmente queria ir para a Sonserina – Remo se meteu no meio da história. Era incrível como ficaram tão próximos em tão pouco tempo.
– Mas eu não queria!
– Ela não precisa saber.
– Não irei mandar coruja nenhuma. Minha mãe não virá tampouco, e se vier, não voltarei com ela. – usou um tom autoritário, esperando que fosse o fim do assunto. A reação não foi a imaginada.
– É melhor mandar. Talvez ela esteja falando sério.
– Não mandarei.
– Chega! – Tiago, que estivera, até aquele momento, ouvindo tudo em silêncio, berrou. – Sirius não vai mandar carta nenhuma à Sr ª. Black, será que isso já não está claro?
– O que você sugere então? – Os olhos de Remo fitavam Tiago, com uma paciência realmente extraordinária para um menino de onze anos.
– Nada. Se a Srª. Black vier, Dumbledore dará um jeito nela. Não há com o que se preocupar.
Dumbledore era o diretor de Hogwarts. Nenhum pai ou aluno o enfrentava. Sua inteligência e bondade sempre foram sua marca registrada. Não deixaria que Sirius saísse do castelo. Um fato visível a todos. E, terminada a discussão, foram todos para a primeira aula: Feitiços, com o professor Flitwick.
Os meninos sentaram-se no fundo da sala, onde poderiam conversar a vontade. Bom, não era realmente uma conversa. Remo tentava convencer Sirius a enviar uma coruja à mãe; Tiago dizia que de nada adiantaria; enquanto Pedro perguntava quando a Srª. Black chegaria, irritando a todos. O Prof. Flitwick mandara-os fazer um feitiço simples, o Wingardiun Leviosa. Até aquele momento, ninguém conseguira fazê-lo com êxito. Alguns haviam explodido suas penas ou levantado-as alguns milímetros. Até que Lílian Evans e Severo Snape conseguiram fazer a deles levitar pela sala, arrancando exclamações de admiração dos colegas e uma cara emburrada de Tiago Potter e Sirius Black.
– Excelente! Excelente! Dez pontos para a Grifinória e Sonserina. – exclamou o professor, aplaudindo os alunos que provavelmente seriam os mais brilhantes da classe.
O resto da aula ocorreu perfeitamente bem, sem surpresas. Remo conseguira levitar sua pena, mas nada tão impressionante como o feito de Lílian e Severo. O tempo seguinte seria Poções, com o Prof. Slughorn, velho amigo da família Black. E, segundo contam os alunos mais velhos, Slughorn gostava de selecionar seus melhores alunos e convidá-los para participar do conhecido Clube do Slug. Sirius gostava de dizer que com toda certeza seria convidado a ingressar no Clube.
– Escutem o que digo, Slughorn gosta de bruxos puro-sangue, ricos, bonitos, inteligentes e talentosos. Tudo o que eu sou – dizia, enquanto seguiam para as masmorras.
– Pensei que não gostasse dessa coisa de puro-sangue Sirius...
– E não gosto Tiago, mas é o que sou. Posso fazer o quê?
– Como não ficou na Sonserina? – Remo, já estava cansado de ouvir o amigo vangloriando-se todo o tempo.
– Lhe direi. Os sonserinos não são nem um pouco corajosos, o que eu posso afirmar ser.
Os outros três reviraram os olhos. Não valia a pena discutir com Sirius. Adentraram então nas masmorras. O Prof. Slughorn já esperava pelos alunos.
– Bom dia, bom dia! – Disse, abrindo um sorriso, que, por algum motivo fez os botões de sua camisa se afastar um pouco. – Entrem, entrem, e sentem.
Dessa vez ficaram na primeira fileira. Coisa do Sirius. Ele queria que o professor o notasse.
– Abram o livro de vocês, página 7. Peguem os materiais e prepararemos a Poção para Cura de Furúnculos. Alguma dúvida?
Remo ergueu a mão:
– Mas o senhor não irá nos explicar como a prepararemos?
– Claro. – o bruxo ergueu a varinha e explicações surgiram no quadro negro.
– E se tivermos alguma dúvida durante o preparo, senhor? – agora era Lílian quem perguntava a voz fininha quase inaudível.
– Não terão querida. E se tiverem, poderão tirá-la na semana que vem.
Ninguém mais protestou, todos pegaram os materiais e puseram-se a preparar a poção. Sirius, Tiago e Remo já estavam quase na segunda parte da poção; Pedro ainda estava tentando acender seu caldeirão, quando a Prof.ª McGonagall bateu à porta.
– Com licença professor. Sirius Black, o Prof. Dumbledore deseja vê-lo em seu gabinete. Acompanhe-me.
O menino saiu da sala, seguido pela professora. Sem conseguir conter a curiosidade lhe perguntou o que havia.
– Sua mãe, criança. Ela insiste em tirá-lo de Hogwarts imediatamente.
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