Os Marotos escrita por Bianca Vivas


Capítulo 8
Berro


Notas iniciais do capítulo

Ooi, tudo bem?
Vim agradecer aos reviews, tomei um susto quando vi tantos kk



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Um jato de água jorrava em sua face. Água gelada. Muito gelada. O jato ficou mais forte. Não. Agora eram dois, por isso sentira maior volume de água em seu rosto. Abriu os olhos. Duas varinhas eram-lhe apontadas, e ao ver quem as segurava, sua costumeira calma chegou ao limite.

– O-QUE-VOCÊS-ESTÃO-FAZENDO? – Urrou, enquanto tirava as varinhas de seu campo de visão.

A resposta foram gargalhadas. Grandes gargalhadas. Tão altas que os outros meninos acordaram.

– Por que a raiva Remo? Foi você quem pediu que o acordássemos. – Sirius Black definitivamente tinha a maior cara de pau que ele já vira na vida.

– Exatamente, não pode reclamar. – concordou Tiago

– Não desse jeito não é mesmo? Acham que eu gostaria de ser acordado com água gelada sendo jogada no meu rosto? – ele tinha de se acalmar, tinha de se acalmar...

– Você não nos explicou... – fizeram um biquinho que ficava ridículo neles.

– Eu avisei que ele ficaria bravo – Pedro acabara de entrar no dormitório, já pronto.

– Vai ter troco – foi a única resposta de Remo.

Os meninos apenas riram mais uma vez e foram se trocar, seguindo Lupin.

Ao chegar ao Salão, boa parte dos alunos já estavam tomando café da manhã. Sem demora, os amigos se sentaram, lado a lado, e colocaram a maior quantidade de comida que podiam em seus pratos.

– Olha lá Tiago, o Ranhoso e a Lílian vem vindo – Sirius apontou para uma dupla que vinha entrando, entre um pedaço de bacon e outro.

– E daí?

– Ela está vindo para cá, será que lhe dará outro soco? – Pedro cantarolou, fazendo uma pergunta que Tiago não gostou nem um pouco. E, ao ver a expressão do amigo, se encolheu, em um gesto que transmitia arrependimento.

– Talvez, só talvez, ela já não esteja com raiva de você, caro amigo. – Remo, que ficara calado todo aquele tempo, parou de degustar um grande pedaço de bolo para inteirar-se na conversa.

– Exatamente. Quem sabe vocês não se tornam íntimos? – Sirius debochou do melhor amigo, enquanto soltava sua bela gargalhada.

Quem sabe vocês não se tornam íntimos? – Tiago imitou a voz de Black, afinando-a, realmente irritado – Eu não quero me tornar íntimo da Lílian Maluca Evans!

– Quem é maluca, Tiago? – com uma voz docemente irônica e altamente educada, Lílian, cujos olhos verdes faiscavam de raiva, traindo-lhe na tentativa de demonstrar calma, sentou ao lado do garoto, fixando-lhe o olhar.

– N-ninguém – gaguejou nervoso, jamais imaginara que ela poderia ouvi-lo.

– Lílian querida, acho que Tiago fica nervoso na sua presença... – Sirius, sempre importuno, não perdeu a chance de gozar um pouco o melhor amigo.

– Não fico não! – exclamou, rápido demais para ser verdade.

– Claro...

– Por que não está com o Ranhoso? – Potter recompôs-se, entrando em um assunto que com toda certeza irritaria a garota.

– Não o chame assim! – sibilou

– Tiago, acho que ela lhe dará outro soco

– Cala a boca Pedro.

– Se quer saber, para a minha infelicidade, vim parar aqui, junto a vocês. Não foi escolha minha, mas do mesmo modo me recuso a aturar suas provocações Potter!

Lílian realmente estava furiosa; seus punhos, agora fechados, tremiam; os olhos verdes faiscavam mais que nunca, e seu olhar transmitia a mais absoluta e pura raiva. Saiu pisando fundo, indo em direção as enormes portas.

– Ela ficou muito irritada. Acho que pegou pesado.

– Não me importo com isso Remo. E você Pedro – voltou-se para o pequenino, com um olhar muito parecido ao que Lílian havia lhe lançado há pouco – não quero que faça comentários desse tipo em relação a mim, entendeu?

– S-sim

Nem bem respondeu e uma revoada de corujas adentrou o local. Traziam várias cartas e pacotes. Provavelmente os “parabéns” dos pais aos filhos ou coisas que haviam esquecido em casa, na correria de arrumar o malão. Nenhum deles, porém, esperava cartas. Apenas Sirius. Não que ele gostasse da ideia.

E chegou. Ele sabia que viria, mas não sabia que seria tão cedo. Não às sete da manhã, pelo menos... O envelope vermelho fora deixado à sua frente pela coruja da família. Em um suspiro, pegou o pequeno berrador e abriu-o. Quanto mais rápido melhor.

A voz da Srª. Black ecoou por todo o Salão:

SIRIUS BLACK! COMO SE ATREVE? FOMOS CONIVENTES COM TUDO O QUE TEM FEITO, MAS ISTO?! É UMA AFRONTA! E LOGO A GRIFINÓRIA!!! COMO PÔDE?! E NÃO IRIA NOS CONTAR NADA NÃO É MESMO? GRAÇAS A CISSA ESTAMOS SABENDO DESSA SUA DESOBEDIÊNCIA! DEVERIA SEGUIR O EXEMPLO DELA E SE MIRAR NA FAMÍLIA. POIS BEM, NÃO PERMITIREMOS QUE CONTINUE EM HOGWARTS. VOCÊ VOLTARÁ PARA CASA AINDA HOJE! SEM DISCUSSÕES! VÁ ARRUMAR SUAS COISAS AGORA!!!”

Nada do que ouviu o surpreendeu. Sabia que sua mãe descobria tudo pela boca da amada Narcisa. Sabia também que gritaria e faria um estardalhaço; e também ameaçaria tirá-lo de Hogwarts. Não iria fazer seu malão, não mesmo. Estava tranquilo, mesmo quando Pedro foi contrário às seus pensamentos.

– E se ela vier mesmo?

– Não virá, só está blefando.

– Não parece blefe, ela realmente estava com raiva.

– Deveria mandar uma coruja, só por precaução, explicando que foi uma fatalidade, e que realmente queria ir para a Sonserina – Remo se meteu no meio da história. Era incrível como ficaram tão próximos em tão pouco tempo.

– Mas eu não queria!

– Ela não precisa saber.

– Não irei mandar coruja nenhuma. Minha mãe não virá tampouco, e se vier, não voltarei com ela. – usou um tom autoritário, esperando que fosse o fim do assunto. A reação não foi a imaginada.

– É melhor mandar. Talvez ela esteja falando sério.

– Não mandarei.

– Chega! – Tiago, que estivera, até aquele momento, ouvindo tudo em silêncio, berrou. – Sirius não vai mandar carta nenhuma à Sr ª. Black, será que isso já não está claro?

– O que você sugere então? – Os olhos de Remo fitavam Tiago, com uma paciência realmente extraordinária para um menino de onze anos.

– Nada. Se a Srª. Black vier, Dumbledore dará um jeito nela. Não há com o que se preocupar.

Dumbledore era o diretor de Hogwarts. Nenhum pai ou aluno o enfrentava. Sua inteligência e bondade sempre foram sua marca registrada. Não deixaria que Sirius saísse do castelo. Um fato visível a todos. E, terminada a discussão, foram todos para a primeira aula: Feitiços, com o professor Flitwick.

Os meninos sentaram-se no fundo da sala, onde poderiam conversar a vontade. Bom, não era realmente uma conversa. Remo tentava convencer Sirius a enviar uma coruja à mãe; Tiago dizia que de nada adiantaria; enquanto Pedro perguntava quando a Srª. Black chegaria, irritando a todos. O Prof. Flitwick mandara-os fazer um feitiço simples, o Wingardiun Leviosa. Até aquele momento, ninguém conseguira fazê-lo com êxito. Alguns haviam explodido suas penas ou levantado-as alguns milímetros. Até que Lílian Evans e Severo Snape conseguiram fazer a deles levitar pela sala, arrancando exclamações de admiração dos colegas e uma cara emburrada de Tiago Potter e Sirius Black.

– Excelente! Excelente! Dez pontos para a Grifinória e Sonserina. – exclamou o professor, aplaudindo os alunos que provavelmente seriam os mais brilhantes da classe.

O resto da aula ocorreu perfeitamente bem, sem surpresas. Remo conseguira levitar sua pena, mas nada tão impressionante como o feito de Lílian e Severo. O tempo seguinte seria Poções, com o Prof. Slughorn, velho amigo da família Black. E, segundo contam os alunos mais velhos, Slughorn gostava de selecionar seus melhores alunos e convidá-los para participar do conhecido Clube do Slug. Sirius gostava de dizer que com toda certeza seria convidado a ingressar no Clube.

– Escutem o que digo, Slughorn gosta de bruxos puro-sangue, ricos, bonitos, inteligentes e talentosos. Tudo o que eu sou – dizia, enquanto seguiam para as masmorras.

– Pensei que não gostasse dessa coisa de puro-sangue Sirius...

– E não gosto Tiago, mas é o que sou. Posso fazer o quê?

– Como não ficou na Sonserina? – Remo, já estava cansado de ouvir o amigo vangloriando-se todo o tempo.

– Lhe direi. Os sonserinos não são nem um pouco corajosos, o que eu posso afirmar ser.

Os outros três reviraram os olhos. Não valia a pena discutir com Sirius. Adentraram então nas masmorras. O Prof. Slughorn já esperava pelos alunos.

– Bom dia, bom dia! – Disse, abrindo um sorriso, que, por algum motivo fez os botões de sua camisa se afastar um pouco. – Entrem, entrem, e sentem.

Dessa vez ficaram na primeira fileira. Coisa do Sirius. Ele queria que o professor o notasse.

– Abram o livro de vocês, página 7. Peguem os materiais e prepararemos a Poção para Cura de Furúnculos. Alguma dúvida?

Remo ergueu a mão:

– Mas o senhor não irá nos explicar como a prepararemos?

– Claro. – o bruxo ergueu a varinha e explicações surgiram no quadro negro.

– E se tivermos alguma dúvida durante o preparo, senhor? – agora era Lílian quem perguntava a voz fininha quase inaudível.

– Não terão querida. E se tiverem, poderão tirá-la na semana que vem.

Ninguém mais protestou, todos pegaram os materiais e puseram-se a preparar a poção. Sirius, Tiago e Remo já estavam quase na segunda parte da poção; Pedro ainda estava tentando acender seu caldeirão, quando a Prof.ª McGonagall bateu à porta.

– Com licença professor. Sirius Black, o Prof. Dumbledore deseja vê-lo em seu gabinete. Acompanhe-me.

O menino saiu da sala, seguido pela professora. Sem conseguir conter a curiosidade lhe perguntou o que havia.

– Sua mãe, criança. Ela insiste em tirá-lo de Hogwarts imediatamente.


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