Os Marotos escrita por Bianca Vivas


Capítulo 13
Brigas e Negociações


Notas iniciais do capítulo

Me perdoem, eu adoraria postar dois capítulos, porém cheguei de viagem anteontem e tive muuuito o que resolver. Manicure, cabeleireiro, roupas e sapatos para as festas e visitas a todo momento eram o de menos. Enfim, com essa correria só consegui postar hoje, e ainda assim um só. Sinto muito, mas, se tudo der certo, amanhã irei postar um capítulo de Natal para vocês. E, falando nisso, desejo um Feliz Natal a todos, com muita felicidade, paz e luz. E que vocês nunca esqueçam o significado dessa data tão especial no mundo cristão: a comemoração do nascimento de Jesus.



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– Um salgueiro lutador? Ele enlouqueceu? – a Prof.a Sprout bufava enquanto lia o bilhete de Dumbledore – Para que ele é quer um salgueiro desses, afinal de contas?

– Eu não sei Pamona. Foi o que Alvo disse. E ele pediu que fosse entregue, nos mais tardar, ao pôr do sol de amanhã.

– Pelas barbas de Merlin! Para amanhã? Isso é impossível! Nem se o próprio Ministro da Magia pedisse, conseguiríamos um desse para amanhã!

– Bom, acho que o Ministro não tem tempo para se preocupar com as plantas nos terrenos de Hogwarts. Deveria procurar o Hagrid, ele sempre acha coisas difíceis em tempo recorde. – um sorriso encorajador surgiu no rosto de Minerva.

– Hagrid? Ele só presta para achar animais gigantes esquisitos. Isso é muito mais difícil.

– Nada é mais difícil de encontrar que um cão de três cabeças professora. Exceto, talvez, um ovo de dragão.

Rúbeo adentrou na estufa, trazendo um grande saco entre os braços, que depositou no chão. Voltando-se para a professora, perguntou:

– O que querem encontrar?

– Oh Hagrid! Quase me mata de susto. Pois bem, se acha fácil encontrar um salgueiro lutador para amanhã, dando sopa por aí...

– Hum... Acho que uma ida ao Cabeça de Javali não seria mal. Temos também o Mundungus Fletcher, ele sim sabe como encontrar preciosidades.

– Ora Hagrid, Hogwarts não faz negócios com bandidos. – McGonagall não havia gostado nem um pouco da ideia, e sua boca tremia mais que nunca agora.

– Então ache outra solução Professora. Como disse a Pamona, um Salgueiro Lutador é algo raro de se achar.

As duas mulheres pararam um instante, ponderando o que o guarda-caça acabara de dizer. Um salgueiro daquela espécie era realmente muito raro e muito difícil de ser encontrado do dia para a noite, como Dumbledore queria. Entretanto, a árvore era necessária. Apenas Minerva, Alvo e Rúbeo sabiam o motivo. Ele guardaria a Floresta Proibida. Protegeria tanto Remo quanto os outros alunos do castelo. Era imprescindível que ele estivesse plantado antes da noite do dia seguinte. Hoje, em turnos, talvez conseguissem manter os alunos afastados, mas não por muito mais tempo. Essa era uma necessidade urgente do castelo.

– Tudo bem. – consentiu Minerva, por fim, porém acrescentou algumas recomendações – Vá ao Três Vassouras agora mesmo e se encontre com Mundungus, quero o Salgueiro ainda hoje no castelo. Não importa o que ele diga, nem o preço. É algo urgente. E, lembre-se, no Três Vassouras. Não quero que alguém do Profeta Diário ou de outro jornal diga que Hogwarts anda fazendo negócios ilegais.

– Ok. Posso pelo menos tomar um uísque de fogo?

– Nem uma cerveja amanteigada, sabemos como fica quando está bêbado Rúbeo. – foi Sprout quem respondeu, empurrando-o na direção da porta. Quanto mais rápido resolvesse isso, melhor.

***

– Sabem o que eu acho? – perguntou Tiago, cheio de si, enquanto caminhavam para fora do castelo.

– Que temos muitas atividades e deveríamos estar na biblioteca?

– Não, não caro Remo – sentou-se no gramado seguido dos outros três – Eu estava pensando que hoje está um lindo dia...

– O que você vai aprontar Tiago?

– Nada, nada Pedrinho.

Pedro lançou um olhar desconfiado ao amigo, que sempre estava aprontando algo.

– Que foi? Só acho que hoje é o dia perfeito para uma partidinha de quadribol.

– Mas não temos vassouras, e as da escola são muito velhas e lentas!

– Quem disse que precisamos usar as vassouras da escola Pedro? – Sirius levantou uma sobrancelha, com um sorriso maroto nos lábios.

– Isso me cheira a confusão. Me deixem fora disso. – com um suspiro, Remo abriu o livro e começou a estudar.

– Você nem sabe o que iremos fazer...

– Então me diga Tiago.

– Vassouras emprestadas, ué – respondeu o menino dando de ombros.

– Isso não vai dar certo – uma voz feminina cantarolou até o ouvido dos meninos.

Os quatro se viraram e depararam-se com Lílian e Severo à frente.

– Lily! Ranhoso! Não esperava ver vocês.

– O nome dele é Severo, Sirius – a garotinha rosnou para o colega grifinório.

– Não sei quem lhe perguntou isso Lils...

– Para você é Evans, Potter!

– Qual a diferença? – Tiago provocou a garota.

– Toda!

– Pois eu não vejo nenhuma...

A provocação funcionou bem demais. Os olhos verdes de Lílian faiscavam de raiva. Ela estava prestes a partir pra cima dele, interrompida apenas pela voz aguda de Pedro Pettigrew, escondido a um canto, atrás dos outros.

– Por que não vai funcionar?

Foi Severo quem respondeu:

– Porque os alunos do primeiro ano não podem voar fora das aulas. E, ao não ser que eu muito me engane, a inteligência de seus amigos não permitiria que eles pulassem uma série.

– Pelo menos eu não sou ranhoso – Sirius desdenhou dele.

– Tem razão é muito pior.

– Olha quem fala... A que segue o Ranhoso pra tudo que é canto!

– Ora... Seu... – Lily partiu para cima de Tiago, acertando-lhe muitos tabefes no rosto, o menino tentava se defender, mas levava a pior.

– Sorte sua que eu não bato em garotas, Evans. – guinchou por entre os dentes.

– Sorte sua que eu não aprovo a violência, Potter. – ironizou, acertando mais e mais o colega.

– Imagina se aprovasse, hein Lily? – Sirius ria descontroladamente do amigo.

Tiago teria apanhado o resto da tarde, não fosse Remo. O mais inteligente do grupo se cansou das briguinhas e levantou-se, puxou Lílian e ajudou Tiago a levantar. Quase todos os dias transcorriam daquela forma. Tiago e Sirius provocavam Severo Snape e a menina nascida trouxa vinha em sua defesa. Não raras eram às vezes em que Tiago apanhava de Lílian. Só existia uma pessoa no mundo inteiro que Tiago Potter odiava mais que Lílian Evans: Severo Snape. E a garota sabia disso, o que aumentava sua raiva do colega grifinório que, como ela dizia, era impertinente e arrogante.

As brigas entre os dois eram tão comuns que chegavam a serem cansativas; e tão rotineiras que ninguém mais dava atenção. O único que conseguia fazê-los parar, exceto os professores, era Remo. Ele sempre levava o amigo para longe da cena, mesmo que a briga continuasse depois. E foi o que fez dessa vez, levando-o para a sala comunal.

– Pela barbas de Merlin, Remo! Eu podia dar conta!

– É... Dar conta de levar uma surra. – zoou Sirius, rindo da cara de Tiago e arrancando gargalhadas de todos.

– O que aconteceu? – Arthur Weasley logo perguntou, preocupado com as feições irritadas de Tiago.

– Nada. Fora o Tiago levar uma surra da Lílian Evans. – Sirius ria cada vez mais, lembrando-se da cena.

– Não foi bem assim. – Tiago sentou-se na poltrona, braços cruzados e bem irritado.

– Sério? Não era o que parecia...

– Cala a boca Pedro. – resmungou.

– Quer saber? Irei estudar. – Lupin saiu da sala e seguiu em direção à biblioteca.

– O que deu nele?

– Eu que vou saber? O Remo sempre foi esquisito... – respondeu Sirius a pergunta preocupada de Pedro.

***

Rúbeo Hagrid estava no Três Vassouras à espera de Mundungus Fletcher. O bruxo iria se encontrar com o meio gigante para negociarem um Salgueiro Lutador. Um négocio ilegal e perigoso, porém necessário. Rúbeo prometera a si mesmo que contaria ao Professor Dumbledore como ele e as Professoras Sprout e McGonagall conseguiriam um espécime raro como aquele em tão pouco tempo. Mas, afinal, não era o que Dumbledore queria? Um dos mais raros salgueiros em pouco mais de vinte e quatro horas? Ele não deveria se sentir tão culpado então. Decidiu não beber. Pioraria tudo. A bebida sempre o deixava insolente e consumista. Sem falar nos proveitos que alguém como Mundungus tiraria dele se ficasse bêbado. “Melhor não”, pensou. Mas Mundungus estava demorando tanto... “Você prometeu que não beberia, controle-se homem!”, dizia a si mesmo. Por vezes, pensou que não aguentaria, até que, por fim, Fletcher chegou.

– Por que demorou tanto?

– Isso é modo de dar as boas-vindas a alguém com quem quer fazer negócios Rúbeo?

– Sabe que não faria negócio nenhum com você se não fosse de extrema importância e urgência.

– E o cão de três cabeças?

– O Fofo é diferente.

– Tudo bem, tudo bem, se você diz... – estalou os dedos então, chamando Rosmerta, a dona do estabelecimento – Dois uísques de fogo.

– Apenas um.

– Não vai beber amigo Rúbeo?

– Não, não vou. E não sou seu amigo.

– Então apenas um uísque de fogo.

Alguns segundos depois, Madame Rosmerta trazia uma caneca cheia com o uísque.

– Pois bem, vamos aos negócios então.

– Trouxe o salgueiro?

– Primeiro o ouro, amigo. Primeiro o ouro.

– Ok. Quanto quer?

– Uns vinte galeões já estariam de bom tamanho, mais uns cinco pelo meu silêncio e mais cinco pela entrega no castelo. O que dá... – parou um momento, fazendo os cálculos – Trinta galeões.

– Trinta galeões? TRINTA?! – Hagrid quase se levantou da cadeira, seu rosto ficou vermelho com o grito que deu – Só pode estar louco!

– Claro que não. – Mundungus suspirou e revirou os olhos, aproximando-se mais do meio gigante, como se já tivesse ouvido aquilo muitas vezes. – Veja bem, um Salgueiro Lutador é muito difícil de ser encontrado. Eu mexi meus pauzinhos e achei o seu rapidinho, então mereço vinte galeões pela eficiência. Sem contar que tenho de dar alguma porcentagem de minha venda ao meu fornecedor.

– E os outros dez hein? Galeões também são difíceis de achar.

– Bom, cinco vão para eu não abrir o bico e dizer ao Profeta que Hogwarts está fazendo negócios ilegais. E mais cinco para entregar no colégio.

– Ora essa! Mas você é mesmo um bandidozinho!

– Um bandidozinho que te ajudou muito na missão impossível de Dumbledore.

Hagrid suspirou, sabendo onde aquilo iria dar. Entretanto, não desistiu de abaixar o preço.

– Lhe pago dez galeões pelo Salgueiro e dois sicles pelo seu silêncio.

– E o transporte da planta?

– Eu mesmo levo.

– Tem certeza? Ele é um pouco... Difícil.

– Tenho sim.

– Mas dois sicles pelo meu silêncio é pouco, se fossem ao menos cinco galeões...

– Quinze galões pelo Salgueiro e dois pelo seu silêncio. Você fica com...

– Dezessete galeões – completou Fletcher.

– Isso. E não se fala mais nisso.

– E não se fala mais nisso.

– Onde está o Salgueiro?

– Te levarei até ele.

Cerca de duas horas mais tarde, perto do pôr do sol, Hagrid chegou ao colégio. Trazia um salgueiro embaixo de um dos braços. Era pequeno, mas já lhe havia feito muitos arranhões pelo corpo. Alvo Dumbledore, Pomona Sprout e Minerva McGonagall esperavam por ele.

– Hagrid! Temi que não conseguisse trazê-lo sozinho – começou Dumbledore, mas foi interrompido pela Professora Sprout.

– Que ideia foi essa a sua de trazer um Salgueiro Lutador embaixo do braço? Olha o que ele lhe fez!

– Concordo com a Pamona, Alvo. Acha mesmo prudente uma planta como essa ficar no castelo?

– Ah Minerva, sabe que ela é necessária. E tenho certeza que a Madame Pomfrey pode curar qualquer arranhão que o Salgueiro cause. Já o que ele guardará... Não tenho tanta certeza.

Minerva assentiu, entretanto a Prof.a Sprout ficou curiosa.

– O que a planta guardará diretor?

– Tudo há seu tempo professora. Agora, Rúbeo, traga o menino. Deve estar na biblioteca.

Olhou para o céu e uma nuvem de preocupação perpassou por seus olhos extremamente azuis.

– Já está quase anoitecendo, teremos de agir depressa.

E, arregaçando as mangas de sua capa, pediu que os professores o ajudassem a plantar o salgueiro.


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Notas finais do capítulo

Primeira noite de Remo como lobisomem em Hogwarts, como será?
Novamente, desejo um Feliz Natal a todos.