E mais uma vez eu assisti 1 Litre of Tears.

Queria saber ser tão otimista quanto Aya. E sabe... Com o que tenho, eu gostaria de poder ter alguém pra ficar do meu ladinho. Comigo até eu começar a definhar, até eu terminar de definhar e finalmente morrer.

Esse filme também me lembra que tenho essa droga de doença. Odeio ter meu tempo contado. Odeio isso de menos um dia de vida. A cada respiração, menos uma. Menos um segundo, menos uma oportunidade... Menos um tudo. Eu gostaria de ter feito mais coisas...

Então me recordo da quantidade de lágrimas que já arranquei dos teus olhos, com esse assunto. Sinto-me mal. Sua voz ainda ecoa na minha cabeça, dizendo “Eu te visitaria no hospital todos os dias”. Vontade louca de chorar. O pior é, que já me foram oferecidas formas de terminar com essa dor. Até a própria, tão odiada, eutanásia. Pensei em aceitar, ia até te contar isso, mas você disse-me que não queria saber... Doeu tanto, que por alguns dias pensei realmente em aceitar, e tirar de mim toda essa dor na alma, mas seria muito egoísmo da minha parte.

Nada posso fazer além de esperar a doença evoluir, não é? E isso já começou há poucos dois anos. O desequilíbrio, a falta de coordenação, a disbasia (dificuldade e cambaleamento no movimento da marcha, ou seja, ao andar), o nistagmo (movimentos involuntários do globo ocular), a disartria (dificuldade na formação de palavras, que se desenvolve à perda total da fala)... Bem, dane-se o resto. Apenas espero que quando eu já estiver naquela cama de hospital, movendo apenas meus olhos, você ainda vá me agradar com tua companhia...

...Fazer com que eu me sinta um pouco menos distante da morte. Tão viva, como nunca estive.