– Ficou ótimo em voce - insisti

– Voce acha?, ficou tao estranho

– Esta linda - eu disse e a conduzi para o espelho, ela sorriu

– tem razão, estou linda, obrigada - ela disse e me deu um simples abraço.

Suspirei, era a ultima, agora poderia ir embora, me despedi de todos e fui embora, o trabalho estava normal, exeto por algumas garotas que implicavam comigo, sempre diziam que eu fiz algo de errado, por sorte, eu nao era a unica, então Senhora Duncan nao me demitiu, entrei no ônibus, que dessa vez, estava lotado, cheguei no nosso bairro um pouco mais cedo que o normal, passava na rua da biblioteca abandonada quando resolvi entrar, por sorte, aquela rua era deserta, raras vezes via alguem passando ali, me esforcei e passei pelo pequeno buraco, fui ate os portoes do fundo, tudo estava como eu havia visto da ultima vez, andei pela biblioteca, notei uma pequena escada, a olhei por inteira procurando o fim dela, sem sucesso, ela subia o teto, subi a mesma, cheguei em um pequeno quarto, confortavel, nao estava sujo como a biblioteca, havia um sofá, uma televisao, umas prateleiras cheias de livros, olhei para cima e notei uma pequena corda, puxei a mesma abrindo um pequeno buraco no teto, caiu uma escadinha, subi na mesma, era um sotao, nao era organizado ou limpo como era no pequeno quarto, havia uma pequena janela, que permitia entrar um pouco de luz e iluminar aquele lugar, caminhei lentamente pelo lugar, passei o dedo na parede, olhei o mesmo que estava preto, ouvi algo cair, me virei rapidamente, havia um vulto branco, parado, me encarando.

– Oque faz aqui? - ele disse em um tom ignorante

– D-Desculpe, nao sabia que alguem m-morava aqui - disse gaguejando, tudo oque eu queria agora era sair desse lugar, uma luz se acendeu, o vulto se transformara em um garoto alto, parecia ter 19 anos, seus cabelos eram negros, seus olhos, num tom azul agua, ele era lindo, sua expressao era seria.

– Oque faz aqui? - insistiu

– a uns dias atraz encontrei essa biblioteca, e entrei pois amo ler - disse, ele me encarava - Voce mora aqui?

– Isso nao é da sua conta - ele disse em um tom nada agradavel, optei por sim

– Qual seu nome? - Não sabia oque estava fazendo, queria ir embora, mas ao mesmo tempo, queria ficar ali, e conhecer aquela pequena criatura que vivia em uma biblioteca abandonada.

– Nick - ele disse em um tom baixo, que saiu quase como um sussurro.

– Nick nao parece um nome - Disse

– Nicholas - ele disse dando um sorriso timido - Qual o seu nome?

– Lily - sorri me aproximando dele, apertei sua mao.

– Lily tambem nao se parece com um nome - ele disse erguendo uma sombrancelha

– Liryes - sorri - Liryes Schamer - senti que ele apertou minha mao com mais força, como se quizesse me machucar, soltou-a rapidamente - Desde quando voce mora aqui? - insisti em perguntar

– Desde sempre - ele disse, se recuzando em contar a historia - Eu sou o dono dessa biblioteca

– Voce é o dono? - perguntei - Então porque ela e abandonada?

– Chega de perguntas - ele disse encarando uma pequena teia de aranha, logo seu olhar veio ate o meu, sua expressao voltou a ser seria

– Ninguem pode saber que eu moro aqui, entendeu? - assenti.

Ele desceu pelo pequeno buraco no qual eu havia entrado e chegou na biblioteca, o segui

– A quanto tempo voce sabe que essa biblioteca existe? - ele perguntou passando o dedo sobre os livros empoirados.

– mês passado - disse - eu vi a biblioteca e entrei por debaixo do portão - me sentia uma idiota por contar tudo, e ele nao contar nada.

– Alguem te viu entrar? - neguei, ele sorriu, olhou para o relogio pendurado na parede, e depois voltou o olhar para mim - Voce precisa ir, ja esta tarde

– Posso voltar aqui amanhã? - perguntei, ele assentiu, dei de ombros e voltei para casa, no caminho pensava em tudo, em Nick, na biblioteca, no trabalho, no porque dele ser tao misterioso, cheguei em casa ja estava tarde, Laurem e Charlie ja dormiam, escovei os dentes, e fiz o mesmo.