Juntos No Passado escrita por FurryWorld101


Capítulo 7
O ENCONTRO




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– Ai, Akane, sai de cima de mim!

– Não dá, você tá prendendo o meu vestido >.< !

– Então dá um jeito de se mexer! Sem acertar minha cara com seu cotovelo!

– Estou tentando, estou tentando!

– Ei, deu pra ver sua calcinha...

– O quê?!

No fim, os dois conseguiram se desenrolar e olharam ao redor.

– Nada – disse Ranma – É só um poço.

– Aaaai, que nojo!! – Akane gritou, apontando para o chão.

Haviam ossos espalhados por todo o chão de terra batida, ossos que com certeza não estavam ali antes. Um deles parecia o crânio de algum animal com caninos bem afiados, só que havia quatro espaços para os olhos ao invés de apenas dois. Akane engoliu em seco.

– Olha! – Ranma apontou para cima – Aquilo é uma árvore?

– Acho que é sim! – disse Akane – Talvez a gente não esteja mais no templo...

Escalaram o poço com certa dificuldade e se depararam com uma clareira no meio de uma floresta. Havia um caminho que levava a um vilarejo ali perto.

– Onde estamos? – perguntou-se Ranma – Será que fomos parar em outra província?

– Não faço ideia. Mas talvez Kagome tenha sido levada para lá! – Akane apontou para o vilarejo.

– Vamos lá, então – disse Ranma, e então olhou para o céu nublado – Depressa, antes que comece a chover!

Eles começaram a correr mas, no meio do caminho, Akane jurou ter ouvido um barulho vindo das árvores.

– Ranma... – ela parou, assustada.

– Calma, Akane, não deve ser nada. Vamos continuar!

De repente, algo grande desceu do céu e quase atingiu Akane, mas Ranma pegou-a no colo bem a tempo e desviou do monstro. Uma cobra gigantesca, de sete cabeças, os encarava.

– Aaaaah!! – Akane gritou. A cobra fixou seus inúmeros olhos amarelos nela, fazendo-a sentir um calafrio dos pés à cabeça.

Ranma colocou-a no chão e ficou a sua frente.

– Akane, fuja!

– O quê?!

– Fuja e vá pedir ajuda no vilarejo enquanto eu consigo tempo para você escapar!

– Mas Ranma...!

– Vá logo!

Ranma correu na direção da cobra, saltando e balançando os braços para fazê-la tirar sua atenção de Akane. Funcionou, o monstro passou a seguí-lo, deixando Akane para trás. Ele teve que ziguezaguear e pular de árvore em árvore para desviar dos ataques das cabeças da cobra. Akane hesitou por um instante antes de sair correndo.

“Ranma, tenha cuidado!” ela pensava enquanto se distanciava dele.


InuYasha e os outros aguardavam enquanto Kagome terminava de se trocar.

– Estou pronta! – ela finalmente saiu da casa de Kaede, vestindo um kimono branco e vermelho, típico de sacerdotisas.

– Até que enfim! – disse InuYasha, enfezado. Ele odiava quando Kagome se vestia assim. Ela se parecia demais com a Kikyou.

– Socorro! – ouviram alguém gritar pelo vilarejo – Por favor, alguém nos ajude! Um monstro gigantesco em forma de cobra nos atacou na floresta!

– Mais youkais?! – Sango e Miroku ficaram alertas.

– Heh! Agora eu acabo com elas de vez! – InuYasha correu para ver quem estava pedindo por ajuda e os outros foram atrás. Quando Kagome viu quem ela, não acreditou.

– Akane?! O que está fazendo aqui?!

– Oh, Kagome! – Akane abriu um sorriso – Que bom que está bem! Fiquei preocupada com você!

– Como você chegou aqui? – Kagome perguntou, ainda sem acreditar.

– Eu e Ranma viemos... A meu deus! O Ranma! Ele precisa de ajuda, ficou sozinho com o monstro para eu poder fugir!

– Não se preocupe, senhorita – disse Miroku, pegando suas mãos – Eu vou salvar Ranma, mas antes posso fazer uma pergunta?

– Claro.

– Você gostaria de ter um filho m...

– Vamos logo, Senhor Monge – Sango agarrou Miroku pela orelha – Tem alguém precisando de nossa ajuda.

– Mostre onde está esse youkai que nós vamos acabar com ele! – disse InuYasha.

Akane percebeu que era o mesmo garoto que arrastara Kagome até aqui. Agora ela sabia que ele não era má pessoa, pois estava disposto a ajudar o Ranma. E provavelmente não havia “sequestrado” a Kagome, eles pareciam já se conhecer. Ela lhes mostrou a direção por onde viera e eles foram ao socorro de Ranma.

Enquanto isso, já havia começado a chover. O que de certa forma foi bom, porque Ranma ficava mais ágil em sua pequena forma feminina. Desse modo conseguia se esquivar mais facilmente das emboscadas cada vez mais traiçoeiras do monstro, que começava a ficar muito irritado.

“Onde a Akane foi parar?!” pensou ela “Se continuar assim não vou durar muito tempo!”

Mal ela pensara isso e a calda da cobra acertou-a em cheio, fazendo-a cair no chão meio tonta. Uma das cabeças veio em sua direção, mas Ranma conseguiu escapar a tempo. No entanto uma segunda cabeça abriu a bocarra de presas afiadas enquanto outras três a circundaram, impedindo-a de fugir. Ranma sabia que não teria chances de fugir.

“Droga! Eu não posso morrer como mulher!”

A cabeça do monstro se preparou para atacar e Ranma fechou os olhos.

“Akane, eu sempre...!”

– Iáááá! – uma lâmina enorme surgiu de repente e decepou a cabeça que estava prestes a ataca-la.

– InuYasha, porque fez isso?! – gritou Miroku – Vão nascer mais cabeças agora!

– A garota ia ser comida viva! – um garoto de longos cabelos prateados e orelha de cachorro estava parado ao lado de Ranma, segurando uma espada gigantesca e ensanguentada com o sangue negro do bicho.

“Espera, cabelo comprido e orelha de cachorro? Será que esse é o cara de quem Akane estava falando? Então ela deve estar...”

– Ranma! – Akane veio correndo em sua direção – Que bom que está bem!

– Afastem-se vocês duas – disse InuYasha, sério – As outras cabeças estão irritadas, deem espaço para derrotarmos elas!

– Pelo menos uma já foi... – Ranma suspirou.

– Nada disso – disse Miroku. Ranam olhou para aquele monge com um olhar interrogativo – Espere e veja.

Em poucos segundos dois pescoços compridos surgiram da ferida aberta e agora haviam oito cabeças de cobra a encará-los.

– Aaah! – Akane gritou – Como isso é possível?!

– Abaixem-se! – exclamou Kagome. Ela sacou um arco das costas e disparou duas flechas purificadoras de uma única vez, acertando duas das cabeças.

– PODER DE BUDA! – Miroku lançou diversos pergaminhos sagrados para exorcizar demônios, atingindo mais quatro cabeças.

Kagome finalizou com mais um ataque de flechas duplas antes que o youkai pudesse reagir. Alguns segundos se passaram até que o monstro começasse a brilhar nos lugares atingidos e explodisse em um monte de gosma negra.

– Eeecaaaa!!! – Kagome e Akane gritaram juntas.

Miroku e Sango foram até Ranma.

– Você está bem? – Sango parecia preocupada.

– Estou, obrigada.

Akane foi até ela.

– Não vai me agradecer não?

– Pelo o quê? – Ranma perguntou.

– Por ainda estar vivo, ué!

– Claro que não, foram eles que fizeram o trabalho todo!

– Como é que é?! Fui EU quem chamei essas pessoas para ajudarem você, para início de conversa!

– É, e fui EUZINHA AQUI que servi de isca para você ir chama-los, mas também não ouvi nenhuma palavra de agradecimento!

– Oh – Akane ruborizou. Ranma tinha razão, ele se arriscara por ela – Bem, obrigada.

Ranma arregalou os olhos. Akane tinha mesmo agradecido? E o que faria agora?! Com certeza teria de agradecer também, mas como, se era tão tímido??

– Ah, o-o... O-ob... Obri...

Miroku pegou suas mãos.

– Ei, jovem dama. Gostaria de ter um filho meu?

Ranma se desconcentrou com a pergunta súbita. Ele estava quase conseguindo!! E aquele cara sem noção interrompera tudo! Irritado, Ranma deu um soco nele com toda a força, fazendo Miroku voar no chão.

– Vê se enxerga direito! Eu sou homem, idiota!!

Todos o olharam de olhos arregalados.

– O QUÊÊÊÊ???

– Opa! Quero dizer, já estou noiva! – Ranma juntou suas mãozinhas e piscos os olhos de um jeito inocente.

– Ah, que pena. Tenho certeza de que seria uma mãe maravilhosa – OUCH! – Miroku mal se levantara e Sango o atingira na cabeça com seu bumerangue.

– Sabe do que eu gostaria? – Ranma continuou com sua vozinha fina de boa moça – De um bom banho de água quente!

– Acho que todos nós precisamos... – disse Kagome - Mesmo a chuva tendo nos lavado a maior parte das nossas roupas, ainda estou com gosma de youkai!

– Youkai? Aquilo que nos atacou era um youkai? – Akane perguntou – Tipo os seres mitológicos das nossas lendas?

– Bom, acho melhor voltarmos para a casa da Kaede – disse Kagome – Tenho certeza de que teremos muito o que conversar...


Todos já haviam tomado banho e Ranma acabou sendo o último da fila. Quando ele apareceu novamente na sala já como homem, Akane contava a todos como os dois haviam chegado ali. Todos levaram um susto assim que ele apareceu na porta.

– Bankotsu! O que está fazendo aqui?! – exclamou InuYasha, sacando a Tessaiga.

– Quem?

– Bem, não tem problema. Achei que já tivesse te derrotado, mas já que você está sem sua alabarda Banryou vai ser molea dessa vez!

Ele desferiu um golpe com a Tessaiga e quase arrancou a cabeça de Ranma.

– Ei, você ficou maluco?? – Ranma se jogou contra as paredes, fugindo dos golpes.

– Não diga besteira! FERIDA DO VENTO!!

Ranma conseguiu desviar-se por muito pouco, mas a força do golpe fez com que ele voasse longe, caindo direto no rio que havia em frente à casa. Todos correram até ele.

– InuYasha, pare! – Kagome exclamou – Não é o Bankotsu!

“Não sei como esse garoto veio parar aqui, mas tenho certeza de que é aquele da feira!” pensou ela.

– Do que você está falando, Kagome? Ele é idêntico àquele zumbi desprezível líder do Exército dos Sete!

Nesse momento, Ranma saiu da água, tossindo e morrendo de frio. InuYasha tinha levantado a Tessaiga para mais um golpe, porém parou no meio do caminho, completamente confuso.

– Ué... Ele... virou mulher?



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