O Lago De Callibri escrita por Joana Hunter


Capítulo 4
Capítulo 4 O Reino de Callibri




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– Droga. Eric! – Arthur gritou em desespero ao imaginar o pior. Algo se mexeu na mata.




– Eric! – Ele chamou novamente olhando para a direção em que o barulho viera. Uma pessoa apareceu. Era um senhor de uns 50 anos. Tinha uma barba branca, usava jeans, uma bota velha marrom, uma blusa preta e suja com alguns furos. O pouco cabelo que lhe restava na cabeça era branco, e em seu rosto, tinha cicatrizes de queimaduras.




– Quem é você? – Perguntou o velho apontando uma espingarda para Arthur.


– Não atira, eu sou Arthur , estava na casa do lago.

– Hum... o que faz tão longe da casa? – Perguntou o velho abaixando a arma.

– Estou procurando meu amigo,o nome é Eric, branco, cabelo castanho, você o viu? – Perguntou Arthur, que estava com um pouco de medo do velho. Afinal, o que um senhor de 50 anos fazia em plena mata fechada apontando uma arma para os outros.

– Não, não o vi. Aquele barco não é dele? – Perguntou o velho olhando para o barco virado.

– Bem, ele estava no barco mas... – Dizia Arthur quando foi interrompido.

– Se ele caiu no lago já está morto. – Disse o velho.

– Acho que não, ele sabe nadar. – Disse Arthur olhando para o velho.

– Olha filho, existem coisas nesse lago. – Disse o velho se aproximando.

– Sim. Peixes, sapos, plantas, talvez outros animais e água é claro. – Disse Arthur apavorado, olhando para o velho, quase paralisado.

– Claro. Peixes, sapos, plantas e outras coisas que não são humanas nem animais e que teriam facilidade em te puxar e te afogar mesmo que pareçam inofensivas. – Disse o velho que continuou chegando perto até que quase encostando em Arthur.

– Ah, claro! Há um manicômio na cidade também caso você precise. – Disse Arthur. O velho deu uma gargalhada.

– Você é engraçado, mas não deveria fazer piadas enquanto seu amigo morre, ou talvez ele já esteja morto. Só um conselho: Cai fora. Pegue suas coisas, vá embora e não volte mais aqui. – O velho falou. A expressão de Arthur foi de tristeza ao ouvir isso e imaginar que o velho estaria certo.

– Só mais uma coisa, havia uma garota também, seu nome era Adara. Nós a achamos no lago, ela dizia ser de Callibri. Você a viu? – Arthur perguntou.

– De Callibri?! Impossível. – Disse o velho olhando para baixo pensativo.

– O que sabe sobre Callibri? – Perguntou Arthur.

– Algumas coisas. – Disse o velho que saiu andando.

– Ei, espera!Qual é o seu nome? – Falou Arthur seguindo o velho.

– John Stuart – O velho respondeu.

– Como sabe de Callibri?

– Um dia eu as vi.



–Viu quem?





– As Náiades, ninfas de água doce. Eu estava caçando esse dia, sorte minha. Minha curiosidade me fez entrar na água quando vi um vulto. Elas me puxaram mas quando caí fui rápido no gatilho. O tiro não as matou, apenas assustou. Nunca mais andei desarmado por aqui.



– Se essas coisas existissem de verdade, por que fariam isso?

– Se elas gostarem de você podem te levar até Callibri, mas se não... elas te deixam morrer afogado.

– Então que dizer que Eric pode estar vivo...

Eric acordou meio tonto nas margens do lago. Ao levantar a cabeça e olhar ao redor, toma um susto. Estava em um lugar completamente diferente, havia uma grande ponte que ia até um tipo de castelo. Ele sentia-se fraco, estava todo sujo e molhado. Levantou-se meio que cambaleando e começou a andar. Ele se perguntava o que havia acontecido e logo se lembra de ir para o fundo do lago, das Náiades...

– Ei, você! Aonde pensa que vai? – Gritou um homem , ele vestia uma espécie de armadura, mas sem capacete e carregava consigo uma espada na cintura. Era um guarda, ele foi até Eric.

– Eu não sei, não sou daqui você pode me ajudar? – Ele perguntou. O guarda o pegou pelo braço e levou até outro guarda.

– Invadiu o lago, parece bêbado. – Disse o guarda que o segurava pelo braço. Eric deu um puxão e se soltou do guarda.

– Eu não estou bêbado, eu caí no lago e acordei aqui. – Disse Eric.

– Mais um daqueles idiotas rebeldes que insistem com essa história. Como ousa invadir o Condado de Callibri? – Perguntou o guarda.

– Eu não invadi... Eu não sou daqui. – Disse Eric.

– Quanta insolência seu mentiroso. – Disse o guarda puxando a espada.

– Não seja tão impiedoso. Ele vai pagar pelos seus atos. – Disse o outro guarda. Esse o levou para uma carruagem de transportar prisioneiros que estava um pouco mais à frente. Lá havia um homem, o condutor da carruagem. Ele jogou Eric dentro da carruagem e o trancou lá com um cadeado. Ela era uma espécie de cela.

–Leve-o. Está sob as acusações de ser estrangeiro e desobediente. – Disse o guarda.

– O quê? Não podem fazer isso! – Gritou Eric. A carruagem começou a andar. O destino seria a prisão que ficava no centro do reino. Do condado até o centro do reino havia um grande caminho, o condutor da carruagem querendo ganhar tempo resolveu passar por um atalho que passava pelo campo. A trilha era cercada por árvores. Depois de algumas horas andando pela trilha a carruagem que era puxada por dois cavalos foi parada. Um homem havia entrado no meio do caminho, suas roupas também eram bem diferentes, porém simples . Eric assistia tudo.

– Sai da frente camponês imundo! – Gritou o condutor da carruagem ao homem. Esse deu um sorriso sárcastico. Eric só conseguiu ver o condutor caindo no chão. Quando viu ele caído, pôde notar na sua cabeça, uma flecha. Ele se assustou naturalmente.

– Droga! Socorro! – Ele gritou. O homem que estava na frente da carruagem chegou mais perto dele. Com um machado ele quebrou o cadeado. Eric saiu da carruagem ainda assustado.

– O que você fez? – Perguntou o homem.

– Nada. – Disse Eric. O homem sorriu.

– Vai me dizer que foi preso em vão?! – O homem disse.

– Disseram que eu estava sob as acusações de ser estrangeiro e desobediente. – Eric falou. O homem pensou, olhou para os lados...

– Deixem-no ir, é inocente. – O homem gritou. Ele foi até o corpo do condutor e o saqueou, conseguiu algumas moedas de ouro.

– Onde eu estou? – Eric o perguntou.

– Está no reino de Callibri. Parece perdido, de onde veio? – Perguntou o homem.

– Cidade de Lawrence, Kansas. – Respondeu Eric.

– Nunca ouvi falar. Qual é o seu nome?

– Eric Golden e o seu?

– Marcus Barton. Pode vir com a gente se quiser. – Disse Marcus. Ele pegou o corpo do condutor, colocou na cela da carruagem e subiu no lugar do condutor. Eric subiu ao lado de Marcus receoso, ele estava aliando-se aos criminosos e mesmo que eles fossem bons isso poderia ser perigoso. Que diabos de lugar era aquele?Como isso poderia estar acontecendo?Seria um sonho? Eric se perguntava em sua mente, ele estava calado, perdido em seus pensamentos. Mas não era somente Eric que se fazia perguntas.

– Como isso pode estar acontecendo comigo?! – Dizia um senhor muito nervoso . Ele usava uma túnica colorida com delhalhes em ouro e tinha uma coroa. Ele era o duque de Callibri (chefe militar). Estava sentado em seu trono no seu castelo. Descendo dois degraus estava lá Adara de cabeça baixa, os guardas haviam a levado até ele. Ela ainda estava com as roupas de Eric.

– Papai eu... – Ela tentou se explicar mas foi interrompida por ele.

– Adara você me desobedeceu, fugiu. Por onde andou?

– Eu ... – Ela tentou falar mas foi interrompida novamente.

– Nem me responda. Olhe só as suas vestes. Pode ser acusada como herege, bruxa sabia?! Guardas levem-na para seus aposentos. Certifiquem-se de que tenha alguém vigiando as janelas e a porta. Os guardas a seguraram pelo braço dirigindo-a ao seu quarto.

– Me soltem. – disse ela se soltando dos guardas. Ela foi para seu quarto, onde também havia um banheiro. Sua dama de companhia estava sentada em uma cadeira no quarto.

– Senhorita, você está bem? Precisa de algo? – Disse ela se levantando.

– Estou bem, prepare meu banho. – Adara disse.

Na mata Arthur conversava com o velho.

– Como vou saber se Eric está vivo? – Arthur perguntou a John.

– Não há como saber. A não ser que você entre no lago. – John respondeu.

– Eu posso morrer se fizer isso... – Disse Arthur.

– Ou conseguir atravessar e encontrar seu amigo em Callibri. – Disse John.

– Droga! Eu nem sei se acredito nesse papo de Callibri, Náiades e nem em você. Você parece um velho maluco sabia?! Sem ofensa é claro. – Arthur disse.

– É acreditar nas possibilidades ou na morte de Eric. A escolha é sua. – Disse John.



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