O Lago De Callibri escrita por Joana Hunter


Capítulo 3
Capítulo 3 Meu nome é Adara




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Depois de sair do hospital Eric e Arthur conversavam. A moça já estava dentro do carro. Ela usava ainda as roupas de Eric.

– O que vamos fazer com ela? – Perguntou Eric.

– Levamos para uma delegacia, abrigo, sei lá. – Disse Arthur.

– Sim, mas antes precisamos de ir até a casa do lago pra pegar as nossas coisas. – Disse Eric.

– Tem razão. - Disse

Biii Bii Biiiiii – Ela apertava a buzina do carro.

– Estou te falando cara, ela é louca. – Disse Arthur.

– Ei, para com isso! – Eric disse para ela. Eles voltaram para a casa do lago. Ao chegarem na casa, o dia já estava escurecendo. Eles abriram a casa.

– Acende a luz. – Disse Eric a Arthur que estava mais perto do interruptor. Ele acendeu a luz. A mulher parecia encantada.

Arthur e Eric se entreolharam.

– Qual é o seu nome? – Perguntou Arthur à moça. Ela não respondeu.

– Nós te salvamos, abrigamos, alimentamos e é assim que você agradece?! – Dizia Arthur nervoso encarando a moça.

– Arthur... – Eric disse tentando acalmar o amigo.

– Não me venha com “ah, ela está assustada”, não cola . Eu sei que ela nos entende, por que não diz nada? – Arthur falou.

– Adara. – Ela disse baixo.

– O quê? – Arthur perguntou.

– Meu nome, é Adara. – Ela repetiu.

– Ah tá... é bom saber pelo menos isso, Adara. – Disse Arthur com certa ironia.

– Por que não nos diz de onde veio? Talvez possamos te ajudar. – Perguntou Eric.

– Eu vim de Callibri. – Ela disse.

– O que é isso?Cidade, bairro?...- Perguntou Eric.

– Vocês não sabem?! – Perguntou Adara.

– Nós e nenhuma pessoa normal por aqui. – Murmurou Arthur.

– Não, não sabemos. – Disse Eric.

– É um reino. – Ela respondeu olhando para Eric.

– Eu disse que era louca. – Disse Arthur. Ela o olhou com o semblante sério.

– E como você chegou aqui? – Perguntou Eric.

– Atravessando lago. – Ela disse.

– Você nadou até aqui? – Eric a perguntou.

– Não, eu desci e subi por ele. – Ela disse.

– Cara, não está acreditando nesse papo furado não é?!

– Claro que não. – Disse Eric. Ela deu um sorriso sarcástico e saiu da casa.

– Ei, aonde você vai? – Arthur perguntou.

– Vocês não acreditam em mim, não tenho o que fazer aqui. – Ela disse.

– Está bem, mas, tire a roupa. – Eric disse.

– O que? – Perguntou a moça surpresa com o que ele disse.

– A roupa é minha, lembra?! Se for vai ter que tirar e me devolver. – Eric disse.

Ela desistiu de ir e sentou-se no sofá.

– Tá aprendendo com o papai aqui não é?! – Disse Arthur a Eric.

Mais tarde, à noite, Adara estava no quarto onde sempre ficara, Arthur e Eric conversavam no sofá da sala.

– Que viajem... já te contei que fui achado num lago? – Perguntou Arthur.

– Já, era brincadeira né? – Perguntou Eric.

– Não. – Arthur disse.

– O que você estava fazendo no lago? – Perguntou Eric.

– Eu não sei cara. Eu era gurizinho, não me lembro. Eu só me lembro de... – Disse Arthur e depois se calou.

– Se lembra de que? – Perguntou Eric.

– Eu não sei bem se é uma lembrança, ou sonho... mas, me lembro de cair no lago e afundar, então umas mulheres nuas vieram até mim e ... – Dizia Arthur até Eric o interromper com uma risada.

– Cara, você brinca muito. Pensei que era sério. – Disse Eric.

– Eu não tô brincando seu babaca. – Disse Arthur.

– Então tá legal... o que aconteceu? – Perguntou Eric duvidando.

– Eu não sei, eu apaguei e acordei com os policiais, não me lembro mais de nada, é só isso. – Disse Arthur.

– Elas eram gostosas? – Eric perguntou. Arthur riu.

– Não era nada mal. – Disse Arthur.

– E você ficou só olhando? – Perguntou Eric.

– Ei, eu tinha uns 6 anos,e estava me afogando. – Disse Arthur.

– Era só um sonho, você não ia morrer e... – Dizia Eric quando Arthur o interrompeu com um “Hum Hum” para chamar sua atenção e acenando com a cabeça para a porta do quarto. Adara estava lá olhando para os dois. Os dois pararam de rir e falar.

– Continuem, estava ficando divertido. – Disse ela com sarcasmo.

– Você gosta de só de ouvir ou vai querer entrar na conversa? – Arthur a perguntou. Ela continuou séria.

– Ele está brincando. – Disse Eric. Ela levantou as sobrancelhas mas continuava séria .

– Adara, você é casada? – Arthur a perguntou.

– Por duas patas não se assemelha a um sátiro. – Ela disse. Eric riu.

– O que é um sátiro? – Perguntou Arthur.

– Já assistiu Percy Jackson o ladrão de raios, As Crônicas de Nárnia ou aquele desenho do Hércules? – Eric perguntou.

– Os primeiros que você falou não, mas o desenho do Hércules eu curtia. – Disse Arthur.

– O sátiro é o homem bode do desenho. – Disse Eric.

– Ela me chamou de homem bode?! – Disse Arthur indignado.

– Não considere como uma ofensa, os sátiros são seres amigáveis e bem humorados. – Disse Eric.

– E promiscuos. – Disse Adara. Arthur semicerrou os olhos em sinal de reprovação.

– Você conhece alguém daqui? – Perguntou Eric.

– Só vocês. – Ela respondeu.

– Então por que veio? – Perguntou Arthur.

– Eu queria saber se era verdade o que Apolo disse. – Disse Adara.

– Quem é Apolo e o que ele disse? – Perguntou Eric.

– É um amigo, ele contou sobre tudo. Sobre os carros, as televisões, rádios e mais um monte de coisas. – Disse Adara.

– Nem precisa dizer mais nada. – Disse Arthur.

– Amanhã vamos levá-la para um abrigo. – Eric disse à Adara.

– Por quê? – Ela perguntou.

– Olha, não nos leve a mal mas, temos uma vida pela frente, nós trabalhamos e nem te conhecemos. A sua família deve estar te procurando. – Eric Disse. Ela não disse nada e com um olhar nada satisfeito voltou para o quarto.

– Parece que você magoou ela. – Arthur disse.

– Só disse a verdade. – Eric disse.

Eles foram dormir. Quando acordaram no outro dia de manhã tiveram uma surpresa: Adara havia ido embora. Eles a procuraram pela velha casa mas não a encontraram, lá fora ela também não estava. Então eles combinaram de separar-se para procurá-la. Eric procuraria no barco pelo lago, enquanto Arthur procuraria pela mata. Como combinado Arthur procurava pela mata, ele gritava o nome dela mas ninguém respondia. Só ouvia-se o barulho das aves voando assustadas com os berros do homem. No lago, Arthur foi até bem longe procurando por vestígios da moça. O lago já se perdia mata a dentro e Eric já pensava em voltar, com medo de esquecer o percurso e se perder. Mas ao reparar por um tempo determinada área na água ele viu um vulto. Ele começou a observar e parecia que algo subia na água.

– Adara?! – Ele perguntou . De repente emergiu da água uma mão como que pedisse ajuda. Eric não pensou duas vezes em segurar na mão para ajudar a pessoa pensando que se tratava de Adara. Ele foi puxado para o lago, o barco virou. Ao cair na água soltou da mão e tentou nadar, mas foi puxado pelo pé. Ao afundar na água conseguiu ver a mulher que o puxara, era linda, seus cabelos eram longos e castanhos, ela estava nua, neste momento ele percebeu que não havia só uma . Ele tentou subir novamente mas elas o puxaram, logo não tinha mais fôlego. Soltou o ar de seus pulmões e foi apagando lentamente enquanto elas o rodeavam. Agora já estava tudo escuro. Arthur andava pela mata e cada vez adentrava mais. Ele andou bastante até que chegou na costa do lago e de longe conseguiu ver o barco virado. Ele correu ao redor do rio até que chegou mais perto do barco que estava virado.



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