O Lago De Callibri escrita por Joana Hunter


Capítulo 2
Capítulo 2 Uma grande surpresa




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/289313/chapter/2

– O que você está fazendo? – Disse Arthur vendo a ação do amigo.

– Não podemos deixar o corpo aqui, temos que ligar para a polícia. – Disse Eric ajeitando o corpo no chão. Era uma mulher, sua pele era branca como a neve e seu cabelo negro como a noite. Seus cabelos estavam sobre seu rosto decaído de lado. Ela estava gelada como a água do lago. Ela usava um longo e cheio vestido preto que estava coberto de barro. O vestido lembrava aqueles que vemos em livros de história, algo parecido com a era feudal. Eric percebeu um movimento da mão da mulher aparentemente morta. Arthur se aproximou.

– Ela se mexeu... – Disse Eric segurando pelo pulso a mão que se moveu.

– Tem pulso! – Ele disse ao sentir os batimentos. Ele afastou o cabelo que estava sobre seu rosto. Ela tossiu e vomitou um pouco de água. Logo depois abriu os olhos, se pareciam com duas pedras de esmeralda, sim, os seus olhos eram verdes como esmeraldas. Ela inspirou forte e parecia assustada. Tremia de frio, ou de medo talvez.

– Oi, você está bem? – Eric a perguntou. Ela nada respondeu e tentou se levantar, o esforço só a ajudou a se sentar. Estava fraca.

– Vamos tirar ela daqui. – disse Arthur.

Eric a pegou no colo e a levou para o barco. Arthur ligou o barco e eles foram para a velha casa. Ela parecia muito abatida, mal se aguentava sentada, parecia que ia desmaiar. Sua pele era pálida como nenhuma outra que Eric havia visto. Quando chegaram na ponte ele pegou-a no colo novamente e a levou para dentro da casa. Ele a colocou numa cama em um dos quartos do andar de baixo.

– Você está bem? – Ele perguntou novamente a mulher. Ela estava deitada na cama e tremia muito. Ela não respondeu.

– Qual é o seu nome? – Arthur a perguntou mas ela também não o respondeu.

– Acho que ela está com frio. Vamos tirar essa roupa molhada dela. – Disse Arthur. Ela fechou a cara e o encarou.

– Acho que ela entendeu isso. – Disse Eric. Ele foi até a cozinha e pegou alguns biscoitos daqueles “àgua e sal” e foi até ela.

– Está com fome? – Eric perguntou estendendo os biscoitos a ela. Ela se sentou, pegou uns dois biscoitos e comeu.

– Traz algo pra ela beber. – Disse Eric a Arthur, Eric estava encantado com a beleza da moça.

– Agora eu virei garçom... – resmungou Arthur. Ele foi até a cozinha e preparou um copo daqueles sucos que vem prontos na garrafa , que só se misturam na água, o sabor era de laranja, ele levou até o quarto onde a moça estava. Ela pegou o resto dos biscoitos da mão de Eric e comeu com o suco. Minutos depois fora daquele quarto Eric e Arthur conversavam.

– O que fazemos agora? – Perguntou Eric.

– Eu acho que devemos chamar a polícia. – Disse Arthur.

– É ideia minha ou era para ela estar morta?! Nós ficamos mais de 20 minutos naquele lugar, não tinha ninguém lá. Como ela sobreviveu embaixo da água? – Eric falou.

– Eu não sei, ela pode ser louca, ou sei lá, ela não disse nada e mesmo se dissesse eu ainda acharia estranho. – Disse Arthur.

– Temos que levá-la para o hospital. – Disse Eric.

– Então vamos. – Arthur disse.

– Hoje não dá. Vai querer viajar pela estrada de terra à noite? É meio perigoso não acha? – Eric falou.

– Tem razão é perigoso. – Consentiu Arthur.

Eles voltaram para o quarto , ela estava sentada na cama e ainda tremia muito.

– Você quer tomar um banho? Eu vou preparar um banho pra você! – Disse Eric. Ele foi até o banheiro e preparou a banheira para ela com água quente e os sais de banho. Pegou uma blusa e uma bermuda de suas roupas e foi no quarto onde ela estava. Arthur e ela se encaravam.

– Ela me dá medo. – Ele disse.

– Você que está assustando ela. – Eric disse a Arthur.

– É roupa de homem, mas, vai precisar de algo pra se vestir, então... – Disse Eric ao entregar o conjunto à moça.

– Quer que eu te carregue até lá? – Ele perguntou a ela. Ela fez um esforço e conseguiu se levantar. Eric a mostrou onde ficava o banheiro.

– Ela é estranha. – disse Arthur a Eric.

– Muito. – Eric respondeu.

– É gata também. – Arthur disse.

– Muito. E nem pense nisso. – Disse Eric.

– Nisso o quê?! Olha o cara... – Disse Arthur.

Depois de algum tempo ela saiu do banheiro vestindo a roupa que Eric lhe entregou. Seus longos cabelos negros agora estavam limpos e brilhavam. Sua pele não estava mais tão pálida. Talvez pelo aquecimento que o banho proporcionara.

– Se sente melhor? – Eric a perguntou. Ela fez que sim com a cabeça.

– Por que não fala? – Arthur perguntou. Ela não espondeu, foi para a sala e sentou-se no sofá.

Eric também foi tomar um banho, visto que ao carregar ela também se sujou de barro. Ao entrar no banheiro viu, na lixeira, o vestido que antes ela usava. Depois que ele tomou seu banho arrumou o quarto para ela e depois foi dormir.

No outro dia eles acordaram cedo e a levaram ao hospital mais próximo. Depois de vários exames os médicos disseram que ela estava perfeitamente bem. Ela esperava dentro do consultório e eles conversavam fora desta sala.

– Então, vamos indo. – Disse Eric.

– Vão deixá-la aqui? – Perguntou o doutor.

– Sim, não a conhecemos... – Disse Eric.

– O que estão pensando que isso aqui é?! Um abrigo para os sem- teto?

– Está bem, está bem, nós vamos levá-la. – Disse Eric.

19 anos atrás:

“[...]não conheço ninguém nem tava fazendo nada de errado, eu juro.” – Disse o menino pequeno e magricela que parecia ter seus 7 anos. Ele estava trêmulo e sujo, todo molhado depois de ser resgatado do lago. Os policiais o levaram para um orfanato, pois ele dizia não ter pais. Ele dizia que seu nome era Arthur e realmente ninguém daquela cidade o conhecia. O orfanato era separado em grupos de idades e sexos para as atividades diárias. Mas no fim do dia todos se reuniam como na hora das refeições. Os meninos sempre separados das meninas. Haviam 3 grupos de idades no orfanato. O grupo de 0 a 5 anos, o de 6 a 12 e o de 13 a 18 anos. Arthur se encaixava no segundo grupo e se adaptou bem ao novo ambiente, ou melhor, quase bem. Ele era um garoto bom e agradecido por tudo que tinha lá, mas não se dava muito bem com as regras. A Dona Marta, uma das tutoras do orfanato era uma senhora estressada e rígida e punia os bangunceiros com surras. Arthur adorava caçoar da Dona Marta devido à verruga que ela tinha no nariz. Ele dizia que ela só faltava montar na vassoura e voar. Alguns tempo depois, um garotinho novo chegou ao orfanato. Seu nome era Eric, ele tinha 6 anos,e entrou no grupo de Arthur que virou seu melhor amigo desde então. Quando Eric tinha 11 anos foi adotado por um casal de velhos ricos que lhe deixaram a empresa de herança. Sua mãe adotiva morreu no ano em que ele completou 18 anos. Seu pai adotivo morreu logo depois de depressão. Eric sempre teve contato com Arthur pois lhe escrevia cartas até que ele saiu do orfanato e pôde visitá-lo. Os dois cresceram e continuaram amigos... melhores amigos.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!