Vigaristas escrita por Juh, Amanda, Taís


Capítulo 2
Desesperada


Notas iniciais do capítulo

Oláa *--*

Agora os capítulos começam a ser narrados pela Sakura!

Divirtam-se!



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Um mês antes...

Existe sempre algo que procuramos. Aquilo que realmente possa resolver sua vida. Um sonho. Isso é um inferno de difícil para você conseguir, e provavelmente vai passar alguns bons anos de sua vida correndo atrás... Talvez nem consiga realizar.

E o que mata, é o fato de que aquilo que você faria tudo para ter, alguém simplesmente possui! Não dá vontade de esganar?


      Talvez ela nem dê valor, talvez o grande sonho desta pessoa seja ter um umbigo para dentro e perfeitinho como o meu, ou aquela boca feia da Angelina Jolie. Aposto que ela sofria bullying quando pequena, não é fácil ter os lábios maiores que o rosto...

Ora, não vejo sentido algum nisto, os sonhos das pessoas estão bagunçados, trocados, uma verdadeira confusão, e elas sofrem por isso!

Alguém deve intervir, concordam? Meu dever é o de colocar as coisas em seu devido lugar. Sim, não necessariamente usando meios legítimos, but... Justiça seja feita!


      Convenhamos, aquilo de que necessito nem é tão ambicioso assim. Nada que o Ingvar Kamprad não pudesse resolver.

Quem é este doido?

Um bilionário sueco que limpa a bunda com euros e toma banho com água norueguesa Voss. Só para constar, a garrafinha com 350ml custa 2.500 €.

Absurdo?

Absurda é a forma digna com que conseguiu juntar meu sonho e estocar para que o resto de sua geração não necessite trabalhar... Varejista de móveis! Como pode ficar tão rico assim vendendo móveis?

Meu oxigênio ficando cada vez mais sem fotossíntese porque este psicopata resolveu cortar árvores e ficar bilionário... A vida é ou não é injusta?

Eu deveria ser indenizada por ele, isso sim! Ele deveria me pagar, ele deve isso a minha qualidade de vida e a sua falta de engenhismo intelectual. E ainda nem me queixei de seu nome, que é pura poluição sonora. Tá vendo só? Nem a mãe dele não o suportava! Ingvar Kamprad... Parece que estão xingando minha avó! Que Deus a tenha.


       Pensei em me casar com ele, eu nem provocaria sua morte... Ele já está com o pé na cova mesmo! Mas não faço ideia de como encontrá-lo, e isto tem pouca probabilidade de dar certo.

Sou realista. Correção: Calculista.

Não tenho dinheiro para achar este homem. Por este motivo tive que bolar uma estratégia, que vem do grego, strategia; em latim estrategia; em Francêsestrategie... Os senhores estão anotando? Tsc! Pois deveriam, este é um dos mais preciosos conselhos que recebi de mamãe, que Deus a tenha!

Existem dois pilares fundamentais para que um bom casamento com benefícios recíprocos (golpe do baú) dê certo:

O homem tem de ser escolhido a dedo. Deve ser velho o bastante para que você possa meter a mão no bolso dele — sem que ele perceba, é claro —, e o suficiente para não colocar as dele em seu corpinho — ou pelo menos acreditar que o faz —, nada que um bom chá com uma pequena grande dose de sonífero apagão extraforte, não venha solucionar...


      Dor na consciência? Por que sentiria? Na verdade, no fim das contas ainda saio perdendo.

Caso ele venha falecer, quem ficou com ele na riqueza e na riqueza? Na doença e na doença? Até que a morte finalmente os separe? Hein, hein, hein? EU!

Mas é claro que quando os bilionários morrem os parentes fazem a festa.

Ainda tenho que passar por mais este desgaste emocional, de ter de lutar na justiça pelo que é meu por direito, por aquilo que EU me esforcei arduamente para ter.

Ou vocês acham que é fácil conquistar um velhinho? Ele não te escuta direito, não enxerga bulhufas, treme tanto que mal pode sustentar um aperto de mão, e até ele conseguir lembrar a senha da conta do banco, eu provavelmente já dormi! Isso é claro, se o terremoto que a ciência nomeou de ronco não me acordar antes.


     O bom gosto para roupas e o casamento com benefícios recíprocos, foram os ensinamentos que minha mãe me deixara antes de vir a falecer.

Nunca pensei que fosse precisar usar o segundo, mas acho que mamãe já farejava que meu pai faliria um dia. O contrário dele, pelo menos ela me deixou alguma coisa, porque não bastasse à fonte da bufunfa secar, meu pai bateu as botinas me deixando de herança dívidas e uma mansão que eu não posso mais manter...

Entendem meu desespero?

Eu preciso me casar antes que me levem junto com a mobília da casa. E só de pensar que estes móveis caros podem ter sido comprados do varejo de móveis do Ingvar Kamprad, já me dá vontade de sair distribuindo porradas! Rico filho da mãe. Ele me deve.


— Sakura, isso não vai funcionar! — Temari dizia esparramando-se em minha cama.


— Poxa, como você é positiva — revirei os olhos enquanto folheava páginas de uma revista de celebridades e milionários mais cotados do momento.


— Por que está circulando estes nomes? Maluca, devia estar circulando os empregos nos anúncios de jornais e não estes velhotes! — disse zombando da minha cara. Peguei meu travesseiro e sufoquei-a até que ficasse roxa. Mentira, mas eu queria muito.



— Vai brincando, seu pai ainda está vivo e rico!



— É verdade. Vamos ao clube com a gente hoje? — propôs.



— Não... Estou sem ânimo pra diversões alheias.



— Vamos Sakura, não vai ficar aqui recortando estes velhinhos, tá parecendo uma maníaca. — Temari disse tirando a revista de minhas mãos e se levantando em direção ao meu closet.



— Eu não tenho outra opção... Acha que gosto disso? Estou envelhecendo de preocupação, meus cabelos de rosa estão ficando brancos.

— Cala a boca, você tem 21 anos! — disse ao jogar um short pink de grife sobe a cama — E não tem que desperdiçar a vida limpando baba e bunda de idoso! A menos que queira levar uma bengalada na cabeça pra ver se concerta as idéias...

— Velhinhos são inofensivos, só preciso achar um que seja milionário... — disse rindo sem ânimo. Ela jogou um biquíni preto que ainda estava com a etiqueta.


— Sakura, você é linda e jovem, tem opções, pode arrumar um emprego.


— AHÁ, até parece. Você diz isso porque não sabe o que é ser pobre.


— E você sabe? — ela rebateu colocando meus óculos de sol.


— Não, só quero continuar na ignorância... — dei de ombros. Ela riu vindo em minha direção para empurrar-me até ao toalete.


— Levanta logo daí, antes que eu desista de buscar sanidade em você!

Eu realmente estava sem ânimo, mas fiz o que Temari sugeriu e fui tomar um banho.

Adoro banhos.

É lá que minha mente brilhante produz as melhores ideias. E eis que me surgiu uma!

O clube para o qual estávamos indo é frequentado apenas por pessoas da alta como nós. Digo, como ela. Talvez, eu possa encontrar meu velho milionário por lá. Isso!

Não estava em meus planos sequer chegar perto de uma piscina, então aproveitei o solzinho para dar um bronze nas minhas pernocas, Temari estava ao meu lado torrando também e não sabia ficar em silencio...

— Camisa xadrez é linda. Toalha de mesa de Cantina Italiana com botão não... — ela dizia reparando em alguém que passava. Mas eu não estava dando à mínima para isso. Meus pensamentos estavam voltados para o futuro marido que ainda não encontrei...

— Você acha que os velhos milionários jogam dominó em praças? — perguntei.

— Não amiga, só os velhos pobres que fazem isso.

— Então acho que vou resgatá-los num asilo. O que você acha?

— Que você está ficando maluca! Quanto tempo os advogados te deram? — perguntou.

— Eles disseram que daqui um mês a empresa do papai pedirá falência. As casas de Paris, o apartamento de Dubai, de Nova York, a casa de praia, o jatinho, o iate, as obras de artes, joias da mamãe e os carros do papai, até mesmo minha casa, foram confiscados e serão leiloados para pagar às dívidas e funcionários... Enfim, tenho trinta dias contadinhos para casar ou minha vida acaba! — desabafei enxugando uma lágrima que caiu.

Odeio pessoas dramáticas, mas preciso abrir uma exceção para mim!

— Trinta e um amiga. Esse mês vai até trinta e um, se isso lhe serve de consolo... — ela disse acariciando minhas costas. Chorei ainda mais...

— Minha vida está tão difícil que provavelmente vai cair no vestibular! Mas eu vou virar o jogo, Temari... — levantei-me enxugando as lágrimas e pegando minha bolsa. — Ou não me chamo Sakura Haruno!

— Espera aí sua maluca, aonde você vai? — ela disse. Mas já era tarde demais, eu não iria ficar tomando sol enquanto que a cada hora estou mais próxima da falência.

Sei das estatísticas, nesse exato momento um velho bilionário pode estar morrendo e deixando sua fortuna com um parente qualquer! Isso não é justo quando se tem uma jovem linda que não pode comprar a bolsa da nova coleção da Prada! Tenho que reverter isso. E já!

Tempo é dinheiro, e como dinheiro está escasso na minha conta, só o que me resta é o tempo, por isso tenho de aproveitá-lo.

Só de pensar em passar a molhar o pão no café com leite, uma determinação em ficar rica se apossava do meu corpinho esbelto e cheiroso.

Então andei apressadamente em direção a saída do clube. Não sabia ao certo do que estava correndo, talvez, da pobreza.

Precisava agir!

Uma onda de euforia se apossou de mim, e na distração esbarrei em alguém que me atirou com uma força brutal no chão...

— Ora, vê se olha por onde... — calei-me quando o reflexo daquele maravilhoso Audemars Piguet (daqueles que você só vê no pulso de milionários como Jay-Z e Tom Cruise) atingiu meu olho, deixando-me cega de alegria. Cifrões saíram de meus olhos. Podia sentir o cheiro da esperança vindo em minha direção... Money, baby.

Olhei para o homem que acabara de esbarrar em mim exibindo meu melhor sorriso. Ele era bonito, alto, magro e musculoso, podia ver os músculos através de suas roupas de alta costura. Tinha pele clara e cabelos negros, não pude ver os olhos, pois ele usava óculos escuros.

— Oh, desculpe-me. Meu nome é Sakura Haru...

— Não me interessa — disse ele secamente. Sua expressão era fria, mas não me importava. Esperei que ao menos ele me ajudasse a levantar, ele não o fez.

Só o perdoo porque você tem dinheiro, viu?!, pensei. Ele pegou um pacote que havia derrubado quando esbarrou em mim, — pude notar algumas boas notas verdes, que ameaçaram saltar lá de dentro, e meu coração bateu mais forte — depois levantou com agilidade e saiu andando às pressas. Rapidamente peguei o celular em minha bolsa, acionei a câmera e tirei várias fotos dele enquanto o via entrar em seu Lamborghini preto.

Devo acrescentar que estava emocionada. Meu bilhete premiado, meu futuro marido... O homem que vai mudar a minha vida, posso sentir isso!

— Uau! O que foi aquilo? — Temari perguntou de repente ao meu lado, enquanto me ajudava a levantar-me. — Que homem é esse, meu Deus? Não me diga que... Não, Sakura... Não...

— Sim — respondi pulando de alegria e batendo palminhas. O que se deve dar a um homem que pensa que tem tudo? Uma mulher para ensiná-lo como funciona! Ou seja, eu! — Esse é o meu futuro marido! — apresentei com orgulho.

— Eu já disse que você é maluca, Sakura? Você é maluca! Você se quer o conhece!

— Vamos resolver isso! Temari... Reúna as meninas que estão pelo clube, e as mande para minha casa. Descobriremos tudo sobre ele. — disse triunfante sobre o eco de alguma maldição que ela soltou...


     Imprimi as fotos que tirei do meu futuro marido misterioso e as colei em meu espelho, substituindo as fotos dos velhos bilionários que tinha recortado das revistas e colocado ali.

O plano havia mudado drasticamente. Não seria possível dar o golpe do baú neste homem. Ele era jovem e sagaz, percebi por seu olhar feroz. Respirei fundo...

Terei de engravidar!

Todo homem milionário precisa de um herdeiro, certo? Mamãe dizia que filho é fundamental para um casamento a base de interesse. Caso houvesse divórcio, uma boa mesada seria garantida em conta mensalmente.

Sou a prova viva de que mamãe estava certa, fruto de um golpe dos bons. Ou nem tão bom assim, uma vez que papai faliu me colocando nesta encrenca. Que Deus o tenha!

Aguentar um parasita durante nove meses na barriga, fora as estrias e gordurinhas a mais não seria algo fácil, mas em compensação, teria um marido jovem, rico e lindo para exibir.

— E se ele for casado? — Temari perguntou andando de um lado para o outro do meu quarto.

— Não é. — respondi confiante.

— Como pode saber? Checou a mão dele por acaso?

— Relaxa, ele não é casado... — assegurei calmamente, ao lixar minhas unhas. Se tem algo que aprendi nessa vida com a mamãe, — logo após analisar indícios de uma conta bancária gorda, claro — é que devemos reparar se carrega uma aliança no dedo. E para minha alegria, ele não tinha uma!

— Mas e se for e não estiver usando aliança? — Konan que estava admirando a foto do meu marido perguntou.

— Querida, ele não é, ok? E se for, descasa. Simples! — respondi. Isso já estava cansando minha beleza. — Agora guarde essa língua agourenta dentro da boca, filhinha. Alguém aqui descobriu alguma coisa sobre ele?

— Nada. Nem nome, nem onde mora, nada. Ele só trocou umas palavras com a Samui, deu algumas voltas e depois foi embora — uma garota que não estou lembrando o nome respondeu.

— E a Samui? Por que ela não está aqui? — Temari perguntou.

— Parece que ela foi roubada, levaram sua carteira com todos os cartões e dinheiro. Mas ela disse que mal conversou com ele e que nem sequer sabe seu nome... Trocou duas palavrinhas com aquele gato e nem percebeu quando lhe furtaram. — Konan respondeu. Ela chamou meu marido de gato? Dessa vez vou deixar passar...

Cansada daquela conversinha infrutífera, resolvi dar um basta.

— Garotas, vocês têm que me prometer que se o virem em qualquer lugar do mundo, me liguem imediatamente, ok? E que farão tudo para me ajudar a conquistá-lo. — disse. Todas concordaram acenando a cabeça, menos Temari que revirou os olhos. Encarei-a intimando-a a concordar também, ela me deve muitos favores, e não podia negar fidelidade a mim.

— Ok, Sakura, prometo! — por fim ela cedeu, sorri. — Mas continuo achando que você está louca.

— Ela não está louca, está apaixonada. Ah, isso é tão romântico — Konan disse suspirando. Hã? Que?

— Helloooow, amor é o que eu sinto pelos meus sapatos, por ele é só atração querida... — Atração por seu dinheiro, claro! Convenhamos, amor não existe, é mera fantasia de filmes... A realidade é bem diferente!

Duvido um casal se amar morando debaixo da ponte! Duvido abdicarem de dinheiro por um simples sentimento inventado pelos tolos...

— E se ele não sentir a mesma atração por você? — uma infeliz perguntou. Tive vontade de voar em seus cabelos! Como ousa duvidar das minhas técnicas de sedução? — Você mesma disse que ele te tratou mal.

— Ele não me tratou mal, ele só estava com pressa, só isso — disse convencendo a mim mesma de que foi apenas isso que aconteceu. Sakura Haruno nunca fora rejeitada por homem nenhum! — É só uma questão de tempo e ele estará comendo na minha mão, vocês verão!

— Isso se vocês se encontrarem de novo — Temari disse cortando meu barato.

— Ora, suas praguentas! Levantem seus traseiros pelancudos daqui e vão atrás de resultados, só voltem a falar comigo para dizer que o encontraram! Andem, andem...

Despachei todas elas... Estavam atrasando meu soninho da beleza!

Desde que papai faleceu e me descobri pobre, essa era a primeira vez que não tenho pesadelos com o Jason serrando meu baú de dinheiro. Quando as notas se espatifavam para tudo quanto é lado, eu acordava suada e ofegante. Era horrível.

Mas não desta vez...

Sentia-me ótima! Disposta!

Coloquei meu look de caminhada, amarrei o cabelo num rabo de cavalo. Ajustei meus fones de ouvido, escutando Katy Parry e me pus a movimentar essa escultura — meu corpo.

Corria distraidamente aproveitando o ar fresco e revigorante da manhã, quando vi o moreno... O meu moreno do outro lado da rua.

Talvez eu só estivesse um pouco obcecada demais com ele, mas não estava ficando maluca. Era ele.

Entortei o pescoço para olhá-lo e ter cem por cento de certeza que era ele mesmo, e era!

Refreei o passo quase que imediatamente, ele olhava para mim também.

Desviei o olhar e voltei a correr vagarosamente.

Não posso dar tanto mole assim para ele. Não posso parecer desesperada... Até porque não estou nem um pouco desesperada!

Soltei meus cabelos lentamente, balançando-os devagar, procurando causar o efeito de câmera lenta... Deixando-os cair livremente. Ser sexy estava na minha essência!

Do outro lado da rua pude ver que ele sorria, sorri também.

Ponto pra Sakura. Gosto das coisas assim... Naturais. Nada de coisas premeditadas ou programadas! Não mesmo...

Bom, agora é a hora em que eu finjo um tropeço e torço meu pé. Ele me salva. Eu choro. Ele me consola. Eu lhe dou um sorriso. Ele me dá seu número. Eu lhe dou minha mão. Nós nos casamos.

Então respirei fundo, voltando a encará-lo novamente... Só que ele não sorria mais, ele estava... Fazendo sinal para mim? Pra quê? Olhar para frente? É isso mesmo, produção?

Então segui seu sinal, mas quando olhei para frente, já era tarde demais...

Fiquei tão distraída em conquistá-lo, que me esqueci de que ainda corria e acabei passando reto numa curva. Um ciclista que vinha no sentido contrário tentou se desviar de mim e acabou se chocando com outros ciclistas no caminho, enquanto que eu segui adiante, atravessando uma cerca que separava as plantas do asfalto...

Caí numa moita cheia de flores, estava grogue e tinha certeza de que realmente torci o pé. Droga, quando disse que ia fingir um tropeço e torcer o pé era pura encenação, não devia ter acontecido realmente! "A vida é feita de escolhas" essa frase tosca veio em minha cabeça. Engraçado, não havia escolhido me estatelar! Quero é matar quem disse isso! Argh!

— Não se mova, vou tirá-la daí... — Recuperando meus sentidos olhei na direção da voz masculina maravilhosa...

Olhos incrivelmente negros me fitavam com preocupação.

Nossos filhos terão olhos verdes ou negros?

Como se eu fosse um passarinho ferido, ele me pegou numa facilidade ridícula, resgatando-me da moita.

Ainda entretida com a musculatura de seus braços e bíceps, percebi quando passamos pelo monte de ciclistas arrebentados que me fuzilavam com o olhar, ele pareceu nem notar e eu escondi o rosto em seu peito duro, sentindo seu cheirinho caro.

Ele me acomodou num banco e sentou ao meu lado, analisando meus graves ferimentos.

— Foram só arranhõezinhos de nada... — constatou ele depois de olhar o enorme ralado em meu joelho, que mais parecia uma cratera gigante e exposta... Oh é tão horrível, precisaria de uma plástica!

Engoli o choro e concordei com a cabeça, forçada, claro. Por dentro estava remoendo-me de vergonha e raiva por ter caído... Como pude ter feito aquilo no meu joelho? Havia o risco de ficar uma cicatriz! Oh não...

— Acho que pode me aguardar aqui, enquanto vejo se consigo curativos para este raladinho, certo? — perguntou e com um sorriso amarelo. Concordei, contando os segundos para ele se virar, e quando o fez, rapidamente levei as mãos ao cabelo, vendo cair galhos e toda espécie de plantas silvestres deles.

Antes que eu pudesse supor ele se virou novamente para mim, pegando-me no flagra, e acrescentou:

— A propósito, sou Sasuke Uchiha, Sakura — ele disse enfatizando meu nome. Oh, ele se lembra de ontem! Mas não disse meu nome, disse?

Quem se importa?

Ele sabia meu nome! Yes!

Enquanto que ele se afastava graciosamente para ir buscar os instrumentos de tortura para ferimentos, do outro lado, peguei meu celular e liguei pra Temari.

— Sakura? Está tudo bem? — ela perguntou, sua voz era sonolenta e preocupada.

— Bem... Mas tô quebrada!

— Quebrada eu sei que você está...

— Tô quebrada literalmente, amiga — expliquei e assoprei meu joelho ralado, ardia pra dedéu! — Mas esquece isso... Preciso de um help seu!

— Ah, lá vem roubada... Desembucha!

— Não é uma roubada, apenas um golpe... — brinquei. Sasuke vinha do outro lado da rua... — O nome dele é Sasuke Uchiha, pesquise seu sobrenome e me manda por mensagem, rápido. Bye, bye! — desliguei antes que ela me fizesse uma penca de perguntas.

Para disfarçar que falava ao telefone, passei as mãos em meus cabelos novamente ajeitando-os.

Sasuke voltou com uma sacolinha em mãos, sentou-se ao meu lado para fazer o curativo em meu joelho. Virei o rosto, não queria ver aquela cena. Ele percebeu meu desconforto, mas não disse nada, apenas ficou trabalhando em meu ferimento. Ele passou algum líquido que ardeu pra burro, depois assoprou meu ferimento, a sensação foi boa... Será que ele pode ficar assoprando para sempre? Depois ele colocou um band-aid e tcharam... Agora eu tinha um troço feio em meu joelho! Argh!

Enquanto que ele guardava as tralhas dentro da sacola novamente, meu celular vibrou, era o barulhinho das mensagens. Disfarçadamente li o texto que Temari mandara:

Ele não é milionário... É BILIONÁRIO!”

Meus olhos se encheram d’água, meu joelho não incomodava mais. Olhei para o Sasuke e pude ver vários cifrões a sua volta... E novamente a sensação de que aquele homem mudaria a minha vida me invadiu...

Primeira fase do plano: Completed! Agora podia passar para a segunda fase: Casar com ele... Parte difícil: em menos de um mês.


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Notas finais do capítulo

Mimada, falida, interesseira, convencida, vigarista... Essa é a nossa Sakura!

Digam-nos o que acharam do capítulo!!!
Deixem um review XD
Três beijOs...