Vigaristas escrita por Juh, Amanda, Taís


Capítulo 19
Ligações


Notas iniciais do capítulo

Mais um!! Dedicamos este capítulo a nossa leitora Yakumo Dolis pela sua linda recomendação *---*
Obrigada pelos comentários anteriores! Esperamos que vocês gostem desse capítulo especial que escrevemos com tanto esforço e dificuldade. Pois bem,no ultimo capítulo a Sakura ficou bêbada e desmaiou no bar, lembram? Você vão ver o que realmente aconteceu depois... Capítulo especial porque é narrado pelo Sasuke! esperamos que vocês gostem! Boa leitura!



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Conta-se que em algum bar da cidade, um estranho sedutor ou uma linda estranha puxava conversa, convidava o visitante para ir a um lugar mais tranqüilo e oferecia um drinque. Em pouco tempo, a vítima ficava zonza e desmaiava. Acordava horas depois numa banheira cheia de gelo. Ao lado da banheira, um telefone e um bilhete que dizia: “Ligue para o serviço de emergência imediatamente”. Apavorada, a pessoa descobria uma grande incisão nas costas. Seu rim havia sido roubado, retirado cirurgicamente para ser vendido no mercado negro de órgãos.

Lendas Urbanas... Elas me são confortantes quando me deparo comigo mesmo, dentro de um bar cheio de imbecis. Como podem se titularem bandidos, se não aguentam sequer chupar um halls preto que já ficam bêbados?!

Quando vi aquela gosma de pinga que essa idiota vomitou na minha jaqueta, tive vontade de aproveitar sua embriaguez e vender seus rins. Quem sabe assim ela não me seria útil uma vez na vida e rendesse algum dinheiro, não é mesmo? Argh.

Apenas nivelei o humor, crendo que "pior que isso não poderia ficar". Parece que há algum tipo de maldição sobre essa afirmação, pois basta que alguém a pronuncie que o destino em forma de protesto se rebele, te mostrando que não podes prever o que vai te acontecer daqui um dia, duas horas ou cinco minutos...

Desfiz da jaqueta enfiando-a na lata de lixo do banheiro feminino. As mulheres que passavam olhavam com luxúria, enquanto eu sustentava o corpo de Sakura, que se inclinava na pia para lavar sua boca e rosto.

Segurava-lhe os cabelos róseos que teimavam cair ao rosto, enquanto a idiota acreditava estar num parque aquático, ao mergulhar o rosto debaixo d'água rindo feito debiloide.

Quando o celular em meu bolso tocou.

— Sim — atendi de mal grado.

— Precisamos conversar... Por favor, não des... — Karin ligando pela vigésima quarta vez e eu não estava com saco para chilique de mulher.

— Hahahaha... Poxa... Isso é tão... Tão... Isso é, isso... É. Ah se é... — Sakura delirava e eu estava muito a fim de bater sua cabeça contra a parede para ver se voltava funcionar, pelo menos o pouco de normalidade.

Fitei-a incrédulo quando novamente meu celular tocou. Dessa vez olhei o visor, e era o Kiba.

— Sim — atendi.

— Sasuke, já conversei com ele e é certeza de que estará no clube amanhã. Leve sua esposa, passaremos confiança. Nada como uma imagem familiar. Tenho certeza de que conseguiremos algo dessa vez. — garantiu-me.

— Não tenho mais tempo a perder, Kiba. Preciso da parte dele o quanto antes.

— Então nos vemos amanhã, Uchiha. — Kiba disse e desligou.

Suspirei quando tocou novamente.

— Será que pode parar de me ligar? — perguntei entre dentes. Essa ruiva já estava me fazendo perder a paciência.

— Sasukeee... Abre logo o zíper... Ele está me incomodando... — Sakura protestava tentando alcançar o zíper de seu vestido com os braços curtos e molengas.

 É ela não é Uchiha? Tá me ignorando por causa dessa sirigaita? Tá fazendo o que com ela, Sasuke? — Karin questionava enquanto eu endireitava Sakura para que se apoiasse sozinha. Já estava perdida em seu mundo imaginário novamente, rindo do nada e bebendo pelo menos dois litros de água daquela torneira. — Hein? Você sequer responde minhas mensagens. Eu sinceramente não estou te entendendo mais! — Karin protestava enquanto eu marchava impaciente até o final do corredor para fora do banheiro, fechando os olhos e os punhos com ódio.

Estava muito a fim de socar alguém.

— Não te devo satisfações alguma, agora pare de me ligar. Se não te procurei é porque não tenho nada para falar — disse tentando manter o tom de voz naquele ambiente barulhento. Uma mulher loira me cutucou fazendo gesto para que eu a seguisse, no olhar a malícia estampado. Apenas ignorei, dando atenção a ruiva que tagarelava.

—... e daí ela chegou, e tudo mudou do nada! Vamos, Uchiha... Não é possível que não sinta nem um pouco a minha falta. Não é possível que esteja gostando dela... — despejava Karin.

— Minha resposta permanece a mesma. Me esqueça! — dito isso desliguei o celular.

Mas hoje era o dia internacional de ligações para o Sasuke. Argh.

— Sakura está melhor? — Naruto perguntava com riso na voz.

— Está ótima — respondi desligando.

Esse era outro que estava bom de levar um soco.

Caminhei novamente até o banheiro, cogitando a possibilidade de jogar o celular no vaso sanitário e dar descarga. Não estava aguentando mais.

— Karin já te disse para... — dizia quando fui interrompido por uma voz irritantemente familiar e embriagada. Argh.

— Sasukeeee... Vem me pega- aaar, ASUHAISH — Sakura provocava rindo totalmente bêbada.

Imediatamente abri a porta do banheiro e ela já não estava mais por lá.

— Onde se meteu, pinguça? — perguntei impaciente.

— Ah, vem Sasuke... Aqui está tão divertido... AUSHASH — ela disse e eu me embrenhei novamente naquela multidão de pessoas que brotavam no bar, dançando e babando umas nas outras.

— Onde está, idiota?

— U- hum... Está frio — disse, enquanto eu varria o salão com os olhos e nada dessa maluca.

— Mais para es-quer-da. AIUSHASH — dizia e certamente ela a essa altura sequer sabia o significado da palavra direção.

— Não acha que está meio grandinha para brincar de esconde-esconde não, idiota?

— Não tenho cola super-bond! — resmungou.

— Eu disse: esconde-esconde! — corrigi.

— Affe... Nem se parece com o James Bond — disse me tirando do sério. Sim, este era seu dom. Argh. — Só me dá um tempo, querido. Agora tenho que me... XIIIUUU, não conta nadinha para ele, viu, seu menino mau! — ela disse e eu não entendi merda nenhuma.

Caminhei um pouco mais, adentrando a multidão até que avistei uma pequena rodinha formada por aqueles otários. Sakura estava no meio cambaleante, dançando sensualmente (ou tentando) com Naruto.

— Lee... — chamei sua atenção que estava totalmente no vestido curto de Sakura. E olha que ele estava sóbrio.

— Sasuke... Eu vou pedir para o Naruto tirar ela de lá — disse assustado.

— Não. Sem problemas. Apenas fica que de olho nela. Vou para casa! — avisei, dando as costas para aquela cena lamentável. 

Mas a loira que havia me cutucado novamente apareceu, agora bem mais animada, tentando chamar minha atenção com aquela calcinha que provavelmente ela chama de short. Simplesmente odeio mulheres vulgares.

— Ei gatooo, por que é tão difícil? Eu faço o que quiser. Posso pagar pela noite! — propôs com seu olhar malicioso. Tentei ignorar, mas essa espécie costuma andar em bando, e foi o que aconteceu... Começaram a me alisar, puxar minha blusa e a se esfregarem em mim.

Já estava perdendo minha paciência, mas ela foi esgotada quando o celular tocou novamente.

— AUSHASH Consegui... Ele vai ficar uma fera... XIUUUUU, não conta, não conta, por favorzinho... — Sakura disse e eu desliguei o celular. Estava farto de idiotices.

Desvencilhei-me daquelas levianas e saí do bar indo até meu lamborghini.

Acionei o alarme adentrando no veículo. Quando dei marcha ré, avistei no carro de Naruto, ao lado do meu, o para-brisa ligado, em seguida seta foi acionada e os faróis piscavam.

Mas que merda era aquela?

Rapidamente, peguei meu revólver e fui até o veículo, parei em frente ao capô apontando a arma para quem quer que fosse o ladrão.

Os faróis ligaram, cegando-me. O cheiro de borracha queimada e a fumaça subiram, o ladrão estava cantando pneu.

Tive que dar um pulo para o lado quando o carro avançou para frente, em minha direção. Logo em seguida deu marcha ré batendo no carro que estava estacionado atrás.

Poderia voltar para meu carro e dirigir até em casa. Naruto que se foda! Não era problema meu se seu carro estava sendo roubado, enquanto ele se embebedava.

Eu poderia voltar para o meu carro, isto é, se não fosse a infeliz da Sakura que estivesse dirigindo. Argh.

Ela saiu do estacionamento fazendo ziguezague com o carro. Aquela bêbada inútil que só me traz problemas! Deveria deixá-la se escafeder naquele veículo, o que não seria difícil com ela naquele estado lastimável. Faria um imenso favor se morresse envolvida num acidente. Seria mesmo muita sorte se isso viesse a ocorrer. Uma bela solução para os meus problemas matrimoniais!

É uma pena que vaso ruim não quebra.

Segui-me com meu carro. Poderia facilmente ultrapassá-la com a potência de meu lamborghini. Não o fiz.

Todo o meu ser ansiava por deixar as coisas acontecerem conforme as leis do bom senso. Sakura estava bêbada e havia roubado um carro, infringindo todas as leis de trânsito dirigindo que nem uma louca.

Quantos crimes ela estava cometendo?

Roubo, dirigir embriagada, sem habilitação e documentos, pura infração das leis...

Mas a filha da mãe tem sorte, não é mesmo?

Dirigia feito uma maluca pelas ruas em alta velocidade, mas por ser madrugada e para o meu azar, nenhum carro da polícia cruzou nosso caminho.

Meu celular esperneava no banco do passageiro, ignorei prevendo ser a outra infeliz inútil, Karin.

Já sabia o destino da rua que a imbecil seguia, assim sendo, peguei um atalho acelerando ao máximo meu carro para que conseguisse chegar a tempo de parar a maluca.

Parei com o carro no local planejado, preparando-me para qualquer acaso que viesse a acontecer, ou até mesmo se a idiota não conseguisse parar o veículo.

Se ela batesse aquela lata velha do Naruto em meu carro, aí sim, sua morte seria por mero capricho... Só que pelas minhas próprias mãos.

Cerrei os olhos quando o farol do carro de Naruto surgiu subindo a rua. Por sorte, estávamos numa subida, Sakura teria que desacelerar, pois a rua era bem inclinada.

Peguei meu celular ligando para o dela, ignorando as milhares de chamadas perdidas.

— Sakura, pare já este carro! — ordenei assim que ela atendeu.

— Sasuke? Sasuke, me ajuda... Eu-eu não quero mais brincar... Não sei parar isso, Sasuke, me ajuda...

 Era só o que me faltava!

Desgovernado, o veículo subia a rua, aproximando-se cada vez mais do meu.

Suspirei controlando a raiva.

Como eu queria que ela sofresse um acidente!

Entre dentes fui lhe explicando como parar o carro, contendo-me para não a xingar. Pelo menos numa coisa esta inútil se mostrou prestável, conseguiu frear sem bater no meu e sem me fazer perder o resquício de paciência que me sobrara.

Desceu do carro sem desligá-lo, mas isso já era pedir demais.

Desci do meu carro indo ao seu encontro, Sakura cambaleou caindo na minha direção, a peguei me arrependendo em seguida. Devia tê-la deixado se estatelar no chão quando ela colocou aquele dedo em minha boca e soltando aquele bafo de cachaça.

— Shiii... Não conte nada ao Naruto, hahahaha... Shii, esse vai ser o nosso segredinho... — ela falou baixinho.

Virei meu rosto fugindo daquele bafo infernal e percebi que o carro de Naruto, ainda ligado, descia a rua. Aquela jumenta...

— Sua burra, você não acionou o freio de mão?! — perguntei a jogando no chão.

Tentei em vão chegar ao carro que já descia a rua na maior velocidade.

O carro desceu torto pela rua, parando quando bateu num poste, estragando a traseira, liberando o alarme e os airbags.

Desejei com todas as minhas forças que Sakura estivesse dentro!

— Viu a merda que você fez?! Bêbada dos infernos, me explica o que te deu na cabeça para fazer isso? — perguntava chacoalhando-a, mas a infeliz só sabia rir. Argh.

— Ashuashuahsuahusha... O Loiro, ele... Ele é bonito, mas só sabe me atrapalhar, Sasuke! Ele mereceu, ele me deve. Ashuashuashuashua... Shii, só não contra para ele, viu. Ashuahsuahsuhaushua... — ela disse em meio a risadas, e o seu descaso me irritou.

Peguei-a pelo braço, arrastando-a para dentro do meu carro. Lutei para lhe colocar o cinto de segurança, pois Sakura teimava em abrir os botões da minha camisa. Por fim, acabei usando força bruta o que a deixou com ataque de riso, irritando-me ainda mais.

Antes de partir com o carro dali, enviei uma mensagem a Naruto, mas sem lhe revelar a surpresinha que o aguardava. Apenas informei o endereço dizendo para que ele fosse com urgência até lá. Imaginar a cara de Naruto quando visse o estado de seu carro foi a única parte divertida daquela noite. Sentia-me vingado por outras palhaçadas que o loiro aprontou nos últimos tempos.

Ele merecia.

— Por favor, Sakura. Será que você pode me dar um segundo de descanso? — pedi.

Sakura atiçava minha paciência passando suas pernas em mim. Seus pés descalços subiam e desciam em meu peito e abdômen.

— Você não está gostando, Uchiha?

— Estou dirigindo, Sakura. Quer parar? — revirei os olhos antes de me virar para encará-la. Ela sorria sentada de maus modos no banco.

Podia ver muito bem sua calcinha.

— Sente-se direito, Sakura. Se eu frear o carro você pode se machucar!

— Ashuashuahsuhauhsuha... Você prefere isso então? — perguntou, inclinando-se para me beijar.

Era só o que me faltava, Sakura bêbada e com fogo no rabo!

Enquanto eu dirigia, ela me enchia de beijos. Beijava-me no rosto descendo até o pescoço e subia novamente, tirando minha concentração.

— Não brinque com fogo, sua idiota — avisei pela última vez, e parecia que isso só a atiçava mais ainda.

Propositalmente pisei no freio, parando bruscamente o carro. Sakura voou para frente chocando-se com o painel. Só não quebrou a cabeça porque eu a segurava.

Assustada, ela se sentou quieta no banco adormecendo.

— Naruto, não conte a ele... Sasuke não pode saber... — começou a falar encostada com a cabeça no vidro.

— Ele não pode saber o quê, Sakura? — tentei saber do que ela falava.

— Do Konohamaru...

— Quem é Konohamaru?

— Eu gosto dele, e sei que ele também gosta de mim, mas... Você não pode contar nada ao Sasuke, viu. Se ele souber que a gente se encontra, tenho medo do que pode fazer com Konohamaru... Tenho medo, Naruto — Sakura confessou, e aquilo me deixou intrigado. Mais uma vez Sakura me escondia algo, e mais uma vez o infeliz do Naruto estava metido.

Poderia fazer mais perguntas e obrigá-la a me contar, mas aquilo simplesmente não me importava. No momento não tinha a mínima vontade interrogá-la e escutar aquela voz que tanto me irrita. Chegar em casa era a minha maior vontade, e quando entrei na garagem acordando Sakura, finalmente pude suspirar aliviado pelo término daquela noite dos infernos...

Era o que eu pensava. Argh!

Saí do carro imediatamente, e por um segundo pensei que poderia entrar em casa e ter paz.

Mas não...

É claro que aquela idiota se arrastou até o capô do carro e deitou-se ali, chamando-me em Hebraico.

Parei no caminho e voltei para arrancar a demente dali, afinal, sou mesmo todo preocupado com meu carro.

— Sakura, desça daí... — disse num tom ameno.

— Shiiiiii... Para de gritar, homem — advertiu-me, colocando a mão na cabeça.

— Ninguém aqui está gritando! — disse entre dentes.

— Minha mãe está me chamando?

— Argh, imbecil! — esbravejei prestes a pegá-la, mas ela olhava fixamente para cima. Acompanhei para ver o que chamara atenção da retardada.

— O céu está tão bonito hoje... — ela disse encarando o teto de concreto da minha garagem.

— Fumou maconha? — perguntei incrédulo.

— Você é que não tem vergonha! Oras... — disse indignada e já estava cheio daquilo. Coloquei-a em meu ombro, entrando em casa.

Subi as escadas enquanto a demente ria à toa, e por vezes xingava-me de tudo quanto é nome, literalmente: "bobo, boboca, bobão, bundão, besta, Barbie Butterfly, berinjela, Buenos Aires, Britney Spears, bombom", soltou até um "baralelepipedo" Argh.

Joguei-a em seu sofá e desci em seguida, deixando-a em seus devaneios. Não ia demorar muito até que apagasse.

Tive que parar na sala para tentar me lembrar, quando foi que eu fiquei tão mole? Minha sala que antes era agradável, agora cheira a Sakura! Tem cara de Sakura e bagunça de Sakura.

É claro que ela não facilitaria as coisas, fazia tudo o que podia para tornar minha vida um inferno.

Fui até a cozinha e constatei que a louça já se apoderou de pelo menos, vinte por cento da casa. A imprestável sequer as lavava, ou cozinhava... Nada!

Perdi as contas de quantas vezes já tropecei em seus saltos ou secador de cabelo que ficam pelo chão. E não foram poucas às vezes encontrei suas calcinhas dentro de meus ternos!

Sim, a bagunça é tanta, que ela já se apoderou até mesmo da minha parte do closet, e se comprar mais roupas, vai ter que andar com elas na cabeça!

Fora o fato de ter conseguido meter o bedelho na equipe, entrar no meu local de trabalho na hora que bem entender, mexer nos meus livros, usar meu cartão, trocar meu chuveiro, e comprar uma banheira que ocupa oitenta por cento do meu banheiro.

O celular em meu bolso começou a tocar novamente e sim, o universo conspira para que um homem sério perca totalmente a sanidade.

Estava prestes a atender quando escutei um barulho na sala. Não era nada demais... Somente a inútil espatifada no chão.

Por que ela não pode ficar simplesmente deitada em seu sofá e dormir? Não, tem que tentar descer as escadas, ainda que esteja enxergando quatro delas.

Fui até Sakura que estava desacordada, passei a mão embaixo de sua cabeça para ver se havia algum sangramento e nada. Encostei minha cabeça em seu peito para escutar os batimentos cardíacos, mas tudo o que ouvi foi a gargalhada da idiota.

— HAHAHAHAHA... Quase te peguei! ASUIHASUH. Se não fosse estes malditos cabelos que fazem cóceguinhas! ASIUHASUH — zombava e eu a encarava seriamente tentando entender como as coisas são loucas.

Rindo daquele jeito, parecia uma criança, seu rosto não aparentava mais que dezoito anos, fora os longos cabelos rosa espalhados pelo chão. Isso me fez lembrar o porquê acabei casando-me com ela, sua aparente ingenuidade é realmente convincente. Por que tinha tanta facilidade em rir assim? Isso me irritava ainda mais. Argh.

Eu sempre estava preparado para levar uma facada ou um tiro, mas ela de repente parou de rir, e passou a me encarar seriamente, até que se aproximou de mim, beijando-me e por isso sim, eu não esperava.

No começo não correspondi, afinal o ódio entre nós era recíproco. Mas ela ia intensificando o beijo, forçando seus lábios nos meus, beijando-me deliciosamente apesar do bafo de pinga.

E quando dei por mim, já tinha puxado ela para mais perto.

Quando percebi que ela não iria parar, eu mesmo o fiz, apenas carregando-a em meu colo e levando-a novamente para o quarto. Ela precisava dormir, já tinha feito muito do que se envergonhar, e isso é claro, se conseguisse se lembrar de alguma coisa.

— Sasuke... — sussurrava ela com os pés no chão apoiando-se em mim. — Não quer me beijar? — perguntou encostando novamente seus lábios nos meus.

— Vai se envergonhar de tudo isso amanhã — avisei tentando afastá-la, em vão.

— Me beija, Uchiha... — pediu Sakura, encarando-me com seus grandes olhos "verdes esmeralda".

Parecia-me bem acordada, embora soubesse que estava totalmente alcoolizada.

Mas seus lábios avermelhados eram convidativos e bem, era uma mulher bastante atraente quando calada.

Segundo os publicitários, eles não introduzem o desejo de comprar um produto no consumidor. Afirmam categoricamente que eles inconscientemente já ansiavam por possuir, e a publicidade apenas os impulsionam a ter aquilo que "adormecidamente" já anseiam ter. Seria insensatez fazer tal comparação?! Sakura estava totalmente inconsciente de seus atos e provavelmente não o faria se estivesse em seu estado normal, exceto é claro, se nisso estivesse rolando alguma grana. Mas ela estava ali, tão presente pedindo para que eu fosse adiante.

Claro que era um erro, mas já era tarde.

Deixei-me levar por meus instintos de homem e a beijei.

Suas mãos delicadas seguravam meu rosto enquanto selava seus lábios nos meus. As minhas passeavam por sua cintura fina enquanto ficávamos cada vez mais colados.

Apesar de tudo éramos fisicamente compatíveis, não podia negar. Fomos parar em minha cama e eu acariciava suas pernas grossas, enquanto ela tentava se livrar de minha blusa, mas eu a impedi.

Não iria tão longe com ela, estava completamente embriagada e não poderia simplesmente ignorar este fato, mas ela parecia consciente do meu ato de rejeição.

— Se não vai tirar, eu tiro. Ela não é de nada... — resmungou, levantando-se na cama, e eu não entendi nada. — Vou dançar pra você, Uchiha! — anunciou ficando de pé na cama.

Sakura dançava, ou pelo menos tentava, cantarolando uma musica qualquer tentando ser sensual, e só atingiu o objetivo porque começou a levantar o vestido tentando se despir.

— O que está fazendo, idiota?! — repreendi e antes que eu pudesse impedi-la, a idiota tropeçou nos próprios pés caindo feito uma jaca podre no chão.

Revirei os olhos indo acudi-la. Dessa vez ela havia mesmo apagado, melhor assim...

Peguei Sakura e a coloquei em minha cama, cobrindo-a. Apesar de ter tido uma noite do cão, tinha certeza de que não conseguiria dormir mesmo, então na hora certa a colocaria em seu sofá novamente. Cobri-a com meu lençol e enfiei meu travesseiro que já estava com o cheiro de seus cabelos impregnados abaixo de sua cabeça. Aposto que essa falta de parafusos é fruto das constantes quedas que essa idiota leva. Argh. Depois, peguei aquela droga de celular e...

Cinquenta e duas ligações perdidas e de quebra uma mensagem de voz, foi o que decidir escutar.

— A Mamãe falou tudo errado, e... E... Eu não entendo, sabe. Ela disse que ele seria rico e legal comigo, e por isso meu coração ia ficar feliz em vê-lo. Mas daí... Acontece isso, só que com você. Logo com você, Uchiha! E ainda tem aquela sua bat caverna dos infernos e o idiota do Bruce Wayne que decidiu virar você. O Naruto que virou você, a multidão que virou você... Droga, tenho que pedir para o Lee um colírio do bom, eu só enxergo você, droga. Fora essa vontade de te dizer que... — interceptei a mensagem, jogando o celular na cabeceira.

Olhei para a idiota da Sakura que babava em minha cama...

Àquilo realmente não me interessava.


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Notas finais do capítulo

Demoramos para postar porque quebramos a cabeça para escrever esse Sasuke. Estamos acostumadas com o Sasuke de Rehab, que é vagaboy, irresponsável, cômico... Já este Sasuke é diferente, não queríamos deixá-lo um Sasuke de Rehab. O Sasuke vigaristas é frio, malvado, não é engraçado, não gosta da Sakura, não é romantico. Foi mega difícil escrever e esperamos que não tenhamos pecado com ele! O que vocês acharam? O comentário de vocês agora é super importante!
Bem vindos leitores novos, e saiam do armário os que não comentam, plisss! kkkk Recomendem! Beijos, até o próximo!!