Vigaristas escrita por Juh, Amanda, Taís


Capítulo 20
Chave


Notas iniciais do capítulo

Queríamos agradecer e dedicar este capítulo as nossas leitoras: Smiile_Bruna, Hinatahiuga e Milk pelas lindas recomendações *--* Nós não esperávamos o tanto de recomendações e comentários fofíssimos que estamos recebendo! Obrigada!
Bom, esse capítulo volta ao normal, narrado pela Sakura. E ah, ela vai ter uns flashbacks, então o que estiver em itálico é lembrança, certo?
Boa leitura!



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Missão... Missão... Missão...

Esta maldita palavra que antes me parecia apenas uma diversão nas horas vagas para descolar alguns trocados, estava realmente me estressando. Adicione isso ao fato de que só eu beijei de verdade, enquanto Sasuke fingia que éramos um lindo casal e o resultado é igual a...

Uma Sakura idiota e enganada! Argh.

— Não acredito que me enrolaram de novo. Você sequer parecia fazer questão de que eu viesse... Por quê? Por que não me avisou? — perguntei perturbada pela revelação do Uchiha.

— Acalme-se e sorria, querida — Sasuke desconversou com um sorrisinho dissimulado. — Eu já fiz toda a parte suja. Não precisa se preocupar com nada! — disse aplicando-me um rápido selinho. Pisquei umas trocentas vezes para ver se acordava de toda essa presepada. Argh.

— Ele chegou, Sasuke — anunciou Kiba, interrompendo-nos.

— Por que não aproveita para dar um mergulho com Shizune, querida? Prometo que serei rápido. — Sasuke sugeriu cordialmente afagando meu rosto. Eu assenti tentando não transparecer minha perturbação interna, enquanto via Kiba e Sasuke direcionando- se a uma mesa não muito longe do meu campo de visão, ambos cumprimentavam um homem maduro, do qual não conhecia.

— A água está uma delícia... Não vai entrar? — perguntou Shizune, tirando minha atenção deles.

— S-sim — concordei, preparando-me para entrar na água.

Mergulhei profundamente desejando que minha cabeça parasse de latejar um pouco. Argh. Malditas bebidas coloridas! Voltei à superfície ficando ao lado de Shizune, enquanto encarava Sasuke do outro lado conversando com aqueles dois.

— Relaxa um pouco, Sakura... — ela disse.

— Hã?

— Você não desgruda os olhos dele — Shizune afirmou e sorriu.

— Você sabe por que eles estão ali? — perguntei.

— Sim. Estão fechando um negócio... Meu marido Kiba, é advogado e fecha alguns contratos para o seu marido — ela disse.

— Hum...

— Vocês não são casados de verdade, não é? — ela perguntou e eu a olhei aflita. — Quero dizer... De verdade!

— Por que está dizendo isso? — perguntei.

— Bom, eu sou muito observadora... Já estive outras vezes com o Sasuke e ele nunca foi dado a muito carinho, você sabe, fora que eu vi de longe o super beijo que ele te deu assim que chegaram. Sasuke sabe ser bem convincente quando quer, aposto que todos acreditaram que vocês são mesmo casados. Você ficou perdidinha... — disse soltando uma risadinha. Argh.

Suspirei.

— Foi... O nosso primeiro beijo desde que nos casamos. Eu só... Não estava esperando — confessei, e Shizune no mesmo instante fez uma expressão compreensiva.

— Sasuke sempre foi assim durão. Talvez tenha sido a vida que tenha feito isso com ele. Mas ninguém pode negar que ele é uma graça! — ela disse e eu me irritei um pouco sem transparecer. — Só cuidado, ele parece ter outras prioridades na vida e não é nada bom se apaixonar por um homem assim.

— Quê? Me... Me apaixonar... Puf, não... Não mesmo! — disse balançando a cabeça e ela riu.

— Espero que você não demore tanto para descobrir... De todo jeito, vocês ficam muito bem juntos — disse e eu pretendia responder, mas Sasuke me chamou nos interrompendo.

— Com licença, Shizune. Sakura... Pode me acompanhar um instante? — Sasuke perguntou.

 Sem responder, tentei me apoiar na borda da piscina para sair dali, mas fui surpreendida pelos braços fortes dele me ajudando a me erguer.

Fiquei encarando-o.

 Nunca imaginei que viveria para ver o dia em que Sasuke se tornaria gentil.

Ele me abraçou pela cintura, levando-me em direção ao Kiba e ao homem que ainda não conhecia.

— Sua vez... Apenas assine o papel — sussurou em meu ouvido, fazendo-me estremecer. Tentei me afastar, mas ele me apertou mais, mostrando-me que é ele quem manda. Argh.

— O que exatamente vou assinar? — questionei.

— Apenas sorria. Você é uma esposa feliz — disse e ao chegarmos. O homem que estava sentado se levantou para me cumprimentar.

— Sr. Asuma, esta é minha esposa, Sakura — Sasuke apresentou-me e eu segurei a mão estendida de Asuma.

— Oh... Ela é muito encantadora, Sr. Haruno — Asuma disse direcionando-se ao Sasuke.

 Mas hein? Ele chamou Sasuke de Sr. Haruno? Argh.

 — Cuide bem deste patrimônio, minha jovem — disse para mim.

 Apenas assenti com a cabeça sem fazer ideia do que estava acontecendo. Kiba me entregou uma caneta e empurrou umas cinco folhas, marcado onde eu teria de assinar. Encarei o Sasuke que confirmou com a cabeça e assim o fiz.

Após assinar os benditos papéis misteriosos, porque é claro que se eu parasse para ler, Sasuke quebraria minha cara e sairia rapidinho desse teatro todo que ele armou.

 Assim que nos despedimos de Asuma e em seguida de Kiba e Shizune, que deu uma piscadinha pra mim antes de se virar, Sasuke me empurrou pra bem longe dele e eu fiquei fumaçando de raiva, não só por ele ter me beijado e feito com que eu assinasse algo que eu desconhecia, mas por ter a certeza de que ele estava querendo me ferrar. Vesti minhas roupas e encontrei que ele também já estava pronto.

— Por que Asuma te chamou pelo meu sobrenome e não o contrário? — perguntei.

— Não te envolve nisso, Sakura. Já está tudo resolvido — disse indiferente.

— Eu assinei uma renca de papéis que desconheço, Sasuke. Mereço explicações, não acha?

— Não vou responder nada — afirmou marchando até seu carro.

 Abri a porta com brusquidão e me ferrei, pois quebrei minha unha o que me fez gritar. Bati a porta do carro com má vontade e fiquei emburrada.

— Cuidado — advertiu Sasuke, e eu o encarei. — Se bater à porta do meu carro assim de novo, eu bato a tua cara na parede — disse. Sim, ele é bem preocupado com meu bem estar. Argh.

— Como está a cabeça? — perguntou com seu sorriso de canto, provavelmente se lembrando do quiz que os garotos fizeram na noite passada.

 E a resposta era...

MINHA CABEÇA TA UM INFERNO, IDIOTA. LATEJA SEM PARAR COMO SE ESTIVESSEM FRITANDO MEUS MIOLOS E TEMPERANDO COM SAZÓN! Mas não... Faria greve de silêncio! Este retardado não obteria nenhuma resposta de mim, afinal... Não é assim que ele faz? Pois é... Argh!

— Sabia que eu nunca gostei de mulheres bêbadas? Mas vendo você naquele estado, agora eu... Odeio!

 Ah, é mesmo? QUE SE EXPLODA, MISERÁVEL! MORRA MIL VEZES! NINGUÉM AQUI ESTÁ INTERESSADO NO QUE VOCÊ ACHA!

 Será mesmo que eu estava tão mal assim como ele diz? Eu não dou a mínima! É. Será? Argh.

— Vejo que não se lembra de muita coisa... Sabia que você é uma vergonha?

 Aé? SABIA QUE EU TO A FIM DE CRAVAR MINHAS UNHAS NO TEU PESCOÇO E ARRANCAR TUA ORELHA FORA NUMA MORDIDA? Ai, ai... Vergonha é?

Do que ele está falando, hein?

Do que ele está falando?

DO QUE ELE ESTÁ FALANDO?

A língua já estava coçando, mas a voz divina de mamãe me orientou a guardá-la dentro da boca. É.

— Quantos aninhos você tem, idiota? Greve de silêncio? Que infantil... — INFANTIL É O ESCAMBAL, IDIOTA. ESTOU APENAS ME ABSTENDO DE FALAR! ÓH QUEM FALA, NÉ? O ANCIÃO RABUGENTO DE UMA FIGA! MORRA!!

Ele balançou a cabeça e continuou concentrado no volante, parecia finalmente ter desistido. VENCI, VENCI, VENCI! LERO, LERO, LERO!

— Ok. Sem brincadeiras, Sakura...—Sasuke voltou a falar agora em um tom ameno, o que me fez lembra o modo como me tratou no clube. Hmm... Sei não! Isso me cheira a estratégia do maldito! — Se pudesse escolher algo para comer agora, o que seria? — perguntou.

Morangos!

 Ah qual é... Suborno com comida é golpe baixo! Não vou falar nadinha Uchiha... Hahaha, toma essa!

— Além de dor de cabeça, sente mais alguma coisa? — continuou com seu plano fail.

 Sinto ânsia de vômito com esse Uchiha interesseiro e bipolar que estava ferrando comigo. Pensa mesmo que sou idiota? Não vou falar nadinha... É.

— Quer que eu te diga o que aconteceu ontem? — perguntou.

E agora? Tentador... Tentador... Tentador por demais!

Tentei com todas as forças lembrar por mim mesma... Mas é como se aquelas bebidas do quiz tivessem me feito apagar! Droga! Quero muito, muito, muito saber!

 Seja forte, Sakura... Silêncio!

— Vou contar mesmo assim... — disse indiferente. ELE VAI CONTAR? Bondade repentina... Hm, sei não. Qual é? — Você está grávida!

— QUÊ? — esbugalhei os olhos sentindo minha pressão cair!

 GRÁVIDA?

 — DO QUE ESTÁ FALANDO SASUKE? HÃ? COMO... COMO... GRÁVIDA? — perguntei histérica pela bomba. Eu nunca faria uma maldade dessa, ficar grávida deste homem! Isso é a destruição da humanidade! Mais Sasukes no mundo, nunca! Cruz-credo.

Era brincadeirinha dele... Claro que era! Pff... Eu que não ia acreditar nesse mentiroso que só quer me ferrar. Ai... Ai... Até parece!

— Não fique assim tão nervosa... Pode fazer mal para o bebê! — Sasuke provocou.

— Be-bê? UM BEBÊ DE VERDADE? QUER DIZER... DENTRO DE MIM? UM BEBÊ? — perguntei, mas o idiota apenas sorria de canto vitorioso e percebi no mesmo instante que era sua vez de dar o troco, ele não diria nada.

 MISERÁVEL!

 Fez isso só para me atormentar e passou a me ignorar pelo resto do caminho até chegarmos em casa.

Cheguei em casa e fui direto para o banho. Agora era a minha vez de fazer alguém começar a falar nessa joça! É. Precisava de respostas! E se o maligno miserável do Sasuke não me diria nada, precisava procurar por meu amigo...

Naruto certamente me receberia de braços abertos e diria o que fosse necessário.

Sendo assim, me troquei rapidamente e me mandei para casa do loiro, sem me dar o trabalho de avisar ao Uchiha. Apenas tomei um táxi e fui atrás de respostas.

Toquei a campainha até sair a pele do meu dedo indicador e nada. Quando pensei em desistir, o portão da casa se abriu e dali surgiu um loiro radiante e largado, sem camisa, expondo seu belo físico e os cabelos completamente bagunçados.

 Eu bem que gostaria de abrir a boca para dizer algo, mas assim que Naruto me viu simplesmente bateu com a porta na minha cara.

Mais hein?

— Ei, seu loiro folgado, abra essa porta já! — gritei do lado de fora e nada dele voltar.

— Por que eu faria isso? — gritou ele do outro lado.

— Porque somos amigos! — ué? Não é ele quem vivia dizendo isso?

— Não somos mais! — respondeu.

— Desde quando?

— Você infringiu as leis dos amigos, Sakura. E em alta velocidade! — gritou enraivecido. Este loiro surtou de vez, viu!

— Naruto, para de gracinha, abra logo, eu preciso muito da sua ajuda! Por favor, não me deixe na mão! — implorei e nada do loiro responder do outro lado.

Então fui obrigada a tocar sua campainha sem parar, só para irritá-lo, e funcionou.

— Ei! Pare de apertar minha campainha a mil por hora, sua terrorista. Quer quebrar tudo o que é meu agora é? — perguntou abrindo a porta e me encarando com cara de Sasuke versão iluminada.

Entrei rapidinho antes que ele fechasse a porta na minha cara novamente, e fiquei completamente boquiaberta com a visão que tive...

 O carro do Naruto completamente destroçado! Céus! O carro que um dia tentei roubar sem sucesso... Tão bonitinho, agora estava pura carcaça. Estava só a capa do Batmam. Que peninha.

— Isso vai me custar muito caro, sabia?! — rosnou Naruto.

— Oras... Por que está brabinho? É o que acontece quando se enche a cara e sai por aí dirigindo em alta velocidade, garoto mal e inconsequente! — repreendi mesmo. Onde já se viu deixar o carro num estado destes? U-hum.

O loiro me encarou rindo com infelicidade.

— Aposto que Sasuke amou ser seu cúmplice! — disse, e senti uma pontada de dor na cabeça...

— AUSHASH. Consegui... Ele vai ficar uma fera... XIUUUUU, não conta, não conta, por favorzinho...

— Sakura, pare já este carro! — Ordenou a voz furiosa de Sasuke.

— Sasuke? Sasuke, me ajuda... Eu-eu não quero mais brincar... Não sei parar isso, Sasuke, me ajuda...

— Sua burra, você não acionou o freio de mão?!

— Shiii... Não conte nada ao Naruto, hahahaha... Shii, esse vai ser o nosso segredinho...

— Viu a merda que você fez?! Bêbada dos infernos, me explica o que te deu na cabeça para fazer isso?

— Naruto... eu...

— Sim, Sakura. Você demoliu o meu carro! Mas pode ficar tranquila, vou pensar num castigo do bom para você! — avisou, adentrando a casa de mal grado. Eu o segui sentindo-me envergonhada... Céus! Eu passei da conta na noite passada! E agora o loiro está de mal de mim... Mais que droga Sakura! Argh.

— Cadê ele, Naruto? Cadê o Konohamaru? O que você fez com o garoto? — mudar de assunto é sempre uma boa tática. E eu ainda tenho o álcool a meu favor. É. Amnésia pós álcool é a minha defesa, rum.

Então como quem não fez nada, vasculhei aquela sala a procura do garoto.

Na escuridão, vi uns pés no sofá, fui até lá arrancando o travesseiro que cobria o rosto do... Neji.

 — Ui, desculpa aí, Neji... — cara errado. Virei para o loiro que me seguia. — Naruto, o que você fez com o Konohamaru?

— Aquele aprendiz de marginal! Quando você encontrar, mande-o devolver todas as coisas que me roubou! Ofereci-lhe abrigo e em troca ele saqueou minha casa! — Naruto contou.

— Naruto, a ideia de trazê-lo para cá foi sua não minha!

— Shii... Será que vocês podem falar mais baixo? — pediu Neji, tapando os ouvidos com o travesseiro.

 Gaara desceu as escadas cambaleando, parecia um que estava fazendo cosplay de um zumbi do The Walking Dead. Seus cabelos ruivos estavam mais bagunçados que os do Naruto, e a cara mais amassada que a do Neji. Falaria mais, contaria cada detalhe de seu abdômen definido e de seus braços musculosos com prazer. Mas quando fui me sentar no outro sofá, distraída com a visão dos deuses, sentei-me em cima de alguma coisa, não... De alguém!

— Será que dá para tirar esse traseiro fofo de cima de mim? Você está esmagando minha coluna... — Sai resmungou embaixo de mim. Hehe. Levantei querendo lhe sufocar com uma almofada por ele ter me chamado de gorda.

— O que houve com vocês todos? Eu passei por tanta coisa hoje, e vocês acabaram de acordar? — disse olhando a janela, já era quase noite.

— E graças a VOCÊ, nós também passamos por muita coisa na madrugada. Acredita que vou ter que pagar até um poste porque VOCÊ destruiu? — resmungou o loiro. Hã? Que? Ele falou comigo... Lálálá.

— Shiii... Minha cabeça está me matando. Alguém pode me trazer água e remédio? — pediu Gaara chutando Neji para que se sentasse no sofá.

E eu até faria essa boa ação se a palavra água não me levasse a outra dimensão... Flashback.

— Hahahaha... Poxa... Isso é tão... Tão... Isso é, isso... É. Ah se é...

— Droga onde foi que o meu celular se meteu? — disse Neji revirando o bolso de sua calça. — Essa merda quer brincar de esconde-esconde logo agora que eu preciso fazer uma ligação importante...

Esconde-esconde... Ligação... Celular... Ah não, mais lembranças...

— Sasukeeee... vem me pega- aaar, ASUHAISH — falava no celular escondendo-me no meio da multidão.

— Ah, vem Sasuke... Aqui está tão divertido... AUSHASH…

Balancei minha cabeça fugindo das lembranças vagas que apareciam a cada palavra que os meninos diziam. Argh.

— Como é que você não está de ressaca, hein rosada? De todos nós, você foi a que mais bebeu e fez merda! — Sai perguntou tapando o rosto com uma almofada. Esse era outro zumbi do corpo malhado, eu hein.

— Bebida só faz mal se você estiver com o celular do lado. Você viu o Sasuke? Nem curtiu, só ficou atendendo o celular pra lá e pra cá, por isso que sempre desligo o meu... — Neji disse e o significado de sua frase me pareceu de duplo sentido, embora fosse dita na inocência.

 As únicas coisas que eu lembrava daquela noite maluca foi de ter feito um monte de merda falando ao celular. Argh. Malditos flashbacks!

— Verdade, ele nem dançou. Agora uma pessoa aqui, sabe... — Sai disse olhando de canto para mim, e todos os rapazes riram. Argh.

Aquilo já estava me deixando nervosa. Como é ruim você não se lembrar do que aprontou. Pior, eu estava com medo de me lembrar...

 Droga, eu estava me lembrando...

 Em algum momento daquela noite eu dancei, e não foi com Sasuke. Dancei agarradinha com Naruto, foi. Mas eu tinha outros planos, agora quais eu não sei. Só me lembro que eu sorria, sorria muito... Argh.

Chega!

 Está na hora de mudarmos de assunto!

— Ah, parem com isso! Enquanto vocês dormiam, eu fiquei me ferrando naquela missão com o Sasuke... Aliás, que missão foi aquela? Por que o Sasuke usou meu sobrenome ao invés do dele? Vocês querem me ferrar? Quem era aquele cara? Por que eu tive que assinar aqueles papéis? Vocês sabem do que eu estou falando? — despejei todas as minhas desconfianças para os meninos que ficaram me encarando. Argh.

— Acalme-se mulher! Ninguém aqui vai ferrar ninguém... Ai minha cabeça... — Sai tentou explicar, mas acabou enfiando a cabeça nas almofadas do sofá.

— Sakura, confie em nós. Sasuke só usou seu sobrenome porque você é a chave... — Naruto começou.

 Chave... Chave...

Oh, não, em alguma parte da noite passada eu enfiei a mão no bolso do Naruto enquanto dançávamos.

É... E eu roubei sua chave... Oh, não!

 — ... Sasuke precisa de você. Por que você acha que vocês se casaram, afinal? Você agora é uma parte importante da equipe e o seu sobrenome é importante para os nossos disfarces nas missões.

— Mas por que eu tive que assinar aqueles papéis? O que são aqueles papéis?

— São ações, ações que valem muito dinheiro. Nós precisamos desse dinheiro para missões futuras, Sakura, e essas ações estão no seu nome — Gaara explicou.

— São ilegais? Eu posso ir presa por causa disso?

— Não, são ações verdadeiras e valiosas. Mas repito, serão usadas para bancar nossos futuros golpes, Sakura.

— E por que justo no meu nome?

— Porque você não é suspeita. Agora imagina se um policial como eu comprasse aquelas ações? Desconfiariam. Agora uma Haruno casada com um Uchiha, não! — Naruto disse. — Fica tranquila, ok? Não vai te acontecer nada.

— Nós também não podemos te revelar mais nada — Neji disse e eu fiquei mais furiosa ainda, porque sabia que eles não me diriam mais, pois Sasuke não quer que eu saiba.

— Vou confiar em vocês, hein — avisei.

 Os meninos da ressaca se acomodaram no sofá, reclamando que eu atrapalhei vossos sonos. Naruto fez sinal para que eu o seguisse e foi para cozinha, fui atrás, né.

— Eu ainda estou com raiva de você — contou.

— É feio ficar magoado por motivos tão pequenos... — rebati.

— Pequeno? Você viu o estado do meu carro?

— A vida é muito curta para guardar rancor, cultivar inimigos, usar batom neutro, calcinha bege, roupas tom pastel e brigar por causa de carros... — brinquei e ele riu.

— Por isso mesmo que eu já pensei no seu castigo — ele disse sorrindo malignamente.

— Amigos não deixam os outros de castigo — avisei.

— Já disse que sei ser malvado?

— Ok, mas pega leve. Já não me basta as coisas que o Sasuke me faz passar.

— Só quero que você dance para mim no Sweet Poison — ele disse, simples assim! Argh.

— Claro que não! Se eu subir naquele palco o Sasuke me mata. Bye, bye Sakurinha!

— Exatamente por isso, porque ele não vai gostar. Além do mais, você também se vinga dele, ou você não lembra dele babando pela Karin?

— Não sei não, Naruto...

— Você que sabe, Sakura... Você me ajuda nessa vingança e eu te ajudo no que você quiser, amigos servem para isso.

— Não sei não, Naruto... — a proposta era tentadora. Tudo o que o Sasuke me fez passar hoje, beijando-me depois me chutando, me fazia aceitar essa proposta. Fora que eu gosto de ser amiga do loiro e só a gente se ferra. Está na hora do Sasuke se lascar também... Ai, ai. — Aceito, mas...

— Não tenho mais grana! Gastarei tudo que tenho para consertar meu carro! — Naruto me interrompeu.

— Mas eu não ia falar disto, homem. Só ia te pedir uma carona para casa!

Naruto pegou o carro de Neji para me levar. Eu estava em silêncio e ele soube respeitar minha atitude, não disse nada, apenas me lançara um olhar azulado e confortador, eu sorri fracamente e entrei para encarar o Uchiha.

Fui direto para a Bat caverna tendo a certeza de que fora lá que ele se enfiara e não deu outra.

 Estava sentado em sua cadeira de sempre, fitando o nada, num estado mórbido e estático. Só piscou quando me viu à sua frente com uma expressão felina.

— Qual é a tua, Uchiha? Está querendo me ferrar, me matar ou o quê? — perguntei.

— Sakura, agora não... — disse ele sério.

— Agora não? Então quando? Quando vai começar a revelar sua real intenção com esta droga de casamento? — questionei e ele nada respondeu.

Ri sem ânimo.

 — Sasuke, eu sei muito bem que você me jogou naquele bairro sem documentos para que eu fosse presa. Você queria se livrar de mim! — acusei-o.

— Eu te deixei lá só para te dar um susto, idiota! Porque sabia que se fosse para delegacia eu poderia te pegar quando bem quisesse, afinal, a polícia local e o juiz pertencem a minha equipe, imbecil. — explicou-se.

— Você nunca me quis na equipe...

— Eu estava te poupando!

— Veio até com um papo de que profissão eu queria seguir e blá, blá, blá... — disse lembrando-me de quando ele me propôs estudar algo.

— Eu só... Não queira mais uma culpa para atormentar minha cabeça! — disse irritado.

— Culpa? Do que está falando, Sasuke?

— Agora não, Sakura... — respondeu atordoado. Mas eu já estava surtando com aquele mistério todo.

— Já estou farta dos teus segredos!

— Como se você não tivesse nenhum... — rebateu amargamente.

— Do que está falando? A idiota por aqui sou eu! Todas estas coisas e de quebra sua amante, ou você acha mesmo que acredito nas coisas que promete?

— E quem é você pra falar sobre isso, Sakura? Ou pensa que não sei do Konohamaru? — ele disse e eu congelei no mesmo instante.

De onde ele tirou isso? Sasuke estava pensando que eu... Que o Konohamaru... Argh. Não acredito nisso! E quer saber? Deixa-o pensar!

— Que bom que sabe... Assim ficamos quites! — disse dando o fora da Bat caverna direto para o quarto.

Deitei-me naquele sofá pressionando as pálpebras dos olhos com força. Como posso acreditar em Sasuke? Como posso ter a certeza de que ele não tem mesmo o objetivo de se ver livre de mim com todas essas missões misteriosas e seus comportamentos estranhos? Faz sentido o que ele falou... Mas agora era diferente.

 Era como se eu quisesse com todas as forças que ele realmente tivesse um pouco de bondade debaixo daquela carranca. Suas palavras não paravam de ecoar em minha mente...

 Eu só... não queira mais uma culpa para atormentar minha cabeça!

De repente me veio um estalo na mente...

Comecei a revirar meu guarda-roupas, eu tinha certeza de que havia escondido ali em algum lugar. Revirei aquele mundaréu de coisas, eu tinha certeza de que havia guardado por ali... Até que encontrei.

Era a bendita carta cujo destinatário me trouxera até aqui... A carta que Karin havia escrito para Sasuke.

Peguei o envelope escutando os passos dele subindo as escadas. Corri para o banheiro e me tranquei ali, sentando-me no vaso sanitário enquanto abria a carta.

"Às vezes me arrependo de ter fugido àquela noite com você, talvez hoje eu fosse uma respeitável professora de criancinhas ou uma doce veterinária. Penso que poderia ter me tornado algo melhor, ou um pouco menos insuportável. Criar planos e métodos realmente está na sua essência, sozinha nunca conseguiria me ver livre daquela casa e pesadelos. O meu erro foi sair de lá esperando que você pudesse me dar o que eu não tinha... Amor. Mas era tarde demais para mim, já havia me apaixonado o suficiente para nunca mais sair da sua cola, e você deve ter se arrependido exatamente por este motivo. Me sinto patética te escrevendo essa carta, porque sei que você vai rasgar e jogar fora assim que terminar de ler, como fez com todas as outras suponho. Estou me sentindo muito só hoje, e gostaria de saber como você faz para suportar quando a solidão vem? Nunca mais pensou em voltar para casa? Que maldito plano é este que não te permite sentir nada de verdade? Ok... Eu desisto tentar entender, mas vem para cá assim que puder. Eu amo você, Sasuke!

Ass: Karin".

Meus olhos estavam idiotamente marejados, e na medida em que piscava desmoronavam grandes lágrimas sobre minha face. Então era isso? Ele não queria repetir o mesmo erro comigo? Queria me dar uma profissão para que não viesse se arrepender como ela se arrependeu? Sasuke sente-se culpado pelo que Karin se tornou?

Suspirei, mantendo os olhos fechados por um longo instante. Meu coração de repente ficou apertado e eu não sabia direito que merda estava fazendo...

Mas iria contar a verdade para o Sasuke sobre Konohamaru. Ele precisa saber que pode confiar em mim assim como confio nele.

Lavei meu rosto, endireitando-me e abri a porta para falar de uma vez com o Uchiha. Mas fui interrompida pela visão que me nocauteou...

Que diabos ele estava fazendo?

Sasuke estava fazendo...

 Uma mala!


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Notas finais do capítulo

O que acharam?? Deixamos de ir num protesto contra o aumento do IPTU pra postar este capítulo para vocês! Queremos comentários!
Ah,nós sempre respondemos os comentários no dia que postamos um novo capítulo, não pensem que vocês passam despercebidos, ok?
Demoramos um pouquinho para postar por falta de tempo mesmo.
Comentem! Recomendem! Beijos até o próximo!