Patrulha Vermelha escrita por Artemys Jenkins


Capítulo 7
7. Teoria primária da destruição


Notas iniciais do capítulo

;^;

André e Liluni, CEIS SÃO UNS LINDOS ;^; Sério. Tô muito feliz por vcs acompanharem a fic ;^; Aqui vai mais um capítulo ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/288548/chapter/7

7.1 Destruição do estado de paz psicológica

–- ... Então basicamente vocês estão me dizendo que provavelmente viveremos o pesadelo de 30 anos atrás?...

A situação na casa era tensa. ChiChi não estava a beira das lágrimas, mas mostrava-se nervosa. Gohan sustentava um olhar perdido. Goku continuava sem entender. Como assim a “Patrulha Vermelha” havia ressurgido das cinzas? Cinzas que ele mesmo enterrara com o próprio sangue? Não fazia sentido. Por quê? Perguntara-se em um sem-fim de dúvidas; não estava preparado para embarcar em um novo pesadelo. E agora que as coisas finalmente pareciam em paz...

No seu mais sincero interior, estava cansado de chutar a bunda da Patrulha Vermelha.

–- E eles têm tecnologia para reconstruir androides... Como a Dezoito?

–- Na verdade, não -- interviu Gohan -- Humanos artificiais como a Dezoito levam tempo e muito dinheiro para ficarem prontos, isso sem falar que ele precisaria de pessoas para aplicar as partes biônicas... Não acho que ele gastaria seu tempo montando ciborgues -- concluiu o professor, num tom pensativo. Tinha, inclusive, uma das mãos em seu queixo. Parecia realmente estar refletindo sobre alguma coisa.

Talvez fosse só pose, mesmo.

–- Cib... O quê?

Gohan pensou em responder, e explicar didaticamente a diferença entre ciborgues, androides e robôs, mas percebeu que aquele não era o momento ideal para uma aula básica de robótica.

–- Mas ele pode fazer um exército de androides como o Dezesseis.

O rosto de Goku ficara sério. Precisava pensar. Três androides, tudo bem, ele sabia que conseguiriam dar conta. Mas não tinha certeza se eles seriam capazes de derrotar milhares deles. Suspirou. Cientistas loucos pareciam brotar em sua vida. Às vezes, a transformavam de uma forma positiva, como aquela cientista louca que brotou na frente de sua cabana quando tinha 12 anos. Entretanto... Em outras ocasiões, eles brotavam para destruir tudo aquilo que considerava precioso.

E Goku estava completamente ciente das razões pelas quais aquele novo cientista louco havia brotado em sua vida... Encarou sua família. Estavam apreensivos. Óbvio que estariam. Eram um alvo. O maior dos alvos.

–- Bem... Acho melhor nos mantermos alerta. Ainda assim, vamos tentar não nos preocupar tanto -- disse, sorrindo inesperadamente -- Quando chegar a hora, saberemos o que fazer.

E continuou a sorrir. E disse à ChiChi para servir o jantar. E levantou-se, e começou a correr atrás de Pan; e notou que ainda não havia processado o quanto de saudades sentia da sua neta. E em seu interior tinha certeza de apenas uma coisa: tudo ficaria bem.

*~*~*~*

7.2 Destruição virtual

Era irritante. Aquele oceano de firewalls e senhas e blindagens a irritava. Não que achasse difícil desarmar as proteções; na verdade, era patético. Mas achava chato. Tedioso. Infrutífero.

Era óbvio que ela passaria por tudo aquilo, então por que perder tempo instalando toda aquela muralha invisível inútil?

Estava pensando em terceirizar o serviço quando convenientemente viu seu irmão entrando em seu quarto.

–- Estão tentando invadir nossos computadores. Sei que, não importa quem seja, não vai conseguir, mas preciso de você para identificar a pessoa -- e entregou um papel com um número de protocolo.

–- Há! É o babaca -- disse Bra, com desdém --, acha que vai ser fácil invadir nossos arquivos. Claro. Ahan. Quero ver ele furar meus bloqueios perfeitos -- concluiu, jogando o cabelo para trás em uma postura arrogante. -- Teria sido mais fácil ele explodir tudo outra vez... Aliás -- acrescentou, um olhar desafiador no rosto -- quero ver se ele consegue derrbar meus firewalls antes de eu derrubar os dele.

–- Você está...

–- Um pouco de diversão não mata ninguém -- Bra pareceu pensar um pouco -- Precisarei de você.

–- Pra quê? -- perguntou Trunks, olhando desconfiado para a irmã mais nova.

–- Você me ensinou a hackear computadores, Trunks. Eu sei que ainda consegue fazer isso.

–- Tudo bem -- resignou-se Trunks. Ele sabia que, mais cedo ou mais tarde, Bra o convenceria de fazer quaisquer coisas que ela quisesse --, e o que eu farei, ó princesa saiyajin da informática?

–- Você pode apontar caminhos para o que estou fazendo, oras. Um pouco de crackeamento old-school não faz mal a ninguém -- terminou, sorrindo. Foi saudada por um “bip” alegre. -- O primeiro firewall caiu! -- exclamou, dando pulinhos e batendo palminhas. -- Vai ser divertido.

###

Fazia muito tempo desde as últimas linhas de programação que escrevera. Depois que sua irmã assumira o prazer de desenrolar as páginas de códigos, deixara de programar e partira para a engenharia mecânica. Ajeitando os óculos melhor no rosto, sorriu ao encontrar uma falha -- mais uma -- na programação do firewall usado pela Patrulha Vermelha.

O firewall não era ruim, mas... Eles eram filhos de Bulma Briefs, e netos do grande fundador da Corporação Cápsula. Aquilo não era grande coisa.

No quarto escuro onde os irmãos se encontravam, o único som audível era o bater dos teclados e o som dos pratos e canecas.

O terceiro firewall caía.

Enquanto o código-fonte subia em seus olhos, Trunks sorria. Ah! Como esquecera dos prazeres e sutilezas dos frágeis códigos programacionais...

*~*~*~*

7.3 Meta-destruição

Kitsch von Käse estava furioso. Um a um, diante de seus olhos, os firewalls de seus computadores caíam. Enquanto tentava invadir o sistema da Corporação Cápsula (ele realmente não entendia como, desta vez, estava tão difícil entrar no sistema da empresa. Seriam diferentes os firewalls que protegiam os computadores pessoais das pessoas mais ricas do mundo?), só podia sentir frustração. Aquela barreira de proteção era interminável! Barreira após barreira, as bases de dados da grande corporação pareciam intransponíveis. Acrescentando ainda mais pressão a seu desanimado corpo, assistia como, violenta e inexoravelmente, as proteções de seus computadores caíam, uma a uma.

Recebeu um pequeno aviso, vindo de outra máquina que também estivera operando, e sorriu.

Aquelas invasões não seriam mais necessárias.

Seu objetivo havia sido alcançado.

*~*~*~*

7.4 Até onde a destruição pode chegar

Aquela seria apenas mais uma das noites passionais que se passaria na pequena casa onde morava, em uma ilha completamente perdida no meio do oceano, longe de tudo e de todos. Obviamente, a qualidade passional da noite não se deveria a ela, mas sim, aos seus pais.

Estranhamente, não houveram maiores comoções do que um “Tem certeza?” quando anunciara que, a partir do semestre que estava por vir, voltaria a ser universitária e, desta vez, na carreira onde sabia estar seu coração. Esperara por gritos, por chantagens, por escárnio e, inclusive, por um chute na bunda, tanto literal quanto figurado; mas o que acontecera fora um “Tudo bem, então”, seguido de um sorriso e um convite para que se entupisse de mais açúcar.

Como estava nervosa, aceitara.

Depois disso, as coisas voltaram ao normal. Trabalharia em seu escritório até as aulas começarem, depois disso decidiria o que fazer.

Ao seu lado, jazia adormecida a Tartaruga que, cansada do não-silêncio do quarto que dividia com seu mestre, pedira carinhosa e timidamente autorização para transformar o cômodo mais feminino da casa em seu novo lar. Como não via maiores problemas, a dona do aposento autorizara sem ressalvas e, desde então, não dormia mais sozinha.

Suspirou. Quanto ao seu namorado novo... As coisas foram um pouco mais difíceis. O maior problema, segundo o seu pai -- sua mãe não falara absolutamente nada; para ela, desde que isso não decepasse nenhum membro de seu corpo, tudo estava bem --, era que moravam longe um do outro e que não se veriam com frequência.

“Quem te garante que ele não está saindo com garotas da cidade dele enquanto finge namorar você?”

Ah!, as experiências passadas... Deixavam as pessoas realmente paranóicas. Mesmo conhecendo o novo amor de sua filha, manteve seus poréns ao novo relacionamento. Não a proibiu -- não tentaria, finalmente caindo em conta dos 26 anos que seu bebê carregava nas costas -- mas não aprovou, também.

Que barulho estranho era aquele que insistia em não parar? Parecia estar aumentando. Ouvira passos apressados, e estavam aproximando-se da sua porta.

Seus pais, não muito calmos, arrombaram a porta de sua alcova.

–- Maron, saia da casa, rápido -- disse sua mãe num tom monótono que, para aqueles que a conheciam, significava que estava bastante nervosa. Maron apenas olhou o casal a sua frente -- Pelo som, parecem pessoas usando a técnica do vôo.

–- Mas... -- inquiriu a garota -- Se fossem pessoas voando, teríamos sentido o ki...

–- Não são pessoas.

Maron ia tornar sua curiosidade conhecida quando seu pai completou:

–- São robôs.

No exato momento em que a frase foi completa, parte da casa foi destruída. Em pé, de pijamas, Kuririn, Dezoito e Maron assistiam à horda de sucata reciclada que se aproximava da Casa do Kame.

Respiraram fundo e começaram a lutar.

*~*~*~*

7.5 Comunidade familiar e destruição

O cenário era de guerra. Aparentemente, a cada monte de aço e alumínio e ferro que destruíam, três apareciam no lugar. “Deve ser proporcional à força que temos aqui”, pensou Gohan, cujos óculos perdera em algum lugar da batalha e que, no momento, dedicava-se a incendiar mais quatro robôs ao mesmo tempo. Não era o único.

Todos os Son travavam uma batalha bastante violenta. O amplo quintal, juntamente da horta de rabanetes, estava infestado por máquinas frias e sem nenhum tipo de atrativo para combate, se vistas de forma individual. Entratanto, em grupo estavam causando problemas suficientes para a família do salvador da Terra. Montanhas de metal queimado e derretido se espalhavam pela Montanha Paozu, mas isso não significava que a batalha estava perto do fim.

Usando todas as lições que seu pai lhe dera quando ainda era uma criança, Videl fazia o que podia para livrar-se das formas artificiais de vida. Em alguns, dava socos e pontapés; em outros, ataques de energia. No seu rosto, alguns cortes podiam ser vistos. Rodopiava de forma não muito graciosa, mas eficaz, ao derrubar seus adversários.

Ao lado dela, lutava a matriarca da família. Com golpes mais coreografados, lembrando katas(1) antigos, ChiChi estava tendo a sua parcela de problemas com o que ela chamaria “teflon que poderia estar em sua panela”. Esquivava-se de forma graciosa, acertando golpes potentes e precisos, de modo a poupar sua energia. Ainda que se soubesse fisicamente mais forte que Videl, não tinha a mesma habilidade com energia vital que o restante da família; vendo-se obrigada, desta forma, a economizar movimentos e racionalizar sua batalha de modo que gastasse o menor número de golpes possíveis para destruir os adversários que visavam sua vida.

Acrescenta-se aqui que há anos não se divertia tanto.

Não que fosse assumir isso para alguém.

Quanto aos saiyajin, a situação era completamente diferente. Usavam os robôs como arma uns contra os outros, faziam-os de escudo, tostavam vários de uma vez com ataques de energia gigantescos; destruíam o que podiam da melhor forma que conseguiam... E, ainda, não era o bastante para terminar com a massa cinzenta que marchava rumo à destruição de suas vidas. Pan suspirou. Aquilo estava chato demais. Se ainda Bra estivesse junto dela para terminar com as coisas do seu jeito...

Pensou na amiga e seu coração apertou. Será que estariam tendo esse mesmo problema na Corporação Cápsula também?

Viu seu peito quase ser transpassado por um raio laser e decidiu que não era hora de focar em suas preocupações.

*~*~*~*

7.6 Destruindo grandes corporações

Bra e Trunks teriam derrubado o último firewall de von Käse com facilidade ridícula se a cena que antecipou-se a seu quase-feito não tivesse acontecido.

A explosão fora descomunal -- e, agora, a casa tinha dois grandes buracos no teto --, e acordara toda a vizinhança da família Briefs. Milhares de robôs com grande poder de fogo entravam e destruíam o que viam. Não roubavam nada, não faziam nada; apenas destruíam. Todos foram acordados de maneira abrupta no meio da madrugada.

O Sr. e a Sra. Briefs, junto do gatinho imortal Tama, escondiam-se, assustados. Não haviam abandonado sua casa, mas estavam em um dos cômodos considerados “seguros” pela logística da família. No meio da batalha, a luta dividia-se em duas frentes: Vegeta e Trunks, lutando com os punhos; e Bulma e Bra, usando armas.

Não que Bra não pudesse quebrar os robôs no braço, ela só sentia preguiça demais em mostrar sua força para seres tão insignificantes...

Os saiyajin destruíam os robôs de forma violenta e inconsequente. Disparos de energia, golpes físicos, arremesso de objetos... Da forma mais suja que conheciam, desmembravam robôs e usavam suas partes como armas para as próximas vítimas.

As garotas, no entanto, travavam uma batalha mais racional. Munição acabava; por isso, eram obrigadas a pensarem antes de fazer. A pistola de Bulma, em conjunto à metralhadora de Bra estavam trabalhando de forma adequada, arrancando cabeças, decepando braços e abrindo buracos no peito dos robôs.

Mesmo que racional, o rastro destrutivo estava semelhante em ambas as frentes da batalha. Enquanto arrancava mais um braço, Vegeta suspirou, percebendo que aquilo não iria acabar tão cedo.

E justo na noite em que Bulma iria estreiar a lingerie nova...

A vida era injusta. E eternamente ingrata.

*~*~*~*

7.7 Pequenas empresas, grandes estragos

A bala atravessou a cabeça metálica, indicando o último robô a cair. Olhou ao redor. Aquelas merdas de robôs haviam simplesmente destruído seu estabelecimento. Claro. Como se ela tivesse dinheiro para reconstruir aquela espelunca. Fixou os olhos verdes no homem alto de olhos negros que, ainda em posição de guarda, inspecionava o pequeno bar para ver se achava mais algum robô escondido.

–- Não se preocupa, já demos cabo em todos. -- disse a mulher; seus cabelos loiros terrivelmente bagunçados e sujos depois de toda a baderna. Nenhuma briga entre grandalhões bêbados poderia ter causado tanto estrago quanto os intermináveis computadores vagabundos treinados para matar.

–- Valeu pela ajuda. -- acrescentou a mulher, prendendo novamente as madeixas longas e encaracoladas.

–- É o mínimo que posso fazer -- disse o rapaz, relaxando o corpo e limpando sua roupa. Do outro lado da sala, surgia um ser humano de aparência bastante estranha, de estatura baixa e quase tão careca quanto seu companheiro.

Quase, porque tinha um único fio de cabelo reinando soberano em sua cabeça.

O pior?

Orgulhava-se disso.

–- Estou morando aqui de graça. -- completou o rapaz, começando a reunir os escombros e pedaços de mesas e cadeiras quebradas. Parou quando sentiu uma mão não muito delicada pairar em seu braço.

–- Depois a gente lim... Atchim!

Os cabelos e olhos azuis estavam de volta, e olhavam, curiosos, a destruição do bar onde trabalhara seus últimos dez anos. Ficou confusa. Mas que raio de coisa tinha acontecido ali? Olhou para seu companheiro de casa, e percebeu que ele estava cansado.

–- Quer uma bebida? -- perguntou docemente, a sorrir. O rapaz aceitou.

Enquanto a mulher pegava a bebida, o rapaz escutou-a espirrar novamente. Ela apareceu alguns segundos depois, perguntando se ele havia pedido alguma bebida enquanto ela estava “fora”.

Enquanto bebiam no que antes teria sido um bar de movimento médio no centro da Capital do Sul, a mulher suspirou em preocupação.

–- Me pergunto se ela está bem. Está tão longe...

O rapaz apertou sua mão. Sua filha haveria de estar bem...

–- Ela vai estar bem, Lunch.

–- Assim espero, Tenshin... Assim espero.

*~*~*~*

7.8 Calmaria destroçada

–- FILHO DE UMA PUTA! -- ouviu-se a voz de Trunks, seguida por uma almofada acertada diretamente em sua nuca, ao assistir às notícias.

Estavam todos -- isto é, os Son, os Chesnut(2) e os Briefs -- na casa de Goku na Montanha Paozu. Dinner também estava lá. Tanto quanto os demais, precisava de proteção. Ainda não sabia bem como havia se livrado dos dois robôs que a perseguiram naquela noite, mas havia se safado e estava tão bem quanto se poderia estar depois de ter duas máquinas buscando sua morte com uma sede de sangue que Dinner não tinha certeza se realmente poderia ser transcrita em códigos binários.

A Patrulha Vermelha havia assumido a autoria do ataque à Corporação Cápsula -- os demais não haviam sido mostrados ao público, por motivos óbvios --, e, de certa forma, havia sitiado a Cidade do Oeste inteira em questão de horas.

Videl e Sharpner -- por algum motivo âncora do jornal da noite -- discutiram acaloradamente durante cerca de trinta minutos no telefone para decidir o melhor modo de se dizer ao planeta que os anos de terror da Patrulha Vermelha haviam voltado e que, desta vez, não era apenas a força descomunal de um menino-macaco que terminaria tudo.

Obviamente, Videl não pudera se fazer presente na redação. Estava cansada, cheia de arranhões e alguns hematomas espalhados pelo corpo. Todas as pessoas estavam na mesma situação.

Gohan e Bulma se entreolharam. Precisavam de um plano. E, enquanto os exércitos da Patrulha tomavam cidade após cidade, capital após capital, nenhum plano plausível vinha às mentes brilhantes das pessoas mais inteligentes da Terra.

–- Terminamos de desmontar o robô.

Bra e Trunks acabaram fazendo uma das máquinas de refém. Desmontaram o equipamento para tentar descobrir coisas sobre ele.

–- E então? -- perguntaram, em uníssono, todos os presentes. Menos Vegeta. Ele era muito principesco para isso.

–- A comunicação é remota. Temos nossas dúvidas, mas apostamos que por internet sem-fio configurada em um servidor interno.

Um plano começava a se moldar na mente brilhante da mulher mais brilhante que a Terra concebera. Direcionou seu olhar à Videl, que devolveu-lhe um olhar cansado.

–- Você que é jornalista... Sabe me dizer quais programas atualmente são populares?

Videl ficara meio desconcertada com a pergunta. Aquela não era hora para falar de televisão. Recusou-se a responder. Bulma insistiu. Ficaram nesse jogo infantil até Bulma vencer por cansaço.

–- Não tenho certeza, acho que as novelas.

Não, novela não daria certo. Precisava de algo mais... Interativo para o que tinha em mente. Perguntara se não havia outra coisa que causasse comoção nacional e que porventura tivesse um sistema de votação envolvido.

–- Reality shows... Embora a emissora onde Sharpie trabalha não permita esse tipo de programa, eles são bem populares nas concorrentes.

Reality shows eram muito caros. Precisava ser outra coisa.

Videl pareceu lembrar de alguma outra coisa, dando um pequeno saltinho no sofá onde estava sentada.

–- Concursos de calouros e talentos também são bem populares, e as pessoas normalmente votam em quem querem que vá para as finais. Existe um corpo de juízes, mas sempre um candidato ou dois acabam sendo escolhidos por voto popular.

BINGO! Era aquilo. Exatamente aquilo o que precisavam.

–- Explicarei de forma clara e apenas uma vez. Se quisermos vencer esses robôs teremos de desligá-los...

–- Isso... Isso é covardia!!! -- exclamara Vegeta do canto recluso da sala em que estava.

–- Na verdade, não -- interviu Gohan -- Matematicamente, perderíamos fácil.

Vegeta estava começando a se indignar. Então era isso? Optariam pela solução mais fácil? Aquele filho de Kakkaroto era realmente um covarde... E pensar que era -- em potencial -- a criatura mais poderosa do Universo!!! Não parecia correr sangue saiyajin em suas veias. Vegeta começou a se alterar de forma imprevisível; Goku já estava em posição de alerta ao sentir o aumento absurdo do ki do companheiro. Alertou-se ainda mais quando sentiu, ainda que fraco, o ki de seu filho aumentar.

–- Mas que vergonha. -- interjeitou o príncipe dos saiyajins -- E pensar que este covarde tem sangue da minha raça... Sua falta de orgulho me deprime.

O tom de desprezo e escárnio e nojinho de Vegeta irritou Gohan em um ponto que não era visto há muito tempo. Então era vergonhoso se preocupar com a segurança dos milhares de habitantes da Terra ao invés de se preocupar com uma coisa tão mesquinha quanto orgulho?

–- Se você quer morrer -- disse Gohan -- ENTÃO, ÓTIMO! QUE MORRA EM NOME DA PORCARIA DO TEU ORGULHO! –- continuou, abrindo seus braços em um floreio, e olhando diretamente nos olhos de Vegeta, em uma espécie de desafio -- Se você acha que sair por aí se matando e deixando os outros morrerem para ter glória (coisa que você não vai ter porque, adivinha só, você vai morrer!) é algo válido, O PROBLEMA É TODO SEU! Eu me importo com coisas mais importantes -- a redundância, aqui, era necessária e perdoável, já que Gohan estava com uma aura de combate poderosa o suficiente para nublar sua precisão gramatical --, como, por exemplo, a segurança da minha família, dos meus amigos e de todos os habitantes desse planeta!

Os dois se encaravam e, aparentemente, iniciariam uma luta ali mesmo.

–- Está me desafiando, criança? -- Se Vegeta queria irritar Gohan ainda mais, havia conseguido -- Sabe que sou mais forte que você e poderia te desmembrar dez vezes se quisesse.

–- Tenho consciência disso -- Gohan disse, alterado. Seus punhos estavam cerrados de maneira perigosa; as articulações dos dedos ficando brancas. -- Mas isto é apenas um fato. Fatos, nós aceitamos e aprendemos a lidar com eles. Fatos não me amedrontam. Assim como você.

ChiChi cansou-se da palhaçada em sua sala de estar e se interpôs entre os dois homens

–- OCÊS HÃO DE PARAR E VAI SER É AGORA!!! Oceis qué brigá, ótimo, briga lá fora. Mas não dentro dessa casa! Anda, Bulma, diz logo qual teu plano.

Os homens pararam, e voltaram cada um a seu canto. Gohan, por respeito a sua mãe. Vegeta, por saber que se encostasse em um fio de cabelo daquela terráquea descontrolada teria de lidar com a fúria de Goku, e ele realmente não estava com muita vontade de combater um Goku furioso naquela noite.

(A verdade é que tudo o que ele queria era trepar com a Bulma em paz, mas sabia que esse seu plano estava indo pro buraco... Sem trocadilhos)


Bulma suspirou, e resolveu continuar:

–- E para desligá-los, temos de desligar a internet. Para desligar a internet, precisamos cortar o serviço telefônico no mundo. E para que não pareça uma pane causada por agentes externos, precisamos de algo que nos dê cobertura.

–- O show de calouros... -- murmurou Dinner, mas todo mundo ali ouvira seu murmúrio.

–- Exatamente. Por todos estarem ligando para o programa, a impressão que se vai ter é que as linhas ficaram sobrecarregadas e que isso causou a queda do sistema. Antes que me perguntem sobre a internet... De certa forma, número excessivo de ligações pode causar instabilidade nas conexões. Ainda que sejam de fibra ótica(3) -- Virou-se para Dinner.

Dinner não gostara da atenção.

–- Fiquei sabendo que você canta. -- disse Bulma num tom casual. Dinner confirmou, meio amedrontada. -- Ótimo. Será nossa candidata.

“MAS OI?!”

–- Gohan, você ainda tem contato com aquela sua amiga musicista?

Se ele tinha? Ela fazia questão de lembrar que era sua súdita todos os dias de sua vida.

Apenas para esclarecer, essa amiga em questão vivia no reino de Gyumaoh antes de se mudar para a “cidade grande”. Desde que descobrira que estudava no mesmo colégio de seu príncipe, não largara de seu pé. No bom sentido, claro, porque Gohan não a interessava nem um pouco quando o assunto era romance.

–- Ela será uma das juradas. Ajudará você -- e assim apontou para Dinner, que se assustou ainda mais -- a chegar às finais.

–- Eles aprovaram!!! -- gritou Videl, que aproveitara o momento de tensão vivido há pouco para fazer algumas ligações. -- Sharpner acabou de avisar que seus superiories aprovaram um programa de calouros!!! Acabei por dizer que a Corporação Cápsula seria a patrocinadora... Fiz mal?

Bulma sorriu. As coisas pareciam estar dando certo.

–- Ótimo, temos um plano.

Vegeta bufou. Aquilo não era nem um pouco do seu agrado.

Entretanto, Gohan tinha razão. Seu orgulho não era nada importante perto da segurança daqueles que estimava... Não que contaria que concordava com o filho de seu maior rival.

É, o pivete tinha crescido um pouco desde o dia em que o conhecera.

*~*~*~*



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como o novo sistema de edição de textos não comporta mais as notinhas que eu fazia, terei de fazer essa porcaria de glossário no fim do texto.

Aqui deixo registrado que simplesmente odiei esse novo sistema de edição de texto.

Sério.

É horrível.

(1) Kata: Movimentos básicos de determinada arte marcial; normalmente são os movimentos que caracterizam o estilo.
(2) Chesnut: tem-se por convenção que esse é o sobrenome do Kuririn. Se é verdade ou não, eu não sei. Mas resolvi adotar aqui :)
(3): isso é uma mentira das grandes. Sério. Mas vamos fingir que no mundo de DragonBall a internet é pior que no Brasil, sim ^_^x



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Patrulha Vermelha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.