Durante meu dia na escola conheci mais professores e procurava um jeito de falar com Carter, não sabia se ela já queria falar comigo, mas eu achei um jeito , quando acabou o tempo da aula de inglês todos os alunos da minha sala tiveram que pegar o livro da próxima aula no armário , que era matemática (eu já tinha recebido o horário), o meu armário era o número 24 e o de Carter era 22, eles eram um do lado do outro, foi mais fácil.

- Carter eu percebi que você estava lendo um livro sobre mitologia, eu simplesmente adoro mitologia.

- Qual mitologia?

- Todas elas, a grega, a romana, a egípcia, a viking e todas que tiverem.

Eu aposto que ela estava pensando o mesmo que eu, nós tínhamos alguma coisa em comum, isso não é comum. Eu adorava mitologia, principalmente a grega. Agora eu tinha mais um jeito para me aproximar dela.

- Qual é o seu estilo de mitologia favorito?

- Bom, eu sempre tive uma queda por mitologia grega.

- Eu também!

- Nossa, eu nunca pensei que nós fossemos ter tanta coisa em comum. -diz Carter.

- Eu também nunca pensei.

- Temos que subir logo Crystal vai chegar a qualquer momento.

Enquanto subíamos passamos por uma parte do colégio que nunca tínhamos visto era um corredor que parecia sem fundo de tão longo que era, eu quis ir para sala de aula, mas ela insistiu para que seguíssemos em frente para ver o que tinha lá, enquanto andávamos, vimos uma luz dourada saindo de uma sala do fundo do corredor eu fiquei assustada e não pude ficar parada.

- Carter, vamos voltar para a sala, isso está ficando esquisito.

- Tem razão Miranda, melhor irmos, não sabemos o que nos aguarda.

Nesse momento, o sinal que avisava que o tempo de entrar na sala acabou, tocou, não tínhamos o que fazer, iria ter que ficar do lado de fora, sem a mínima chance de entrar na sala de aula.

- Agora que o sinal bateu nós podemos prosseguir.

- Não! Ficou louca? Se o sinal bateu é para ficarmos na secretaria esperando o tempo dessa aula acabar.

- Ninguém vai nos achar aqui, estamos em horário de aula, todos os professores estão dando aula.

Nesse momento percebi que não conseguiria convencer Carter a voltar, ela queria mesmo saber o que tinha naquela sala, quanto mais chegávamos perto da sala, minha luva da sorte apertava minha mão. Quando finalmente pudemos ver o que tinha naquela sala minha nuca eriçou, um pressentimento ruim passou pelo meu corpo, então eu agarrei o braço de Carter entes que ela pudesse espiar.

- O que está fazendo? Eu estava quase vendo o que está lá dentro.

- Esse é o problema, eu tive um pressentimento ruim, vamos voltar agora.

- Miranda, o que está atrás de você?

- Não tem nada atrás de mim.

Estava achando estranha a ação repentina de Carter, mas quando me virei vi a nossa professora de inglês, Senhora Bruque, com asas de morcegos e mais magra que o normal, nesse momento, por puro reflexo eu apertei a minha luva e uma adaga apareceu em minhas mãos.

- O que está acontecendo? -perguntou Carter-.

- Eu também não sei!

Quando pude olhar para Carter o bracelete que ela tinha não estava mais no braço dela, em suas mãos estava uma faca de bronze celestial, do mesmo material que a minha, eu não tinha certeza de como eu sabia que era de bronze, mas eu sabia.

Nesse momento eu corri em direção ao mostro que minha professora se transformara e tentei acertá-la com minha adaga, o único problema foi que ela desviou-se do golpe e me acertou por trás, me fazendo bater contra parede.

- Miranda levante! -gritou Carter para mim.

- Estou tentando, acho que torci o pé!

Carter tinha uma grande habilidade com lutas, mas pude ver que não daria conta daquela situação sozinha, então ignorei meu pé machucado e me juntei a ela pra acabar de uma vez com aquela situação.

- O que vamos fazer?

- Não sei, somos duas adolescentes lutando contra um mostro com asas!

- Veja ela tirou um chicote não seu de onde!

- Isso tinha que acontecer para melhorar o meu dia! – digo num tom sarcástico-.

- Vamos precisar de um plano Miranda!

- Eu já sei, vamos cercá-la, fique na frente dela que eu vou por trás e quando eu gritar, nós duas investimos um golpe contra ela, OK?

- OK!

Carter seguiu o plano como combinado, assim que eu fiquei atrás do mostro eu gritei e nós duas corremos em direção a ele e enfiamos nossas armas em seu tórax e logo em seguida ele se dissolveu em cinzas deixando eu e Carter em um corredor escuro de nosso colégio.

- Vai ser assim de agora em diante? –pergunta Carter-.

- Não sei, será que vão dar falta dela?

- Espero que não, se não estamos encrencadas.

- Ninguém precisa saber que foi a gente. –digo-.

- Bom vamos ir para a secretaria esperar o tempo de essa aula acabar, porque eu nunca mais vou ficar vagando pelo colégio quando eu me atrasar.

- Agora você diz isso?Depois de quase sermos trucidadas!

- Acho que sim.

- Só espero não ter uma nova vida assim.

Então logo depois de o tempo acabar entramos na sala, a professora Crystal ainda estava na sala esperando os atrasados, assim que Rose me viu pareceu aliviada, eu e Carter entramos na sala enquanto todos nos encaravam, provavelmente notaram que estávamos em estado de choque.

- Onde vocês estavam? –perguntou Crystal-.

- Nós estávamos na secretaria esperando com outros alunos. –menti-.

- Vou fingir que acredito, entrem na sala e esperem outra professora, por falar em outra professora, vocês viram a professora Bruque?

- Não, como eu já disse nos estávamos esperando na secretaria.

Eu e Carter entramos e sentamos nos nossos lugares, mas ainda estávamos preocupadas se ia acontecer mais algo nesse dia maluco. Estava sentindo que Crystal também não era uma professora comum.