Educação À Moda Antiga escrita por Sarinha Myuki


Capítulo 6
Capítulo VII - Percebendo Certas Coisas




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POV Jacob

Eu vi a maneira como Edward olhava para a minha Nessie, em outra época eu teria me transformado e pulado em cima dele para defendê-la. Mas dessa vez não, dessa vez eu estava rezando para que ele fizesse alguma coisa – ou eu mesmo faria.

Agarrei-a pelo braço e fui puxando-a para o carro de Esme que, assim como Bella, tinha o rosto inchado de tanto chorar. A diabinha, por sua vez, não resistiu, não brigou comigo, apenas me acompanhou de cabeça baixa.

Bella e Esme entraram no carro nitidamente cansadas, Bella fez menção de dizer algo, mas se conteve, não sei se pelo cansaço ou por pensar que Edward se encarregaria. Esme estava preocupada, tão preocupada quanto como ficava nas vezes de Carlisle ficava nervoso com qualquer um dos filhos.

Eu, por minha vez, estava tão aliviado de ver a monstrinha bem, queria abraça-la e dizer o quanto eu a amava. Ao mesmo tempo queria esganá-la por tudo que tinha me deito passar, por todo o medo e sofrimento de achar que a tinha perdido.

Chegamos a casa deles e Bella disse:

- Você ouviu seu pai, espere ele no seu quarto. Jacob, por favor...

E saiu andando sem olhar para trás, ela estava em frangalhos, eu conhecia Bella melhor que ninguém. Ela não tinha mais forças, por isso apenas disse meu nome num pedido mudo, como já havia feito antes, quando estava grávida de Nessie.

A monstrinha me olhou com aqueles olhos de quem procura o parceiro, há quanto tempo eu não via aquele olhar... Eu então a abracei enquanto ela chorava no meu ombro.

POV Carlisle

Quando já havíamos terminado o trabalho chegou o reforço. Meus filhos Emmet e Jasper nitidamente ávidos por uma boa briga, Esme e Bella com os semblantes cansados de tanto chorar e Jacob com um olhar indescritível e inconsolável.

imprimting pelo qual os quiletutes que se tornam lobos passam ainda é um mistério para mim, algo tão profundo, um amor tão verdadeiro e fiel. Nunca vou entender como são felizes privados do livre-arbítrio em tantas situações, como da obediência ao líder e no imprinting.

Esme e Bella correram para abraçar a assustada Nessie que, então, nos olhou. Eu e Edward estávamos tão decepcionados e nervosos que acredito que era nítido em nossa cara, porque na hora a menina ficou pálida e amedrontada.

Eu olhei para o meu filho e pensei: "Filho, eu quero conversar com você". Ele acenou para mim como quem concordava, ele sabia que eu estava chateado pelo que havia acontecido em sua casa quando Bella me chamou para ajudar, era nítido em sua cara o arrependimento e o reconhecimento de que eu estava certo.

Continuei pensando "antes de conversar com Nessie, vamos para a minha casa, muita coisa aqui não vai passar em branco".

Edward havia convivido o bastante comigo para saber que estava em apuros, mas ao invés de tentar se explicar ou retrucar, eu via sua cabeça completamente absorvida pela filha. Ele apenas acenou para mim com um olhar submisso e olhou para a filha.

Seu olhar era frio, era rígido e a condenava... Pela primeira vez em todos esses anos eu vi ele com uma atitude paterna e não daquele jeito tão despreocupado com a filha que me incomodava.

Eu assumo que hoje as coisas são diferentes da minha época, sei o quanto isso incomodava Edward que era tão adepto da psicologia moderna. Mas de uma coisa eu sei, sou de uma época em que os filhos respeitavam os pais, de uma época em que não significava não e que não se elevava a voz para alguém mais velho.

Lembro bem que já apanhei mais de uma vez por uma nota baixa, o que me fez ser tão diligente com os estudos e me permitiu ser, modéstia à parte, um dos melhores médicos dos meus tempos. Hoje os pais ao verem uma nota vermelha vão tirar satisfação com o professor como se ele fosse o culpado.

Não sei o que será dessa geração, mas eu sei o que será dos meus filhos. E, agora, era como se uma tonelada saísse das minhas costas, pois Edward enxergara que a filha estava seguindo pelo caminho errado e faria alguma coisa.

Eu o vi caminhar até a filha e falar com firmeza pela primeira vez.

- Renesmee, você vai para casa com sua mãe e sua avó, eu vou até lá ter uma conversa muito séria com você em breve. Tome um banho e não saia do seu quarto até eu chegar.

Ela começou a chorar na hora e procurou auxílio no pobre do Jacob, isso não amoleceu o pai. Como ela era manipuladora, tentava a todo o custo fazer o pai se sentir como vilão.

- Edward, não se preocupe, vou me certificar que dessa vez ela não vá a lugar nenhum antes de você chegar.

Jacob disse e logo tratou de levar aquele anjinho ruivo em direção ao carro.

O caminho para casa com Edward foi absolutamente silencioso, longe da filha eu sabia que ele estava era bisbilhotando meus pensamentos. Não fiz questão de esconder nada, eu estava revivendo o que aconteceu na casa dele...

- Bom, você sabe que como avô eu a amo mais que tudo no mundo. Assim como amo você e cada um de seus irmãos. Mas venho sendo expectador de cenas como essa que aconteceram hoje em todo o crescimento de Nessie e…

- Ah pai, não comece! Muito obrigado pela sua preocupação, mas eu e Bella sabemos muito bem como criar nossa filha (...) Não pedi sua opinião, a filha é minha e eu a educo como eu entendo ser melhor. Agora se me dá licença…

- Edward, não admito que fale assim comigo. Os papéis podem estar invertidos na sua casa, mas comigo as coisas continuam como sempre foram, mocinho.

Era muito fácil observar Edward lendo meus pensamentos, a feição dele mudava.

- Edward! Meu filho, acorde! Preste atenção! Sua filha de dezesseis anos ignorou sua proibição de ir a uma festa, saiu logo em seguida, bebeu e fumou e ainda se vestiu como uma prostituta. E pior, você só percebeu a tempo porque ela foi arrastada por Jacob para casa!

- Pai, não venha me...

- Não vou ficar aqui assistindo isso! RENESMEE CARLIE CULLEN, VOCÊ VAI AGORA PARA O SEU QUARTO!

- Pai!

- Edward você precisa subir lá e...

- Saia daqui!

- O que?

- Pai, o Senhor não tem direito de entrar na minha casa e dizer como eu devo educar a minhafilha. Muito menos de agarrá-la com dessa forma bruta e machucá-la. Se não sabe me respeitar, quero que saia daqui.

- Forma bruta? Essa menina está implorando por limites Edward! Você tem noção que se você ou qualquer um dos seus irmãos tivessem feito algo assim comigo que a reação jamais seria...

- Sim. VOCÊ TERIA ESPANCADO QUALQUER UM DE NÓS, MAS AQUI AS COISAS SÃO DIFERENTES!

- Prossiga Edward, pode continuar.

- Pai, eu não quero gritar com a minha filha, não quero que ela viva de castigo e, principalmente, não quero bater nela. Quero que ela entenda as coisas através de conversas.

- Entendo. Essas conversas estão adiantando muito, toda vez que venho aqui vejo móveis e objetos quebrados pela casa, gritos, palavrões e xingamentos saindo da boca da "princezinha". A Bella está cada dia mais desesperada e essa menina TOTALMENTE FORA DE CONTROLE!

- Você não pode me dizer o que fazer, essa casa é minha!

- Edward eu... Ok filho, se eu não sou bem-vindo aqui eu vou embora. Saiba que você pode me procurar quando voltar a si para pedir ajuda, afinal, eu serei sempre seu pai, mas lembre-se que isso não ficará em branco!

Era interessante pensar no que aconteceu e observar a cara de Edward com um misto interessante de arrependimento por ter gritado comigo e por ter deixado a filha ir tão longe.

- Edward, me espere no meu escritório OK?

Falei na porta de casa, o deixando com seus pensamentos.


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