Educação À Moda Antiga escrita por Sarinha Myuki


Capítulo 5
Capítulo V – Durma, Medo Meu




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Capítulo V – Durma, Medo Meu

POV Nessie

Onde estava toda a minha rebeldia? Minha coragem? Minha vontade de ser dona do meu próprio nariz? Acho que foi-se tudo embora com a chegada do meu medo. Tudo que eu queria... Tudo que eu mais queria naquela hora era o meu avô, minha avó, meus pais, meus tios.

Eu chorava baixo... Desejando poder voltar no tempo por um dia e nunca ter saído de casa.

Derik havia me levado para encontrar com os amigos dele, ele também fugiria de casa, mas disse que precisava pegar mais dinheiro. Eu mostrei para ele todo o dinheiro que eu tinha, ele arregalou os olhos e disse para lhe entregar aquilo.

Chegamos a um lugar em que se vendia drogas, aquilo era óbvio até para mim que nunca havia experimentado nada. Lá ele conversou com os amigos dele e mostrou o dinheiro que eu peguei na casa dos meus pais, tinha muito dinheiro, mais de dez mil dólares.

Eles se entreolharam, olharam para mim e então, sem mais nem menos, acertaram Derik na nuca com um pedaço de pau. Eu gritei, Derik caiu desfalecido e no mesmo momento eu saí correndo na minha velocidade de vampira sem rumo.

Foi fácil me desvencilhar deles. Eu voltei depois de alguns momentos para salvar Derik, que estava conversando com eles e rindo com aquele dinheiro todo na mão.

- Patricinha idiota...

- A menina é uma patricinha, mas é legal até... Pena que não deu tempo de traçar aquela gata – Disse Derik – Mas com essa grana toda em jogo, eu pego um monte bem melhor.

Eu cerrei os dentes e fechei os punhos, pensei em beber um por um daqueles humanos imundos. Pensei em matá-los como seres insignificantes que eram, mas não deu tempo de pensar muito, vi outros fazendo o trabalho por mim.

Vampiros nômades. Dois para ser mais exata, um senhor mais velho e um jovem com uma cara péssima. Ambos com os olhos de cor vermelho-sangue. Pela selvageria e forma como agiam ser escrúpulos em plena luz do dia pareciam recém-criados.

Pode parecer muita conhecidencia, mas por algum motivo que ninguém da minha família sabia explicar, havia uma onda de vampiros recém-criados atacando Forks e outras localidades vizinhas. Meu avô atribuía isso a algum vampiro idiota e dizia que logo os Volturi tomariam alguma medida.

Eu nunca vira nenhum recém-criado, mas ouvi muitas histórias que o tio Jasper e o vovô Carlisle contaram sobre eles. São sedentos a todo o momento, encrenqueiros, irritadiços e fortes, muito, muito fortes.

O senhor parou e cheirou o ar por um instante até que seus olhos se encontraram diretamente com os meus. Tentei correr o mais rápido que pude, mas fui pega pelo mais novo que me arrastou sem se preocupar com o fato de que estava me machucando.

- Olha só o que temos por aqui... - Disse o vampiro mais velho.

- Hum, ela tem um pouquinho de cheiro de comida! - Disse o mais novo que não tirava aquele nariz nojento de perto de mim.

- Me soltem! Meu avô e meu pai vão matar vocês!

Eu ouvi os dois discutindo, ao que parecia eles não mediam consequencias de suas ações. Mas ao lidarem com vampiros mediam, não queria confronto, apenas se alimentar em paz. Eu não sabia se me soltariam ou não.

Eu chorava sem parar, chorava pensando na minha mãe, no meu pai, nos meus avós, nos meus tios. Eu pensava em ter sido enganada pelo Derik e no quanto Jacob, que gostava tanto de mim, devia estar chateado comigo.

Até que eles disseram:

- Vamos te matar menininha, melhor não deixar mais ninguém saber que estamos na região. Podem decidir vir atrás de nós para não ter que dividir a comida!

O mais novo falou isso enquanto me levantou pelo pescoço, estava doendo muito e eu já não enxergava direito, foi quando ouvi um grito e fui lançada ao chão. Era meu pai, ele golpeou o vampiro que me segurava.

Meu avô acertou o vampiro mais velho e tentou conversar avisando que não queria briga, apenas ir embora comigo, mas os vampiros recém-criados não queria papo com minha família, queria apenas brigar.

Eu comecei a tremer, foi quando peguei o telefone que caiu do bolso do meu pai e liguei para a pessoa mais indicada para situações como essas.

TRIM

- Alô? Edward?

- Não tio, sou eu.

- NESSIE! ONDE VOCÊ ESTÁ GAROTA? VOCÊ ESTÁ BEM?

- Vocês precisam vir ajudar o vovô e o papai, eles estão lutando com vampiros recém-criados.

Eu disse chorando, eu já chorava quando liguei, mas ao ouvir a voz de desespero do meu tio eu comecei a chorar mais ainda.

- Onde vocês estão, Nessie?

- Eu não sei... É um lugar feio, tio.

Meu tio me mandou descrever tudo que eu via, absolutamente tudo. Mandou eu descrever cheiros também, me disse para não me preocupar que nos encontrariam. Eu tentei fazer o melhor que eu pude, descrever cada detalhe da rua, da paisagem, cada cheiro e cada detalhe que eu me lembrava do caminho até esse lugar.

Em pouquíssimo tempo apareceram meu tio Jasper com meu tio Emmet, assim como mamãe e a vovó Esme. Mas não havia mais perigo, meu pai e meu avô tinham acabado com os vampiros nômades.

Jacob apareceu atrás, me olhando de longe. Parecia que não queria chegar perto, seu rosto era duro e seu olhar desapontado. Mas, ao menos estava aliviado em me ver viva. Atrás dele vinha uma matilha de lobos.

Minha mãe e minha avó me abraçaram desesperadas e chorando quando viram que eu estava bem, meus tios me olhavam respirando aliviados e tudo parecia bem.

Tudo parecia bem até que encarei meu pai e meu avô. Eu nunca senti tanto medo na minha vida, pensei que fosse fazer xixi nas calças apenas com o olhar deles.

Eles se entreolharam por alguns instantes, tenho certeza que meu avô falava algo para o meu pai em pensamento, porque ele só acentia com a cabeça concordando com algo que não era dito. Eu nunca vi meu pai me olhar daquele jeito, tão frio, tão rígido... Tão parecido com o jeito que meu avô olhava ele ou os meus tios as vezes.

Meu pai caminhou até perto de mim e falou:

- Renesmee, você vai para casa com sua mãe e sua avó, eu vou até lá ter uma conversa muito séria com você em breve. Tome um banho e não saia do seu quarto até eu chegar.

Achei que não fosse possível mais chorar, mas acho que descobri o contrário. O tom de voz do meu pai nunca tinha sido tão seco, tão duro, tão... Eu estava morta de medo. Lancei um olhar de desespero para o meu fiel escudeiro, Jacob.

Mas o que consegui foi uma resposta de Jacob para o meu pai.

- Edward, não se preocupe, vou me certificar que dessa vez ela não vá a lugar nenhum antes de você chegar.

Eu estava ferrada. Eu estava definitivamente ferrada. Ele ia acabar com o meu traseiro. Seria a surra do século e eu não precisava ler mentes para saber disso...


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