Eu não Sou mais Criança! escrita por Tamy Black


Capítulo 19
Dor


Notas iniciais do capítulo

Oiin, sei que a Ness tá um porre, mas...



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Sem Ar – D’Black

NESSIE POV.

Depois que ele saiu do meu quarto daquela forma, eu desabei no chão do meu quarto chorando compulsivamente.

Eu pude ouvi-lo lá embaixo, e não demorou muito minhas tias subiram para falar comigo. Tia Rose me abraçou e me levantou do chão, colocando-me em minha cama. Tia Alice sentou-se ao meu lado na cama, passando as mãos em meus cabelos.

- Chore Nessie, isso vai te fazer melhor. – ela disse, sincera.

Eu não esbocei palavras, só se escutava os meus soluços. Eu chorava em silêncio não agüentava aquela dor em meu peito. Eu queria gritar!

Meus pés não tocam mais o chão.
Meus olhos não vêem a minha direção.

Da minha boca saem coisas sem sentido.
Você era o meu farol e hoje estou perdido

  

- Não ligue para o que aquele cachorro disse Nessie, você é livre independente do imprinting. – tia Rose dizia, ela nunca foi muito fã do Jake mesmo.

- Livre tia? – a olhei confusa.

- Você necessariamente não precisava ser dele, você tem opções Nessie. – ela disse me olhando.

- Não fale asneiras Rosalie! – repreendeu tia Alice. – Nessie, não a escute. – ele se virou para mim. – Você o ama, não é? – ela sorrira triste.

- Amo. – disse num murmúrio.

- Então, por que tudo isso? – ela me indagara.

- Ele não me ama, tia Alice. – falei séria.

- Ama Nessie, você que está colocando caraminholas em sua cabeça. – ela acariciara meu rosto.

O sofrimento vem à noite sem pudor
Somente o sono ameniza a minha dor
Mas e depois? E quando o dia clarear?
Quero viver do teu sorriso, teu olhar.

- Vamos deixar você sozinha, criança. – ela disse puxando tia Rose para fora do quarto.

Simplesmente enfiei minha cara no travesseiro e chorei. Como minhas lágrimas não acabavam? Eu soluçava alto e forte. De repente, escutei a porta ser batida lá embaixo. Corri para a minha janela e fiquei entre a cortina.

Pude ver Jacob dando uma última olhada na casa e subir em sua moto. Joguei-me em minha cama, chorando mais ainda.

Depois de uns minutos chorando, minha mãe entra no meu quarto.

- Nessie, pára de chorar! – ela disse sentando-se ao meu lado na cama e me abraçando.

- Como quer que eu pare? – perguntei em meio aos soluços e me aninhei em seu colo.

- Parando de ser tão cabeça dura e acreditando no Jake! – ela falou séria.

- De novo com isso, mãe? – a encarei.

- Falarei isso, até que você pare de ser idiota e reveja seu erro. – eu me afastei dela.

- MÃE! VOCÊ TEM QUE ME DAR APOIO E NÃO ME DEIXAR MAIS ACABADA! – gritei.

- Fala baixo Nessie, sou sua mãe! – ela me olhou severa – Renesmee Carlie Cullen! Eu mimei você demais! – ela disse séria.

- Mãe... – choraminguei.

- Ah... – ela suspirou – Tudo bem, a vida é sua mesmo, quem está fazendo a burrada é você. – eu voltei a abraçá-la.


Eu corro pro mar pra não lembrar você
E o vento me traz o que eu quero esquecer
Entre os soluços do meu choro eu tento te explicar
Nos teus braços é o meu lugar

Minha mãe ficou comigo até eu adormecer, não sei que horas era quando eu finalmente abri os olhos. Peguei meu celular e vi que já eram dez horas da noite e eu não tinha nada no estômago. Só tive tempo de correr para o banheiro e vomitar. Agora, vomitar o que? Se eu não tinha nada no estômago?

Desci para comer alguma coisa e não tinha um vampiro em casa. É legal saber que a sua família não está nem aí para você. Irônica? Nenhum pouquinho. Fui até a cozinha e fiz um sanduíche para beber com coca-cola. Comi tudo, estava faminta, mas não de sangue, de comida humana.

Contemplar as estrelas, minha solidão
Aperta forte o peito, é mais que uma emoção
Esqueci do meu orgulho pra você voltar
Permaneço sem amor, sem luz, sem ar.

Arrumei tudo e fui para o meu quarto. Sentei na minha poltrona lilás super fofa e fiquei pensativa. Será que ele me amava mesmo? Não. Não amava.

Lágrimas tentavam escapar dos meus olhos, mas as limpei antes que escorressem. Fui até o meu banheiro e lavei meu rosto. Olhei-me no espelho, eu estava pior que antes. Decidi que não choraria mais.

Perdi o jogo, e tive que te ver partir
E a minha alma, sem motivo pra existir
Já não suporto esse vazio quero me entregar
Ter você pra nunca mais nos separar.

De repente, eu senti meu estômago revirar, e só tive tempo de levantar a tampa do vaso e colocar todo o meu lanche para fora. Será que eu estava doente? Mas, eu não fico doente, não sou humana para isso.

Deitei-me na cama e fiquei pensando...

Você é o encaixe perfeito do meu coração
O teu sorriso é chama da minha paixão
Mas é fria a madrugada sem você aqui,
Só com você no pensamento.

Os dias foram se arrastando lentamente, eu estava completamente na fossa braba. As meninas: Alex, Ashley e Amanda, apareceram na minha casa e me chamaram pra sair. Eu não queria ir, mas minha mãe me obrigou. Todos eles iriam à casa do Jake, já que ele iria embora. É ele está cumprindo com o que me disse.

Fui ao shopping com as garotas, assisti a um filme qualquer e voltei para casa. Ultimamente eu estava tão enjoada e louca por comida humana, comi três hambúrgueres num piscar de olhos pra depois de cinco minutos colocá-los todos para fora. Eu devo estar com algum problema.

Estacionei o meu bebê vermelho na garagem da mansão Cullen e saí do carro. Não sei o que houve, mas eu senti uma vertigem, parecia que eu iria desmaiar a qualquer minuto.

Eu corro pro mar para não lembrar você
E o vento me traz o que eu quero esquecer
Entre os soluços do meu choro eu tento te explicar
Nos teus braços é o meu lugar

A vertigem foi embora do mesmo modo que veio. Entrei a minha casa e só estavam meus tios em casa, cumprimentei-os e subi para o meu quarto. Troquei de roupa, uma mais confortável: um short jeans curto, uma blusa regata rosa e um casaco branco, chinelas rasteiras.

Peguei meu notebook e o liguei, mas quando vi o papel de parede, senti meus olhos encherem de água. Era uma foto minha e dele, abraçados e sorrindo para a direção da máquina, foi tirada antes de eu saber de tudo, antes de brigarmos pela primeira vez, foi no dia da virada de ano.

Fechei o notebook com raiva e as lágrimas já caíam pela minha face.

Contemplar as estrelas, minha solidão
Aperta forte o peito, é mais que uma emoção
Esqueci do meu orgulho pra você voltar
Permaneço sem amor, sem luz.

Droga! Por que eu tinha que ser tão sentimental assim? Em questão de minutos, minha adentrava o meu quarto.

- Querida, não chore... – ela foi se aproximando de mim.

- Ah... Mãe! Faz isso passar, por favor! – a olhei suplicando e chorando.

- Se eu pudesse, querida, eu faria... – ela disse me olhando terna.

Eu chorei mais um pouco no colo de minha mãe e depois fui me acalmando.

Meu ar, meu chão é você
Mesmo quando fecho os olhos
Posso te ver.

- Filha, Jake está indo embora dentro de dois dias. – ela me disse acariciando meus cabelos. Não disse nada. – Só estou lhe avisando, eu e seu pai vamos deixá-lo no aeroporto.

Permaneci em silêncio, ficamos assim por longos minutos.

- Que horas é o vôo dele? – murmurei.

- É o vôo das duas da tarde. – ela disse – Durma um pouco, criança. – ela depositou um beijo em minha bochecha e saiu do quarto.

Eu corro pro mar para não lembrar você
E o vento me traz o que eu quero esquecer
Entre os soluços do meu choro eu tento te explicar
Nos teus braços é o meu lugar

Esses dois dias foram passando lentamente.

E chegou o dia em que Jacob partiria.

Acordei cedo, tomei um banho relaxante. Mas, eu estava nervosa e triste. Será que ele iria mesmo? Ouvi minha mãe ao telefone com ele, ela tentava inutilmente persuadi-lo a ficar. Jake estava decidido a partir.

Hoje eu estava mais que enjoada, estava me sentindo mal, morrendo de dor de cabeça e sentia náuseas, ainda não tinha vomitado. Pelo menos! Meus pais não desconfiavam de nada, isso era o bom, mas eu acho que não pude esconder de Alice, ela me olhava preocupada.

Eles todos saíram para o aeroporto ao meio-dia. Decidi ficar em casa, não iria.

Contemplar as estrelas, minha solidão
Aperta forte o peito, é mais que uma emoção
Esqueci do meu orgulho pra você voltar
Permaneço sem amor, sem luz, sem ar.

Fiquei deitada. Eu o amava e muito. Não podia deixá-lo ir, ou podia? Eu estava confusa. Precisava de Jacob Black na minha vida, precisava sim. A quem eu queria enganar? Eu o amava do mesmo jeito que minha mãe amava meu pai.

Levantei de supetão da cama e quase caí. Vesti uma calça jeans, uma blusa bege com um cardigan da mesma cor, calcei minhas sapatilhas, penteei o cabelo, peguei meu celular e as chaves do carro saí em disparada para o aeroporto, faltava dez minutos para o avião dele sair.

O trânsito hoje estava um inferno! E já ia dar duas horas! Estacionei de qualquer jeito e entrei correndo no aeroporto, avistei minha família, mas não o vi. Cheguei tarde demais.

- Mãe! – chamei ao chegar perto dela. – Cadê ele? – perguntei ainda olhando para todos os lados.

- Já foi, amor. – ela disse acariciando o meu rosto e meu pai veio me abraçar, pois eu já havia começado mais uma sessão de choro. – Ele pediu para que eu te entregasse isso. – ela estendeu um pequeno envelope branco com a escrita de Jake.

Sentei naquelas cadeirinhas de avião e abri o envelope, nele continha uma carta. Desdobrei o papel e comecei a ler...

Nessie,

Sei que você não quer me ver e tudo mais. Pediu-me para sair da sua vida e eu o fiz.

Só quero que saiba que independente de tudo, eu amo você, amo mesmo.

Pena que você não acredita... Infelizmente.

Estou indo para não voltar mais, não quero te ver sofrer por besteira e também não quero mais sofrer com isso. Eu esperei por você Nessie, mas agora não dá para esperar mais.

Iludi-me em vão, acreditando que algum dia na sua vida, você poderia vir a me amar... E todos os poucos momentos em que estivemos juntos foram mágicos para mim, ficarão eternamente nas minhas lembranças.

Eu continuarei amando você por toda a eternidade, mas você não acredita, sinto muito.

Adeus Nessie, só quero que você seja feliz.

JB.

Quando eu terminei de ler aquela carta, eu chorei mais que compulsivamente. Era tanta dor que dilacerava meu peito, partia meu coração em dois. Eu queria morrer, sem ele a minha vida não seria nada.

Eu saí correndo, sem esperar por ninguém da minha família. Ouvia-os gritarem meu nome, mas antes de eu chegar ao meu carro, tudo começou a ficar escuro e eu desmaiei.




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Notas finais do capítulo

CAPÍTULO REPOSTADO. (FEV/11)