The Bad Seed escrita por MissBaudelaire, Ananda Stark
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem!
Assim que a vizinha saiu Santana fechou a porta e respirou fundo. Sua cabeça rodava e sentiu sua visão escurecendo, aquilo não podia estar acontecendo com ela. Não agora com Britt longe. Não agora que começava a se sentir tão vulnerável. Sentou-se na sala de jantar e durante alguns minutos apenas encarou o nada, tentando encaixar as peças do quebra-cabeça. Foi a voz de Hope que a despertou de seus pensamentos.
- Mamãe, queria falar comigo?
E ali estava ela: impecavelmente vestida em um vestido azul claro e os cabelos bem arrumados em suas duas trancinhas. A expressão de Santana não era nada boa - era a expressão que tanto intimidava homens e mulheres nas salas de interrogatórios da homicídios - e sem dizer nenhuma palavra, colocou a medalha na mesa. O baque surdo ecoou pela sala.
- Então a medalha estava com você o tempo todo? A medalha de Cole Hummel.
- Onde encontrou isso?
Mãe e filha se encaravam. E em momento algum Hope sucumbiu ao olhar mortal da mãe. Seus olhos azuis brilhavam, e Santana percebeu, não de medo, mas sim perplexidade e algo mais... Algo como indignação pela descoberta da mãe, ou talvez raiva. A latina afastou esse pensamento.
- Como a medalha de caligrafia de Cole Hummel foi parar na sua caixinha de tesouros? Quero a verdade desta vez Hope!
A menina sorriu docemente, sorri como Britt sorria quando queria acalmar a esposa de gênio forte. Porém, seu sorriso não chegou a seus olhos que ainda continham aquele brilho tão estranho. Hope sentou-se em frente a mãe, ainda sorrindo.
- Quando nos mudarmos para a casa nova, teremos uma árvore no quintal? Podemos ter uma mamãe? Eu gosto tanto, faz muita sombra e é bonita! E...
- Responda a minha pergunta Hope! – a latina disse secamente – E lembre-se que eu sei mais sobre o que aconteceu naquele piquenique do que você pode imaginar. E aquela medalha não foi parar entre as suas coisas sozinha!
- Não sei como a medalha foi parar lá – Pela primeira vez o tom da latina pareceu amedrontar a pequena loira que se encolheu em sua cadeira.
- Você sabe muito bem como a medalha foi parar lá. Alguma você foi ao píer? Antes ou depois de importunar Cole?
- Eu não estava importunando Cole! É mentira! De onde você tirou isso?
- Porque você foi ao píer? – Santana usava toda sua experiência em interrogatórios, e sabia que a filha estava tentando fugir da pergunta principal.
- Era bem cedo quando fomos lá a primeira vez mamãe...
- Você sabia que era proibido, sua mãe e eu a advertimos sobre não ir ao píer! Então, porque ainda assim foi até lá?
- Um dos meninos mais velhos disse que havia ostras crescendo lá, eu só queria ver – a menina declarou feliz e começou a bater os pés sob a mesa.
- Pare! Um dos monitores disse ter visto você saindo do píer pouco antes da hora do almoço, a hora em que deram falta do Cole.
- Ele está mentindo mamãe, está mentindo! Mentindo! Ele me mandou sair de lá e eu saí, foi apenas isso! E eu vi Cole, mas não estava importunando ele.
- O que você disse a ele?
- Eu sei, que apesar de não ter ganho a medalha de caligrafia, ficava feliz que ele tivesse ganhado – a menina sorria sonhadoramente.
- Oh Hope, por favor! Sei que é uma boa mentirosa, mas eu quero a verdade! – Santana se levantou e andou ameaçadoramente até a filha do outro lado da mesa – Eu preciso da verdade!
- Mas é verdade, cada palavra!
- Me disseram que viram você tentando arrancar a medalha que estava presa na camisa do Cole. É verdade? Cada palavra?
- Quem disse isso foi uma das monitoras? Aposto que aquela Mary-não-sei-o-que! Ela disse isso a todo mundo, mas não é verdade. Cole e eu estávamos apenas brincando, ele disse que se eu conseguisse pegá-lo em dez minutos e tocasse a medalha com a mão seria como pega-pega e ele me deixaria usa-la por uma hora. Como ela pode dizer que tentei pegar a medalha? Eu não peguei.
- Ela disse que viu você correndo atrás do Cole e que ele correu até o píer. Você já estava com a medalha?
- Não mamãe, ainda não – Hope se levantou e abraçou a mãe pela cintura. Santana segurou-a pelos braços e a afastou de si.
- Como você a conseguiu?
- Foi depois. Cole voltou atrás com a sua palavra, então fui atrás dele no píer e ele disse que eu poderia usar a medalha o dia todo, desde que desse 1 dólar a ele. Fiz isso.
Hope sentou-se novamente e encarou a mãe e sorriu com seu jeito meigo. Santana sabia que havia mais ali, algo que não se encaixava totalmente.
- É a verdade Hope?
- Sim, mamãe.
- Então porque não contou isso a Sra. Fern?
Hope então se levantou e jogou-se nos braços da mãe com lágrimas nos olhos.
- Sra. Fern não gosta de mim mamãe, ela não gosta de mim nem um pouquinho – sua voz era chorosa – Fiquei com tanto medo de que ela dissesse coisas ruins sobre mim, fiquei com medo que você e mamãe B. me culpassem por tudo e não me amariam mais!
Ela tocou bem na ferida.
- Querida, mamãe e eu jamais deixaremos de amá-la – Santana abraçava Hope como se suas vidas dependessem disso – Mas você agiu de forma errada, não deveria ter mentido desse jeito!
- Eu sei.
- Você sabe o quanto os Hummel queriam essa medalha de volta? Deveria ter devolvido a eles. Eles perderam seu filhinho, estão tristes e talvez nunca superem a perda.
Hope beijou a mão de Santana e apertou ainda mais os braços ao redor da mãe.
- Eu tenho a mãe mais linda e a mais legal do mundo! – ela sorriu – Digo isso a todo mundo, sabia? Amo você mais do que tudo, mais até do que a mamãe B, eu prefiro você! Você é a mÃe mais perfeita do mundo.
Mais uma vez Santana se soltou da filha, estava no mínimo horrorizada.
- O que está falando Hope?
- E é uma bobeira querer enterrar a medalha com o Cole. Ele já está morto mesmo – ela deu de ombros – E se eles quiserem outro filhinho é só buscar um em orfanato.
- Já chega! Não quero mais que fale assim!
- Ótimo.
Hope saiu correndo e subiu as escadas. Santana respirou fundo, nunca na vida havia encostado a mão naquela menina. Nunca havia lhe dado sequer um tapinha para lhe corrigir se fosse necessário, Britt era contra isso, mesmo que sua abuela pensasse o contrário, mas se Hope não parasse de falar aquelas coisas... Deus sabe que Santana estava perdendo as estribeiras.
- Hope! Não terminamos aqui – correu até o quarto da filha encontrando-a sentada em sua poltrona rosa com um olhar enfurecido no rosto – Não quer mesmo que continue falando essas coisas! Vai ganhar bem mais que um castigo se continuar assim.
- Tudo bem.
- Não fale assim comig... – Seu olhar de repente caiu sobre um pequeno globo de vidro - onde um peixinho de plástico flutuava pacificamente – que se encontrava depositado sobre a cômoda – Hope, quando morávamos em New York havia uma senhora, Clara Post, que morava no andar de cima e você andava com ela de cima para baixo o tempo todo. Ela te adorava.
- Sim – respondeu ainda sem desviar seu olhar da parede.
- Todos os dias você ia visita-la depois da aula e ela te mostrava suas preciosidades e a sua preferida era um globo de vidro com um peixinho dentro, e a senhora Post prometeu lhe deixar de presente quando morresse. Uma tarde, quando a filha dela saiu para fazer compras vocês ficaram sozinhas ela caiu da escada e quebrou o pescoço. Você disse que ela ouviu o gato miar e ao chegar na escada ela pisou em falso e caiu.
- Verdade.
- Mais tarde você foi até lá e pediu o globo de vidro para a filha dela que entregou-o a você e ele está ali na sua cômoda até hoje.
- Sim, mamãe - Hope até agora não dignara sequer um olhar para a mãe, continuava encarando a parede friamente.
- Você teve alguma coisa a ver com isso? Mesmo que insignificantemente, como teve com o afogamento de Cole Hummel?
- O que te faz pensar isso de mim, mamãe? – Hope finalmente se levantou e parecia transtornada.
- Olhe nos meus olhos Hope e me diga a verdade!
- Eu não tive nada haver com isso!
- Você não voltará a escola da Sra. Fern ano que vem, não te querem lá por causa do que aconteceu – Santana esperava realmente que a notícia deixasse a filha transtornada a ponto de falar algo que escondia.
- Tudo bem! – respondeu a menina de forma petulante.
- Vou ligar para a Sra. Fern, assim ela poderá voltar aqui e conversaremos nós três – A latina viu com satisfação que pela primeira vez havia conseguido um olhar amedrontado da menina.
- Não, mamãe! Ela vai pensar que menti pra ela.
- Você mentiu! – Santana pegou o celular e discou o número da escola. O tom de chamada ecoou várias vezes, mas ninguém atendeu – Ninguém atende.
- Mamãe?
- O que é Hope? – Santana respirou fundo, tentando ganhar algum controle.
- O que vai fazer com a medalha? Ela é minha, de verdade.
A mulher mais velha sentou-se na cama, parecia cansada.
- Isso não pode ser verdade Hope.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Então, quem aí ainda acha a Hope um anjinho inocente?
Dá até vontade de rir!
Galera, logo logo a Quinn vai fazer uma aparição e quem sabe a Rach? O que acham?
To pensando em começar uma fanfic Karley? Sei la pq mas shippo MUITO as duas juntas.
beijinhos beijinhos!