The Bad Seed escrita por MissBaudelaire, Ananda Stark


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos os comentários, eles fazem uma autora babaca feliz.
E aqui está, mais um capítulo. Façam suas apostas!



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- Santana atende! Porque não atende o telefone? –
Brittany andava de um lado para o outro com o celular nas mãos tentando falar
com a esposa, sua secretária saíra para buscar com um copo com água e açúcar
para que tentasse se acalmar, quando já estava praticamente desistindo Santana
atendeu o telefone – Graças a Deus!



- Britt? Fique calma, respire fundo.



- San... Hope, eu não sei... Não disseram o nome no rádio,
mas alguém se afogou e...



- Não foi Hope, se acalme Britt. Estou voltando ao
departamento agora, ainda não me disseram o nome da criança, mas não foi Hope.
Ela é muito autoconfiante, nós dissemos que ficasse longe do lado e ela sempre
faz o que dizemos a ela, deve ter sido algum garoto assustado.



- San... Ela é nosso bebê – Brittany já não conseguia
segurar as lágrimas.



- Eu sei Britt, mas está tudo bem. Escute, vou entrar no
departamento agora e nem que eu tenha que ferir alguém gravemente eu vou
descobrir quem foi e te ligo imediatamente ok? Me dê cinco minutos amor, não
saia de onde está. Eu te amo.



- Eu te amo – a voz de Brittany não saiu mais do que um sussurro.



Os cinco minutos que Santana havia lhe pedido pareciam mais
uma eternidade, kate – sua secretária – trouxera-lhe a água com açúcar e
deixara-a sozinha. Respirava fundo e tentava se acalmar conforme a esposa havia
pedido, mas era tão difícil imaginar que sua garotinha podia estar... Seu
celular tocou arrancando-lhe de seus pensamentos.



- San!



- Britt me escuta, o garoto que se afogou foi Cole Hummel, o
filho do Kurt e do Blaine. As outras crianças estão bem, vão manda-las para
casa no ônibus da escola então vá para casa e espere pela Hope sim?



Brittany sentiu como se ela própria saísse de um afogamento,
de repente o ar entrou em seus pulmões com alívio, não havia sequer percebido
que tinha prendido a respiração. Sua garotinha estava bem, sim uma tragédia
ocorrera, mas sua garotinha, sua Hope estava bem.



- Britt?



- Desculpe San, eu vou pra casa esperar por ela. Graças a
Deus nosso bebê está bem - E então uma ideia que ainda não lhe ocorrera veio à
sua cabeça - O que eu vou dizer a ela? Hope só tem oito anos, me lembro de não
entender muito sobre a morte nessa idade, por favor, vem pra casa San.



- Amor, isso aqui tá uma loucura, logo Kurt e Blaine vão
chegar aqui para reconhecer o corpo e vai ser um momento difícil, como
estudamos juntos eu acho que seria bom se eu estivesse aqui, não é minha área,
mas...



- Tudo bem, eu entendo San, eu iria se pudesse. Eu vou falar
com ela, ver como ela está se sentindo.



- Britt, eu preciso ir.



- Ok, eu amo você.



- Te amo Britt-Britt.



Brittany precisou de apenas alguns minutos para arrumar suas
coisas, disse para Kate que os professores deveriam manter os horários do dia e
que ligasse para os pais das crianças avisando que suas aulas haviam sido
canceladas. Durante todo o caminho para casa segurou as lágrimas que teimavam
em vir, não apenas de alívio por Hope estar bem, mas também de pesar pelo
filhos de seus antigos colegas de escola.



Cole tinha a mesma idade que Hope, e ela se lembrava
exatamente da dificuldade que fora para que o casal homossexual adotasse uma
criança. Tudo o que eles passaram, para terminar assim era horrível. Como uma
brincadeira de mau gosto. Assim que estacionou o carro, Hope desceu do ônibus
com seu vestido vermelho sem uma mancha ou amassado sequer.



- Hope! Querida! – Abraçou a filha com força e manteve-a
junto ao seu corpo enquanto se encaminhavam para o interior da casa.



- Mamãe, não tivemos nosso almoço porque Cole Hummel se
afogou.



- Eu sei, fiquei sabendo querida – Sentou-se no sofá e puxou
filha para si.



- Ele se afogou, e então todos estavam correndo e gritando
para tentar ressuscitá-lo, mas não conseguiram. Então encerraram o piquenique e
nos mandaram para casa.



- Estou feliz que tenha voltado...- Tentou abraçar a filha,
mas esta se levantou no mesmo momento.



- Então me prepara um sanduíche e um copo de leite, sim?



Ignorando a filha, Brittany continuou.



- Hope, você chegou a vê-lo?



- Sim, é claro! Colocaram um cobertor sobre ele e...



- Não, você o viu sendo retirado da água?



- Sim, deitaram ele na grama e tudo mais, mas não adiantou.



- Meu bem... – ela acariciou o rosto da filha – Quero que
tente apagar essas imagens da sua cabeça. Não quero você assustada ou
preocupada com isso. Essas coisas acontecem às vezes...



- Oh! Mas eu achei tudo empolgante! – novamente Hope se
livrou dos braços maternos – E meu sanduíche de manteiga de amendoim?



- É claro querida, espere um minuto.



Lentamente Brittany caminhou para a cozinha, não esperava
aquela reação da filha. Esperava que ela chorasse, gritasse, ficasse com medo
ou mesmo que simplesmente confusa, mas não esperava aquela frieza. E isso a
incomodava.



Balançou a cabeça afastando tal pensando, Hope era uma boa
menina, não havia motivos para se preocupar, devia ser apenas o choque do
momento, e ela, Brittany, estava apenas imaginando coisas e se sua esposa
estivesse ali concordaria com ela. Quando voltou à sala, Hope estava segurando  seus patins novos.



- Pensei em ir patinar – disse simplesmente enquanto a mãe
lhe entregava um prato com o sanduíche e o copo de leite que pedira.



- Agora querida, sei que está reagindo muito bem a tudo
isso, mas ainda assim é algo horrível de se ver e lembrar. Entendo como se
sente querida.



- Não entendo do que está falando mamãe, não me sinto nem um
pouco diferente.



O silêncio reinou entre as duas, os dois pares de olhos azuis
encaravam-se mutuamente e em nenhum momento Hope desviou os olhos de sua mãe.
Brittany realmente não conseguia entender como a filha conseguia agir daquela
maneira após a morte de um coleguinha da escola. Como se tivesse visto algo no
olhar na mãe, Hope pulou em seus braços beijando as faces da loira mais velha.



- O que você me dá em troca de um monte de beijos? –
perguntou sorrindo.



- Eu te dou um monte de abraços!



- Mamãe eu quero terminar meu sanduíche enquanto patino, eu
posso?



- Claro, vá logo.



Brittany observou a filha sair de casa levando consigo os
patins; era melhor assim. Hope era cheia de vida, alegre e se não se mostrava
abalada era porque havia compreendido, e aceitado, tudo muito bem.



Hope sentou-se nos degraus da escada enquanto calçava os
patins, colocou o resto do sanduíche na boca e esforçou-se para engoli-lo.



- Olá senhorita insolência.



Era LeRoy, o jardineiro. Viera da parte de trás para casa
trazendo os sacos de lixo e observava Hope com extrema atenção. Ela não era
boba, sabia muito bem o que ele pensava dela e das mães dela, e achava também
que ele já desconfiava de algo. Tudo fazia parte da troca de farpas diárias
entre os dois.



- Na minha época não havia piqueniques e essas coisas nas
escolas.



- Não interessa o que você não tinha, isso não é problema
meu – respondeu imediatamente enquanto levantava o nariz.



- Como você consegue patinar e se divertir enquanto seu
amiguinho ainda está úmido do afogamento? – perguntou LeRoy enquanto Hope se
colocava de pé – Pra mim você deveria estar em casa chorando sem parar. Parece
que você nem sente pena pelo que aconteceu com aquele garotinho!



- E porque eu deveria sentir? – ela devolveu- Foi Cole
Hummel quem se afogou e não eu.


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Notas finais do capítulo

Então gente, é isso aí. Comentem e digam o que vocês acham, isso é muito importante para a história.
XOXO até a proxima!