The Bad Seed escrita por MissBaudelaire, Ananda Stark


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

História dedicada à Alanna que a leu primeiro, obrigada por tudo.



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Santana acabara de se arrumar para mais um dia no
trabalho, sorriu ao ouvir as notas suaves vindas do piano na sala ao lado e ao
adentrar a cozinha encontrou a pessoa que tornava sua vida mais feliz. Brittany
sempre fora linda, e mesmo após tantos anos juntas Santana sentia seu coração
disparar com aquele sorriso que fazia os belos olhos azuis brilharem ainda
mais.



- Bom dia – deu um selinho na esposa – Acordou cedo, caiu da
cama?



- Bom dia San – respondeu a loira sorrindo – Hoje é o dia do
piquenique na escola da Hope, e é claro que ela está super animada. Já até
tomou o café da manhã.



- E eu vou tomar apenas um café ou chegarei muito atrasada
na delegacia.



- Quem mandou não se levantar na hora sua dorminhoca?



Santana puxou a esposa pela cintura e beijou-lhe
apaixonadamente, sentiu mãos delicadas subindo por suas costas e deu um muxoxo
de frustração quando Brittany interrompeu o beijo.



- Bom, foi por você me beijar assim ontem a noite que eu
empolguei e acabei acordando tarde hoje – disse Santana tomando seu café
apressadamente – Estou indo nessa baby.



- Eu acompanho você até a porta.



O piano silenciou-se e uma garota encontrou-as na sala. Era
loira e usava o cabelo preso em duas trancinhas com lacinhos nas pontas, a
franja muito bem aparada dava a seu rosto um ar angelical, usava um lindo
vestido vermelho e sapatos mary jane pretos com longas meias brancas, e na
opinião de Santana, Hope era a cara de Brittany.



- Já vai mamãe?



- Sim, querida. Comporte-se no piquenique hoje sim? E não se
aproxime do lado.



- Sim mamãe.



Ao contrário de todas as outras crianças no mundo, Hope
nunca respondia com impaciência. Era sempre muito bem educada e esperta, o tipo
de criança que todos os adultos adoravam; claro, tinha seus momentos afinal também
era filha de Santana Lopez.



- O que você me dá em troca de um monte de beijos? –
perguntou a morena sorrindo para a filha adorada.



- Te dou um monte de abraços! – e dizendo isso Hope pulou
nos braços da mãe.



Brittany observava a cena sorrindo, aquilo era tudo o que
mais queria no mundo: Santana e Hope. O som da campainha soou tirando-a de seus
pensamentos e encaminhou-se até a porta enquanto mãe e filha ainda se
despediam.



- Oh! Sra. Pillsbury entre, por favor.



- Pode me chamar de Emma, eu prefiro assim e já disse a
você. Vim ver Hope – Emma sorriu para a garotinha – Olha que sorriso mais
encantador essa menina tem, tenho uma surpresa pra você.



- Presentes?!



- Hope! – ralhou Santana.



- Tudo bem, está tudo bem Santana, não precisa brigar com
ela. Hope e eu somos grandes amigas não é?



- Sim tinha Emma.



- Eu preciso ir.



Santana deu um último beijo na filha e saiu com Brittany
atrás de si enquanto Emma conversava com Hope na sala. Já no jardim beijou a
esposa levemente nos lábios.



- Não virei almoçar hoje, tenho que encontrar o promotor,
mas jantaremos juntas.



- Ok, eu te amo.



- Também te amo.



Brittany observou a esposa sair com o carro, elas moravam em
um bairro confortável, tinham uma casa grande com um quintal igualmente enorme
e uma filha que mais parecia uma boneca. Para ela, tudo ainda parecia um conto
de fadas. Ao voltar para a sala viu que Hope agora usava um par de óculos de
sol vermelhos e olhava criticamente sua imagem no espelho enquanto Emma, sentada
no sofá, sorria admirada.



- Mamãe! Olha o que a tia Emma me deu!



- Emma, não deveria ter comprado óculos para Hope.



- São para proteger esses belos olhos azuis, olhe só ela não
parece uma estrela de cinema?



- Eu adorei! – exclamou a garotinha sorrindo, voltou-se para
Emma: - Onde está o estojo?



- Aqui querida. E tem outra coisa também.



- Já ouviu falar em crianças mimadas Emma?



- Bobagem. Olhe só minha querida – Emma retirou uma pequena
caixa dourada do bolso de seu casado, e de lá uma delicada corrente, também
dourada, com um pingente em forma de coração – Eu ganhei quando era criança, e
hoje estou velha demais para isso, mas ainda é perfeito para uma garotinha de
oito anos tão linda assim!



- Oh! Obrigada tia Emma! – Hope abraçou a ruiva á sua
frente.



- Temos que trocar a pedra por uma turquesa que é a sua
pedra preciosa. Viu? Tem uma granada aqui.



 - Posso ficar com as
duas pedras? A turquesa e a granada?



- Hope! Isso são modos?!



A garotinha apenas olhou para sua mãe quando está ralhou
consigo.



- Não tem problema, pode ficar com duas sim eu só preciso
encontrar um lugar para fazer a troca – Emma virou-se para Brittany – É isso
que eu mais gosto na Hope, ela sabe o que quer e não tem medo de pedir, é uma
criança sincera e não como essas meninas por aí que precisam fazer terapia para
escolher um sabor de sorvete!



- Já posso ficar com isso tia Emma?



- Pode. Agora, pode me chamar de antiquada, mas achei que
crianças usassem jeans em brincadeiras e piqueniques e você parece uma princesa
nesse vestido vermelho e branco. Não tem medo de suja-lo ou arranhar seus
sapatos novos?



- Não – respondeu simplesmente.



- Ela não vai sujar – disse Brittany – Hope nunca suja nada,
embora eu não saiba como consegue.



- Eu não gosto de jeans, não é... – Deixou a frase morrer
enquanto segurava  barra do vestido
enquanto imaginava o quanto seria ruim usar aquelas calças jeans.



- Não é feminino? Ah minha pequena antiquada! – Abraçou a
menina com força, e esta se aproveitando que a mãe não olhava fez uma careta de
desgosto.



- Vou guardar isto na minha gaveta de tesouros.



- Hope, seu quarto está arrumado?



- Sim mamãe – respondeu a menina enquanto saía da sala.



- Que pergunta desnecessária, o quarto dela está sempre
arrumado e eu também não sei como ela consegue.



- Ela é adorável – Emma sorria fascinada – Porque Santana
estava com tanta pressa?



- Você sabe, ela é sempre tão ocupada, ainda mais agora como
a principal detetive da homicídios. Sabe Emma, San fica muito no trabalho e eu
tenho o estúdio de dança... tenho medo de não estar fazendo o melhor para minha
filha.



- Bobagem, Hope é sempre perfeita. Não há outra palavra.
Vocês fazem o melhor para esta menina.



- Sim, mas...



- Estou pronta mamãe- Hope entrou na sala saltitando, seus
sapatos fazendo um barulho mais alto que o normal.



- O que fez com seus sapatos Hope?



- Eu uso muito as solas, então mamãe mandou colocar essas
plaquetinhas de ferro no salto, para durarem mais – a menina mostrava os
sapatos novos que usava – foi ideia minha, economiza dinheiro.



- Você é sempre tão séria, pensa em tudo com maturidade e
por isso achei que merecia alguns presentes hoje. Você queria muito ganhar a
medalha de caligrafia, não é?



A expressão da menina tornou-se séria imediatamente, os
olhos perderam o brilho de felicidade tão característico que possuía.



- É a única medalha de ouro que a Sra. Fern dá, e eu a
merecia! Todos sabem que eu tenho a melhor letra, e eu deveria ter ganhado. Não
entendo porque Cole Hummel ganhou a medalha!



- Hope, essas coisas acontecem o tempo todo. E quando
acontecem nós simplesmente aceitamos, não fique assim – Britt acalmava a filha
e tentou lhe dar um beijo, mas esta se afastou repentinamente – Sei que não
gosta de ser paparicada assim mas...



 - Era minha! A
medalha era minha! A medalha era minha! – a menina gritava enquanto saía de
casa sendo seguida de perto pela mãe e a Sra. Pillsbury.



Desceu as escadas da frente correndo quando sentiu algo
molhando seus pés, LeRoy o jardineiro molhava as plantas e “acidentalmente”
molhara também os pés de Hope. Emma não tardou a tomar o partido da menina.



- Você está louco?! Preste atenção no que está fazendo,
molhou os sapatos novos dela!



- Foi um acidente Emma, Hope se acalme e pare de gritar –
pediu Brittany.



- Foi um acidente sim Sra., eu estava apenas...



- Não! Você viu tudo pelo canto do olho e planejou isso tudo
LeRoy! – gritou Hope.



- Não...



- Já chega, LeRoy tome mais cuidado e Hope minha querida
está um lindo dia, não fique chateada, sua mãe vai te levar ao piquenique.



- Tudo bem – Hope continuava de cara fechada.



- Vamos Hope – Brittany pegou a mão da filha – Até logo
Emma.



- Tchau tia Emma!



Brittany andava com a filha ao lado, sempre levando a menina
pela mão, ás vezes achava estranho aqueles ataques repentinos de Hope, mas
então se lembrava que ela também era filha de Santana Lopez. O parque ficava
apenas a cinco minutos de casa e não tardaram a chegar.



- Hope, você ouviu sua mãe hoje, não se aproxime do lago.
Entendido?



- Sim senhora. Bom dia Sra. Fern – Hope fez uma reverência
para a professora segurando a barra do vestido.



- Bom dia Hope, que reverência perfeita. Típico de uma dama.



- Obrigada Sra. Fern.



- Querida, vá brincar com seus amiguinhos a mamãe quer falar
com a Sra. Fern.



- Sim mamãe – Hope respondeu educadamente e caminhou até o
local onde as crianças corriam.



- Tem um minuto Sra. Fern? – Perguntou Brittany.



- Estamos todos ocupados Sra. Pierce, se não se importar de
conversarmos enquanto arrumamos as mesas...



- Não tem problema, minha esposa pediu para lhe perguntar se
recebeu o pagamento do semestre referente as aulas de Hope.



- Sim, é claro, obrigada.



- Sra. Fern, tem outra coisa que eu gostaria de perguntar –
Brittany parou por um segundo enquanto observava a Professora organizar os
guardanapos- É sobre Hope naturalmente, seja franca comigo... Ela é sempre tão
perfeita em tudo como foi nessa reverência?



- Como assim Sra. Pierce? 
A senhora mesmo deve saber como Hope é perfeita.



- Ela se entrosa bem na escola? Ela ultimamente... Não sei
bem como explicar, mas Hope tem uma maturidade perturbadora em uma criança... E
minha esposa e eu achamos que ela ficaria melhor numa escola como a sua, onde a
disciplina e os valores morais são tratados com seriedade, talvez ela agisse
mais como uma criança normal.



- Eu entendo Sra. Pierce.



- Ela se dá bem com as outras crianças? Elas gostam dela?



- É claro que sim Sra. Pierce. Agora, eu preciso mesmo ir,
me desculpe.



- Tudo bem.



Brittany não disse mais nada e dando uma última olhada para
todas aquelas crianças correndo, todas as meninas usando jeans e tênis, não
pode deixar de achar que a professora fora completamente vaga em relação á
Hope. Foi diretamente para o estúdio, e a primeira aula e os problemas a serem
resolvidos naquela manhã logo tiraram aquele assunto de sua cabeça.



Só voltou a se lembrar de tudo quando sua secretária entrou
em sua sala apressadamente e ligou o aparelho de som sintonizando na rádio
local.



- Tem que escutar isso Sra.





“Repetindo a notícia,
uma criança se afogou no lago durante um piquenique da escola elementar Mentes
Brilhantes, ainda não foi informado nome ou mesmo se é menino ou menina. As
autoridades apenas disseram que irão avisar a família o quanto antes e que
enquanto isso o nome da criança será mantido em segredo. Isso é tudo o que
sabemos por hora.”



Brittany achou que iria desmaiar, provavelmente cairia no
chão se não estivesse sentada, tamanha era a fraqueza que sentia. Em sua mente
havia apenas uma coisa.



Hope.


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Notas finais do capítulo

Se você leu, muito obrigada. Deixe comentário, por menor que seja, assim saberei se gostaram ou não e se devo continuar escrevendo.
Obrigada
Beijinhos



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