As Desastrosas Aventuras da Guilda escrita por Hikaru


Capítulo 3
Bebendo e arranjando confusão


Notas iniciais do capítulo

Só avisando, pra fins de entendimento correto da parada toda, todos os diálogos foram traduzidos do inglês, em todos os capítulo (a não ser que especificado ao contrário)



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–Jackie, a gente não deveria estar... hmm... Bolando um plano para invadir o Vaticano?

Helena caminhava com a Guilda pelas ruas iluminadas de Novo Mundo. Já era noite, e as ruas sem fim da cidade eram iluminadas por chamas flutuantes que pairavam ao longo da estrada, e eram frias ao toque. O reflexo das luzes e raios no mar escuro, que se ondulava preguiçosamente por debaixo das ruas transparentes da cidade, era um espetáculo a parte. As calçadas fervilhavam de pessoas estranhas, dos mais variados tipos possíveis. Por todos os lados artistas de rua juntava uma pequena platéia que os assistia cuspir dragões de fogo ou transformar voluntários em pequenos animais.

Novo Mundo era uma cidade construída no mar. Não perto do mar, nem debaixo do mar, mas sobre o mar. Localizada no meio do oceano Atlântico, sob jurisdição de nenhum país ou governo, doze arquimagos, os praticantes mais poderosos de suas escolas de magia, ergueram uma cidade inteira. Assim que a magia foi redescoberta no fim de 2012, o governo de grande parte dos países a declarou quase que totalmente ilegal, devido ao seu potencial literalmente infinito para matar pessoas e cometer outros crimes. Os magos, na época poucos, obviamente não gostaram nem um pouco. Após alguns anos de pesquisa, treinamento e reuniões, os magos do planeta chegaram a uma decisão: eles não deveriam mais satisfação a ninguém.

Todos os magos do mundo foram convocados a ajudar na construção de uma nova cidade que seria um refúgio para todos os praticantes de magia serem livres para exercer seus dons. Os hidromantes acalmaram o oceano. Geomantes e piromantes ergueram alicerces de terra, ferro e vidro do fundo do oceano. Foram construídos prédios, shoppings, casas, tudo o que uma cidade normal precisaria, mas do jeito mais bizarro e diferente que a mente humana pode imaginar. Empresas visionárias apoiaram e financiaram a cidade. E, ao final de quase 5 anos de trabalho árduo, a mais incrível obra arquitetônica do planeta foi concluída. Os doze magos líderes do projeto foram nomeados os primeiros arquimagos do mundo, e fundaram as doze primeiras escolas de magia. Nomearam-na Novo Mundo, simbolizando o começo de uma nova era no planeta.

A Escola Mundial de Piromancia é conhecida como o lugar mais perigoso do mundo.

De todos os membros da Guilda, Ryuuko era a única que tinha participado da construção da cidade, quando ela tinha apenas 6 anos. Ela andava pelas ruas com um orgulho materno de quem abraça o filho prodígio. Amava aquele lugar.

–Não é como se ninguém seguisse os planos na Guilda. Todo mundo só conjura a magia mais desastrosamente explosiva que conseguir.- ela disse para os amigos. Freddie e Jackie riram, e Lilly fechou a cara, visto que era ela quem geralmente bolava os planos, e não conseguia conjurar explosões. – Além do que, podemos fazer isso depois. Isso vai levar bastante tempo, de qualquer modo.

–Você teve uma viagem longa, da Itália para cá de barco. É melhor relaxar um pouco. Nada como uma briga de bar para dormir que nem uma pedra. – disse Freddie com um sorriso no rosto. Apesar de não parecer, Frederich Ichetovkin era o membro mais velho da Guilda. Escondia por trás de suas atitudes joviais e sorriso constante uma infância dura e um passado trágico na Rússia. Era o membro que tinha se mudado por último para Novo Mundo, mas era tão apaixonado pela cidade quanto todos os outros residentes.

O grupo chegou ao bar Chifre de Minotauro, uma construção modesta na parte suburbana da cidade. As paredes marrons eram recheadas com cartazes de lutas, com os nomes dos lutadores anunciados em letras enormes, enquanto seus desenhos se digladiavam para os observadores passantes. O Chifre de Minotauro fazia parte do circuito de bares que apresentavam lutas magiaprimoradas amadoras, nos quais aspirantes a lutadores tentavam a sorte expondo seus talentos para os olheiros escondidos e o público delirante. Nesta noite, o bar apresentava uma luta especial: Jaqueline McGregor, bicampeã dos pesos médios da União Mundial de Luta Magiaprimorada, iria enfrentar um desafiante.

Helena olhou intrigada para os cartazes que apresentavam desenhos de sua nova colega de quarto socando outras pessoas. Não era essa a ideia dela de briga de bar, mas pelo menos isso era mais seguro.

Eles entraram, cumprimentando velhos amigos por todos os lados. A Guilda frequentava esse bar desde que chegara à cidade, e eram conhecidos por todos os bêbados da área. Após abraçar e rir com quase o bar inteiro, os membros da Guilda sentaram-se ao longo do balcão e pediram drinks que derrubariam elefantes em algumas doses. O Barman (que, no Chifre de Minotauro, não tem nome, é simplesmente o Barman) olhou intrigado para a nova acompanhante dos seus assíduos clientes.

–Ora ora, será que a Guilda arranjou mais um membro insano? Quem é você, minha jovem?

–Sou... Helena. Não faço parte da Guilda, só estou com eles por um tempo.

–Rá! Por um tempo... Foi assim que o puto do Freddie começou, e agora olhe onde ele está! Você vai acabar se apegando a esse bando de idiotas. E o que eu posso oferecer para você? Vodka? Whisky? Alguma coisa mais forte?

–Você tem suco de uva? Eu não bebo.

O Barman olhou para ela com as sobrancelhas franzidas, e foi até a dispensa. Jackie, após beber algumas doses, levantou-se.

–Vou me preparar para a luta. Vocês fiquem ai e se divirtam.- ela disse enquanto sumia pelas partes mais profundas do estabelecimento. Lilly puxou seu banco para mais perto de Helena e tentou faze-la se sentir mais a vontade.

–Está se sentindo mais segura agora?

Ao contrário de que Jackie havia alegado, a amiga não estava vestindo o seu jaleco de laboratório. Ela usava uma calça jeans apertada que delineava suas pernas esguias até acabar num salto modesto, mas elegante. Vestia também uma blusa simples preta e vários braceletes de diversos lugares diferentes nos braços. A maquiagem pesada nos seus olhos destacavam bem suas íris verde-claro, que lhe conferiam um olhar sereno e felino. Ela ajeitava seus longos cabelos castanhos num rabo-de-cavalo ondulado que acabava não muito depois dos seus ombros.

–Mais segura? Como assim?

–Você estava constantemente olhando para trás e para os lados quando estávamos vindos para cá.

–Ah, sim... Isso. Um pouco de cuidado nunca é demais. Mas acho que já estou bem. Esse lugar é bem agradável, o pessoal aqui parece ter um bom humor infinito.

–Que bom que você tá se sentindo melhor. Você vai ficar bem com o pessoal da Guilda. Todos eles são magos bem poderosos.

Helena olhou para os outros membros da Guilda, e avistou Freddie atirando azeitonas nas outras pessoas com uma colher, e se perguntou que tipo de mago poderoso ele seria.

–Você é uma maga poderosa?

Lilly deu uma risada curta e gostosa.

–Não acho que um biomante seja bem um mago de combate. Mas eu acho que sou boa no que faço.

Helena nunca tinha visto outros tipos de magia fora do monastério onde cresceu e trabalhou, então estava curiosa para saber o que os magos da cidade praticavam. Ela falava latim fluente então deduzia o que a maioria das escolas estudava pelos seus nomes.

–Biomancia é... Magia da vida?

–Simplificadamente, sim. Os implantes da Jackie e da Ryuuko fui eu que coloquei. E eu curava o pessoal, mas acho que você vai fazer esse serviço enquanto estiver com a gente. Magia branca deve ser bem mais eficiente do que simplesmente acelerar o processo de cicatrização celular, e deve doer menos. Eu consigo fazer metamorfoses e invocar animais, mas as subescolas de biomancia voltadas para o combate são... digamos... malignas. Viromancia e carnomancia e coisas do tipo. Nada do que eu queira me envolver.

Helena preparou-se para pedir uma coisa, mas impediu-se no meio do caminho. Já um pouco enrubescida, ela tomou coragem e perguntou:

–Pode me mostrar alguma magia?

Lilly sorriu e pegou uma pequena algibeira amarrada no cinto de sua calça. Dela tirou um frasco contendo um fio de pelo de tigre, que ela retirou do recipiente e usou para espetar seu próprio braço. Ela sibilou algumas palavras e fechou os olhos. Helena, com os olhos fixos no braço da amiga, percebeu que vários pelos, iguais aos que ela tinha espetado em seu braço, começaram a surgir ao longo dele. As unhas dela cresceram e se curvaram, tornando-se garras afiadas. Ela abriu os olhos, que agora apresentavam uma típica pupila felina em forma de fenda. Seu nariz havia se curvado para cima e virado uma espécie de pequeno focinho, de onde longos bigodes projetavam-se. Helena levantou-se do seu banco, espantada, e olhou o resultado da magia de Lilly: ela agora tinha pelos laranjas com listras negras por todo o seu corpo, e uma longa cauda felina agora saia um pouco acima do seu quadril.

–Cara, se você for ficar impressionada assim com qualquer truque te mostrarem na rua, você vai ter um ataque cardíaco nessa cidade- disse Lilly, rindo – Apesar de essa magia não ser um truque qualquer. Combinação gênica total é uma metamorfose até bastante avançada. E esse pelo de tigre-de-bengala me custou os olhos da cara– Helena pode perceber que ela havia tentado a impressionar de propósito, e com certeza tinha conseguido. Ela parecia bem orgulhosa de suas capacidades – Se você acha impressionante, um dia te mostro o que eu e a Ryuuko fizemos antes de entrar pra guilda. A gente ganhou até um prêmio Tolkien de tecnomancia. Pena que os magos pobretões do conselho não têm dinheiro pra pagar um prêmio como o Nobel.

Helena sentou-se de volta no banco, ainda olhando de relance para a transformação de Lilly. Annya aproximou-se por trás e passou os dedos por entre os cabelos de Lilly, que começou a ronronar involuntariamente. Esse era o principal motivo dela não usar essa metamorfose frequentemente.

–Você devia ter escolhido as asas de borboleta pra impressionar a menina, bola de pelos – ela disse, enquanto puxava um banco para sentar perto das duas. Ela sorria de leve com seus lábios de batom vermelho-escuro, que contrastavam com seus cabelos loiros que caiam pela lateral do seu rosto. Ela raspava a lateral esquerda da sua cabeça, como era moda nas garotas da cena underground de muito tempo atrás. Vestia um vestido branco que cobria desde o alto do seu pescoço até seus joelhos, deixando a mostra apenas seus ombros e suas costas. Suas mãos eram cobertas por luvas de couro e seus braços por longas luvas fishnet. Ela vestia uma longa meia sete oitavos listrada, e um par de coturnos. Ela não havia trazido sua foice hoje, mas era raro precisar dela – Uma pena que se eu fizesse uma demonstração da minha magia, todo mundo aqui sairia correndo. Olha, parece que a luta da Jackie vai começar.

O Barman tinha subido no pequeno ringue que havia na parte dos fundos do bar, e começou a anunciar em um megafone.

–Senhoras e senhores, bem vindos a mais uma noite de luta no Chifre de Minotauro!

Todos no bar pararam suas atividades para ovacionar e bater palmas. A maior parte do público já estava consideravelmente bêbada. Freddie estava competindo com outros três bêbados para ver quem colocava mais pães de queijo na boca, e sete deles saíram voando quando ele urrou para o ringue.

–Esta noite, do lado azul, temos orgulho de apresentar a bicampeã dos pesos médios pela UMLM, Jaqueliiine “o Demônioooo” McGregooooooor!

Jackie entrou pela porta esquerda do ringue, com um largo sorriso no rosto e acenando para todos no bar. Ela usava luvas acolchoadas de luta e um conjunto de blusa e short de lycra que lhe permitia movimentos rápidos e amplos.

–E do lado vermelho, o desafiante da noite! Com 27 vitórias, sendo 13 por nocaute, e 3 derrotas, Dwaaaaayne “o Gooooooolem” Laaaaake!

Pela porta vermelha, um homem musculoso vestindo luvas e calção de luta entrou e acenou para o público, também sorrindo. Tinha cabelo raspado e várias marcas de lutas passadas no rosto e em outras partes do seu torso exposto. Ele era significativamente mais alto que Jackie, e aparentemente, várias vezes mais forte.

–Como a Jackie vai lutar com um ogro desses? – perguntou Helena, preocupada.

–Não precisa se preocupar, a Jackie consegue bater nesse cara tranquilo - disse Freddie enquanto puxava um banco e se juntava ao restante da Guilda. Ele vestia um traje parecido com o que usava no dia que conheceu Helena: uma calça jeans folgada e simples, com várias algibeiras penduradas nas coxas e na cintura. Não usava camisa, deixando a mostra seu peito coberto por tatuagens tribais que pareciam narrar uma luta épica entre dois exércitos de uma terra distante. – Os implantes da Lilly não são só estéticos. Como a Jackie não é uma maga, a Lilly modificou o corpo dela pra um estado de humanidade aumentada. Ela tem força, agilidade e sentidos muito melhores que qualquer humano normal.

Helena olhou para o ringue, intrigada. Não havia se convencido ainda que uma menina pequenina como a Jackie conseguiria enfrentar mano a mano seu enorme oponente.

–Não são permitidas mordidas, golpes na virilha e nos olhos, e conjurar magias no meio da luta. Cada round durará 5 minutos, e serão 3 rounds. Lutadores, vocês agora tem 2 minutos para conjurar suas magias. – anuncia o Barman.

Jackie baixou sua cabeça e fechou os olhos enquanto sibilava algumas palavras. Helena teve a impressão de que seus chifres e cauda tinham ficado maiores quando ela novamente levantou o olhar e começou a saltitar de um lado para o outro. “O Golem” sinalizou para alguém na plateia, que trouxe alguns blocos de pedra pequenos. Dwayne colocou-os no ringue, e desferiu um soco em cada um. A cada soco que ele dava nos blocos, eles se partiam completamente em vários pedaços, que flutuavam rapidamente e aderiam aos seus braços e ombros, formando uma camada de pedra.

–Sabia que era um geomante. Eles são sempre bombados assim – comentou Freddie.

–Estão prontos? – ambos os lutadores assentiram com a cabeça para o Barman – Lutem!

A torcida rugiu. Jackie assumiu uma posição de luta parecida com o judô, com pernas abertas deslocando-se constantemente em um círculo e mãos abertas à sua frente, querendo desesperadamente agarrar seu oponente. Este posicionou suas enormes mãos de pedra na frente do rosto, como um lutador de boxe, e começou a girar no mesmo sentido que sua oponente. Ambos trocavam faíscas com os olhares.

Jackie avançou primeiro. Desferiu vários diretos e jabs em sequência, apenas para serem bloqueados pela defesa assustadora do Golem. Ela se afastou, com os nós das suas mãos doendo. Teria que achar outra estratégia.

Mas Dwayne não deixou tempo para ela pensar. Assim que ela se afastou, ele jogou seu braço de pedra desferindo um jab de direita descomunal, que Jackie mal teve tempo de bloquear com seus pequenos braços. Uma pessoal normal teria voado para trás depois de um impacto dessa magnitude, mas Jackie só deu um passo para trás. Ainda assim, ela havia sentido o golpe. A plateia soltou um gemido, como se eles próprios tivesse levado o golpe.

Dwayne tentou conectar com um jab de esquerda, mas ela não seria pega desprevenida de novo. Ela agarrou o braço do oponente e, com um movimento veloz, usou seu outro braço para agarrar o tronco do Golem e jogou-o por cima de seu ombro. O homem voou de modo impossível por cima de Jackie, caindo na lona com um estrondo enquanto o público rugia. Ela imediatamente sentou-se em cima do peito do lutador e desferiu vários murros em seu rosto, até que ele se recuperou do susto e conseguiu defender-se com seus braços. O gongo soou nesse momento, indicando o fim do primeiro round.

Jackie dirigiu-se ao corner do ringue, enquanto Lilly correu para levar-lhe uma tolha limpa. Seus braços estavam inchados e muito vermelhos. Dwayne sentou-se em seu corner, com a boca pingando sangue, e um sorriso no rosto. Gostava de lutas difíceis. Ele limpou sua boca com um pano e voltou para o centro do ringue, assim como Jackie. O gongo soou novamente.

Dessa vez o Golem foi bem mais agressivo, avançando logo para cima de seu oponente com uma sequencia de socos rápidos e pesados. Jackie não conseguiu fazer nada a não ser se defender por bons 2 minutos, até que Dwayne inesperadamente chutou a boca do seu estômago, jogando-a no chão. Ela não estava esperando que seu oponente utilizasse os pés, visto que só havia camadas de pedra no seus braços. Logo que ela caiu, o Golem pegou-a com as mãos e atirou-a para as cordas do ringue (a humanidade aumentada não aumentava o peso de Jackie). Ele correu para a oponente caída no chão e acertou-lhe um chute na boca do estômago, provocando reações exaltadas, mas mistas, da platéia. Parece que ele tinha um pequeno número de seguidores entre os espectadores essa noite. Novamente, o gongo soou, mas dessa vez fora Jackie que havia sido salva por ele.

Ela cambaleou ofegante para o seu corner e subiu no ringue novamente. Lilly pegou nos seus dois braços com suas mãos e anunciou: - Você tá com os dois rádios e uma ulna fraturados. Acha que dá pra continuar?

–Já estive pior.

O gongo soou anunciando o começo do último round. Os dois lutadores encararam-se e assumiram suas posições de luta, e começaram a circular pelo ringue novamente. Jackie precisava achar o ponto fraco da defesa de seu oponente. Decidiu atacar suas pernas. Com um movimento súbito, ela deu uma rasteira na direção contrária que o Golem se movimentava, derrubando-o de costas. Ela avançou rápido para repetir a estratégia do primeiro round, mas quando Dwayne percebeu suas intenções, ele colocou um dos pés na barriga dela e jogou-a para trás com os braços. Ambos os lutadores levantaram-se rapidamente, sorrindo de leve.

Dwayne avançou para cima de Jackie e agarrou seus ombros e tronco, e eles iniciaram uma disputa de forças. O público ia ao delírio enquanto os lutadores rugiam, tentando derrubar o outro na lona. Após um breve período, Jackie percebeu que estava com a vantagem, e deu um chute de lado no pé de Dwayne, fazendo ele cair de lado no chão. Rápida como um raio, ela acompanhou um movimento de queda, encaixando um mata-leão. E ali ficou, estrangulando seu oponente, que não conseguiu desfazer a posição de jeito nenhum, até o gongo soar pela última vez.

O Barman corre até os dois, levantando um dos braços de Jackie e anunciando a vencedora da luta. Jackie ajudou seu oponente a se levantar, e eles se cumprimentaram e se abraçaram e se elogiaram extensivamente. Ela então saiu do ringue lentamente, e se jogou em cima de Freddie, exausta.

–Eca Jackie, você tá toda nojenta de suor – disse ele, empurrando ela para longe. Lilly tocou novamente os braços da amiga, e constatou:

–Você tá com tipo, a mão inteira fraturada. As duas, na verdade. E algumas costelas.

–Ah, deixa isso comigo. Eu cuido disso – disse Helena, aproximando-se do grupo. Ela segurou os dois braços de Jackie com cada uma das mãos, fechou os olhos e sussurrou algumas palavras em latim. Uma luz branca envolveu as mãos e braços de ambas, e Jackie sentiu uma ótima sensação percorrer seus ossos, dos dedos até os cotovelos, e depois correndo para os ombros para por fim se espalhar por seu corpo inteiro. Helena soltou os braços dela, e ela agitou-os no ar, com o queixo caído. Eles estavam novos em folha, como se nada tivesse acontecido.

–Uau... Magia branca de verdade – disse ela, maravilhada – Você vai ser muito útil pra nós.


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Notas finais do capítulo

Por favor me avisem se eu escrevi "Batman" ao invés de "Barman" alguma vez, eu fiz isso várias vezes enquanto tava escrevendo, posso não ter percebido alguma coisa.
Se alguém estiver curioso, as 12 primeiras escolas de magia de Novo Mundo foram: Geomancia, hidromancia, piromancia, aeromancia, tecnomancia, ilusionismo, invocação, psiquismo, biomancia, eletromancia, alquimia e kijutsu



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