Doce Ilusão escrita por Claire


Capítulo 2
Belas lembranças


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de agradecer a Lor que recomendou a fic *-* fiquei super feliz. E também a todos que estão acompanhando, que favoritaram e que comentaram.
Desculpe qualquer erro e boa leitura.



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Ficar deitada na cama do hospital era realmente entediante, não havia ninguém para conversar, nada para fazer. Quando acordou cedo pela manhã o sol aparecia entre nuvens, mas agora caia uma leve garoa pela cidade.

Ela ansiava por lembranças, queria saber quem era, queria saber de onde veio. No quarto onde estava havia um pequeno banheiro, quando se olhou pela primeira vez no pequeno espelho que havia no local, seus olhos se encheram de lagrimas. Ver seu reflexo refletido por aquele pequeno pedaço de vidro fez seu coração doer. Estava com a bochecha roxa, o que indicava que alguém havia lhe dado uma bofetada. O curativo coberto pela franja escondia um machucado que ainda doía um pouco. Os pés machucados estavam envolvidos por faixas. Por qual motivo alguém faria aquilo com ela? Chorar em silêncio não resolvia seu problema, mas aliviava um pouco da dor que estava sentido. Em meio às lágrimas que já havia derramado tomou coragem, e disse para si mesma, “eu vou ser forte, vou lembrar-me da minha origem”.

Novamente deitada em sua cama forçava sua memória, tentando sem sucesso lembrar-se de algo. Voltou sua atenção para porta do quarto ao ouvir o barulho da maçaneta da mesma se mover. Pela porta entraram Tsunade e dois rapazes que ela não conhecia até o momento. Um era moreno, de pele pálida, olhos extremamente negros, ele a olhava fixamente. O outro era loiro, de olhos azuis intensos, sua pele era morena, ele mantinha um sorriso simpático nos lábios.  Por algum motivo que não sabia explicar não gostou muito do rapaz loiro. Seus cabelos loiros lembravam o de alguém, mas ela não sabia quem.

– Olá querida. – falou Tsunade. – Trouxe algumas pessoas que queriam te ver.

– Eles me conhecem? – perguntou ansiosa.

– Ele não te conhece. – falou o moreno apontando para o loiro. – Mas eu te conheço desde ontem. – Disse Sasuke dando um sorriso de lado.

– Não fale besteiras Sasuke. – reclamou o loiro. – Desse jeito vai confundir a cabeça dela.

– Este é Sasuke Uchiha, foi ele quem te encontrou na estrada e te trouxe para o hospital Hinata. – explicou à loira.

– Fiquei preocupado, queria saber como estava. – falou sincero. – Já conseguiu se lembrar de alguma coisa?

– Não me lembro de nada. – respondeu sem emoção alguma. – Obrigada por me salvar senhor Uchiha.

– Não me chame de senhor, assim eu me sinto velho. A diferença de idade entre nós deve ser pequena. – sorriu. – Esqueci-me de te apresentar o meu amigo. – lembrou o moreno. – Esse é Naruto Uzumaki.

– Prazer em conhecê-la. – disse o loiro chegando mais próximo da cama. – Seus olhos são muito bonitos, me lembram da lua.

– Obrigada. – falou a morena sem emoção desviando sua atenção para a janela do quarto.

– Quando te encontrei você estava fantasiada de chapeuzinho vermelho, ontem foi o dia das bruxas, isso não te faz lembrar nada? – perguntou o Uchiha.

– Não. – falou sem entusiasmo.

– Hinata. – chamou Tsunade se aproximando da cama. – Quando você chegou ao hospital usava um cordão. – falou a loira retirando o objeto de dentro do bolso do jaleco. – Aqui está. – disse entregando o delicado cordão nas mãos da morena.

Assim que pôs os olhos no delicado objeto sentiu que estava sendo tragada para outra dimensão, onde ela era telespectadora de fatos que ocorreram em seu passado.

A menininha de cabelos negros azulados corria atrás das borboletas pelo quintal a fora. À medida que o tempo passava a brincadeira ia se tornando cada vez mais divertida para a pequena.

Um homem alto, de pele pálida e longos cabelos castanhos a observava com as mãos no bolso.

É hora de entrar Hinata. – falou o mais velho. – Vai começar a chover daqui a pouco e você tem que se lavar para o jantar.

Quero brincar mais um pouquinho Otousan. – disse fazendo bico.

– Amanhã é o seu primeiro dia na escola, você tem que acordar cedo e estar bem disposta. Por isso mocinha vá já pra dentro se lavar para o jantar.

Eu não quero Otousan. – disse fazendo bico. – Eu vou embora com as borboletas. – gritou a pequena correndo em direção ao portão que dava acesso a uma parte mais distante do quintal.

O homem correu até a garotinha pegando-a no colo e caminhou rumo à entrada da casa.

Me solta Otousan, eu sei andar sozinha. – reclamou fazendo bico. – Não quero ir pra escola.

– Por que não? – perguntou a colocando no chão. – Vai ser bom para você, conhecerá crianças da sua idade, fará amigos, e vai aprender diversas coisas.

– Mas eu tenho medo, parece que as outras crianças não gostam de mim.

– Não pense assim querida. Você é apenas tímida, ir à escola te ajudará a perder um pouco da sua timidez, tenho certeza que se enturmará logo.

– Você vai ficar comigo na escola? – perguntou docemente.

– Eu prometo que te levarei e buscarei todos os dias meu amor. Estarei sempre por perto, te protegendo, cuidando para que tudo dê certo. – falou tirando o cordão do pescoço. – Mandei fazer este cordão quando soube que sua mãe estava grávida. Já havíamos escolhido seu nome há muito tempo, sentíamos que você seria uma linda princesinha. – sorriu. – Eu sempre quis uma menininha e Deus me enviou você meu amor. Eu te amo muito, e jamais deixaria que algo de ruim acontecesse contigo. – disse colocando o cordão no pescoço da garotinha que ficou relativamente grande. – Estava esperando você ficar mais velha para dá-lo a você, mas acredito que já tenha idade o suficiente para cuidar dele, não esqueça jamais que ele é muito especial para mim. No pingente tem o nome de uma das pessoas que eu mais amo nesse mundo. Você sabe que nome está escrito aqui? – perguntou apontando para o pingente.

– É o meu nome Otousan. – respondeu alegre.

– Sim, Hinata, é o seu nome. – falou a pegando no colo. – Espero que toda vez que olhar para esse cordão se lembre de mim, uma das pessoas que mais te ama nesse mundo. Você é e sempre será minha linda e pequena princesinha.

Quando voltou a si notou que estava sendo observada pelos demais. Seu rosto estava banhado pelas lágrimas que derramou sem perceber. Estava feliz por lembrar algo tão importante de seu passado. Agora ela sabia que tinha um pai, que provavelmente estaria preocupado com ela. As lembranças ainda não estavam claras, mas já era o começo.

– Sem lembrou de alguma coisa querida? – perguntou Tsunade curiosa.

– Sim. – respondeu enxugando as lágrimas. – Eu tenho um pai, que deve estar esperando por mim. – falou sorrindo. – Só não sei onde ele está, mas eu me lembrei dele.

– Isso é ótimo. – falou Sasuke. – Creio que em breve se lembrará de tudo.

– Nós ficamos preocupados. – disse o loiro. – Você ficou em silêncio, olhando para o nada. Depois começou a chorar.

– Tsunade-sama. – chamou Shizune ao entrar no quarto. – O delegado Kakashi já está aqui.

– Vou conversar com ele. Vou deixá-la com os rapazes Hinata, vai ser bom para você conversar um pouco. – falou a loira saindo junto de Shizune, deixando uma Hinata aflita para trás.

– Se lembra de como chegou à estrada Hinata? – perguntou o moreno.

– Lembro-me mais do que queria. – respondeu emoção. – Lembro-me de ter acordado na floresta com o corpo dolorido. Estava sozinha, não conhecia aquele lugar, não me lembrava do meu próprio nome. – riu triste. – Bom... Agora eu sei. – disse olhando com atenção o cordão. – Lutei para me manter de pé, até que encontrei a estrada. Fiquei feliz achando que por ali passaria alguém que pudesse me ajudar, mas estava tudo deserto. Esperei durante um tempo até que meus sentidos foram ficando cada vez mais fracos. Depois disso só me lembro de ter acordado aqui.

– Sorte a sua o Sasuke estar voltando do serviço, Konoha não é uma cidade grande. – falou observando a chuva pela janela. – Poderia ter ficado lá durante muitas horas mais.

– Estou vendo que já está bem melhor, mas sente dor em algum lugar? – perguntou curioso. – Quero dizer... A pancada na cabeça pode ter sido forte.

– Dói um pouquinho. – riu sem graça. – O que me incomoda é a bochecha, está bem dolorida.

– Assim que pus os olhos em você me perguntei uma coisa. – disse o loiro. – Como alguém em sã consciência poderia fazer uma coisa dessas com você? – falou se aproximando da cama. – Você parece tão meiga e delicada, eu gostei de você Hinata. – falou com sorriso nos lábios. – Você poderia ser minha irmãzinha.

A morena não gostou muito do loiro logo de principio, e nem sabia o porquê disso, mas ele tinha um jeito que a deixava intrigada, alguma coisa em suas palavras e no seu modo de agir chamava sua atenção, como se ele tivesse alguma coisa oculta.

– Sabe Hinata, eu sou filho único, sempre quis ter um irmão ou irmã, mas meus pais não realizaram esse meu desejo. Mas também não posso reclamar, pois eu tenho um grande amigo do meu lado, mais que isso, eu tenho um irmão. – disse o Uzumaki olhando para Sasuke que possuía um sorriso de canto nos lábios. – Nós vamos ficar por perto enquanto sua família não aparecer, vamos ficar aqui para que não se sinta sozinha. – falou ele tentando parecer o mais amável possível.

– Obrigada. – respondeu intrigada. Ela tinha dúvidas... Será que ele estava sendo sincero com ela, ou apenas estava sendo educado? Por mais que não se lembrasse de sua vida, de uma coisa ela tinha certeza. Às vezes as pessoas sorriam sem querer, faziam coisas sem querer, tudo porque não tinha coragem de ser sinceras consigo mesmo e com as outras pessoas.

– Olá crianças. – falou Tsunade ao entrar no quarto. – Eu conversei com Kakashi e vocês terão que ir a delegacia. Você e Sasuke tem que prestar depoimento Hinata.

– Por mim tudo bem. – disse o moreno. – Você vem comigo Naruto?

– Sim. – respondeu o loiro.

– Se não estiver se sentindo bem Hinata; posso falar com o delegado que espere mais alguns dias. – falou a loira.

– Tudo bem doutora, quero saber logo o que aconteceu comigo, quero encontrar minha família.

– Certo. – falou a loira. – O seu vestido já está limpo e seco, vou buscá-lo para que possa vestir, e pedir a Shizune que arranje sapatos para você, pois quando chegou ao hospital estava sem. – disse Tsunade se retirando da sala.

– Vamos te esperar lá fora. – falou o moreno. – Se precisar é só chamar. – disse se retirando do quarto junto com o loiro. – O que foi aquilo lá dentro? – perguntou o Uchiha.

– Aquilo o que?

– Você sabe Naruto, aquele papo de “eu sempre quis ter uma irmãzinha”. – falou imitando o amigo. – Ela é muito bonita cara, e eu notei que você reparou isso. – disse sorrindo de canto.

– Ela é apenas uma garota que no momento necessita de cuidados. Você não acha que ela parece indefesa? Precisa de alguém que a proteja enquanto ela estiver sozinha.

– Ela é bonita Naruto, e mais uma coisa, ela parece não gostar de você, o que é meio estranho.

– Não sei quanto tempo ainda temos com ela, mas até lá eu dou um jeito nisso.


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Notas finais do capítulo

Capítulo menor, pois precisava de um pedaço deste para deixar o próximo mais explicativo. No próximo teremos mais lembranças, não sei se boas ou se ruins, esperem até sexta para saber ^-^