Demetria escrita por Dreamy


Capítulo 5
Coração Vermelho


Notas iniciais do capítulo

Desculpe o atraso, eu tive um bloqueio criativo e motivacional essa semana :D
Espero que gostem, vou postar o próximo capítulo breve.



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- Não, não pode ser verdade! – Eu me via gritando para algo ou alguém, não saberia dizer ao certo.

Lágrimas desciam pelo meu rosto, estava de joelhos no chão como se um grande pesar tivesse me abatido. Eu podia me ver, como um grande espelho ou como se estivesse vendo pelos olhos de outra pessoa. Jogada no chão eu gritava e chorava enquanto eu me via em desespero também observava o cômodo ao meu redor, era grande, havia um sofá na parede esquerda, a porta estava fechada e eu podia ver os detalhes em dourado que começavam nela e continuavam por toda a parede branca passando por obras de arte famosas que não haviam sido baratas. Voltando-me ao meu corpo no centro da sala só pude ouvir um vaso chinês que antes se encontrava em uma mesa encostada na parede quebrar e  um grito ecoou.

- Não! Você não é a minha mãe, nunca vai ser!

Acordo bruscamente tentando lembrar e esquecer ao mesmo tempo do sonho, sei que é um sonho e não uma visão do futuro apesar de eu constantemente ver o futuro quando estou dormindo, mas isso sem dúvida foi apenas um pesadelo, porque a minha mãe morreu quando eu nasci.

Meu pai nunca falou dela, mesmo, eu nem sei o nome dela e tudo o que eu fiquei sabendo foi a nossa governanta que me contou. Depois que minha mãe morreu meu pai mergulhou no trabalho como um robô, nós tínhamos muito dinheiro, eu sempre fui muito mimada por ser filha única, eu tinha tudo, amigos, festas e isso com menos de 10 anos, mas eu fiquei órfã, eu via meu pai duas vezes por semana no máximo, Rose, a governanta foi quem cuidou de mim desde que eu era um bebê. Ela também não via o meu pai muito, mas ele deixou bem claro que não queria que nenhum empregado falasse da minha mãe pela casa, ele queimou todas as fotos dela, pelo menos eu acho que sim já que eu procurei muito por alguma informação sobre a minha mãe no escritório dele e não consegui encontrar nada, nem no sótão, nem no seu quarto, nem em lugar algum.

Certo dia – quando meu pai ainda dormia em casa, eu tinha 7 anos – me deparei com ele na frente da fogueira chorando com uma caixa azul escuro na mão, eu me escondi atrás de um dos sofás da sofás da sala e continuei olhando atentamente enquanto ele queimava tudo o que havia ali dentro, talvez fossem coisas da minha mãe que ele não queria deixar, coisas que lhe lembrassem algum momento importante. Pouco a pouco as chamas consumiam cada objeto que entrava em contato com elas, joias, folhas de papel escrita, talvez de um diário de bordo, nunca pude descobrir, fotos, a distância não me permitia ver a imagem claramente, mas em todas elas havia uma mulher do lado de um homem, por fim meu pai tirou da caixa um delicado colar, era de ouro com um pingente de coração vermelho. Imaginei minha mãe e meu pai juntos e felizes e ela usando esse colar em todos os momentos. Será que era uma herança da família dela ou foi um presente dele? Quantas histórias esse colar teria pra contar? Eu precisava descobrir. Num súbito momento de lucidez por parte do meu pai ele agarrou o colar com as duas mãos e apertou contra o peito como que querendo absorver o amor e a doçura que a minha mãe carregava. Rose, mesmo proibida por meu pai, vivia falando de como a minha mãe era querida, gentil, me contava histórias dela com o meu pai, coisas simples como o dia que ela foi morar naquela casa e se ofereceu para ajudar a fazer a comida junto com a cozinheira que, muito cansada, aceitou. Naquele dia os dois comeram um dos melhores jantares já feitos, pelo menos era o que meu pai dizia a noite inteira depois da ocasião.

Não sei o que fez meu pai mudar de ideia, mas ele pegou novamente o colar e guardou na caixa antes de levantar e ir andando para seu escritório. Na próxima viagem que ele fez eu entrei no escritório dele e procurei pela caixa, ainda estava lá, debaixo da escrivaninha e depois que eu peguei esse colar pela primeira vez nunca mais tirei, não sei se meu pai deu por falta dele, eu cuidava para nunca usar na sua frente mesmo sabendo que ele nem olharia na minha cara ao passar por mim. No dia que Ela me levou para aquele inferno eu estava usando o colar, no caminho eu o apertava contra meu peito do mesmo modo que meu pai fez, mas dessa vez com um sentimento de felicidade.

Ainda na cama, absorta encarando a parede, penso nas horas de treinamento que virão a seguir, preciso levantar da cama, preciso me vestir. Agora em pé encaminho-me ao guarda roupa e abro a caixa de joias rosa bebê que a Demetria deixou cheia para Lucy e eu quando chegamos aqui. Pego o objeto dourado e beijo o coração vermelho pendurado.

- Eu te amo Mãe!


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Notas finais do capítulo

Hummmmm, gostaram? Legal? Pra quem prestou atenção tem uma mensagem subliminar no texto. Conseguem descobrir?
Beijos, até a próxima!



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